Ressurgente escrita por Let B, Muh


Capítulo 24
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Em primeiro lugar, gostaria de me desculpar. Disse que o próximo capítulo ainda sairia na semana passada, mas alguns problemas tais como escola, trabalho, facul, e outros problemas pessoais atrapalharam.
Em segundo lugar, poxa gente o último capítulo teve muito poucos comentários, então o próximo só sairá com no mínimo 10 comentários. Eu sei que é chato isso, mas não custa gastar um minuto comentando.

Gostaria de dedicar esse capítulo as leitoras lindas que comentaram nos dois últimos capítulos:
Star
Juliane
Luiza Blasi
LittleDarkAngel
Mille Grant
Tris Pond
Izzy Lessa
danimsmsms



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POV Tobias


Nos dias que sucederam o encontro entre ele e Beatrice(com a sempre irritante presença de Damon) no apartamento de Caleb, haviam sido raras. Soube por Zeke, que os dois haviam se mudado para uma casa um pouco afastada da cidade, e também percebera que ela devia ter feito compras por está vestindo agora roupas menos sombrias, mas que ainda sim destonavam com as vestidas pelas outras pessoas que moravam ali. Percebeu também que ela abandonara a maquiagem pesada, e parecia mais natural. Perecia mais com a garota que ele havia conhecido. Tobias às vezes pensava que talvez ela estivesse lá por ele, para chamar a atenção dele mostrando que ainda podia voltar a ser a garota que era antes. Ou talvez aquilo fosse apenas o que ele queria acreditar.
Ela praticamente não saía da casa que dividia com Damon, e este parecia estar muito satisfeito com isso. Doía em Tobias saber que ela estava tão perto, mas mesmo assim tão longe do seu alcance. Ele pensava que ela provavelmente estava se isolando para evitar brigas entre ele e Damon.
Ele respeitou o espaço dela, por mais que quisesse encontrá-la de novo. Mas sempre que podia passava perto de onde eles moravam, tentando ao menos vê-la de longe. Neste dia, em especial, Tobias teve uma surpresa. Ao longe, ele pode perceber que Damon se dirigia a sua moto, montando-a. Beatrice estava ao seu lado, mas não subiu na moto. Apenas se manteve ao lado dele enquanto os dois conversavam. O outro então ligou a moto, e partiu em direção à saída da cidade. Aquilo deixou Tobias curioso. Para onde será que ele estava indo? Será que finalmente ele havia partido dali?
Seu impulso nesse momento era ir até Beatrice para depois de tantos dias finalmente poder vê-la. Mas desistiu disso. Era melhor primeiro saber o que estava acontecendo e para onde Damon havia ido. Tobias não queria ir até lá, atras de Beatrice, para que de repente Damon chegasse. Ele não o temia, mas não sabia em que pé estavam as coisas entre eles, e não queria trazer problemas para ela.
Pensou por um momento e retornou a cidade. Ele pensou em quem poderia ajudá-lo a saber o que estava acontecendo. Primeiramente pensou em Caleb, mas eles nunca foram próximos e Tobias nunca o havia perdoado inteiramente pela morte de Beatrice. Depois pensou em Jacob, ele era amigo de Beatrice, então ela provavelmente contaria a ele o que estava acontecendo, se é que este já não soubesse. Mas também descartou essa possibilidade, Jacob parecia não gostar nem um pouco dele, ele não sabia bem o porquê, mas desconfiava que Jacob queria mais que amizade com ela.
Sua última e melhor alternativa era Meg. Mas havia um pequeno problema: Ela agora estava morando com Christina. Christina e Tobias se evitavam o máximo desde que Beatrice voltara. Ele não havia sido justo com ela, ele sabia. Ele a abandonara para ir atrás de Beatrice, quando ele sabia que aquela situação havia mexido tanto com ela quanto com ele. Elas eram melhores amigas, antes de Beatrice morrer. Ele não sabia se havia amado Christina, mas tudo o que ele conseguia sentir sobre ela agora era culpa e vergonha. Os dois haviam seguido a suas vidas e se relacionado, enquanto a outra ainda estava viva. Mesmo que eles não soubessem disso, de certa forma aquilo parecia traição.
