Ressurgente escrita por Let B, Muh


Capítulo 30
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora, gente. Mas aqui está um novo capítulo, mesmo que seja quase 4:00 da manhã.
Obrigada a essas pessoas maravilhosas por comentar:
*DM
*Star
*Triss
*LittleDarkAngel
*Jaqueline Ferreira
*anny Jackson chase
*Little Pink
*Maaa2014

E boas vindas a todos os leitores novos! ;)



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P.O.V Damon

Connie apertava a cintura de Damon a medida que ele acelerava sua moto.

Logo depois de descobrir sobre Beatrice e Tobias e sair da cidade ele imediatamente foi aonde Connie o esperava. Damon não pode evitar. Naquele momento ele precisava de um amigo para apoiá-lo e Connie estava lá de braços abertos, mesmo que a intenção de Connie ser diferente da dele era bom ter ela lá.

Ela não lhe fez muitas perguntas sobre o porquê Beatrice não estar com ele, talvez por preferir a versão de que Damon havia a largado propositalmente por causa dela. Não que Connie havia dito, mas Damon podia perceber em seu olhar.

Após horas de viagem com apenas algumas paradas para abastecer a moto e ir no banheiro, ambos chegam a Revolução satisfeitos.

...

Daniel sorriu assim que avistou Damon de longe, mas logo o transformou em sorriso de deboche assim que Damon arqueou a sobrancelha. Andou calmamente até o irmão, seu olhar logo passou por Connie e sua expressão se tornou surpresa. Damon bufou assim que viu sua reação, afinal Daniel tinha a incrível habilidade de gostar das namoradas dele (como amigo, óbvio).

Ela levantou o olhar como se soubesse o que ele pensava e sorriu.

—Então, sentiu muito a minha falta? — perguntou distraidamente.

— Mais ou menos. — admitiu Daniel — E você?

— Quase morri sem você.— respondeu ironicamente.

Daniel mordeu o lábio, por um momento pareceu se segurar para não perguntar o que lhe vinha em mente. Mas, como o esperado de Daniel, não se aguentou e disse:

— Sabe, Beatrice não está aqui com você.

— Sim, eu notei isso. — Damon revirou os olhos e cruzou os braços.

— Então, o que aconteceu com ela?

Damon suspirou.

—Que tal eu te responder isso depois? Muitas pessoas ainda vão me perguntar por ela e prefiro explicar apenas uma vez. — sorriu de lado para o irmão.

A verdade era que ele não tinha inventado uma desculpa para explicar o sumiço de Beatrice, pois era óbvio que não diria que ela o traiu, pois as pessoas ou iriam zombar dele ou iriam sentir pena. Nenhuma das duas opções era boa. Apenas de pensar no que ela fez, Damon sentia uma dor no coração.

—Mas...

— Mas nada. — repreendeu-o — Seja maduro e espere!

Aquele tipo de frase sempre funcionava para fazer seu irmão calar a boca. Pois na visão de Daniel, ele sempre seria o irmão mais novo e mais ingênuo ( palavra do próprio pai dos dois) e não estava preparado psicologicamente ser líder, não era o seu dever nem destino. Toda a vez que Damon criticava os pontos que ele achava que o irmão não tinha, assim Daniel se fazia questão de mostrar a Damon que ele conseguia ser o que precisava.

Por isso Daniel calou-se enquanto andavam e cumprimentavam várias pessoas conhecidas por ambos. A postura de líder que Daniel tinha quando reencontrou o irmão sumia gradualmente a medida que andavam juntos, como se estivesse aliviado por Damon estar de volta, mas ao mesmo tempo sua expressão era triste. Daniel não aguentaria toda aquela pressão, pensou Damon.

Vários de seus colegas e amigos vieram lhe cumprimentar. Finn, um homem de cabelos castanhos escuros cacheados, que é um dos melhores amigos de Damon olhou descaradamente para Connie balançando a cabeça negativamente, ele sabia muito bem da história dos dois portanto não gostou de vê-la novamente.

—Onde está Beatrice? — indagou Tom, outro amigo dele, olhando em volta — Poxa, eu jurava que ela ia vir junto com você. Não foi por isso que você saiu daqui?

Damon espreguiçou-se. Sua bunda ainda doía por causa da moto, estava com sono e ainda um pouco irritado por causa de Tobias e Beatrice. Via na expressão de todos os que o cercavam, eles ansiavam por uma resposta.

— Bem, digamos que ela não é tão bem-vinda aqui na Revolução. — disse por fim — Não mais.

