Nem pela Minha Própria Vida escrita por caroline_03


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

segundo Capítulo! ;)



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[Edward]


O despertador tocou e eu fechei os olhos com força. Me mexi um pouco e senti alguma coisa macia ao meu lado. Apertei e constatei que era uma almofada. Peguei e a joguei longe, não tinha idéia de como aquilo poderia ter parado no meu quarto. A almofada fez o barulho de um sino tocando. Abri os olhos e só então olhei realmente para o negocio jogado no chão. Aquilo com toda a certeza não era uma almofada, era um ursinho de pelúcia. Arregalei os olhos e só então notei que tinha alguma coisa diferente em meu quarto.


As paredes cor de rosa chamavam atenção. O porta-retrato na mesinha com uma foto de Alice, Rosalie e Bella fez com que meus olhos se arregalassem. O que eu estava fazendo no quarto de Alice? Sacudi a cabeça e levantei, só então olhando para o relógio. Cinco horas da manha? Quem acorda cinco horas da manha?


-oh inferno... –meus olhos se arregalaram e minhas mãos foram para minha boca. O QUE TINHA ACONTECIDO COM MINHA VOZ?


Corri para o banheiro atrás de água para afastar a rouquidão e estaquei olhando para o espelho. Tudo bem, eu fiquei aliviado. É só um pesadelo. Lavei o rosto na pia tranquilamente e olhei novamente para o espelho, certo de que a imagem teria desaparecido.


-AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH – eu berrei, vendo a imagem que ainda não tinha se desfeito.


Sai correndo pela porta e cheguei aos corredores, eu conhecia a casa muito bem e sabia a quem deveria procurar. Corri para o quarto ao lado e comecei a esmurrar a porta com toda a minha força, o que não era muito. Emmett abriu a porta com fogo nos olhos, mas congelou quando viu minha expressão.


-o que está acontecendo Bella? –meu coração se acelerou no momento em que ouvi o nome.


-NÃÃÃO! –ele arregalou os olhos novamente.


-qual o problema menina? –ele colocou as mãos em meus, quer dizer, nos dela... AI!


-Emmett o que você está vendo aqui? –eu estiquei o rosto com as duas mãos, como se pudesse existir algum resquício do velho Edward ali.


-ahn... Sua cara estranha? –ele riu e eu suspirei.


-oh cristo. –eu sacudi a cabeça, completamente desesperado.


-qual é o problema Bella? –ele perguntou novamente com a testa franzida.


-nada, volte a dormir. –eu voltei para o quarto cor-de-rosa lentamente, sem saber o que fazer exatamente.


Olhei meu reflexo no espelho e continuei com cara de quem tinha comido um limão inteiro. Olhei para o minúsculo corpo o qual estava vestindo e pensei que poderia chorar. NÃO! Eu ainda sou homem! Ou quase...


[Bella]


Eu ainda berrava olhando meu horrendo rosto refletido no espelho. Era um pesadelo! Não pior... Eu tinha morrido e estava no inferno sendo torturada. AH MEU DEUS, COMO PAPAI E MAMÃE VÃO SOBREVIVER SEM MIM? QUEM VAI ACORDAR EMMETT A BASE DE CHUTES E SOCOS?


Passei a mão no queixo sentindo a barba que começava a nascer. Os cabelos cor de bronze completamente bagunçados e meu peito, quer dizer, o peito de Edward nu. Ouvi a porta se abrindo rapidamente e pulei, olhando para a pessoa que me encarava.


-qual o problema Edward? –perguntou Alice.


-EU ESTOU HORRIVEL! –eu berrei com voz grossa e histérica.


Eu comecei a passar as mãos no rosto o esticando completamente. Depois passei as mãos pela barriga e peguei a pele do braço e a puxei. Alice ergueu uma sobrancelha e continuou me olhando.


-e se não bastasse tudo isso, olhe aqui. –ergui os braços e ela fez careta.


-argh! –eu suspirei tristonha e já começando a chorar.


-eu só quero voltar ao normal. –eu falei com a voz rouca por causa dos soluços que tentavam sair.