Agora era tarde para lamentar isso, e de qualquer forma ele e Christina teriam que resolver isso em outro momento. Pensando assim, ele foi em direção ao prédio de Christina. Subiu devagar, como se estivesse evitando um confronto. Chegou ao andar dela e vacilou. Respirou fundo e tocou a campainha. Passaram alguns segundos antes que uma Christina sorridente abrisse a porta. Ela parecia leve e feliz, e suja de algo. Peraí, aquilo era farinha? Mas ao vê-lo rapidamente sua expressão mudou.
– Tobias? Eu não sabia...Oh eu estou toda suja, estavamos tentando fazer um bolo. Mas o que você está fazendo aqui? – Ela parecia confusa.
– Oi christina. Eu... gostaria de falar com a Meg.
Meg surgiu na sala, ela ainda não havia visto Tobias, e tal como Christina estava suja de farinha e feliz. Aproximou-se da porta percebendo a presença dele. Christina explicou a ela que ele a estava procurando. As duas trocaram um olhar, e Meg rapidamente passou pela porta fechando a seguir. Olhou para ele, esperando.
– Eu por acaso vi Damon saindo da cidade hoje. Aconteceu alguma coisa? – Ele resolveu ser direto. Havia algo no olhar que as duas trocaram que o fez sentir que estava invadido um momento particular entre elas.
– Ah, por acaso sei. – ela debochou. – Beatrice me disse ontem que Damon precisava sair da cidade para resolver alguns problemas, acho que algo a ver com a revolução.
– Ah, entendi. Bem acho que era só isso que eu queria saber. achei que pudesse ser algo relacionado com o tal doutor ou sei lá. Estava preocupado. Bem eu não queria atrapalhar vocês. Acho melhor eu ir. – Fez menção de sair, mas Meg o segurou pelo braço.
– Acho que talvez você fosse querer saber que vai ser uma viagem longa. Ele provavelmente só voltara amanhã. Quero dizer, se há algo que vocês precisem conversar, esse seria um bom momento e vocês teriam bastante tempo para, não sei, conversar.
– Bem , obrigado. Acho que vou considerar isso.
Tobias saiu do prédio. Em vez de seguir direto atrás de Beatrice,resolveu esperar um pouco. Assim, ele também poderia pensar. Pensar no que queria dizer a ela.
Passou a manhã inteira trabalhando, e continuou a resolver algumas pendências que haviam no trabalho após o almoço. Demorou mais do que ele previra, mas finalmante quando já estava anoitecendo ele terminou. Passou em casa rapidamente, apenas para tomar banho e trocar de roupa.
Já era quase noite quando ele se aproximou da casa dela. A luz onde deveria ser a sala estava ligada, mostrando que ela estava em casa. Antes de se aproximar da porta, lembrou o que Damon havia dito a ele, que Beatrice era a namorada dele e que de certa forma era errado Tobias ficar dando em cima dela. Mas ele já havia esperado demais, anos demais.
Bateu na porta e esperou. Ela abriu a porta instantaneamente, como se estivesse esperando por ele. Ela parecia tranquila.
– Oi, faz algum tempo que não conversamos. – Ele começou incerto do que dizer. – Será que nós? – Antes mesmo que ela terminasse a frase ela abriu a porta e deu passagem para ele entrar.
– É verdade, senti falta de conversar com você. – ela começou. – Mas achei que ainda não era o momento.
– E agora? É este o momento? – ela confirmou com a cabeça. Em seguida pediu para ele sentar no pequeno sofá que havia no roll de entrada. Ele nunca havia estado naquela casa, parecia simples e tinha poucos móveis. Ela sentou no braço do sofá mantendo-se a uma pequena distância dele.
– Desculpe-me, eu precisava de um tempo para pensar. É que foi acontecendo tantas coisas em tão pouco tempo. Mas tem algo que eu preciso contar a você. – ele prendeu a respiração. Então aquele seria o momento que ela o dispensaria. – Aquele dia que nos beijamos eu tive uma espécie de déjà vu. Eu vi, ou melhor, eu me lembrei de algo. Eu lembrei que eu já havia estado com você naquele mesmo lugar. Nós usávamos roupas diferentes, eu estava diferente. Mas uma coisa era igual: o beijo.
