Nem pela Minha Própria Vida escrita por caroline_03


Capítulo 16
2.4 -maldita feira beneficente!


Notas iniciais do capítulo

comentem galera! ++



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/48155/chapter/16

[Bella]

Tínhamos acabado de almoçar na feira beneficente em que nosso colégio estava promovendo. Assim como o Baile, a escola gostava de promover feiras, almoços, jantares feitos pelos alunos em troca de alguns pontos em determinadas matérias. Então, é claro que o colégio inteiro estava para cima e para baixo com enfeites, artesanatos, comidas e o diabo a quatro.

Alice estava com um sorriso sacana nos lábios, enquanto Rosalie... Bem, essa estava ocupada de mais andando para cima e para baixo com meu irmão atrás de “algumas coisas” como eles mesmos disseram.

Ainda não tinha falado com Edward após o episódio no hospital. Não que eu estivesse brava ainda, não era isso. Mas eu estava com vergonha, eu quase tinha dito a palavrinha com A apenas por que tinha certeza de que ele estava impossibilitado naquela cama de hospital e que precisava de palavras para o ajudassem. Tudo bem, eu finjo que é verdade e vocês fingem que acreditam que eu ia dizer SÓ por isso mesmo, ok? Tanto faz na verdade.

Eu, Alice e Rosalie estávamos encarregadas de cuidar da barraquinha da maça do amor, enquanto Emmett, Jasper e Edward estavam exatamente a nossa frente vendendo refrigerantes ou como diria Emmett: “OOOOLHA O REFRI GELADINHO, GELADINHO, GELADINHO!”

[Alice]

Fiz sinal de fumaça para Emmett, que obviamente entendeu como se eu estivesse o cantando. Depois de muitos beliscões por parte de Rosalie e muitos tapas na cabeça por parte de Jasper, ele finalmente entendeu meu assovio como um autentico: FAZ ALGUMA COISA INUTIL!

Mas é claro que com Emmett nem se eu escrevesse o pedido em sua testa ele entenderia exatamente o que eu queria. E então lá veio ele tentar filar uma maça do amor de graça, mas é claro QUE EU NÃO DEI!

-SAI JÁ DAQUI, SEU DEVORADOR DE CORAÇÕES INOCENTES! –berrei dando um tapa em sua mão.

-devorador do que? –Edward e Jasper perguntaram no mesmo instante ambos me encarando como se eu fosse retardada.

-dã! Não sabem que a maça pode representar um coração? Olhe o formato. –bufei e joguei uma para Jasper, que corou violentamente.

Emmett riu da reação de Jasper e do meu suspiro frustrado, enquanto Edward olhava para Bella que estava perdida em pensamentos (ou fingindo que não estava notando a presença dele) e tentando ao máximo evitar o olhar. O que eu podia fazer? Não podia permitir que minha amiga dissesse a palavrinha com A assim... Dessa forma.

-Emmettizinho querido, eu preciso de sua ajuda aqui... –pisquei apontando para debaixo da mesa.

-precisa de mim para que? –ele perguntou com cara de lesado.

-preciso que você pegue outra forma de maça para mim. –tentei sorrir da melhor forma possível.

-eu hein, chama o Jasper, ele não é seu namorado? E depois, a forma ainda ta cheia. –bati a mão na testa.

-EMMETT...

-VAI LOGO EMMETT! –Rosalie mandou antes que eu pudesse completar minha frase.

-mas que coisa, e agora ainda tenho que ser capacho dessa baixinha chata e mandona... –fiz um SHIU com a boca e o empurrei para baixo da mesa.

-AI... –dei um tapa nele. –Minha cabeça Alice. Ai!

-faz alguma coisa Emmett, precisamos dar um jeito neles. –sussurrei.

-e você quer que eu faça o que? Coloque uma algema nos dois e dizer que só liberto quando pararem de brigar? –Arregalei os olhos e sorri.

-É ISSO! –berrei e dei um pulo, batendo a cabeça no tampo da mesa. –AI! AI! AI!

-é isso o que Alice? –Jasper apareceu ao meu lado também embaixo da mesa.

-Emmett é um gênio Jasper, um gênio... Quer dizer, quase. –fiz careta, tentando pensar no que ele disse.

-e o que ele falou? –Jasper pareceu curioso.

-eu vou contar e depois eu digo a minha idéia... É o seguinte, Emmett você vai atrás de velas e...

[Bella]

Alice, Jasper e Emmett ainda estavam embaixo da mesa, enquanto eu ainda tentava ouvir alguma coisa do que eles diziam. Rosalie mantinha um sorriso cínico e bobo nos lábios, enquanto Edward, do outro lado do pequeno corredor, se abaixava ao máximo que conseguia tentando ver alguma coisa.