Tom parecia estar se segurando para não perguntar o porquê, afinal ele sempre foi amigo de Beatrice e ela parecia gostar do jeito dele. O seu olhar pairava em Connie como se estivesse ligando os pontos, sua expressão deixava isso claro, baixou o olhar. Assim como Tom, outros de seus amigos que também tinham vindo recepcioná-lo olhavam daquele jeito para Connie.

— Por favor! — ela exclamou — Só por que eu estou aqui não significa que eu sou o motivo dela não estar aqui! — Connie cerrou os punhos e voltou seus olhos para Damon, desta vez sorrindo— Explique para eles o que aconteceu, Damon.

Damon suspirou. O olhar que Connie dirigia a ele significava " coloque a culpa em mim e prometo que você se arrependerá depois" e ela cumpriria essa promessa. Olhar para ela o fazia lembrar que tecnicamente havia traído Beatrice naquele dia, entretanto não fora na mesma proporção que ela fez (mesmo que ele tenha dito isso a ela).

Sacudiu a cabeça conseguiu pensar em algo plausível que não colocasse a culpa nele também, e que não era totalmente uma mentira.

— Vocês já ouviram falar de Tobias Eaton? — Damon disse calmamente, todos balançaram a cabeça negativamente, pareciam curiosos — Então, ele é uma pessoa que trabalha para o governo.

— Ele fez lavagem-cerebral em Beatrice? — indagou Daniel franzindo o cenho.

— Me deixe terminar. — fuzilou o irmão — Posso dizer que ela ficou muito amiga desse tal de Tobias e dos amigos dele e começou a realmente se importar com eles. Ou seja, a partir de agora ela tem relações muito, hm, íntimas com o governo.

Damon tinha certeza que Beatrice sabia daquilo assim como ele, mas preferiu ignorar. Um dos motivos dele dizer isso se devia ao fato de querer colocar a culpa em Tobias também, ele não podia sair impune dessa situação. Talvez ele pudesse mandar alguém atrás dele, já tinha a desculpa perfeita...Não! Ele não podia fazer isso. É algo muito egoísta para um líder.

— Beatrice nunca faria isso! — Tom disse indignado.

— Mas ela fez. — pigarreou — Pelo meu ponto de vista isso pode ser considerado traição.

Damon considerou o que falou sorrindo. Foi uma traição, pensou, mas não desse jeito.

Um silêncio desconfortável se instalou no ambiente. O grupo estava em uma sala próxima ao escritório de Damon, como a maioria chamava, ali eles tinham privacidade o suficiente para conversar sem serem atrapalhados com os assuntos pendentes que ele com certeza teria que resolver logo depois daquela conversa.

— Eu nunca achei que ela fosse fazer isso...

— Traição?!

—Faz tempo que alguém é acusado disso...

Os sussurros de seus amigos era auditáveis, todos se olhavam tentando entender o motivo que a levou fazer isso. Pelos olhares de todos eles começavam ter certa raiva por Beatrice, ela estava com o governo e aquilo era algo inaceitável por todos. Eles confiavam em Damon, mas havia um resquício de

— Não fiquem tão surpresos assim. — Connie quebrou o silêncio, ela revirava os olhos.

— E sobre Jacob e Meg? — perguntou Daniel querendo mudar de assunto pelo modo que todos olhavam Connie — Eles também não tinham ido buscar Beatrice?

Damon ponderou um pouco o que ia dizer. Afinal para ele não fazia sentido nenhum Meg apoiar Beatrice em trair a Revolução, já Jacob ele não tinha certeza, mas já que ele era o cachorrinho de Beatrice a seguiria e a apoiaria em qualquer coisa.

— Eu não sei. — respondeu — E eu não me importo. Eles poderiam ter ido procurá-la no lugar errado.

Daniel franziu a testa com a resposta do irmão, claramente insatisfeito. Damon não entendeu o porquê afinal até onde sabia ele não era próximo a nenhum dos dois. Provavelmente era apenas birra de Daniel.

Assim o assunto "Beatrice"morreu. O grupo conversou mais um pouco, a maioria estavam curiosos com o porquê Connie ter voltado, ela apenas disse que sentia falta da Revolução e que aquele era seu verdadeiro lar. Óbvio que todos acreditaram pelo modo que ela falou, com exceção de Damon. Ela parecia, ás vezes, um pouco com Beatrice, e naquele momento ele queria qualquer coisa menos lembrar dela.