– Se você se lembrou me diga porque?- Aquela confissão feita por ela o havia consternado. – Por que depois disso você ainda continuou com ele? Por que você não me disse algo?
– Eu estava, que estranho confessar isso, assustada. Era tão real. – Ela suspirou – Também preciso saber o porquê. Se você me amava tanto quanto diz porque você começou a namorar com a minha “melhor amiga” depois da minha partida? Como você pode dizer que eu era importante para você, depois de ter feito isso? Eu entendo que a vida continua, não sou mesquinha, mas tinha que ser alguém que no passado havia sido tão próxima a mim?
Tobias percebeu que ela estava com um pouco de raiva. Ela nunca havia demostrado se importar com isso, mas talvez o tempo em que ela passou sozinha fez com que ela pensasse nisso. Ele sabia que deveria está se sentindo ainda mais culpado, mas naquele momento ele se enfureceu. Talvez aquilo tivesse sido errado, mas e o que ela fez. Após ter uma lembrança com ele, após beijá-lo, ela apenas voltou para Damon.
– Acho que você não está em condições de me julgar, considerou que você pulou na cama de Damon, após o que houve entre nós. – Ele vociferou.
– Ele é o meu namorado, e não é seu amigo. Eu não lembrava de você, mas você lembrava de mim. Acha mesmo que é a mesma coisa, seu idiota? – Agora ela estava gritando. – Você diz que nunca me esqueceu, não é? Então me diz quando você estava trepando com ela, você pensava em mim? Fingia que ela era eu?
O sangue de Tobias ferveu. Ela a puxou para perto dele, ficando por cima dela. Ela tentava socá-lo, mas ele segurou seus punhos.
– Pensava Tobias? Me diga. Porque é só em você que eu consigo pensar quando estou com Damon. Eu odeio o que você faz comigo. Se eu não tivesse voltado, você ainda estaria com ela. Você fingiria que eu nem existia, não é? – Ela gritava com ele cada vez mais alto. Ela estava com raiva, mas não tinha problema, ele também estava.
– Você não sabe de nada. Cala a boca. Você não tem ideia de o quanto eu sofri quando você morreu. Como você ousa me dizer essas coisa? – Ele gritava mais alto ainda, mantendo suas mãos nos pulsos dela. – Você não faz ideia.
Ela parou de se debater, ele a soltou. Ela ainda estava embaixo dele, e os dois se encaravam. Ele estava com raiva, mas também a desejava. Tanto que doía. Puxou os lábios dela para si. Não foi um calmo, mas foi um beijo de desespero, de saudade, de raiva, tudo misturado.
Ela puxou a camisa dele, tirando-a. Cravou as unhas nas costas, como se quisesse feri-lo. Ele mordeu os lábios dela com força, fazendo em soltar um gemido. Mergulharam com fome um no corpo do outro. Mas era um mergulho em fogo. Ainda vestida de roupas intimas, ela se levantou, o empurrando de cima dela. Sem falar nada pegou a mão dele e o puxou em direção ao quarto.

[...]

POV Damon

Damon observava o movimento calmo da cidade enquanto dirigia tranquilamente a sua moto. Não estava feliz em deixar Beatrice sozinha com aquelas pessoas na cidade que agora estava bem distante, porém tinha que resolver assuntos como líder da Revolução.
Daniel havia ligado para ele pelo celular que eles usavam muito pouco pelo fato de que celulares são facilmente rastreados. O irmão parecia um pouco preocupado pelo seu sumiço, talvez ele tivesse percebido que ser o líder não era tão fácil quanto ele pensava. Damon mentiu dizendo que encontrara Beatrice a pouco menos de um dia, perguntou sobre o que estava acontecendo na revolução, porém seu irmão não podia falar muita coisa por telefone e avisou que mandaria alguém de confiança para dar-lhe todas as informações necessárias. Achou muito melhor se encontrar com a tal pessoa de confiança o mais longe possível dos outros, pra que não houvesse chance deles se envolverem nesse assunto. Porém se esquecera no momento o quanto aquele lugar lembrava-lhe alguém, o incomodando por dentro.