-Rosalie o que está acontecendo? –perguntei a olhando com uma sobrancelha levantada.

-é... Emmett está ensinado a Alice e a Jasper uma nova forma de meditação. -ela sorriu e depois revirou os olhos dando leves chutinhos no pé da mesa.

-Super mozi, e aí, como estão as coisas com o rolo da meditação? – e então os três saem de debaixo da mesa, com o mesmo sorriso sacana e calculista.

-haha, já terminamos... Sintam-se a vontade para experimentar também, hihi. Eu vou comprar um refrigerante, já venho. –e assim Alice saiu correndo, ignorando meus berros para que ela comprasse com os meninos exatamente a meio metro de nós.

[Alice]

Corri o máximo que pude até as antigas salas do colégio. Era uma sorte, pelo menos agora, que as antigas salas não tivessem sido destruídas quando os novos prédios ficaram prontos. Dei uma bela olhada em volta e eu sabia que Bella me mataria mais tarde, mas se ela e meu irmão finalmente se entendessem eu não importava mesmo.

Depois de bons dez minutos esperando, Emmett aparece ao lado de Jasper para me ajudar. E o melhor: eles estavam com as chaves.

-como conseguiu as chaves? –perguntei maravilhada.

-bem... –Emmett olhou para meu loirinho lindinho, fofinho, gatinho, enfim... Tudo de bom. –não foi nada fácil.

Lembranças de Emmett:

Eu e Jasper estávamos andando por ai “sem fazer nada” até que avistamos a salinha do zelador. Olhei para o Zé ruela ao meu lado e tivemos um conversa por pensamentos e quando vimos estávamos os dois correndo em direção ao pobre velhinho, que ficou paralisado nos olhando.

Enquanto Jasper falava sobre os danos que a água sanitária poderia causar a pele e principalmente a respiração (coisa que apenas o Zé ruela poderia pensar, confesso) eu entrei na salinha disfarçadamente, e tentava achar as chaves.

Depois de derrubar três vidros de alguma coisa azul em cima de mim e pisar em algumas vassouras que vieram com tudo em meu rosto, finalmente achei um molho de chaves velhas enroscadas em um gancho atrás da porta.

-Jasper, o passarinho achou o ninho. –falei saindo da salinha, tentando limpas da minha testa o liquido azul.

-o que Emmett? –Jasper perguntou com as sobrancelhas levantadas.

-o-passarinho-achou-o-ninho. –falei tudo junto e entre dentes, quem sabe assim ele não entendia.

-que história é essa de passarinho? –suspirei.

-esse aqui oh! –tirei as chaves discretamente do meu bolso e Jasper abriu a boca.

-como...?

-está tudo bem criança? –o zelador perguntou me olhando com curiosidade.

-ah, é claro. –sorri. –muito obrigada já achei meu passarinho, vem passarinho. –puxei Jasper para longe.

Fim Das Lembranças de Emmett... Voltando para a narração de Alice.

-tudo bem, não importa. –falei olhando para Emmett que bufava e só então olhei bem para a sua situação. –o que aconteceu com você?

-o que? –Emmett perguntou confuso e eu apontei para todas as manchas azuis que ele tinha desde a cabeça até a barra da calça. –ah, deve ter sido na hora que o produto caiu em mim. –ele deu de ombros.

-hm... Conseguiu as coisas? –perguntei olhando para as mãos do meu loirinho que tinha uma sacola.

-sim, mas como vamos fazer isso? –revirei os olhos.

-vocês ainda não aprenderem que para Alice Cullen nada é impossível? –ri alto e comecei a guiá-los pelos antigos corredores.

[Bella]

-mas do que exatamente é feito maça do amor? –a senhora perguntou novamente, enquanto eu respirava e tentava recobrar a paciência.

-bem, basicamente de maça, é claro. –sorri e esperei que fosse claro o suficiente, mas o pior é que ela assentiu maravilhada.

-ah, é sério? Eu achei que fosse só por causa do formato que parece com uma. –sorri educada.

-não, não. É feito de maça mesmo. –Rosalie tentava segurar o riso ao meu lado, enquanto Edward nem isso fazia.

Longe dali eu pude ver Aro e Caius olhando em volta. Aro sorria para todos, dava tchau de longe para todos que fossem seu paciente e mordia um espetinho de morango com chocolate. Enquanto a Caius olhava em volta com a testa franzida e com a boca retorcida, segurando apenas uma latinha de coca zero.

