Ressurgente escrita por Let B, Muh


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Pelos meus cálculos tivemos 9 comentários no capítulo passado, mas como teve uma recomendação então nada mais que justo postar agora.
UMA RECOMENDAÇÃO!! AGRADEÇAM A MILLE EATON POR ESSE CAPÍTULO ESTAR SAINDO HOJE!!! ADORAMOS A RECOMENDAÇÃO!! MUITO OBRIGADA!! CAPÍTULO DEDICADO A VOCÊ.
Obrigada também a: ArlequinaQuinzel, Izzy Lessa, Grimes Winchester, Mille Eaton, thaty, jade passos, Bru Fer Solace, Star e Juliane por comentarem o capítulo passado!!
PS.: Vou responder amanhã os comentários porque não deu tempo ainda.
Espero que gostem!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/480904/chapter/21

Damon P.O.V

Damon caminhava ao lado de Zeke que alegremente se gabava de suas habilidade e quais eram as possibilidades de uma luta contra ele. Só estava ali porque Amah o havia provocado sobre o suas habilidades, nunca que se recusaria demonstrar para aquelas pessoas o quanto ele era bom. Ele era líder da Revolução, tinha que ser bom nisso.

Meg que estava logo atrás dele falou em um quase sussurro:

–O treinamento deles não é tão difícil ou bom quanto o da Revolução.

–Não precisa baixar tanto o nosso nível!

– Zeke olhou-a de braços cruzados, mas logo gargalhou alegremente.

– Nós só pegamos leve quando estávamos treinando você.

–Hm. - Meg levantou a sobrancelha e completou sarcasticamente - Tenho certeza que sim.

–Veremos. - Damon sorriu com o canto dos lábios.

Andaram até a viatura da polícia com Amah explicando coisas básicas para onde eles iriam e o que faziam normalmente. A viatura tinha espaço para quatro policiais e dois bandidos, já que não havia cinto no lugar do meio no banco de trás. Damon se acomodou atrás junto a Meg. Zeke explicava sobre a licença para portes de armas na polícia e a falta delas para todos, por isso eles não poderiam treinar mira. Meg segurou o riso.

–Se o problema fosse a quantidade de armas eu diria para que não se preocupassem porque eu tenho a minha própria. - Damon falou descontraidamente.

– O quê? Onde? - indaga Amah de testa franzida.

–Oh, isso é um segredo só meu. - sorriu - Bem, eu tenho quase certeza que Beatrice sabe onde ela fica. Porém ela tem a dela, só não sei se a trouxe para cá. Talvez para não assustar vocês.

Amah e Zeke se entreolharam sem dizer mais nada. O carro chegou rapidamente ao centro de treinamento andando devagar pelas ruas pouco movimentadas da cidade. Ficava logo a frente da charmosa e pequena delegacia onde policiais de plantão acenaram alegremente, sem notar a presença de Damon que permaneceu estático.

O centro de treinamento não era uns dos mais grandes, porém bem equipado. Damon analisou todo o lugar calmamente. Havia um espaço parecido com uma academia comum equipada com diversos aparelhos aparentemente novos. Uma porta azul com um adesivo de arma indicando onde eles treinavam os tiros. Uma porta laranja com um adesivo de dois punhos prestes a se encontrar. E uma porta verde aberta dando a um quintal, foi para lá que os três se dirigiram.

Parecia uma espécie de circuito, aqueles onde se anda em pneus, se balançar em cordas no ar, escalar em paredes. E também haviam vários bonecos com formas de militares com obstáculos entre eles e uma linha parecendo ser o ponto inicial.

–Eu disse. - falou Meg revirando os olhos.

– Você não disse isso quando ficou cansada depois do seu primeiro dia. - Amah fingiu estar emburrado.

–Eu não tinha feito nada por alguns dias e não estava acostumada com esses tipos de exercícios. - respondeu indiferente.

–Então você admite que temos coisas que vocês não tem? - Zeke sorriu.

–Não. É a mesma coisa, porém você usam modos mais rústicos. - Damon diz seriamente.

Amah olhou para Damon dos pés a cabeça e pediu a Meg para levá-lo ao vestiário onde ele poderia colocar uma roupa mais confortável. Passaram pela academia onde um homem com a cara suada fazia exercícios, chegando ao final havia duas portas indicadas como vestiário feminino e masculino.

–No armário à direita há algumas roupas que você pode pegar, veja o que vai caber em você e nos encontre lá na frente de novo. Ok? - disse Meg.

Damon ignorou o fato dela parecer estar dando ordens a ele, pois sabia que Meg não faria isso por querer. Ela era um bom exemplo de soldado, fazia tudo o que estava em suas mãos e parecia acreditar nos ideais da Revolução, não como o inútil do Jacob. Pegou a calça tactel preta e uma blusa de algodão verde escura, não tinha necessidade de trocar de roupa, afinal ele estava usando suas roupas casuais e não teria problemas se sujassem ou algo assim.