— Oi. — um garoto loiro oxigenado se aproximou de Damon assim que ele estacionou a moto muito perto do local combinado. — Eu sou Jason, amigo do seu irmão.
Damon não se surpreendeu do garoto reconhecê-lo apenas de vista, pois todos da Revolução o conheciam assim.
—Oi... — ele respondeu um pouco desconfiado.
Sem hesitar o garoto que se apresentara como Jason, falou a senha combinada com Daniel e mostrou a tatuagem típica da Revolução. Damon fez um careta com a rapidez que ele mostrara a tatuagem sem ao menos checar se havia alguém por perto, o garoto baixou a cabeça envergonhado quando Damon chamou-lhe a atenção.
Conduziu Jason até um local afastado evitando olhar demais para a cidade já que tinha assuntos sérios a tratar não podia se distrair com lembranças distantes. Se sentarem em um banco perto de uma estação de trem abandonada onde não havia ninguém por perto.
— Conte-me tudo sem enrolar. — ordenou Damon. Ele já havia tomado sua postura mais formal e fria como sempre fazia na presença de membros baixos da Revolução.
—Certo... — Jason umedeceu os lábios antes de continuar falando — Daniel pediu para lhe falar que foram avistados tropas do governo avançando lentamente ao sul, porém ele acha que não vão nos atacar, pelo menos não por agora, já que formaram um bom acampamento e não parece que vão sair de lá tão cedo.
Parou de falar dando um tempo para Damon absorver tudo o que ele tinha falado, depois de alguns segundos e percebendo que aquilo não era uma coisa grave fez sinal com as mãos para que ele continuasse e foi o que ele fez:
— Por lá não há muitas novidades, os treinamentos continuam regulares e intensos, as pessoas só estão um pouco tensas pelos acontecimentos recentes e sentem sua falta na liderança.
—Quais seriam esses acontecimentos? — Damon não pode evitar sorrir quando Jason disse que sentiam falta dele, mas também pensou que poderia ser apenas para puxar seu saco.
— Pelo o que Daniel me contou há uma tropa avançando do oeste. — pigarreou — Perdemos contado com uma de nossos acampamentos naquela área e todos esperam o pior. Parece que foi há dois dias atrás sem aviso prévio, enviaram equipes de buscas lá, porém eles não voltaram.
— Qual o tamanho da tropa? — Damon se endireitou nervosa com a resposta, estava bravo com Daniel por não ter entrado em contato com ele antes.
— Grande. — Jason respondeu indicando o tamanho com as mãos .
—Nada bom... — Damon coçou o queixo pensativo — Quanto tempo até nos alcançar?
— Não sei e duvido que seu irmão saiba já que perdemos eles de vista ontem, ou seja, ninguém faz ideia de onde esta tropa está.
Damon levantou-se subitamente com os olhos arregalados e a voz alterada gritou:
—Como vocês perdem uma tropa grande? GRANDE! — apontou o dedo acusadoramente para o garoto — Daniel está sendo um inútil!
—N-Não culpe seu irmão. — falou ergueu as mãos em sinal de rendição visivelmente assustado pela reação de Damon — O governo está com outros tipos de tecnologias e todos acham que o único objetivo é nos exterminar.
Damon suspirou e sentou, o tal Jason não havia explicado muito bem o que estava acontecendo. Talves não soubesse, ou talvez não quisesse falar. Porém aquilo seria o máximo que ele iria conseguir naquele momento. Aquela situação realmente o preocupara, ele nunca havia visto o governo atacá-los tão diretamente. É claro, que eles sempre os atacavam, mas não tão organizados e objetivos assim.Algo estava acontecendo, e era algo grande. Damon sentiu que precisava voltar para a Revolução imediatamente. Pensou por um momento no que Beatrice faria, porém sabia que em uma emergência como aquela se ele pedisse ela voltaria, afinal se ela quisesse poderia voltar depois para aquele maldito lugar (não que Damon gostaria, mas o joguinho dele com Tobias começava a diverti-lo).
— Ok. Volte para a Revolução e diga a Daniel que eu o mais rápido possível daqui. — decidiu-se — Porque há uma coisa que tenho que resolver antes.
