Nem pela Minha Própria Vida escrita por caroline_03


Capítulo 31
2.19-Procura-se pessoas normais.


Notas iniciais do capítulo

Aviso no fim do capítulo...



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[Alice]

Deixei Bella e Edward na casa de Charlie e Renée e, o mais rápido que eu podia, peguei meu rumo. Não tinha muita certeza do caminho, mas pelo o que Julian tinha me dito pelo telefone, era fácil... Ou quase isso.

“Um prédio azul”, ele disse, só se esqueceu de falar que tinha três prédios azuis na rua. “Meu carro vai estar estacionado bem em frente”... Ele só se esqueceu que existe um fábrica de carros como o dele. Ele disse que o nome do prédio (apesar de não se lembrar exatamente do nome) era escrito em letras de metal prata. UAL, agora sim achei uma diferença entre TODOS OS PRÉDIOS DA CIDADE! Cada coisa!

Desisti de tentar deduzir e resolvi usar o telefone celular que papai tão amado me deu e coloca créditos todos os meses para que eu não precisasse mais ligar à cobrar para ele... Alguém acredita que isso funcionou? É claro que não, e como ficariam minhas mensagens?

Disquei o número e esperei pacientemente até que alguém de bom coração resolvesse atender ao telefone. Um toque, dois toques, três toques, quatros toques... MAS SERÁ QUE EU VOU TER QUE...

-alô?

-Julian?! –chamei quase desesperada. –ah, finalmente... Julian, qual o nome do prédio?

-é um azul...

-hm, sério? –revirei os olhos. –mais alguma pista?

-meu carro está aqui na frente...

-Julian, meu bem, tem vinte carros como o seu aqui em baixo. –suspirei pesadamente e encostei a testa no volante do carro.

-hm, procura pela placa do meu então. –ele disse como se fosse obvio de mais.

-POR QUE VOCÊ NÃO ME FALOU ANTES? –berrei saindo do carro e anotando mentalmente os números que ele dizia. –achei, to indo.

Olhei para os dois lados antes de atravessar a rua (como mamãe ensinou) e corri para a portaria do prédio, apertando o interfone de uma vez. Não estava com o melhor dos meus humores, se você quer saber. Não é todo dia que procuramos um psicólogo por livre e espontânea vontade.

O portão de metal abriu e eu corri para as escadarias do prédio, entenda... Paciência nunca foi meu forte, e aquele maldito vento estava ameaçando bagunçar meu cabelo, e aquilo não era nem um pouco bom.

Quando cheguei ao andar que Julian tinha me dito, as luzes estavam acesas e Aro já esperava na porta. Arregalei os olhos no primeiro segundo... O QUE DIABOS ESTAVA ACONTECENDO AQUI?

-ah, a mini little super-small Alien chegou. –ele falou me olhando com um sorriso de canto.

-ahn... Não quero atrapalhar nada. –falei com a voz quase presa na garganta.

-ah minha filha, minha casa já virou a casa da mãe Juana, mais uma para o ninho não vai ser nada. –ele disse revirando os olhos e me puxando para dentro do apartamento. Por um segundo me perguntei o que ele quis dizer.

-Aro... –comecei, mas logo fui cortada.

-ele está aqui. –ele disse fazendo careta e me conduzindo pelo corredor curto. E então eu congelei... MINHA CASA?

-essa é a sua casa? –perguntei morrendo de vergonha.

-e você realmente acredita que Caius deixaria Julian ir para a casa dele? –Aro revirou os olhos. –ISSO AQUI TÁ O CAOS TOTAL TAMPINHA! –ele disse jogando as mãos para o alto.

-hm... –engoli em seco extremamente sem graça.

Aro bufou uma ultima vez e apontando com o braço para uma porta aberta. Por um segundo fiquei com medo de olhar para dentro da porta, mas a curiosidade sempre fala mais alto. Minha boca caiu e senti todo meu corpo congelar.

Julian estava sentado em um sofá branco com milhares de almofadas cor-de-rosa em sua volta. Lia um livro grosso que eu nem me dei ao trabalho de ler o titulo e segurava um copo com um liquido vermelho grosso, que por um segundo me lembrou sangue. AH MEU DEUS, SALVE-SE QUEM PUDER...

Mas antes que eu pudesse começar a correr, olhei para seu lado e lá estava Caius, vestido apenas com um lençol branco preso em apenas em um ombro, algumas folhas verdes segurando os cabelos, enquanto abanava Julian com uma pena roxa gigante.