Quando a senhora não-sei-do-que-maça-do-amor-é-feita foi embora, Aro se aproximou, guinchando seu irmão mal humorado para junto de nós. Rosalie sorriu educadamente, enquanto Edward franziu a testa olhando para o homem loiro que vestia um terno rosa que gritava: CHEGUEI!

 -DIIIIIIVA! –Aro berrou vindo me abraçar.

-Oi Aro, Caius. –Caius abriu um meio sorriso para mim.

-ah, claro. Olá Cleia. –Aro bufou e fuzilou o irmão com os olhos. –quero uma maça, por favor.

Ele pediu com um sorriso felino nos lábios enquanto eu ainda dizia a mim mesma: “coca zero e maça do amor? Ah, por favor!”

-aqui. –peguei pelo palito e entreguei a ele.

-muito obrigada. –e então ele deu uma mordida, fazendo careta logo em seguida. –QUER ME MATAR, É? EU PODIA TER QUEBRADO TODOS OS MEUS DENTES E ME ENGASGADO COM UM! –Caius começou a fazer drama e eu revirei os olhos.

-Caius, engole o refrigerante e não enche o saco. –Aro falou furioso.

-sem cultura, sem graça e sem sal. – Caius empinou o nariz e saiu bufando, fazendo com que eu risse alto.

-eu devo ter dançado macarena na mesa da santa ceia. –Aro falou sacudindo a cabeça e eu ri outra vez.

Olhei em volta e não tinha nem sinal de Alice, Emmett ou Jasper por perto, o que fez com que eu desconfiasse que estava acontecendo alguma coisa, ou que eles estivessem planeando alguma coisa, na pior das hipóteses.

Foi quando eu estava conversando com Aro, ignorando completamente o fato de Edward estar prestando atenção em nossa conversa, que Alice chegou afobada, com lágrimas nos olhos e com Jasper praticamente grudado em seu calcanhar, e também ofegando.

-Bella, Bella. Socorro. –arregalei os olhos.

-o que aconteceu? –perguntei calmamente. Vindo de Alice eu podia esperar que ela tinha quebrado a unha.

-Emmett... Ele se machucou, está lá nos antigos prédios da escola. –franzi a testa. Por que isso é tão a cara do meu irmão?

-o que ele estava fazendo lá? –falei começando a correr em direção aos prédios.

-Felix pediu para que ele pegasse umas carteiras para ele. –e quando vi todos estávamos correndo para lá, deixando as barraquinhas sozinhas.

-não podemos ir todos, vão roubar...

-Bella, vai logo. –Rosalie falou me empurrando.

(...)

A luz branca do corredor velho e poeirento estava ligada. No chão dava para ver marcas de pés que andaram ali por causa de toda a poeira que tinha no chão. Respirei fundo para não começar a espirrar e continuei andando para onde Alice indicava que Emmett estava.

Como meu irmão podia ser tão tapado? Eu me perguntava ainda, tentando entender o motivo para que de repente ele aceitasse ajudar Felix com alguma coisa. Alice olhava em volta e não fazia nenhum comentário ofensivo contra meu irmão, o que eu realmente achei estranho. Outro fato que estava me deixando com a pulga atrás da orelha era: Por que Rosalie não parecia estar nem um pouco preocupada?

“Tem coisa errada aí!” uma partezinha da minha consciência gritou, tentando assim que eu virasse as costas e deixasse meu irmão jogado para a sorte. Tudo bem, ainda teria Jasper e Edward para ajudar meu irmão, mas... Apesar de tudo, Emmett ainda era meu irmão.

-Alice, tem certeza de que ele está aqui? –perguntei olhando em volta e vendo as marcas de mãos feitas na terra das paredes. CRU-ZES!

-é claro que sim Bella. –ela falou com a voz tediosa e então... –Ali, naquela sala... Ele pediu para ver você Bella.

Ergui uma sobrancelha. Meu irmão estava morrendo ou alguma coisa assim para pedir para me ver? SERÁ QUE ELE VAI DAR O CARRO DELE PARA MIM NO TESTAMENTO? AAAAH, QUE FELICIDADE! Nesse caso eu até vou lá dizer umas ultimas palavras bonitas a ele, se bem que eu duvidava que fosse realmente alguma coisa grave. Edward me lançou um olhar que claramente significava “tem coisa errada aí”, e então começou a se aproximar da sala comigo.

E então não deu muito tempo para ver nada. Uma hora eu e Edward estávamos na porta da sala vazia e então mãos grandes estavam em minhas costas e me empurrando para dentro da sala. Assim que consegui pensar eu e Edward estávamos lá dentro e a porta fechada.

-ALICE! –eu berrei olhando pela janelinha da porta.

