[Bella]

-É O CAOS, É O CAOS... –Aro ainda choramingava agarrado em meu pescoço.

-mas o que aconteceu? –perguntei dando tapinhas em seu braço, tentando fazer com que ele se acalmasse. Edward segurava o riso ao meu lado.

-ESSES... ESSES... ESSES MONSTROS! –ele apontou para Alice, Jasper e Caius.

-ah, era só o que me faltava. –Jasper resmungou colocando os pés sobre uma cadeira.

-monstro não Aro, por favor... –Alice falou pegando um espelho no bolso e dando uma olhada em seu rosto.

-MONSTROS, MONSTROS, MONSTROS! –ele berrou batendo o pé no chão.

-MAS QUE PORRA, O QUE FOI QUE ELES FIZERAM? –eu berrei me descontrolando.

-equilíbrio Cleia, equilíbrio. –Caius disse meditando no chão da pousada.

-é BELLA, repete comigo BELLA! –Aro disse revirando os olhos. –que caos!

-tudo bem Arinho, agora me conta. –fiz com que ele sentasse em uma cadeira e ele respirou fundo e limpou o nariz na manga da camisa rosa choque.

-eu estava lindo, pronto e maravilhosamente animado para vir para cá e já estava tudo pronto. E então... E então ESSE FILHOTE DE SERPENTE QUE INSISTE EM SE AUTODENOMINAR MEU IRMÃO me trancou dentro da dispensa do meu escritório... E... E... ELE ROUBOU MINHAS ROUPAS! –e Aro abriu o berreiro de novo, colocando a cabeça em meu colo.

-ahn... E o que Alice e Jasper têm a ver com isso? –perguntei enrolando um pouco de seus cabelos mal cortados em meus dedos.

-eles encobriram o salafrário. –ele soluçou.

-e como foi que você chegou aqui? –Edward quis saber passando os braços por meus ombros.

-tive que pegar um ônibus, UM ÔNIBUS, DIVA! OH, É O CAOS! –ele colocou as costas da mão na testa e fingiu desmaiar.

-todo esse escândalo por que você teve que vir de ônibus? –perguntei indignada. Qual é? Que bicha mais fresca gente.

-é. –ele admitiu fazendo bico.

-será que agora ele vira homem? –ouvi Emmett sussurrar para Jasper.

-EU OUVI ISSO HOMEM MORTO! E EU TE DIGO QUE NÃO! EU SOU GAY COM G MAIÚSCULO, ESTÁ ENTENDENDO? –Aro disse se levantando de repente e encarando Emmett olho a olho.

-ok, ok. Nós entendemos Aro, agora senta aqui ok? –puxei sua mão e o fiz se sentar novamente.

-É UMA LASTIMA, É UMA LASTIMA. NÃO TEM COMO EU ME CONCENTRAR COM TODOS VOCÊS BERRANDO DESSE JEITO. DEEM O FORA DAQUI AGORA! –Caius berrou furioso se colocando em pé em um pulo.

Emmett, Edward, Jasper e Aro trocaram um olhar cúmplice e quando percebi os quatro estavam em cima do pobre homem amassado.

(...)

-VOCÊS NÃO PODEM FAZER ISSO COMIGO. EU SOU UMA ESTRELA, EU SOU UMA LANTEJOULA, ABRAM LOGO ESSA PORTA! –Caius continuava berrando do lado de fora do nosso “apartamento”.

-aiai, a noite está tão agradável. –Aro suspirou sorridente, colocando vasos de flores para todos os cantos.

-Vera canhão, vamos jogar vídeo-game? –Emmett dirigiu seu olhar para Jasper, o que fez com que todos nós nos olhássemos.

-do que você me chamou? –ele parecia em estado de choque. Vermelho feito uma coisa e com os olhos arregalados.

-Vera canhão. –ele sorriu sem medo da morte. A troca de olhares foi indispensável naquele momento, até que todos nós explodimos em gargalhadas.

-e o Edward é o virgulino. –ele sorriu se sentindo esperto. Quando ouviu seu apelido Edward ficou mudo.

-não gostei nem um pouco. –ele sacudiu a cabeça enquanto o resto de nós tentava recuperar o fôlego.

-DO QUE VOCÊS ESTÃO RINDO?-Caius gritou lá de fora.

-NÃO É DA SUA CONTA, SUA SERIEMA ABESTALHADA!  -Aro berrou de volta e depois suspirou.

