Ressurgente escrita por Let B, Muh


Capítulo 58
Capítulo 58


Notas iniciais do capítulo

Olá, gente!
Vocês andam meio quietos... ksksks
Está aí mais um capítulo para vocês!



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DIA 5

P.O.V MITCHELL

— Eles já estão aqui. - Mitchell avisou a Meg e Daniel.

O acordo entre eles já estava assinado e resolvido. Ele faria vista grossa ao fato de eles serem membros de uma organização criminosa, pelo maravilhoso prazer de ser livrar daquele estorvo ancestral que era o Doutor. Uma paz momentânea, ao menos. Poderiam haver conversas posteriores sobre o destino deles, Daniel havia demonstrado  interesse em acabar com os confrontos entre o governo e a Revolução, apesar de ter deixado claro que essa não era uma decisão que dependia apenas da vontade dele. Mas isso seria depois.

— Vamos entrar? - Meg perguntou armando-se.

— Sim, prontos? - Ele perguntou já preparado. - Vamos com calma, ok? Tentaremos não os alarmar o maior tempo possível. O fator surpresa sempre faz a diferença.

— Vamos lá. - Daniel soou animado. - Finalmente um pouco de diversão.

Chegaram até o prédio, onde os outros colegas de Meg e Daniel estavam. Mitchell já havia sido alertado que havia outros pacientes do hospital do Doutor Zank estavam lá também, e isso ainda o preocupava. Preferia que só os soldados entrassem sozinhos, sem outras interferências. Até havia considerado tentar convencê-los a ficarem ali, mas vendo o semblante obstinado que alguns carregavam, sabia que seria perda de tempo. Então, conversou com eles, indicando que eles entrassem atrás dos soldados, que iriam à frente junto com os membros da Revolução que ainda estavam ali.

— Vamos começar. - Mitchell deu o aviso aos soldados e aos outros. Inseriu um fone no ouvido que o manteria em contato com o presidente. Um dos soldados, que havia chegado, trouxera a ele o equipamento. Uma tecnologia que havia sido criada há pouco tempo, e que conseguia funcionar mesmo com o uso de bloqueadores de comunicação. - Estamos entrando na cidade, Presidente.

P.O.V TOBIAS

Longe de onde Mitchell estava, mas ciente de tudo o que estava acontecendo por lá, através da transmissão por rádio enviada por Meg, Tobias também já estava pronto junto com os outros. Eles tentariam invadir o prédio e tomariam a cidade, para neutralizar os outros soldados que havia dentro da cidade, e tirar Beatrice de lá.

Por ironia do destino, ele entraria com Damon no prédio. Como aquilo agradável!  Enquanto isso, os outros tomariam conta da cidade.

...

Conseguiram se aproximar o máximo possível do prédio sem serem notados. Dali para frente, Tobias e Damon tentariam invadir o prédio, enquanto os outros se espalhariam pela a cidade, abatendo o máximo possível de soldados.

Tobias olhou para Christina que acenou para ele, desejando-lhe boa sorte.

O bom de trabalhar com Damon, era que ele era um profissional e sabia exatamente o que fazer, sem precisar que Tobias o guiasse.

Fugindo dos olhares dos soldados, eles conseguiram chegar até a parte de trás do prédio, e ficaram procurando um ponto de entrada. Acharam uma janela aberta, no segundo andar, e após algumas tentativas, conseguiram escalar e entrar no prédio.

A sala em que entraram estava vazia, e Damon foi até a porta, abrindo-a devagar, para ver se tinha algum guarda por perto.

— Tudo limpo. - Damon falou logo depois. - Vamos começar.

P.O.V BEATRICE

Ela acordou com o Doutor a observando.

— Bom dia, minha querida Beatrice. - ele disse se aproximando dela - Está na hora de partir.

Ela assentiu tentando parecer dócil. Tinha de dar algum jeito de atrasá-lo o máximo possível. De jeito nenhum, iria para qualquer lugar com aquele homem.

Ele saiu, deixando que ela se arrumasse. Beatrice não havia sido uma boa menina durante a noite, passou horas procurando algo que pudesse usar como arma. Apenas quando ela conferiu a janela conseguiu. O vidro estava trincado e com muito trabalho e dedicação, conseguiu filar um generoso e pontiagudo pedaço de vidro que agora estava escondido por baixo de suas roupas. Não era a melhor arma mas teria que servir.

Depois do retorno do doutor, levantou-se para acompanhá-lo, saindo do quarto. Observou ele, percebendo que estava armado. Uma arma versus um pedaço de vidro. Que luta justa seria!