-Edward querido, você está da mesma maneira que foi dormir ontem. –ela falou calmamente e tentando me reconfortar. Ah se ela soubesse.


-você não passou delineador no olho esquerdo. –eu falei sem olhar para ela diretamente.


-como é? –eu sorri, olhando para minhas mãos em meu colo.


-você esqueceu o olho esquerdo. –ela arregalou os olhos e foi até o espelho.


-ah, obrigada. –eu sorri para ela e ela saiu pela porta, me deixando sozinha e desesperada.


Tudo bem, se eu fosse um menino o que eu vestiria para ir para o colégio? Bem tanto faz, era a imagem de Edward que estava comprometida mesmo. Peguei uma camiseta azul e coloquei uma calça jeans sem realmente olhar para mim. Estava com vontade de ir ao banheiro, mas estava completamente fora de cogitação.


Ainda com a cara amarrada desci as escadas e fui direto para a garagem, mesmo Esme chamando EDWARD para tomar café. Estava completamente sem fome, mas também quem poderia estar? Eu estava no corpo de um troglodita!


Encarei o volvo prata e tive a nítida impressão de que teria sérios problemas com aquilo. Eu não podia ser vista naquele carro... Então me lembrei, ninguém veria realmente Bella dentro do carro. Entrei e comecei a sair do portão, quando vejo minha melhor amiga desesperada com uma bolacha na mão e correndo atrás do carro.


-Ei, você estava me deixando? –ela falou se sentando. Eu arregalei os olhos e fitei o portão.


-é... Claro que não. –eu falei com um sorriso desesperado.


-Edward você está tão estranho... –Ela falou com uma sobrancelha levantada.


-ah, você acha é? –eu tentei não transparecer meu desespero.


-é, acho. –ela falou simplesmente assentindo.


O resto do caminho foi silencioso, eu não disse nem uma palavra, e também nem conseguia. Sentia como se as lágrimas pudessem simplesmente pular dos meus olhos e por incrível que pareça estava com medo do que poderia parecer. Chegamos ao colégio e tentei passar despercebida.


Eu andava pelos corredores cobrindo o rosto, como se algum pudesse me reconhecer. Estava chegando a minha primeira aula e então parei na porta, encarando outra imagem que andava parecendo assustada e ao mesmo tempo temendo. Olhei suas roupas e quase chorei novamente. Um tênis surrado, uma calça jeans velha, camiseta branca e o cabelo bagunçado... Esse era o estado em que meu corpo se encontrava.


A criatura me encarou e também me olhou de cima a baixo. Sua boca caiu e ele se encolheu assustado e completamente sem palavras. Eu dei um passo em sua direção e ele fez o mesmo, erguendo a mão como se fosse para me tocar. E foi ai que eu me descontrolei.


-DEVOLVE MEU CORPO SUA FORMA GENÉRICA DE MIM! –eu berrei pulando em cima do meu corpo e fazendo com que nós dois caíssemos. Me encolhi, pensando que aquilo deixaria um hematoma.


-AAAAAI SUA LOUCA! –ele berrou de volta e eu arregalei os olhos.


-Edward? –eu suspirei, diminuindo a força que usava para segurar seus braços.


-Não! A sua avó, agora SAI DE CIMA DE MIM! –eu obedeci prontamente e me olhei de cima a baixo, tentando achar algum machucado.


-eu me machuquei? –ele revirou os olhos e bufou.


-eu só quero saber o que eu estou fazendo nesse corpo! –fiz careta para ele.


-para a sua informação o meu corpinho é muito melhor do que essa coisa que você tem coragem de exibir por ai! –ele revirou os olhos outra vez.


-tudo bem Bella, tudo bem. Agora me diga, COMO FAZ PARA ME TIRAR DAQUI! –ele pegou na camiseta e soltou.


-se eu soubesse não estava aqui. –apontei para o corpo de Edward.


-tudo bem, vamos pensar no que aconteceu ontem que poderia ter nos feito isso. –ele pegou meu braço e começou a me puxar até um banco e me fez sentar.


Ficamos em silêncio por algum tempo. As pessoas passavam por nós e olhavam como se fomos dois anormais. Apenas depois entendi... Em uma situação normal e eu e Edward nunca estaríamos perto um do outro tão calmamente.