É de mais para a minha cabeça.

-o que...

-Caius está se sentindo na Grécia antiga. –Aro explicou revirando os olhos.

-Alice! –Julian finalmente me notou, jogando o livro para um lado e se levando do sofá.

-posso voltar outra hora. –sorri sem graça.

-APOLO É PAI! –Caius comemorou. –Vai embora coisinha. –ele disse me olhando com os olhos semicerrados. CRUZES!

-não, está tudo bem. –Julian sorriu olhando para Caius o repreendendo.

-tudo bem mestre. –Caius fez algumas reverencias e depois me fuzilou com os olhos novamente.

-vamos embora pateta. –Aro falou segurando o irmão pela orelha.

-É UMA LASTIMA, É UMA LASTIMA... –ele ia berrando e eu ri um pouco.

Julian deixou o liquido nojento em uma mesinha e sorriu para mim, apontando para que eu me sentasse no sofazinho que ele tinha acabado de se levantar. Com um suspiro pesado fiz o que ele me pediu, colocando meus pés sobre o sofá.

-TIRA O PÉ DO MEU SOFÁ! –Aro gritou.

-DESCULPA! –respondi sem graça.

-e então? –Julian me olhou com aqueles olhos de quem sabe tudo, os cabelos estranhos caindo sobre a testa.

-EU NÃO SEI MAIS O QUE FAZER! –chorei, decidindo ir direto ao ponto.

-eu sei, querida, eu sei... –ele assentiu, me olhando com cara de quem diz: “ah, não diga?!”

-mas, mas, mas... –comecei a gaguejar fazendo um bico colossal.

 -comece me contando sobre sua infância. –ele disse se recostando em uma cadeira de madeira, enquanto eu começava a pensar. Isso levaria algum tempo.

[Julian]

Muito tempo depois...

Alice continuava falando sem parar, mas dessa vez ela tinha finalmente chegado a história de quando Esme e Carlisle proibiram que ela tivesse uma vaca de estimação no quarto dela. Tentei dizer que eles estavam apenas pensando no bem estar dela, mas não funcionou... Pelo jeito ela se apegou mesmo a vaquinha.

-ela era TÃÃÃO linda, ela era branca e preta e quando me olhava fazia “MUUUUU”. –Alice voltou a chorar e eu a assentir.

-tudo bem, Alice, mas vamos focar no que interessa, por favor... –antes que eu pudesse terminar de falar, Caius estava entrando na sala trazendo em uma bandeja uvas e o que me parecia um copo de água. CÉUS!

-aqui, mestre... Sua refeição do meio da tarde. –ele se ajoelhou ao meu lado e abaixou a cabeça, erguendo a bandeja.

-Caius, o que DIABOS você está fazendo? –falei entre dentes.

-apenas cuidando para que você tenha uma refeição balanceada. –ele tentou parecer doce, sorrindo abertamente e mostrando todos aqueles dentes brancos de mais.

-ahn... Claro. –ri sem graça. –deixe aí, daqui a pouco eu como.

-ela está o incomodando? –ele falou ainda com a voz calma, mas fuzilando Alice com o olhar. A menina se encolheu arregalando os olhos

-não, Caius, está tudo bem. –sorri.

-por que se estiver eu posso...

-AH, É O CAOS, É O CAOS! –Aro falou entrando marchando na sala. Não podia deixar de achar graça nesse jeito dele. –VOCÊ! –ele apontou para o irmão. –JÁ PARA A CASINHA!

-que casinha? –Caius perguntou arregalando os olhos.

-JÁ! –Aro apontou para fora da sala enquanto batia um pé no chão.

-AH, MÃE! –Caius reclamou cruzando os braços e fazendo bico.

-NÃO QUERO NEM SABER, EU CORTO SUA MESADA! –Aro ergueu as sobrancelhas sorrindo vitorioso. Caius saiu pisando duro. –voltem a conversar.

Olhei para Alice como se pedisse desculpa apenas pelo sorriso, e ela ainda olhava para a porta com os olhos arregalados e os dentes trincados. De uma coisa eu tinha certeza... Se ela não achava que fossemos loucos, agora ela tinha certeza.

-então Alice, vou falar de uma vez antes que um deles entre aqui. –disse olhando pela porta e vendo o corredor vazio. –você tem um problema, grande coisa, todos têm problemas, e o seu não é nem maior e nem menos dos que os meus, Bella, Rosalie e Jasper... O que você tem que fazer é achar uma solução suportável para ambos os lados.