Alice, que tentava consertar sua pulseira que tinha arrebentado por causa de arinho solto, suspirou frustrada e jogou tudo para o ar, bufando. Jasper ao seu lado riu um pouco e a puxou para um abraço. Tinha me esquecido de me perguntar o que tinha acontecido e o porquê daquelas mensagens naquela tarde, mas achei que não era uma hora apropriada.

-então canhão? –Emmett perguntou novamente, tirando os controles de uma mochila.

-ah Emmett, não to afim. –Jasper se espreguiçou e foi para o sofá, sendo acompanhado por Alice.

-vou para meu quarto descansar meus lindos olinhos. –Aro avisou remexendo em sua bolsa para achar a chave.

-boa noite. –eu disse e ele sorriu iluminado para mim.

-minha diva fofa, fofa, fofa. –ele me apertou até que eu ficasse sem ar. –boa noite. –e deu um beijo em minha cabeça.

Quando Aro saiu, eu dei uma boa olhada em volta. Não admitiria em voz alta, mas Alice tinha feito uma boa coisa ao escolher aquela pousada. O lugar era como um mini apartamento onde cabiam no máximo quatro pessoas. Em nosso caso, ficou um para as meninas e outro para os meninos (fora o de Aro e Caius, mas diante das coisas eu poderia apostar que Caius dormiria na pracinha).

-quem chegar por últimos nas escadas, leva o outro de cavalinho. –Edward sussurrou em meu ouvido e saiu correndo porta a fora.

Eu, como não sou idiota de sequer pensar em carregar Edward, corri atrás dele dando risada e segurando sua camiseta. Ele abriu os braços para impedir que eu passasse, mas esqueceu que eu era pequenininha e passei por baixo.

-ei, não vale, você roubou. –Ele falou com a mão no peito e sorrindo.

-roubei nada. Mas não precisa pagar a aposta, ok? –empinei o nariz rindo, mas foi um erro, porque Edward automaticamente me pegou no colo e me lançou em suas contas, fazendo com que eu montasse nele... Literalmente. –EI! –ele riu.

-vamos lá... Aproveite a “viagem”. –ele brincou rindo.

-vamos lá pangaré. –agarrei seu pescoço e fingiu estar sendo enforcado.

-DIGAM X! –alguém berrou e quando olhamos para trás, todos estavam lá olhando e rindo de nós, até mesmo Caius, mas esse apenas bufava, bravo com Aro.

-O QUE ESTÁ FAZENDO ALICE? –Edward berrou, mas em seguida o flash nos cegou.

-Essa vai para a “net”. –Emmett gargalhou pegando a câmera das mãos de Alice.

-EI! –a baixinha gritou tentando pegá-la novamente.

Eu bufei ainda nas costas de Edward e ele começou a descer as escadas comigo. Quando estávamos na porta, ainda podíamos ouvir Alice e Emmett brigando, mas não dei muita importância, se estavam brigando poderia significar duas coisas: Sinal de saúde ou que tudo estava bem.

-meu deus, como eles gritam. –Edward disse rindo.

-ainda não se acostumou? –ele riu e me colocou no chão, pegando minha mão.

-acho que sim. –ele beijou minha mão e começou a me levar para o lado da avenida.

-onde está me levando? –perguntei curiosa.

-não ouviu o Aro? A noite está agradável, então resolvi te levar para conhecer um lugar. –ele piscou e passou os braços pela minha cintura.

-Hey, desde quando é tão atencioso? –perguntei fazendo bico.

-desde, hm... Eu não sei... Antes de ontem? –ele piscou e se abaixou para me beijar. –to brincando.

-eu sei. –ri e o abracei forte.

Ele continuou me puxando para a Avenida e só quando chegamos lá que percebi o que ele pretendia. Arregalei os olhos para ele, que apenas deu de ombros, dando de mão para um ônibus que parou.

-aonde você vai me levar? –sussurrei procurando um banco. Se Aro me visse agora, se suicidava.

-você vai ver. –ele sussurrou em meu ouvido e depois beijou minha bochecha, se sentando ao meu lado.

Não ficamos muito tempo ali, pouco mais de cinco minutos talvez. Paramos aos pés do que me parecia ser uma pequena serra. Ergui uma sobrancelha, mas Edward apenas riu e me puxou para uma lojinha. Ele conversava com a mulher do caixa enquanto eu olhava fotos de pessoas ali perto. Eu só esperava que ele não quisesse me levar para nada muito “radical”... Meu estomago é sensível.