Afirmou para seus amigos que precisava de um tempo para se recuperar da viagem para logo depois resolver seus assuntos pendentes. Pediu a Finn, ele era o melhor e o mais confiável estrategista de Damon, que o encontrasse em meia hora na sala de reuniões. Connie se ofereceu para ajudá-los afinal já tinha conversado com Damon sobre esse e outros assuntos, ela também afirmou ter assuntos a resolver e se retirou assim como a maioria de seus amigos.

Damon fechou a porta do escritório atrás de si, a trancando em seguida. Entrou no seu escritório olhando ao redor, era costume ver se suas coisas estavam do jeito que ele deixou, mesmo Daniel sendo líder temporário ele não entrava lá. Damon sentou-se no sofá de três lugares encarando as paredes beges, a lembrança das vezes que já ficou com Beatrice lá invadiu a sua mente e deu um sorriso fraco.

Por causa do tempo eu ele passava naquela sala havia um pequeno frigobar com um armário em cima onde tinha besteiras. Ele pegou um pacote de salgado o devorando logo em seguida.

Estava com o pensamento distante, tentando se concentrar nos problemas na Revolução, pensava no que falaria a Finn e perguntou-se se aquela era a melhor hora para conversar seriamente. Uma ideia que passou como um raio na sua mente pareceu-lhe muito boa e decidiu colocar em prática, pois depois daquilo espera que seus pensamentos ficassem mais concentrados.

Havia muitas coisas dele e Beatrice naquele local e aquilo o distraía demais.

"Por que eu amo tanto essa garota?" pensou " Ela nem deve estar pensando em mim, no que fez. Provavelmente está aproveitando o tempo com Tobias agora mesmo".

Ele tinha fotos dos dois em uma gaveta da sua mesa, assim como alguns presentes que eles já haviam trocado ao longo dos anos de namoro. Os dois nunca foram um casal que se mostrava romântico, principalmente em público, entretanto Damon gostava de agradar Beatrice do jeito que fosse, até lhe dando presentes que esta parecia gostar.

Ele sorriu involuntariamente encarando uma foto que tinha dos dois. Ele tinha que se livrar daquilo, pois seria pelo menos um pouco suspeito ele ter uma foto de uma suposta traidora. Sim, havia possibilidade dele apenas guardar em um local secreto, entretanto naquele momento nem cogitou a possibilidade. Rasgou a foto logo após tirá-la do porta-retratos e a jogou no lixo sem hesitar um sequer vez.

Olhou o relógio e se surpreendeu ao perceber que faltavam cinco minutos para se encontrar com Finn, percebeu, também, que passou mais tempo do que percebeu pensando em Beatrice.

Saiu do escritório fechando a porta gentilmente com o pé.

Durante seu caminho pelos corredores cinzas e estreitos até a sala de reuniões, vários soldados o cumprimentaram sorrindo alegremente. Damon podia jurar que havia alívio nos olhos de alguns. Pois é, pensou, Daniel realmente não serve para esse trabalho.

Entrou na sala onde já podia ver Connie e Finn conversando, o que para ele era um tanto intrigante, com um mapa dos Estados Unidos e um daquele prédio da Revolução.

Na Revolução havia um prédio central onde estava concentrado praticamente todo o poder político e militar, a sua volta havia uma pequena cidade onde as pessoas que não eram soldados ou pelo menos agentes viviam, Damon e Daniel tinham uma casa também, mas não era muito usada. Além dos inúmeros acampamentos ao redor do país.

Damon pigarreou atraindo a atenção dos dois que o olhavam com uma expressão séria e concentrada. Percebeu que os olhos de Connie brilhavam, e. não era por causa dele, e sim pelo fato dela estava fazendo o que queria.

— Então, Finn, quais são as novidade? — falou — Aquele amigo do Daniel, um tal de Jason, não me explicou muito bem quais são os problemas.

Finn sorriu.

— Parece que temos uma tropa avançando a oeste. Pelos nossos últimos relatos, é uma tropa com pelo menos o dobro do tamanho das que normalmente nos atacam.

— É a que perderem de vista?

— Sim. — respondeu — Porém quando eu tomei conhecimento dos fatos decidi por conta própria ficar analisando os radares por um tempo. Durante essa análise, teve um momento que um ponto acendeu e apagou-se após um minutos, o interessante é que o ponto é perto de onde avistamos aquela tropa pela última vez.

— Onde? — Connie perguntou, Damon a encarou, pois estava prestes a perguntar isso.

Finn pegou outro mapa que estava em sua mochila, afastou uma cadeira da mesa já que ninguém estava sentado e esticou o mapa. Era um mapa da região onde se conseguia ter uma boa ideia do que tinha aos arredores.