-mas...

-ele não demonstra que gosta de você? Termina. Não quer ficar longe dele? Aceite o como é. –dei de ombros. –as coisas são fáceis e simples, nós que as complicamos.

-mas se eu terminar de vez... –ela mordeu o lábio inferior com os olhos cheios de lágrimas, mas decidi não mudar minha postura.

-esqueça. –continuei a olhando.

-e se eu não conseguir? –ela fungou.

-se mude para o pólo norte. –sabia que estava pegando pesado, mas decidi usar o tratamento de choque, que no momento me parecia ser o único que funcionaria.

Ela parou para pensar por um segundo e eu só desejei que ela não estivesse calculando o preço da passagem aérea para lá, mas eu não podia duvidar daquele pequeno pedaço de gente. Alice ergueu a cabeça e limpou as lágrimas com as mãos.

-você está certo! –mordi o lábio inferior.

-sobre o que exatamente? –perguntei receoso. Vai que ela estivesse pensando em se mudar para a patagônia ou algum lugar assim.

-eu vou agir, isso mesmo. –ela se levantou como um raio.

-deus é pai. –sorri sentindo como se o peso do mundo tivesse sido tirado de meus ombros.

-hm... Julian... –ela me chamou de repente.

-o que é? –perguntei sorrindo um pouco.

-qual é o SEU problema? –ela ergueu uma sobrancelha me estudando. ÓTIMO JULIAN! Grande psicólogo.

-hm... –olhei em volta tentando achar alguma saída.

-ah, nem começa. –ela falou fazendo careta. –eu te contei meus piores problemas, agora é a sua vez.

-tudo bem. –suspirei vencido. –vem aqui. –a chamei com um dedo.

Ela se apoiou um pouco para frente e eu me aproximei para sussurrar em seu ouvido, colocando a mão na frente para que ninguém mais conseguisse entender. Disse rapidamente e Alice se jogou para trás com os olhos arregalados. Sabia que ia dar merda. Alice simplesmente caiu desmaiada para trás.

-ah, tudo o que eu queria. –suspirei frustrado, colocando uma uva na boca.

(...)

[Bella]

Sexta-feira, após última aula do dia. O sol brilha e mesmo se não brilhasse seria o dia mais lindo do mundo. Uma lata de coca e um pacotinho de Douritos nas mãos, meninos no treino de futebol e Alice desaparecida.

Preocupação? Não, deixa isso para o caminhão de resgate.

-ainda estou com fome. –Rose falou jogando o pacote do salgadinho na lata de lixo.

-eu também. –fiz careta. –vamos comprar uma coxinha na lanchonete e depois vamos assistir o treino. –comentei já tomando o rumo.

-deveríamos nos preocupar com Alice? –Rose perguntou franzindo a testa, obviamente na dúvida.

-acredite, notícia ruim é a primeira a chegar. –rimos um pouco.

(...)

-quer? –Rose ofereceu um pedaço de seu salgadinho, enquanto nos sentávamos na arquibancada em frente ao campo de futebol.

Por um pequeno segundo me lembrei de um dia em um passado muito distante em que eu estava no meio de um jogo quase importante, ainda usando o corpo de Edward, enquanto ele estava aqui lançando sapatadas nos jogadores para que eu conseguisse fazer um gol. Ainda bem que as coisas mudam.

-não obrigada. –falei mostrando minha própria bomba de gordura.

-você que sabe. –Rose deu de ombros rindo.

-não acha engraçado como as coisas mudam? –perguntei vendo Edward se alongando sentado no meio do campo.

-o que quer dizer? –ela perguntou franzindo a testa.

-a ultima vez que estive aqui, eu ainda estava no corpo de Edward. –comentei sorrindo um pouco. Rosalie desandou a gargalhar.

-por sinal... –pausas para risadas. –como foi que vocês conseguiram essa proeza?

-bem, um dia, depois de uma briga, fomos mandados para o Aro, e então ele ficou muito estranho... Estranho de verdade, com os olhos fechados e uma voz de homem. –Rosalie gargalhou outra vez. –e então quando acordamos no outro dia eu já tinha olhos verdes e usava cuecas. –dei de ombros, desgostosa.

-bem, eu já tinha medo de Aro antes, agora vou pensar duas vezes antes de passar perto dele outra vez. –Rose comentou sorrindo.

-mas no fim...