-vamos? –Edward perguntou parando ao meu lado.

-hm... Não sei onde, mas vamos. –ri um pouco e ele novamente me puxou, dessa vez para uma cabine pequenininha que fez com que eu começasse a tremer.

Não falei nada no momento, mas quando eu coloquei o pé para dentro e negocio balançou eu logo pensei em sair correndo, só não o fiz por que Edward estava rindo de mim logo atrás.

-vamos Bella, é seguro. –ele disse e entrou abrindo os braços. –viu?

Respirei fundo e entrei de uma vez, antes que eu pudesse pensar a mulher fechou a porta em minhas costas e eu me senti claustrofóbica. Tentei correr para a portinha, mas no primeiro passo e a cabine mexeu novamente, fazendo um barulho estrondoso de coisa velha que não quer mais funcionar.

-ME TIRA DAQUI! ME TIRA JÁ DAQUI! –eu berrei batendo no metal. Edward abafou a risada tossindo.

-fobia de poeira, escreve diários, medo de altura, mas alguma coisa que eu não sei? –ele perguntou me puxando para uns banquinhos almofadados.

-se eu sair viva daqui, depois eu te falo. –minha voz falhou e só então percebi que já estávamos em movimento. Edward riu e me abraçou.

-respira Bella, um dois, um dois. –ele disse divertido e eu olhei lá para fora.

-aquilo é o mar? –apontei maravilhada.

-sim. –ele sorriu.

Apesar de já ser noite, era noite de lua cheia, o que fazia com que o mar ficasse todo prateado, refletindo o branco e preto.

-é... Lindo. –suspirei, já me esquecendo da altura e dos barulhos horríveis.

  -sabia que ia gostar. –ele sorriu e virou completamente para a janela também.

Continuei olhando para a paisagem, imersa naqueles pequenos minutos que demoraria nosso passeio. Edward permaneceu em silêncio e tudo que eu podia ouvir eram nossas respirações (a não ser os estalos do carrinho). Virei para ele e sorri, percebi que ele olhava meu rosto e não o mar.

-o que foi? –perguntei curiosa, ele sorriu.

-queria saber o que está pensando. –corei no mesmo instante.

-nada muito interessante. –dei de ombros e ele riu.

-ainda assim...

-estava pensando... O que no você ia me dizer hoje na praia, antes de Rosalie interromper. –ele mordeu o lábio inferior, e desviou o olhar.

Suspirei frustrada. Tudo bem, eu não iria saber tão cedo, pensei. Mas ele sorriu e se aproximou de mim, me abraçando com carinho e colocando a boca bem perto de meu ouvido.

-mais tarde eu te conto. –ele piscou e eu senti um arrepio correr por toda a minha coluna. –tenho uma coisa para você. -ele disse remexendo no bolso e tirou de lá um pacotinho. –espero que goste.

Desamarrei a fitinha e de lá caiu duas pulseiras. As peguei e analisei bem. Elas tinham duas trancinhas de couro, que eram entrelaçadas por apenas um pingente, de coração e que tinha gravado B&E em cada uma delas. Olhei para ele, que apenas deu de ombro pegando uma.

-não sabia o que fazer. Achei que esse negócio de aliança já estava um pouco batido, então tentei inovar... Espero que tenha gostado. –ele prendeu uma das pulseiras em meu braço. O pingente era pequeno e discreto, o que seria bom, já que Edward era um menino (só para constar). Ele me passou a outra e estendeu o braço para que eu prendesse a sua nele. Sorri, olhando nossos braços juntos.

-são lindas. –ele deu de ombros.

-não tinha certeza do que escolher, mas a moça da loja disse que era bonita e discreta. –ele sorriu olhando em meus olhos. Era impossível não sorrir e se sentir... Bem ali com ele.

-você acertou... São lindas. Obrigada. –o abracei em um pulo e ele riu, me segurando com força.

Edward colocou uma mão no meio de meus cabelos enquanto a outra segurava firmemente minha cintura, como se eu pudesse fugir (desconsidere a queda de sabe se lá quantos metros de altura), e aproximou lentamente seus lábios do meu, deixando com que outro suspiro escapasse.