Minha amiga apenas sorriu com... EMMETT AO SEU LADO!

-ME TIRA JÁ DAQUI! –berrei batendo na porta com força.

Alice mostrou a língua para mim, enquanto Emmett gargalhava, Rosalie sorria e Jasper... Bem, esse me lançava um olhar piedoso, que eu quase achei que pudesse me aproveitar.

-Jasper, por favor, me livre da loucura deles. Por favor. –falei chorosa, mas ele apenas deu de ombros e falou as palavras que eu aprenderia a odiar pelo resto da minha vida.

-sinto muito, é para o seu bem. –e então Emmett colocou um papelzinho na janela.

“Estaremos de volta em algumas horas.”

Entrei em pânico, é claro!

[Alice]

-não foi golpe baixo fazer isso com eles? –Perguntou Jasper passando o braço por meus ombros, o que eu adorei, é claro.

-seria se houvesse outro jeito. –falei sorrindo timidamente para ele.

-Bella parecia tão chateada.

-ela vai superar. –garanti a ele, vendo Emmett e Rosalie andando de mãos dadas e sorrindo alegremente.

Tudo bem, fazer com que Emmett se escondesse dentro do armário de vassouras com toda aquela poeira tinha sido maldade, eu confesso. Até mesmo para alguém como eu, que não tem dó nenhuma do irmão da minha melhor amiga, e namorado da outra, parecia uma coisa terrível de se fazer... O que eu to falando?

-Emmett, colocou todas as coisas do jeito que eu pedi? –olhei com o canto dos olhos para ele, a tempo de vê-lo bufar e revirar os olhos.

-claro Dona Alice. –sorri vitoriosa.

-isso aí, exijo respeito. –e então nós fomos para nossas barraquinhas.

[Bella]

Olhei em volta e ela se aproximava. Respirei fundo e me afastei mais uma vez, tentando assim ficar a salvo, mas quanto mais eu tentava fugir, mais e mais perto ela ficava, cada vez me encurralando mais...

[Edward]

Bella ainda gritava e corria pela sala fugindo do que ela dizia ser “poeiras assassinas”. Olhei em volta, analisando mais uma vez o ambiente. É, eles tinham mesmo planejado tudo com muito cuidado...

Sobre o chão eles tinham colocado um tapete imenso, que cobria todo o local. No canto tinha o que parecia ser algumas velas queimando e eu só imaginei: Tem que ter sido o Emmett para colocar vela para queimar em cima de tapete mesmo!

Bella ainda estava espremida em um canto batendo a cabeça na parede e repetindo para ela mesma “eles não vão te pegar Bella, fica calma. É só uma poeirinha de nada” ri alto vendo o desespero da menina, o que eu podia fazer? Não sabia que ela tinha tanto medo assim de poeira.

-Bella fica calma, a poeira não vai te engolir. –falei tentando não rir.

-eu quero sair daqui, eu quero sair daqui. Tem que ter uma colher em algum lugar. –franzi a testa a olhando.

-colher? Tá pensando em cavar um túnel Bella? –ironizei rindo, mas assim que ela me lançou um olhar frio, eu percebi que ELA NÃO ESTAVA BRINCANDO!

-não precisa ajudar, mas não atrapalha. –cocei a cabeça tentando achar a paciência que eu tinha jogado no lixo quando nasci.

-Bellinha, você não vai conseguir. Estamos no segundo andar, lembra? –ela fez bico me olhando e eu suspirei.

-mas...

-sem mas, não tem o que fazer certo? Eles viram mais cedo ou mais certo. –falei com a voz doce. Ela suspirou pesadamente, e eu dei meu melhor sorriso torto (o que eu esperava que fosse reconfortante).

-tá certo. –ela falou e se sentou onde estava parada... Do outro lado da sala.

[Alice]

-meu deus, essas maças do amor não estão rendendo nada. –Rosalie reclamou enquanto eu bufava.

-mas quem é que gosta de maça do amor? –dei de ombros, não precisava mencionar que EU gostava.

-tem que ter outro jeito para chegar a nossa cota. –Jasper falou contando as fixas de sua caixinha.

Estaquei e quando percebi, Emmett estava me olhando com os olhos arregalados e um sorriso sacana nos lábios.

-está pensando o mesmo que eu? –Perguntei olhando para meu capacho.

-acho que...

-PEGA MAIS VELAS! –e assim eu corri para achar uma sala vazia e um cartaz que pudesse chamar a atenção.

[Bella]

(http://www.youtube.com/watch?v=r2x92gfvEi4&NR=1 Música linda linda!)