Andou logo atrás do doutor, aguardando o momento que os soldados não estariam por perto. Não eram muitos, mas mesmo assim era mais prudente agir quando apenas ela e o doutor estivessem sozinhos.

Ainda estava aguardando o momento certo, quando ouviu o barulho de tiro. Surpresa, mas alerta, ela aguardou um momento para ver o que o Doutor e os soldados fariam. Os soldados correram em direção ao som, deixando-os sozinhos. Antes que o Doutor pudesse reagir e tentar fugir, ela tirou o pedaço de vidro de dentro da roupa e partiu para cima dele, o atacando.

 

P.O.V TOBIAS

— Merda. - Ele disse logo após Damon atirar em um dos soldados. - Achei que tínhamos combinado de sermos silenciosos.

— Às vezes, temos que nos adaptar a situação. - Damon respondeu irritado. - Era ele ou eu. Quem você achou que eu ia escolher?

Tobias ouviu o barulho dos soldados se aproximando de onde eles estavam. Se esconderam no fim do corredor, onde havia uma saída para cada lado. Cada um se posicionou de um lado, esperando os soldados se aproximarem.

Quando eles chegaram, Damon olhou para ele do outro lado e disse:

— Espero que esteja pronto.

Quando os soldados estavam bem próximos, Damon e ele começaram a atirar.

...

A sorte deles é que, no final, não havia não mais de dez soldados. Antes que mais chegassem, correram em direção de onde os soldados estavam vindo. Na corrida, Tobias tinha deixado a arma que tinha em mãos cair. Droga, ele tinha uma outra arma e uma faca presas no tornozelo, só aguardava um momento para pegar, quando pudessem parar por um segundo.

Cruzaram todo o corredor rapidamente, até enfim encontraram Beatrice, uns metros à frente.

Pararam um momento, surpresos com o que estavam vendo. Beatrice e o Doutor estavam rolando no chão, brigando. Ela conseguiu o encurralar no chão, ficando por cima e tentando enfiar um pedaço de vidro na garganta dele. Como se soubesse que estava sendo observada, inconscientemente, ela levantou a cabeça para olhar quem tinha chegado.

Aproveitando a distração dela, o Doutor a socou, jogando ela no chão.

— Porra, Beatrice. Por que você tem que ser tão difícil, minha querida? - Ele cuspiu as palavras e sacou uma arma de dentro da roupa, apontando para ela que ainda estava caída no chão. Olhou para eles e sorriu. - Ora, ora. Que festinha adorável temos aqui. Quem morrer primeiro? - Disse levantando a arma e apontando para os dois. - Humm, não gosto de nenhum dos dois, mas odeio mais você. - Disse apontando a arma para Tobias.

Ainda petrificados, os dois não reagiram a princípio. Tobias calculou mentalmente e percebeu que não teria tempo de sacar a outra arma. Então, aguardou o som do tiro vir, ou quem sabe Deus, Damon reagir. Mal viu quando Beatrice pulou em cima do Doutor, ainda com o pedaço de vidro em mãos. O som do tiro saiu oco e parecia distante.

Damon gritou, o tirando do torpor.

 O Doutor jazia com o vidro preso na garganta, ainda vivo. Cada respiração expelia mais sangue para fora. Do seu lado, Beatrice estava caída, seu abdômen sujo de sangue. Sangue dela jorrando e sujando a blusa. Damon a olhava incrédulo, enquanto Beatrice tentava dizer algo a ele, até levantando uma das mãos em direção a ele, como se estivesse pedindo algo. Tobias se aproximou, segurando-a. Damon deu dois passos para trás, afastando-se dela, até encostar-se à parede e fechou os olhos.

Tobias viu a forma decepcionada com que Beatrice olhou para o outro, sem saber o que estava acontecendo entre os dois. Mas isso não era o que mais importava agora. Levantou-se com Beatrice em seu colo, correndo. Havia um hospital na cidade, esperava que mesmo com tudo o que estava acontecendo, ainda estivesse funcionando.

Correu desesperado pela cidade, ignorando o inferno que havia se instalado do lado de fora. Soldados, cidadãos, pacientes e membros da revolução se enfrentavam. Muitos caiam mortos, e ele não fazia nem ideia de quem estava ganhando. Só continuou correndo. E rezando.

Quando chegou em frente ao centro médico, olhou para Beatrice. Ela estava pálida e já havia perdido muito sangue. Estava inconsciente, mas, graças a Deus, ainda viva. Se perguntou se da última vez, ela também havia ficado assim. Parecendo tão frágil. Respirou fundo fazendo uma pequena prece e entrou.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
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