Envolvi seu pescoço com meus braços com força, enquanto ele ia aumentando a intensidade do beijo. A mão que estava em minha cintura deslizou lentamente até a curva de meu quadril e quando percebi, minhas costas já estavam tocando o almofadado. Muito relutante abri apenas um olho para dar uma olhada em volta, e para a minha surpresa tinha luzes bem em cima de nós.

-Edward? –chamei enquanto ele mordia o lóbulo da minha orelha.

-hm? –ele murmurou dando beijos estalados em meu pescoço.

-eu acho que chegamos.

-O QUE? –levantamos em um pulo, vendo um senhor de cabelos brancos olhando para nós com uma sobrancelha levantada. Edward riu nervoso e me olhou. –caiu uma é...

-MEUS CÍLIOS POSTIÇOS! –gritei ao perceber um cílio caído no rosto de Edward.

-ahn... Sei. –ele disse ainda desconfiado.

(...)

-cílios postiços Bella? –Edward ainda reclamava me carregando nas costas.

-ué, foi a melhor idéia que eu tive. –falei chateada por termos sido expulsos.

-mas... Cílios postiços? –ele disse novamente, com a voz indignada.

-eu poderia ter dito unha, mas achei que você não iria querer arrancar uma para eu mostrar. –dei de ombros e ele riu.

-teria sido mais convincente. –ele disse sacudindo a cabeça.

-olha só, eu não poderia dizer que estava me agarrando com meu namorado bonitão, poderia? –ele gargalhou e me colocou no chão.

Ele prendeu minhas duas mãos com apenas uma sua, depois passou meus braços por seu pescoço e segurou minha cintura, aproximando nossos corpos o máximo possível, me deu um selinho e depois colocou a boca perto de minha orelha.

-você acha mesmo isso? –ele perguntou e eu tive que segurar a risada. Ele podia tentar esconder, mas eu sabia que ele era vaidoso. A ponto de usar shampoo para cabelos secos e lavar o rosto toda a noite com um sabote especial (Alice me relatou isso mais cedo).

-estou repensando. –fiz bico e fingi pensar. –bobinho. –ele riu e me beijou novamente, esquecendo que estávamos no meio da rua e que provavelmente logo começariam a buzinar para que saíssemos do meio.

[Alice]

-você é a Vanda Albana. –Emmett apontou para mim e gargalhou, enquanto Jasper tentava se controlar para não quebrar o controle do vídeo-game em sua cabeça.

 -mozinho... VAI COMPRAR UM *TAMAGOTCHI! –Rose berrou descontrolada.

*Tamagotchi é um daqueles bichinhos virtuais que costumam cantar durante a noite toda e que adoram dar trabalho... Do tipo: “Cuide de sua lagarta até que ela vire uma borboleta”, mas o problema é que a bicha morre de velha antes de virar casulo! ¬¬ (apenas um desabafo da autora que teve o sonho de ter uma borboleta de estimação, quebrado)

-ah não mô! Se você quiser um cachorrinho eu compro para você, mas aquele bichinho canta uma música chatinha. –ele fez bico e subiu em cima de Jasper para que meu namorado não o passasse no joguinho de corrida.

-SAI DE CIMA DE MIM! –Jasper berrou sem soltar o controle e muito menos os botões.

-sai da minha frente. –Emmett respondeu, voltando para seu lugar.

-Bella e Edward estão demorando. –falei olhando para Rose.

-verdade, será que é melhor nós irmos atrás deles? –ele perguntou olhando para Emmett, que agora fazia a curva junto com seu automóvel na televisão.

-de jeito nenhum... Vamos deixá-los sozinhos por um tempo. –Jasper disse lançando uma bomba no carrinho de Emmett e então o grandalhão soltou um grito indignado, e na TV estava escrito: “JASPER VENCE EMMETT... MAIS UMA VEZ!”

-você roubou! –Emmett disse com as mãos na cintura.

-não roubei. –meu loirinho disse sorridente.

-roubou...

-não!

-sim.

-NÃO!

-SIIIIM!

-SE OS DOIS NÃO CALAREM A BOCA EU JURO QUE JOGO ESSA PORCARIA PELA JANELA! –Rose berrou e o silêncio prevaleceu por alguns segundos.

-mas ele roubou. –Rose suspirou frustrada.

-o que faremos? Vamos atrás de Bella e Edward ou deixamos para lá? –Rose repetiu, dessa vez tendo toda a atenção de Emmett voltada para ela.