Olhei para o quadro, que ainda estava com marcas de que não fora bem apagado, sabe se lá quando foi a ultima vez que foi apagado. Não queria olhar para o outro lado, por que sabia que Edward estaria lá, esperando pela próxima ação que eu faria sem pensar ou ato desesperado.

Eu queria poder dizer alguma coisa. Eu queria dizer que sentia muito por tudo o que eu tinha feito, por cada frase dita sem pensar e em cada mentira que contei tentando me proteger. Tentando proteger meus pensamentos mais profundos, que eu tinha certeza de que ele nunca sonhara. Eu queria poder falar tudo para ele, eu queria.

Arrisquei um olhar rápido em sua direção, apenas para vê-lo sentado com os braços apoiados sobre os joelhos e olhando para a parede, perdido em pensamentos. Sacudi a cabeça, tentando reprimir qualquer pensamento insano que eu pudesse ter naquele momento. Era apenas o Edward, não podia significar mais do que isso para mim. Mas o fato, é que significava... Muito mais do que algum dia eu planejei.

[Edward]

Olhei rapidamente para ela, que não me encarava e que eu sabia que não diria nem sequer uma palavra a menos que fosse realmente necessário. Suspirei pesadamente e foquei meus pés, tentando achar alguma coisa plausível para dizer.

“Bella, desculpa pelo o que eu fiz, por tudo o que eu te falei. Eu sou um idiota!” Bem, que eu era idiota ela estava cansada de saber.

Tudo o que eu poderia dizer ela já sabia. Sabia que eu falava as coisas sem pensar, que eu perdia a paciência facilmente, que faço coisas por impulso e que não sei pedir desculpas. Tudo e qualquer coisa que pudesse dizer agora era inútil, por que não seria grande surpresa para ela. Mas ainda assim, eu sabia lá no fundo, em algum lugar que eu nem sabia que existia, que era necessário. Que eu queria fazer alguma coisa.

Bati a cabeça na parede uma vez, tentando achar qualquer coisa para dizer. Uma piada, uma história, qualquer coisa que fizesse com que ela me olhasse e demonstrasse qualquer sentimento. Eu me contentaria se ela dissesse que me odiava naquele momento. Qualquer coisa, até mesmo o ódio, era melhor do que nada. Era melhor do que ser ignorado. Por que assim, eu saberia que não sou indiferente em sua vida.

[Bella]

Fechei os olhos com força, apoiando a testa em meus joelhos e segurando o peito com força. Se eu nem queria olhar para ele, repartir uma sala durante horas, apenas eu e ele, seria insuportável. Não por que eu não suportava olhar para ele, não por que eu queria terrivelmente dizer que o odeio e que nunca mais queria o ver em minha frente, não por isso... Apenas por que eu não podia fazer com que tudo isso fosse verdade.

Eu não podia olhar em seus olhos e dizer que não o suportava, quando na verdade todo o meu corpo dizia o contrario. Eu não podia mentir daquela forma, não para ele, não a mim mesma. Fechei as mãos em punho e lutei contra uma maldita lágrima e no mesmo instante em que tranquei a respiração para não soluçar, senti alguém ao meu lado.

[Edward]

No exato momento em que a vi fechando os olhos com força eu sabia que ela queria chorar. Levantei em um impulso e corri para seu lado, não importando mais nada alem de confortá-la. Sentei ao seu lado e esperei que ela me olhasse ou que pelo menos notasse minha presença. Demorou pouco mais do que dez segundos para ela se virar para mim, com um bico que eu teria achado engraçado em outra ocasião.

Puxei ela para mais perto e a envolvi com meus braços, alisando seus cabelos e simplesmente ficando ali, tentando fazer alguma coisa útil pelo menos dessa vez.

[Bella]

Ele me abraçou. Foi tudo o que disse a mim mesma. Ele me abraçou. E então começou a alisar meus cabelos e a fazer carinho em meu braço. Por um segundo eu esqueci tudo, cada briga, cada xingamento trocado. E então ele começou a cantar uma música conhecida para mim.

-So don’t go away. Say what you say, but say that you’ll stay, forever and a day, in the time of my life. ‘Cause I need more time, yes I need more time just to make things right… - ele sussurrou, ainda alisando meu cabelo.

(então não vá embora. Diga o que quiser, mas diga que você vai ficar, para sempre e mais um dia na minha vida. Porque eu preciso de mais tempo. Sim, eu preciso de mais tempo apenas para fazer as coisas certas)

Suspirei e levantei, olhando fundo nos olhos cor de esmeralda que um dia eu tive coragem de dizer que odiava. Ele sorriu torto para mim e colocou uma mecha de cabelo atrás de minha orelha, sem perder o sorriso por sequer um segundo.