– Tem mais uma coisa que Daniel pedir para te dizer, ou melhor, te alertar. - Jason voltou a falar parecendo constrangido. - Ele pediu para te avisar que desde seu desaparecimento, algumas pessoas estão fazendo perguntas...
– Perguntas? Sobre mim? - Damon questionou levantado a sombrancelha.
– Não. Perguntas sobre Beatrice. Parece há algumas pessoas de fora da Revolução que andam querendo saber o paradeiro dela,especialmente um homem. Seu irmão disse que o nome dele era Doutor Zank, ou algo assim. Daniel achou isso... curioso.
– É, me parece muito interessante. Já ouvi falar sobre ele. Um psiquiatra meio metido a cientista se não me engano. Gostaria muito de saber qual o interesse que ela tem em Beatrice. O que será?
Jason abriu a boca para responder, mas percebeu pela expressão de seu líder, que era uma pergunta retórica. Calou-se e contentou-se com um aperto de mão que demonstrava que o assunto entre eles estava encerrado. Damon suspirou olhando o garoto se afastar, pensou na dor de cabeça que teria futuramente.
Andou em direção a sua moto o mais rápido que conseguiu, porém uma voz o interrompeu.
— Damon? — a voz tão conhecida por ele o chamou, ele permaneceu estático com os olhos arregalados não acreditando em quem era — É realmente você?
Damon girou os calcanhares com certa dificuldade Olhou-a boquiaberto, a mulher de 1,60 com cabelos castanhos claros na altura do ombro sorria alegremente para ele como se estivesse feliz de vê-lo tão casualmente.
—C-Connie? — gaguejou ainda pensando ser sua imaginação, ela não podia estar lá.
Damon conhecia muito bem aquela garota e lembrar-se dela sempre fora algo que ele evitou desde que conheceu Beatrice. Eles haviam namorado por muito tempo, ele havia a amado profundamente. Mas ela o abandorana, partindo como se ele nem importasse. Os dias após o rompimento haviam sido negros para ele. Até que ele encontrara Beatrice, ele se apegou a ela como se fosse um cachorrinho abandonado. Ela se apegou a ele pois não tinha mais ninguém. O relacionamente entre eles, por vezes era bom e estável, mas também podia ser destruítivo e doentio. Ele acreditava que uma grande parcela de culpa disso, pelo menos da parte dele, havia sido o abandono que ele sofrera. E agora ali, na sua frente, estava a garota que o havia destroçado
—Sim. — articulou animadamente — Você se esqueceu que a minha família é daqui?
—Mais ou menos. — Damon coçou a nuca, sabia que aquele lugar lhe lembrava alguém.
Os dois se encaravaram por um breve momento, provavelmente ela estava tão surpresa quanto ele, apenas não admitiria isso. Connie era uma garota terrivelmente manipuladora assim como ele e Beatrice, porém podia as vezes ser mais cruel. Como quando ela o abandonara, depois de não precisar mais dele. Mas ela era também uma ótima mentirosa, poderia demorar anos até alguém percebesse seu lado sombrio. Ah sim, ela era capaz de te esfaquear pelas costas, mantendo o sorriso mais inocente no rosto. Provavelmente, havia sido por isso que ele a amara tanto, Damon sempre foi atraído por pessoas egoístas e sombrias. Garotas, que como ela, eram capazes de fazer qualquer coisa para terem o que desejam.
— O que você está fazendo aqui? — ela indagou distraidamente . Ele pensou se explicaria a situação para ela ou não, seu silêncio para ela era como uma resposta — Entendo...
Connie suspirou virando-se para seguir o seu caminho, porém Damon segurou seu braço a impedindo de continuar.
— Bem, tecnicamente você ainda é da Revolução — decidiu-se rapidamente — Então acho que não há problemas em te contar.
—Bem...Acho que tecnicamente sou da Revolução. — ela parecia um tanto aliviada por aquele ser o motivo.
Damon lembrava de que fazia pelo menos dois anos que ela não aparecia na Revolução, porém não havia saído oficialmente apenas alegando na época que precisa de um tempo para resolver problemas pessoais que não contou a Damon. Ele se sentiu terrivelmente estranho quando ela tocou seu ombro de leve indicando um simples café onde eles podiam sentar e conversar que segundo Connie era seu favorito.