-é, foi mesmo uma boa coisa, já que agora vocês conseguem ficar bem mais do que cinco segundos no mesmo cômodo sem se matarem. –ela piscou um olho para mim e eu senti minha bochecha corar.

-vamos mudar de assunto. –conclui bufando ao ouvir a gargalhada de Rosalie.

Ficamos em silêncio por algum tempo, Edward percebeu nossa presença no campo e, após dar um tapa na cabeça de meu irmão, acenou para mim, recebendo um montinho de Emmett logo em seguida. Fiz careta para a cena. Aquilo, com toda a certeza, doeu.

-Bella! –Rose falou com a voz obviamente tensa.

-o que foi? –perguntei a olhando, sobressaltada.

-me diz que aquilo lá não é a Alice. –ela apontou para o outro lado do campo, onde um pontinho rosa-shoking pulava sacudindo pom-pons prata.

-ah não... –fiz careta. –a velha roupa de líder de torcida não.

Aquela roupa era resultado de uma tentativa frustrada de Alice tentar se tornar líder de torcida. É claro que depois que ela caiu de cara no chão e quebrou o dente da frente, ela deixou aquela opção de lado e voltou para o “lado da luz” como ela mesma diria.

-ela não tinha feito uma promessa de nunca mais usar aquela coisa HORROROSA? –Rosalie falou suspirando pesadamente.

-fez. –assenti. –vamos lá antes que ela quebre outro dente.

Demos a volta mais rápida do século no campo de futebol e pulamos em cima de Alice, que já começava a se alongar (para que eu não sei, já que o máximo que ela conseguia era dobrar o joelho no peito quando estava sentada).

-ALICE! –Rose gritou segurando as coisas prateadas da morte. –piro na batatinha?

-na Hellmanns loira aguada. –Aro falou de dentro de um carro rosa bebê que eu só tinha visto agora.

-o que isso significa? –perguntei meio incrédula.

-bem, o Penélope estava cansado de ficar trancado em casa, daí resolvi trazê-lo para passear. –Aro riu escandaloso.

-quem é Penélope? –perguntei meio incerta.

-DIVA, NÃO ACABA COM O AMOR QUE EU SINTO POR VOCÊ! –Aro berrou colocando uma mão sobre os olhos. –É CLARO QUE O PENÉLOPE É MEU CARRINHO LINDO NÉ! –ele abraçou o carro.

-o que está acontecendo aqui? –a voz de Edward soou atrás de mim e logo senti braços fortes abraçando minha cintura. –oi docinho.

-oi compota. –sorri beijando seu maxilar.

-estamos aqui por que a mini alien...

-é para um bem maior. –Julian falou saindo do carro vestido de Dick Vigarista. Engoli em seco.

Olhei para Aro pela primeira vez bem atentamente, percebendo que ele usava óculos de armação branca com lentes azuis e um chapéu Pink de veludo e um cachecol roxo envolta do pescoço. CÉUS!

-O QUE...?! –comecei a gritar, mas então a figura de Caius saindo da outra porta do carro com orelhinhas de cachorro me fez começar a rir descontroladamente.

-todo Dick Vigarista precisa de um Muttley. –Aro explicou revirando os olhos. Edward começou a rir comigo.

-Rosalie, onde está seu irmão? –Alice perguntou confiante.

-hm... não tenho idéia. –Rose deu de ombros.

-a última vez que o vi ainda estava nos vestiários, por quê? –Edward fez a besteira de dizer.

Alice apertou ainda mais os olhos e sorriu maliciosamente. CHAMEM OS BOMBEIROS.

-está na hora do tratamento de choque! –Alice falou batendo os punhos. Os pom-pons fizeram barulho de papel laminado sacudindo e brilharam ainda mais com uma pequena fresta de sol.

E seja lá o que deus quiser...

 


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Notas finais do capítulo

Gente, espero que tenham gostado do capítulo...
Então amores...
O próximo capítulo já vai ser o penúltimo... É, eu sei... está MESMO acabando! :S

Alice e Jasper finalmente vão se acertar?
Caius vai realizar seu sonho de beijar Julian?
Aro vai achar alguém?
A turma finalmente se tornará um grupo de pessoas normais? (pode apostar que não! HAHAHAHAAHHAA)

tudo isso nos capítulos finais! HDASIUDSAHIUDAHUAIDHASIUADSHUDSAUDIAHUI
beeeijos amores e desculpem a demora mais uma vez! :S


COMENTEM NÉÉÉ, POR FAVOR! :(