-Bella, me desculpa... –sacudi a cabeça.

-não. Eu tenho que me desculpar... Por tudo. –ele ficou sério e fitou meus olhos, segurando meu ombro com força.

-não vou deixar você desculpar por algo que é minha culpa. Não outra vez. –fiquei abismada quando ele disse.

-mas eu...

-SHIU! –ele falou com um sorriso. –deixe que ele leve a culpa, está certo?

E então ele sorriu, voltando a me trazer para perto dele e a me abraçar com força. Eu sei que vai parecer idiotice, mas não consegui mais reprimir as lágrimas depois disso. Era como se esse fosse o portão para fazer com que tudo o que eu estava reprimindo saísse.

-ei, não chora. –ele sussurrou, mas não fez com que eu me levantasse de seu peito para me ver. –está tudo bem, está tudo bem agora.

-é que... –e antes que eu pudesse dizer alguma coisa, uma nova crise de choro chegou a minha garganta, me impedindo de dizer.

-‘Cause I need more time just to make things right, Yes, I need more time just to make things right… So don’t go away… -ele terminou de cantar e eu continuei ali, abraçada em seu pescoço e incapaz de dizer qualquer coisa que fizesse algum tipo de sentido.

(Porque eu preciso de mais tempo apenas para fazer as coisas certas, Sim, eu preciso de mais tempo apenas para fazer as coisas certas... Então não vá embora.)

-tá melhor? –ele perguntou depois de algum tempo, se afastando minimamente apenas para me olhar, sorri um pouco e assenti.

-obrigada. –ele riu e novamente colocou uma mecha de cabelo atrás de minha orelha.

-pelo o que? –ri um pouco também, e então ergui os olhos para poder olhá-lo.

-qualquer coisa. –então começamos a rir como dois retardados que não tinham mais nenhum problema fora daquela sala.

[Alice]

-olha as fitinhas para a cadeia do amor, comprem suas fitinhas aqui... Olhas as fitinhas do amor. –Emmett ainda berrava sacudindo as fitinhas para cima e para baixo. O mais engraçado ainda era o cartaz que ele VESTIA, dizendo alguma coisa que parecia: paga e pegue quem quiser.

Admito que fiz careta... PEGAR? CRUZES!

Eu ainda estava no caixa recebendo o dinheiro e fornecendo as fitinhas (que milagrosamente Rosalie conseguiu enrolar Felix para pegar da secretaria). Incrível como as pessoas tinham seus amores reprimidos.

Rosalie já tinha dado um jeito de amarrar três fitas vermelhas no cabelo de Emmett, que ela traduzia como: FICA LONGE MOCRÉIA!

Emmett não tinha ficado para trás, e Rose estava com fitas nos dois braços e ainda um etiquetinha improvisada com um visível “Propriedade de Emmett Swan”. E eu, como não sou boba nem nada, colei algumas discretamente na camiseta de Jasper. Eu só esperava que fosse o suficiente para manter as lambisgóias longe do meu loirinho fofinho.

-Nomes? –perguntei para um menino que eu sinceramente não me lembrava de ter visto no colégio.

-James e Alice Cullen. –arregalei os olhos e o retardado estava rindo a beça.

Grunhi e antes que eu pudesse me levantar e começar a fazer meu escândalo diário, Jasper se colocou em minha frente e olhou assassinamente para o menino que levantou e deu seu melhor sorriso sem graça e correu.

-oras, que abusado. –e dito isso ele pegou uma fitinha vermelha em minha caixinha e amarrou em um punhado de meu cabelo. –quem ele pensa que é?

Eu ainda estava com os olhos arregalados, mas agora eu tinha a impressão que podia babar, já que minha boca tinha ido ao chão e voltado.

-Jasper? –Rosalie chamou antes de mim.

-o que foi? –ele perguntou de braços cruzados.

-é você mesmo? –ela colocou a mão na testa do menino, vendo se ele estava com febre.

[Emmett]

-Vermelhinha: Nem sonha, Amarelinha: vou pensar ou pagar, Verdinha: to free! Compre sua fitinha e ache seu mozinho! –eu ainda berrava para cima e para baixo, tentando achar mais compradores de fitinhas e mais loucos para ocupar nossa salinha. O que eu posso fazer? Era a idéia idiota mais rentável dessa escola.

-Emmett... –a única pessoa que eu não esperava ver naquele lugar apareceu em minha frente e sorriu.

-ah... Oi Jacob. –tentei sorrir. Mas confesso que gelei me lembrando da pequena visita noturna.