-tudo bem, o que aconteceu de anormal no seu dia ontem? –ele perguntou cruzando meus minúsculos braços sobre o MEU peito.


-nada, depois da escola fomos ao shopping e só. –eu dei de ombros.


-hm...


-acha que eu vou ficar assim pra sempre? –ele ergueu minha sobrancelha.


-espero que não, não estou mais feliz do que você sabia? –ele me olhou de cima a baixo. –por quê?


-você precisa ir ao banheiro. –ele ergueu a sobrancelha outra vez.


-não preciso não!-eu suspirei sem paciência.


-sim Edward, você precisa. –ele parou e me olhou outra vez, parando o olhar em suas pernas imensas que mexiam freneticamente. E então, me fazendo dar um pulo de susto, a mula começou a gargalhar.


-qual é a graça? –eu falei entre dentes.


-na... –mais gargalhadas. –não to... –mais altas ainda. –rindo.


-Edward Cullen eu juro que pego o batom de Alice emprestado. –ele arregalou os olhos.


-você ao teria coragem. –ergui uma sobrancelha.


-quer apostar? –ele sacudiu a cabeça freneticamente. –ótimo.


-Bella, é isso! –ele falou dando um pulo.


-você está assassinando minha imagem social? Sim é verdade! –eu falei sorrindo cínica e ele revirou os olhos.


-não panaca, o que aconteceu de diferente ontem foi isso... Você se lembra o que aconteceu na sala do diretor?-assenti desconfortável. –e depois...


-e depois... –ele balançou as mãos me incentivando. –nós brigamos outra vez? Isso não é novidade. –ele suspirou e colocou a mão na testa.


-NÃO! Nós fomos para o psicólogo, lembra? –minha boca caiu.


-A MACUMBA! –ele assentiu e nós nos levantamos.


-se ele fez isso... –ele começou.


-pode desfazer. –Edward assentiu.


-vamos lá. –ele novamente pegou meu braço e começou a me puxar.


Andamos apressados pelos corredores que começavam a esvaziar por causa do sinal que já tinha batido. Perderíamos mais um dia de aula, e quer saber? Se eu tivesse meu corpinho lindo e saudável no final, valeria à pena. Edward abriu a porta sem bater, e Aro falava no telefone com alguém.


-mas é claro que eu vou minha pequena lantejoula. –ele nós viu e engrossou a voz. –depois nos falamos, sim? –ele desligou o telefone e nos olhou.


-ARO, ARINHO DO MEU CORAÇÃO PRECISAMOS DE AJUDA. –ele me olhou com os olhos arregalados.


-ah, qual é? É por causa dele que você está com meu corpo. –Edward falou revirando os olhos e cruzando os braços.


-é verdade! –encarei Aro furiosa. –desfaça a macumba!


-que macumba? –ele falou ainda me olhando com os olhos arregalados.


-aquela que você fez para nós ontem. Qual é? Não noto a diferença? –ele olhou de mim para Edward.


-diva? –ele falou me olhando e eu apenas assenti. –super gato?


-exatamente. –Edward falou com meu melhor sorriso nos lábios.


-super gato? Fica você no corpo dele então! VOCÊ TEM NOÇÃO QUE EU TO COM VONTADE DE IR AO BANHEIRO DESDE A HORA QUE ACORDEI E ME ENCONTREI... ASSIM? E EU NEM SEI COMO VOU FAZER PARA TOMAR BANHO JÁ QUE ME RECUSO A ENCOSTAR NISSO, ENTÃO ESTOU AQUI PENSANDO EM TODOS OS LAVA-CARS DA CIDADE, MAS TO COM MEDO POR QUE SOU EU QUE VOU SENTIR A DOR E NÃO ELE E ENTÃO...


-meu deus que histérica. –Edward falou me olhando.


-HISTÉRICA? HISTÉRICA? NEM PENSE QUE VOCÊ VAI TOMAR BANHO HOJE SEU... SEU... EU! –ele revirou os olhos novamente.