Sentaram-se em um local afastado dos outros poucos clientes, Damon pediu um café simples enquanto Connie pedia uma garrafa d'água e um pedaço de bolo de morango aparentemente bom.
— Então, como você está? — perguntou — Ainda está com aquela garota? Beatrice?
— Não exatamente... — mentiu Damon, não soube o que aconteceu com ele naquele momento. Nunca havia mentido sobre a sua relação com Beatrice, principalmente por muitas vezes gostar de esfregar na cara das pessoas a namorada — E você?
— Totalmente solteira. — respondeu sorrindo — Não namorei ninguém seriamente depois de você.
Ele admitia que ainda havia sentimento ali, conhecia Connie mais do que qualquer pessoa do mundo e sabia o que ela estava insinuando. Talvez se ela não tivesse terminado tudo ainda estariam juntos. Balançou a cabeça afastando esse pensamente, Damon amava Beatrice de verdade, porém havia algo em Connie que havia mexido com ele.
— Isso é interessante... — evitou olhar nos olhos da garota — Eu iria te contar o que aconteceu na Revolução...
—Certo. Continue. — ela sorriu de canto ao perceber que Damon tentava mudar de assunto.
Assim ele relatou tudo o que tinha conversado com o tal Jason e sobre sua teorias em relação ao fato deles terem perdido a localização da tropa. Connie assim como Damon acreditou que algo grande estava para acontecer. Connie era uma das melhores estrategista que Damon já conhecera e ter sua opinião sobre o assunto era muito bom.
— Esses são bons pontos, Connie. O que mais você tem?
Ela sorriu e continuou a discursar.
Daniel uma vez lhe dissera que não acreditava que uma pessoa como Connie gostava de alguém como ele, Damon apenas ria desses comentários do irmão fingindo concordar, porém sabia que Daniel não conseguia ver quem ela realmente era e explicar não seria uma tarefa fácil. Lembrava feliz do tempo em que eles tinham um lindo romance adolescente que depois tornou-se um falso conto de fadas, contudo ambos sabiam que o sentimento de amor não tinha sido falso e sim o sentimento de que tudo era perfeito.
Continuaram conversando sobre o que fizeram no tempo em que Connie saíra da Revolução, sem contar o tempo que não se falaram após Damon começara namorar Beatrice. Ele, sem nenhuma surpresa, pagou a conta do café e saíram.
—Eu gostaria de voltar. Voltar para a sede da Revolução quero dizer. — ela soltou enquanto caminhavam, Damon parou de frente a ela encarando seus olhos avelã.
—Não acho que essa seja um boa ideia, Connie. As coisas estão diferentes agora.
– Está preocupado com o que sua namorada irá pensar, não seja bobo Damon. - ela responde mordendo os lábios. ela estava claramente flertando com ele. - Ela não aguenta uma pequena competição?
– Não há nenhuma competição, você saber disso. O que tivemos ficou para trás. - Ele respondeu se afastando. - Acho que já está na minha hora, tenho muitas coisas para resolver e uma longa viagem para fazer. Foi bom ter te encontrado.
Para a surpresa dele, Connie se aproximou ainda mais, ficando a centímentros de distância. Ele não se mexeu, ainda surpreso e confuso com a repentina aproximação. Ela se inclinou levemente, fazendo os lábios deles se tocarem levemente. Percebendo que ele não se afastaria, ela aprofundou o beijo.
Ficaram muitos daquela forma, beijando-se. Damon pensou em Beatrice, mas mandou o pensamento para longe. Aquilo era traição, mas foi ela que o traiu primeiro beijando Tobias.
Connie finalmente rompeu o beijo. Ela parecia satisfeita em perceber que ainda tinha poder sobre ele.
– Então eu acho que isso é um adeus, não é?
– Sim, ee-eu preciso ir, Connie. Como disse antes, foi bom encontrar com você.
Ela sorriu e deu as costas para ele. Ele apenas se manteve no mesmo lugar, ainda sem saber o que fazer. quando estava a alguns metros de distância, ela subitamente parou e voltou-se para Damon:
– Eu realmente gostaria de voltar, acertar as coisas... Se você mudar de ideia... Bem, você sabe onde me encontrar.


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Notas finais do capítulo

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