-viu Bella? –suspirei aliviado.

-ah... Ela está usando a vermelha: SAI FORA CHULÉ! –ele arregalou os olhos, mas logo sacudiu a cabeça e sorriu outra vez.

-não, é só que... Eu acho que perdi alguma coisa que é dela. –ele mordeu o lábio inferior e eu sorri.

-ela vai ficar uma fera com você. –ele franziu a testa.

-é... Ela gostava daquele porta-retratos. –e então eu engasguei com minha própria saliva.

[Bella]

Ainda andava de um lado para o outro, tentando achar um jeito de sair dali. Estava mais confortável agora a situação, mas ainda assim eu estava com fome e cansada e ainda queria arrancar os cabelos de todos meus amigos.

-Bella, você vai fazer um buraco no chão daqui a pouco. –Edward disse sentado na cadeira que um dia foi do professor.

-eu to com fome. –reclamei fazendo bico e ele riu.

-estamos aqui a duas horas, não podem demorar muito. –suspirei e então pulei feliz.

-TIVE UMA IDÉIA! Vou ligar para Felix e dizer que estamos presos aqui. –ele revirou os olhos e riu.

-já tentamos isso lembra? Não tem sinal aqui. –suspirei completamente derrotada.

-ai que ódio. –reclamei me sentando em uma carteira.

Olhei em volta novamente. É, Alice tinha planejado aquilo com toda a certeza. Apesar de eu ter certeza de que tinha um dedinho de meu irmão ali no meio, talvez de Rosalie e Jasper... Ninguém merece. E foi quando eu ainda estava pensando nisso, que a Luz desligou.

Nem mesmo a luz do corredor que vinha por debaixo da porta estava ligada. Era como se a energia simplesmente tivesse acabado mesmo. A única luz que tínhamos ali, era a das velas lá atrás da sala.

-o que aconteceu? –Edward perguntou indo para a janela e olhando para fora. –parece que foi no colégio inteiro.

Ele apontou para os prédios novos e todas as luzes estavam apagadas. Os únicos pontinhos luminosos vinham dos postes nas ruas.

-ah, meu deus... EU QUERO SAIR DAQUI! –novamente comecei a correr e a resmungar.

-desde quando tem medo do escuro? –a voz de Edward era divertida, como se meu desespero fosse engraçado para ele.

-não é medo é só que... Desconforto. –fechei a cara e olhei para o outro lado.

-ei, não vamos começar outra vez, não é? –e quando percebi, ele estava novamente ao meu lado, com a luz das velas iluminando seu sorriso e fazendo com que eu me perdesse ali por alguns segundos.

-é... Não, claro que não. –sorri fraco e logo olhei para o outro lado, tentando não deixar com que ele percebesse meu pequeno momento de fraqueza.

-boba. –e ele riu, mas antes que eu pudesse me virar e dar um belo tapa em seu ombro, seus braços estavam em volta de mim enquanto ele beijava minha testa.

Um sorriso involuntário saiu por meus lábios.

[Alice]

Rosalie ainda dava tapas nas costas de Emmett, tentando fazer com que ele desafogasse. Não entendia como ele pode se afogar com sua própria saliva enquanto estava conversando com Jacob. É claro que depois de tomar um banho de cuspe o pobre coitado foi embora sem nem sequer saber a resposta daquilo que perguntou.

-está melhor? –Rose perguntou com um sorriso fofo nos lábios.

-acho que sim...

E então tudo ficou escuro.

-AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! –berrei, tentando achar alguma coisa para me segurar. –SOCORRO, ESTÁ TUDO ESCURO. SOCORRO!

-nós já percebemos isso Alice. –Emmett falou com a voz tediosa.

-quer dizer que eu não estou cega? –ouvi um suspiro pesado, mas não consegui identificar de quem vinha.

-é claro que não. –Rose respondeu rindo.

-o que aconteceu? –segurei alguma coisa com força e só depois percebi que essa coisa gemeu.

-meu braço Alice. –Jasper falou rindo também.

-desculpa.

-deve ser um apagão, é melhor agente ir. –Meu fofinho falou e então começamos a sair, andando cuidadosamente para o único ponto luminoso que podíamos ver... A porta.

[Caius]

Era agora... MUAHAHAHAHAHAHAHAHA

Todos veriam a estrala brilhar de verdade nesse lugar. Desligar as luzes foi fácil, arrumar um pequeno palquinho para que eu pudesse me apresentar também, agora eu só tinha que me concentrar e tomar meu magnífico violão Selo. E então eu novamente liguei as luzes, apenas do palco montado exclusivamente para mim no meio do ginásio e então...