-tudo bem, vamos nos concentrar no problema que os trouxe aqui. –nós assentimos quando Aro falou.


 -você tem cinco minutos para me fazer voltar ao meu corpo. –o estressado falou.


-não é tão fácil assim! –Aro falou empinando o nariz.


-AH É SIM! Ou eu te encho de bolachas. –eu parei para pensar em como ele poderia bater em Aro, que era relativamente grande, com meu corpinho... Prefiro não entrar em detalhes.


-oras seu...


-é verdade Aro, quero meu corpo! –eu falei me levantando.


-esperam, vocês vieram aqui para resolver o problema que tinham entre si, estou certo? –nós assentimos. –então, vocês terão seus corpos fofos de volta quando se acertarem.


-quer dizer que temos que concordar com alguma coisa? –Edward perguntou.


-é. –Aro sorriu radiante por alguém ter entendido.


-Bella você quer bater nele até a morte? –eu assenti. –ótimos, concordamos. O que fazemos agora? –Aro suspirou e revirou os olhos.


-tolinhos, não é assim que as coisas funcionam. –Edward me olhou.


-é, talvez devamos consumar o ato! –ele falou com um tom ameaçador.


-DIVA, ELE QUER ME BATER! –Aro falou se escondendo atrás de mim.


-ninguém mandou nos meter nessa confusão, agora agüenta. –Aro choramingou.


-É O CAOS, É O CAOS! UM SIMPLES PSICOLOGO NEM PODE MAIS FAZER SEU TRABALHO DIREITO!


-tudo bem, tudo bem, sem agressões físicas... –Eu falei olhando para Edward, que estalava meus dedinhos e ainda fitava Aro furioso.


-curioso, muito curioso. –Aro voltou a falar nos olhando de cima a baixo.


-tudo bem, o que isso quer dizer? –Edward falou me olhando, dei de ombros, também tentando entender.


-não entendem? Isso nunca aconteceu antes! –os olhos de Aro brilhavam e ele pego meu braço e me puxou para baixo.


-AI, Edward por que você tem que ser tão alto? –eu falei curvada e com Aro olhando fundo em meus olhos.


-alto? Você que é baixa de mais, quase do tamanho de Alice. –ele falou sacudindo a cabeça.


-eu vou tentar reverter, mas acho que isso está alem dos meus poderes sobrenaturais. –ergui uma sobrancelha para Aro.


-poderes sobrenaturais? –Edward disse, pensando o mesmo que eu.


-tanto faz gato, o que importa é que vocês estão assim! Olha que fofos! Sabe, prefiro quando Bella é ela mesma! –ele completou olhando bem para o meu corpo.


-eu sei. –Edward arregalou os olhos.


-o que querem dizer? –Aro me olhou com um sorriso malicioso.


-olha o meu estado. –eu apontei para o meu minúsculo ser.


-não tava com cabeça para me arrumar. –revirei os olhos.


-é, só para me matar socialmente. –ele bufou e um telefone tocou.


-tudo bem, vão discutir isso lá fora, agora me deixem em paz. –Aro falou suspirando e pegando o celular.


Eu e Edward começamos a sair da sala. Eu ainda estava me sentindo meio enjoada. Qual é? Eu estava presa ao corpo de um troglodita assassino da moda. Começamos a andar sem rumo pelo corredor. A conversa com Aro tinha levado quase a manha toda e em poucos minutos o sinal para o almoço bateria e todos sairiam e eu teria que agüentar Emmett e torcer para que Edward ficasse com Alice.


-cor preferida? –Ele falou sem me olhar.


-hein? –ele revirou os olhos.


-temos que concordar em alguma coisa, por favor. –ele falou baixo e ainda fitando o corredor vazio a nossa frente.


-Azul. –eu falei simplesmente. Ele me olhou com os olhos arregalados. –o que foi?


-seu quarto é inteiro rosa. –dei de ombros.


-não tinha a tinta da cor que eu queria e Alice estava comigo no dia das compras. –ele ergueu as sobrancelhas e assentiu. –e a sua?


-verde. –suspirei. –banda preferida?


-hm... Sara Bareilles? Não sei, acho que nenhuma. –ele me olhava com uma sobrancelha levantada. –e você?