— Aqui. — ele bateu o dedo indicador no mapa — O que eles usam para não serem detectados pelos radares deve ter falhados por breves segundos e eles devem ter concertado logo em seguida. — Finn sorria — Bem, isso é o que eu sei.

— Cara, você é um gênio. — Damon o elogiou dando-lhe um soquinho no ombro.

— Eu sei.

— Eles estão perto. — Damon encarou o mapa — Não falta muito para eles chegarem aqui...

— O que você acha que devemos fazer? — Finn indagou.

— Não sei. — admitiu — Me deixe pensar por um momentos.

— Eu tenho um ideia! — Connie exclamou.

Damon a olhou com um sorriso no rosto a incentivando a falar.

— Bem, um ataque direto seria muito perigo. Afinal já foram enviadas equipes e perderam o contato com elas — começou — Por isso acho que devemos armar uma boa defesa aqui esperando por eles. Mas tem que ser escondido para termos vantagem, pois se eles chegarem e não virem ninguém vão achar que o plano deles deu certo.

—E os pegamos com a guarda baixa. — Damon completou o raciocínio.

Os três se encararam por um momento. Damon alternava seu olhar entre Connie e o mapa, tentando imaginar se poderia haver um plano melhor. Connie estava certa em muitos aspectos, mas Damon não parava de pensar em como isso deixaria a Revolução em perigo por causa da aproximação.

— Preciso discutir isso com os soldados. — Damon disse por fim — Eu preciso da opinião deles. Mas o plano pode funcionar. É uma boa ideia. — olhou para Connie — Bom trabalho.

— Ah, eu sei que sou demais. — ela deu ombros.

— Finn — olhou para o amigo — Avise para todos os soldados que em uma hora vou me encontrar com eles e discutir sobre assuntos importantes.

Finn assentiu e saiu da sala. Podia se ouvir seus passos apressados ecoando pelo corredor e sua voz dizendo algo rápido para um soldado no corredor que ele provavelmente tinha encontrado pelo caminho.

Damon olhou para Connie e perguntou se ela não queria acompanhá-lo até seu escritório. Ela assentiu, guardou os mapas na mochila que Finn havia deixado para trás e deixou a mochila encima da mesa alegando que seria fácil de encontrar caso ele voltasse. Ele se surpreendeu com a ação dele, afinal ela nunca tinha feito algo que não tivesse intenções egoístas.

Os dois conversavam sobre assuntos diversos, Damon queria saber se Connie havia mudado muito desde que ela partiu, o que pareceu não ter acontecido muito. Alguns aspectos nela estavam diferentes, entretanto aquela era a mesma pessoas que ele conheceu anos antes.

— Com licença — alguém tocou o ombro de Damon por trás —Mas o senhor poderia me dar uma informação?

Ele se virou, o homem que havia falado ajeitou os óculos e sorriu de lado. Damon o reconheceu como sendo o tal de Doutor Zank, o médico que se achava um cientista e que segundo Jason estava fazendo perguntas sobre Beatrice.

— O que você quer? — indagou um pouco rispidamente.

— Eu só queria saber se sua namorada, Beatrice, voltou com você.

— Não. — respondeu — E ela é minha ex-namorada.

— Você saberia onde ela está? — perguntou cautelosamente.

— Não.

— Nem uma ideia?

— Não.

— Uma pista?

— Não.

Pelos olhos do homem Damon via o quanto ele parecia indignado e nervoso. Damon não iria lhe contar onde estava Beatrice sem saber o que ele queria com ela, principalmente ao ver o desespero nos olhos do homem em encontrá-la. Não deve ser coisa boa, pensou.

Ao perceber a testa franzida de Damon, Doutor Zank virou-se sem se despedir e seguiu seu caminho xingando baixo sobre algo.

— Esse cara é estranho. — comentou Connie com as mãos no bolso.

— Também acho.

Damon observou o homem sumir de sua visão. O que ele queria com Beatrice? Era tão importante para ele ficar assim? Ela nunca tinha falado nada sobre ele. A dúvida e curiosidade o mataria se não fizesse algo.

— Ei, Connie, o que acha de uma pequena aventura comigo? — olhou para ela com um sorriso travesso nos lábios — Eu estava afim de descobrir mais sobre esse cara invadindo a casa dela. O que acha? Com nos velhos tempos.

Connie sorriu umedecendo os lábios e assentiu.

— Por que não?


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Notas finais do capítulo

Eu queria saber: o que você acham da Connie? O que acharam do capítulo?
Ah, o próximo capítulo já está praticamente pronto e em logo vamos postá-lo, ok?
Bem, comentem.
Até o próximo capítulo!