-ah... Deixe o Virgulino se divertir. –ele deu de mão com desdém. Rosalie o olhava com os olhos arregalados.

-é sua irmã...

-é meu amigo. Dã! –Eu e Rose trocamos um olhar longo e cheio de significados. POBRE BELLA!

-mas Emmett... –Rose tentou argumentar, mas a futura anta morta caiu para trás gargalhando.

-VOCÊS ACHAM MESMO QUE A BELLA E O EDWARD... –mais gargalhadas. –VOCÊS... VOCÊS... PIRARAM! –e voltou a rir. Suspirei.

-Emmett, meu bem, eles estão namorando. –ele piscou os imensos olhos.

-e daí? –estava começando a rever minha regra: Nunca mais jogue sapatos de salto em Emmett, ele reclama e nunca mais os devolve.

-e que, eles estão apaixonado e nada mais natural do que... –ele bufou.

-Edward nunca faria isso. –ele cruzou os braços sobre o peito e dessa vez foi a minha vez e de Rose de gargalhar.

-Emmett... Procure o Aro, ou um veterinário, por favor... –disse entre gargalhadas.

-HAHA, pode rir! –Jasper o olhava com dó.

-por que não mudamos de assunto, aposto que a vida de Edward e Bella só interessa a eles. –meu loirinho falou pegando dados e um copinho. –QUEM TOPA JOGAR GENERAL?

[Bella]

-já não fizemos isso hoje à tarde? –Perguntei suspirando, mas completamente confortável envolta pelos braços de Edward.

-quer ir para a pousada? –ele perguntou se virando um pouco para me olhar.

Pensei por um segundo no que poderia estar acontecendo lá naquele momento: Aro e Caius lutando no meio da “sala” e usando facas de cozinha como espadas. Emmett comendo alguma coisa com muito molho e babando tudo. Alice fazendo as unhas de Rosalie e vice e versa e Jasper... Bem, sei lá.

-não... Não quero ir.  –ele riu e olhou para o mar.

-tive uma idéia. –ele disse e se levantou em um pulo, já tirando a camisa.

-o que vai fazer? –perguntei curiosa e pegando um pouco de areia na mão.

-eu não... Nós. –ele pegou uma de minhas mãos e me ajudou a levantar. –banho de mar à noite é bom. –ele disse sorrindo e começando a me puxar.

-está falando sério? Porque está um pouco frio e... –ele revirou os olhos.

-Bella, pare de pensar, por favor. –fiz careta, mas acabei seguindo o conselho. Por que não? O que há de tão ruim em ter pneumonia, e ser internada alguns diazinhos?

Assim que meu pé tocou na água, um arrepio correu por todo meu corpo. PUTA MERDA, TÁ FRIA MESMO! Pensei, mas achei melhor não demonstrar, sabe como é... Quanto mais nós íamos para dentro da água, mais desconfortável eu ficava. Meus dedos deveriam estar pretos nesse momento, e os pelos do meu braço estavam arrepiados.

-talvez não seja uma boa idéia. –disse travando o queixo.

-é... –ele pensou um pouco e então me olhou de canto de olhos.

-OH-OU! –então ele pulou em cima de mim e nós dois caímos. –PUTA MERDA EDWARD, HIPOTERMIA NÃO É UMA BOA MANEIRA DE SE MATAR UMA PESSOA! –gritei quando voltamos à superfície. O desgraçado gargalhou.

-é só para o corpo se acostumar de uma vez. –ele disse ainda rindo e jogando um pouco de água em mim.

-filho de uma... Boa mãe! –sacudi os cabelos dele com as duas mãos e acabei rindo, alheia a sensação dos meus dedos caindo.

-viu, não está mais tão ruim. –ele disse me segurando para que uma onda não me carregasse.

-é... Diga isso para os meus dedinhos. –ergui um pé e fiz bico.

-eles vão sobreviver... Já nós... –Ele me segurou novamente enquanto outra onda nos cobria.

-vamos dar o fora daqui. –falei começando a me levantar.

-tem razão...

[Alice]

-OPA, OPA, OPA... DEU GENERAL DE NOVO! HAHAHAHAHAHA. –Emmett berrou marcando seus doze pontos em nossa tabelinha torta.

-ei, você está roubando. –Rose disse dando um tapa na mesa.