 -eclético. –revirei os olhos. Ótima resposta...


O sinal bateu e logo todos os alunos do colégio de Jacksonville estavam nos corredores. Eu tentava passar despercebida, mas acho que Edward não era exatamente o tipo de pessoa que se passa despercebida no meio de uma multidão. Eu estava pronta para assaltar a bolsa de Bella, quer dizer, a minha bolsa quando escuto uma voz irritante vindo logo atrás de mim.


-EDWARD CULLEN! –nós paramos no meio do corredor.


-Tânia. –eu e meu outro eu falamos juntos.


-a trate bem. –Edward falou me lançando um olhar assassino.


-você acha que ela não vai notar a diferença? –ele sacudiu a cabeça.


-pode apostar que...


-Edward querido o que você está fazendo com essa uma? –a coisa olhou para meu corpo dos pés a cabeça e se apoiou sobre o “meu” ombro.


-EI. –eu falei olhando para a lambisgóia loira. Edward me lançou um olhar assassino. -eu... Eu... Eu... –Ele revirou os olhos.


-terapia. –Edward respondeu por mim.


-terapia? –eu assenti freneticamente. –Bem, se já terminou podemos almoçar juntos.


-é... Sabe o que é Tânia eu... Preciso falar com minha irmã, tchauzinho. –peguei o pequeno pulso de Edward e o puxei comigo.


Comecei a andar segurando o pequeno braço de Edward pelos corredores. Não estava disposta a falar com mais ninguém. As pessoas reparavam em nossa aproximação, mas não estava me importando com isso no momento. Eu precisava apenas ficar longe de todos e voltar a ser eu mesma o quanto antes.


-Bella? –eu não respondi, apenas continuei andando. –Bella?


-o que é? –não olhei para ele, as lágrimas começavam a querer rolar e eu não daria o gosto de ele me ver chorar.


-primeiro: você está me machucando... Bem, ou a você mesma tanto faz. Segundo: para onde está me levando? –diminui a força que o segurava e também a pressa dos passos.


-não sei. –falei simplesmente.


-vamos fazer assim... Vamos almoçar e depois vamos continuar tentando desfazer isso, certo? –eu assenti, olhando para o chão. Provavelmente minha voz agora estaria rouca pelo choro.


Agora era a vez dele de me guinchar pelos corredores. Já estávamos na cantina e todos viraram o olhar para nos olhar. Até mesmo Alice e meu irmão que estavam sentados em mesas de lados opostos do salão. Fomos para a fila e pude perceber que ele não estava mais a vontade do que eu por aquela situação. Foi quando começamos a pegar comida que eu fui obrigada a falar.


-O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO? –eu perguntei olhando para a enorme quantia de massa que ele colocava no prato.


-ah, colocando comida? –revirei os olhos.


-pegue salada, por favor. –ele me olhou incrédulo.


-como você sobrevive de salada? –eu ri baixinho.


-eu não como apenas salada, mas isso é terrorismo ao meu corpo, então seja bonzinho. –ele bufou e pegou uma folhinha de alface.


-foca nos carboidratos Bella. –eu estaquei, fazendo com que a pessoa que estava atrás de mim pisasse em meu calcanhar.


-carboidratos? –ele sorriu.


-sim, você treina futebol. –revirei os olhos e peguei uma pequena quantia de arroz.


-isso só pode ser tortura. –eu falei, e Edward riu baixinho.


Saímos da fila com nossas bandejas e logo fomos indo cada um para um lado. E foi só então que eu me toquei que não sentaria com Alice e Rosalie naquele dia. Meu coração se apertou olhando para as meninas, e acho que foi no mesmo instante em que Edward percebeu a mesma coisa que eu, por que olhava também para meu irmão, que aparentemente nos encarava como se fossemos o Osama Bin Laden.


 -tudo bem, você vai para lá, que eu vou para cá. –eu assenti e comecei a ir para o lado do meu irmão.