-UÉ?! CADÊ TODO MUNDO? –Perguntei colocando uma mão na cintura e olhando indignado para minha platéia vazia.

-É O CAOS, É O CAOS! EU SABIA QUE ISSO ERA COISA SUA! –meu irmão sem classe veio berrando com as mãos fechadas em punho.

-oras! O MUNDO merece conhecer o MEU talento! –cruzei os braços e empinei o nariz.

-sorte de quem não conhecer. –ele gargalhou e eu pulei do palco.

-EU VOU TE AFOGAR, EU VOU TE AFOGAR! –e dito isso eu coloquei o indicador na boca e depois na testa no meu irmão!

-CRUUUUUUUUUUUUUZES! GERMES! –e assim ele saiu correndo jogando os braços para cima e berrando.

-e depois tem coragem de dizer que EU sou a bicha fresca! –Falei ainda com uma mão na cintura e sacudindo a cabeça.

[Alice]

Sentamos na lanchonete e olhamos em volta tranqüilos. Estávamos felizes pelo nosso martírio ter acabado e que agora teríamos mais um tempo de folga até a próxima invenção beneficente.

-ok, toquinho, vamos contar a grana. – o mamute falou colocando a mão no bolso.

-o que sobrar é MEU! –falei o fuzilando com os olhos.

-piro né? É no máximo NOSSO! –bufei. Melhor do que nada, não é?!

E assim ele começou a contar, tirando mais fitinhas coloridas do meio do bolo do dinheiro e papeis de doces, balas, até canudinhos de refrigerante ele tirou. Resumindo: trabalhar com Emmett significa prejuízo e não lucro.

-Alice. –ele chamou me olhando branco.

-sim? –pisquei tirando os olhos de Jasper de má vontade.

-falta dez centavos para completar nossa cota. –arregalei os olhos.

-COMO É? Mas nem juntando o dinheiro dos refrigerantes e das maças? –nesse ponto eu já estava em pé e recontando o dinheiro.

-sabe, os refrigerantes e as maças não renderam muito já que abandonamos para fazer a maldita cadeia. –Rose lembrou, fazendo com que um suspiro pesado saísse do meu peito.

-faltam dez centavos. –concordei.

Jasper pegou a carteira e deu o que faltava.

-não estamos nos esquecendo de alguma coisa? –Rose perguntou enquanto eu deitava no ombro de Jasper. Franzi a testa e a olhei.

-parece que sim...

-não é nada não, vamos comer to morrendo de fome. –Emmett falou, fazendo com que eu me sentisse mais tranqüila.

[Bella]

Fazia cinco minutos que as luzes tinham voltado e nada ainda de Alice e os outros aparecerem. Eu ainda andava de um lado para o outro, Edward fuçava nas gavetas da mesa do professor e eu tentava achar alguma coisa pesada o suficiente para quebrar a janela e pular.

-fica calma Bella, eles já vêm. – ele sorriu e me olhou novamente.

Como ele podia ficar tão calmo? Como ele podia não estar surtando querendo sair dali assim como eu? Por quê?

Antes que eu pudesse verbalizar qualquer uma dessas perguntas, ouvi o barulho da porta se abrindo e de lá, entrava um Felix com uma sobrancelha levantada.

-Isabella? Edward? –ele perguntou confuso.

-AH, MEU DEUS! NUNCA FIQUEI TÃO FELIZ EM TE VER! –e eu corri o abraçando.

-é bom te ver também Isabella, mas... O que está acontecendo aqui? –Edward, que apareceu novamente ao meu lado fechou minha boca com uma das mãos.

-viemos pegar carteiras e acabamos ficando presos. –deu de ombros.

-ahn... Bem, estão liberados agora... –sorri e sai da sala cheia de ácaros e poeira.

-a vida é linda, o mundo e lindo, eu sou feliz... LÁLÁLÁ! –eu cantarolava pulando, enquanto Edward ria ao meu lado.

-está com fome? –franzi a testa e assenti. –ótimo, também estou... Vamos a algum lugar. –e dito isso, ele passou o braço por meus ombros e me conduziu até o volvo.

(...)

Entramos em uma lanchonete qualquer e nos sentamos em uma mesa. Para dizer a verdade nem me lembrava mais de querer matar Alice ou meu irmão. Apenas queria comer, tomar um banho e dormir. Mas antes que eu pudesse fazer qualquer uma dessas coisas, a mesa ao nosso lado chamou minha atenção!

-ALICE CULLEN!

-FU-DEU!

 

 

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

quem gostou??!?!?!?!??!
comeeeeeeeeeeeeeeeeentem geeente! ++