-esses dados só podem ser viciados. –Jasper os jogou e viu que caiu em um dois e em três.

-não são viciados... Eles apenas gostam de mim. –Emmett sorriu.

-qual é?! Você tirou doze nas dez rodadas, quer mesmo que agente acredite nisso? –perguntei indignada, e então me ocorreu um pensamento. –devolva os dados.

-que dados? –ele parecia assustado.

-esse aí, que eu to vendo caindo do seu colo. –apontei para um par de dados escondidos entre suas pernas.

-ah, qual é?! –ele revirou os olhos. –acham mesmo que eu estou roubando?

-SIM! –respondemos juntos.

-quanta injustiça. –ele bufou e jogou os quatro dados sobre a mesa.

-não sabe nem roubar. –revirei os olhos. Quanta incompetência, nem para fazer como eu, ganhar jogada sim e jogada não. É o caos.

-to morrendo de fome e Edward e Bella não chegam. –Jasper reclamou colocando os dados verdadeiros no copinho.

-é onze e meia, devem estar chegando. –escutamos a porta se abrindo e Bella e Edward pingando já estavam ali. Será que apenas a menção de seus nomes faz com que eles se tele-transportem? ISSO É MUITO LEGAL!

-onde estavam? –Emmett quis saber olhando para eles.

-longa história. –Bella disse tremendo.

-longa, longa... –Edward concordou com seu sorriso torto.

A partir daí o que aconteceu foi uma troca de olhares conjunto. Apenas Emmett parecia não estar entendendo uma palavra e um olhar. Ele continuava tranqüilo e dizendo coisas como “Bella estar parecendo um pintinho molhado”.

-eu vou tomar banho. –ela avisou e foi indo para o banheiro.

-VOU JUNTO! –eu e Rose dizemos ao mesmo tempo, nos levantando da mesa em um salto e fomos atrás dela.

[Edward]

As meninas foram atrás de Bella e eu fiquei com Jasper e Emmett, mesmo morrendo de frio e todo molhado, sabia que não ia conseguir correr para o banheiro, pelo menos não agora.

-o que aconteceu? –Jasper quis saber e eu ergui uma sobrancelha.

-do que estão falando? –Jasper pegou a carteira e tirou vintão de lá.

-é melhor que eu ganhe esse negócio. –Emmett disse e tirou o dinheiro da carteira também.

-e aí... –Jasper incentivou e eu fui me aproximando deles devagar.

-e aí que... –uma mão sobre o dinheiro e os dois idiotas nem perceberam. –O DINHEIRO É MEU!

Avisei rindo e contando as notas em minha mão.

-ei, não é justo, eu apostei em você. –Jasper reclamou.

-vocês resolveram apostar sobre a minha vida, então nada mais justo do que eu ficar com o dinheiro. –pisquei o olho.

-mas...

-mas o que Emmett? Vai comprar um tamagotchi! –ele fez careta.

-por que estou ouvindo tanto isso hoje? –ele fez um bico enorme e eu e Jasper começamos a rir.

[Bella]

-conta tudo. –Rose disse fechando a porta em suas costas.

-contar o que?

-oras você sabe... –Alice revirou os olhos impaciente e se sentou sobre a pia. –ele foi carinhoso, ele te machucou, como foi? Quer que eu arrebente a cara dele?

-o que vocês fumaram? –perguntei erguendo a sobrancelha.

-esquece a Alice, Bella. Onde vocês estavam? –Rose quis saber com um sorriso meigo, mas sabia que estava curiosa também.

-não é nada do que vocês duas abobadas estão pensando. Nós fomos ao bondinho e depois na praia, está certo? –elas se entre olharam.

-no bondinho? –assenti. –então o que é isso em seu braço? –corei no mesmo instante.

-ah... Bem, Edward está usando um também. –dei de ombros.

-cara... Isso é muito gay. –Rose disse olhando o pingente.

-HEY! –puxei o braço.

-desculpa, mas imagina um menino usando isso no braço. –ela riu.

-mas... Foi ele que te deu? –Alice questionou e eu assenti. –então... Significa que é mesmo oficial. Vocês estão juntos. –sua boca caiu e Rose deu um tapa em sua cabeça.

-PEGA NO TRANCO MULHER! É claro que sim. –ri um pouco e olhei novamente a pulseira.

-é... Acho que sim. –sorri e então ouvi o som do meu estresse...

“DIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIVA!”