Emmett e os outros meninos me olhavam. Eu temia pelo que teria que falar. Era castigo de mais eu ter que agir como a única pessoa no mundo que eu gostaria de passar no mínimo a dez metros de distancia. Emmett sorriu maliciosamente para mim e eu me sentei ao seu lado.


-estou vendo que você e Bella estão se dando bem. –ele falou rindo, e eu franzi a testa.


-terapia Emmett, terapia. –ele riu outra vez.


-achei que não se suportavam. –Tyler falou e eu assenti simplesmente.


-mas que história é essa de terapia? –meu deus que povo burro.


-coisa do Felix, para nós pararmos de brigar. –todos arregalaram os olhos.


-e você aceitou? –ergui uma sobrancelha.


-que opção eu tinha? –Emmett deu de ombros.


-tanto faz. Cara a Tânia estava louca atrás de você. –fiz careta.


-já falei com ela. –Emmett ergueu uma sobrancelha.


-você está estranho. –arregalei os olhos.


-po po por que?-tentei sorrir.


-ainda não xingou minha irmã. –sorri fraco enquanto ele ria.


-daqui a pouco começa... –olhei para o outro lado do salão, vendo se Edward estava se dando bem com as meninas.


[Edward]


Sim, eu estava no meu inferno pessoal. Alice não parava de falar de Jasper Hale e Rosalie ficava trocando olhares com Tyler, que estava na mesma mesa que o meu corpo. Qual é? Não é legal ver sua irmã falando de um cara estranho. Jasper treinava futebol comigo, mas tudo o que eu tinha falado com ele tinha sido “obrigada” ou “passa a bola”. Ele não era exatamente a pessoa mais sociável do mundo.


Bella parecia estar se dando muito melhor na mesa dos meninos do que eu na das meninas. Por um momento eu tentei pensar no que ela responderia. Jacob. Mas o que eu poderia falar se eu não sabia nada sobre o menino? Para falar a verdade eu nem sabia se eles estavam mesmo juntos ou se apenas estavam saindo.


-Bella? –Alice chamou e eu ergui a cabeça para olhá-la.


-sim? –tentei sorrir, mas acho que meu desagrado estava muito evidente.


-como está a terapia? –arregalei os olhos.


-está indo bem. –eu sorri para ela. Minha irmã era uma fofa quando queria.


-e você e Edward estão se dando bem? –fiz um sinal incerto com a cabeça.


-está sendo meio difícil. –ela sorriu.


-eu sei que vocês vão se acertar. –ela falou tocando minha mão com a sua.


-gente, não agüento mais isso. –falou Rosalie apoiando a cabeça nas duas mãos.


-o que? –eu perguntei tentando parecer interessada.


-o Tyler. Estamos nesse chove e não molha. –por um momento permiti que meus olhos rolassem para a mesa a qual deveria estar sentado com meu devido corpo. As coisas não pareciam estar tão boas quanto achei alguns minutos atrás.


Bella estava com as mãos fechadas em punho e olhando perigosamente para Tyler, que ria alto e falava alguma coisa. Emmett a olhava com uma cara estranha, provavelmente tentando entender sua reação. Os outros meninos riam com Tyler, que nesse momento olhava para nossa mesa e encontrou com meus olhos o fitando. Não sei o que ele viu, mas ficou sério em questão de segundos e então Bella relaxou sua expressão.


-Bella, qual sua aula agora? –arregalei os olhos tentando pensar.


-ahn...


-a mesma que a nossa Alie. –olhei para Rosalie que sorria timidamente.


-Biologia? –minha irmã perguntou e a loira assentiu. –ótimo. Algo me diz que hoje será um bom dia.


Tentei sorrir para sua animação, mas se ela sequer soubesse o quão maravilhoso e espetacular estava sendo o meu, ela com certeza não teria dito aquelas palavras. Suspirei e olhei novamente para a mesa dos meninos, Bella se levantava e acompanhava Emmett para algum lugar. Tentei parecer feliz também e me levantei, começando a ir para minha aula com minhas “melhores amigas”...


   TO BE CONTINUED...


 


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Notas finais do capítulo

HAHAHAHA! Comentários please? (carinha de cachorro que acabo de cair do caminhão de mudança!)
beeeijiiinhos!
Carol.