Ajeitou seus cabelos pretos olhando no espelho para seus próprios olhos verdes, examinou o rosto com a fina barba mal aparada pelo tempo que passara longe de seu barbeador. O cara que antes estava na academia entrou no vestiário indo direto para o chuveiro, Damon dobrou suas roupas e colocou-as no armário de onde pegou aquelas roupas usadas.

Amah e Zeke conversavam animadamente sobre como Damon demonstraria as suas habilidades para eles, sorriam enquanto falavam, o que irritou o rapaz , pois estavam mostrando que não confiavam em suas habilidades.

–Por que não pulamos essa parte chata e vamos logo para a luta de verdade? Aqui apenas te mostraria minha agilidade. - Damon se espreguiçou vendo a cansativa pista de obstáculos, não estava afim de fazer isso.

– Agilidade é uma habilidade muito importante. - Zeke retrucou.

–Sim. Mas se treinarmos agilidade agora você irá saber o quão ágil eu sou e a nosso luta amigável não será tão surpreendente. - Damon argumentou sorrindo.

Zeke parou para pensar um pouco no assunto, deveria estar pensando que o mesmo se aplicava a ele.

–Certo. - conclui Zeke - Mas não vá amarelar.

–Por favor. - Damon suspirou.

Meg e Amah trocaram seguindo os dois até a sala de luta ( a com a porta laranja). Era apenas uma sala simples com alguns colchões no chão, um quadro negro com nomes de técnicas desenhadas e diversos papéis mostravam o passo a passo de movimentos diferentes e práticos. Damon tentou entender o porquê deles aprenderem técnicas básicas e avançadas de luta corpo a corpo se aquela era uma cidade tão monótona.

–Então, eu começo com você mesmo? - ele apontou para Zeke - E seria algum tipo de luta específica?

–Sim, você pode começar comigo. Não será tão fácil quanto parece.

–Só vou estabelecer algumas regras. Tentem não machucar muito o outro e sem golpes baixos. - falou Amah seriamente. - Quem derrubar o outro primeiro ganha. Damon assentiu cerrando o punhos e fuzilando Zeke com o olhar, tentando intimidá-lo sem tentar o seu máximo, pois ás vezes tinha que conseguir o que queria apenas com o olhar. Zeke era forte nesse sentido, Damon pressentiu que ele deveria ter passado por situações difíceis antes.

Enquanto Zeke se posicionou para receber o primeiro ataque, Damon alongava os braços de olhos fechados. Sem premeditação desferiu um soco na barriga de Zeke em uma velocidade que o outro não podia acreditar, segurou a barriga dolorida. De olhos arregalados se apressou dando socos rápidos na altura da cara de Damon que defendia levantando os dois braços. Em um único movimento Zeke fingiu que ia dar um soco baixo na barriga com a mão esquerda fazendo Damon sorrir e posicionar seus braços para proteger aquela área, assim Zeke movimentou a outra mão conseguindo dar um ótimo soco no queixo dele. Damon cambaleia para trás, olha irritado para o outro e bufa pesadamente. Admitiu mentalmente que o soco daquele cara era forte, não que fosse atordoá-lo fisicamente, só tinha ficado extremamente surpreso de Zeke conseguir socá-lo. Se bem que o cara era de uma facção chamada Audácia e blá blá blá, Damon apenas sabia que ele havia aprendido a lutar desde pequeno.

–Ok. Agora vai ser sério. - semicerrou os olhos verdes.

Avançou para cima dele sem hesitar por um momento e aplicou um golpe de judô o derrubando instantaneamente. E com outro golpe o imobilizou rápido o suficiente para não dar tempo de Zeke reagir.

–Ganhei. - anunciou Damon saindo de cima de Zeke.

Depois disso eles treinaram nas pistas e passaram uns dez minutos na academia. Amah e Zeke continuaram perguntando como alguém tão jovem poderia ser líder de um movimento tão bem organizado, Damon se gabava alegremente de como o lugar funcionava muito bem aos seus comandos. Ficou feliz por poder demonstrar que sabia lutar de verdade e que não estava blefando, conseguia até sentir um clima mais respeitoso.

Quando bebia água após terminar pela 3ª vez Zeke veio de cabeça baixa lhe perguntar:

–Você ama Beatrice, certo?

–Sim. - respondeu - Se não nos amassem não teria motivo para ficarmos juntos. Ela é minha. - enfatizou a última palavra. -Entendo. - balançou a cabeça - Está quase na hora do almoço. Você pode almoçar aqui, se quiser. Damon se lembrou de algo crucial naquele momento: Beatrice poderia estar sozinha e Tobias poderia estar sozinho com ela, Jacob e Matthew estavam lá também, porém poderiam ter saído já que ambos tinham que trabalhar. Esse pensamento o fez ficar nervoso e raivoso ao mesmo tempo.

–Vou voltar para o apartamento de Caleb. - respondeu sem deixar transparecer seus sentimentos - Encontrar Beatrice.

Meg P.O.V

Meg procura Zeke para pedir-lhe uma carona até o prédio de Christina, já que as duas tinham combinado de almoçar em um restaurante próximo que ela conhecia. Meg estava muito feliz de uma ter ficado tão próxima a outra em tão pouco tempo, ás vezes pareciam que se conheciam desde pequenas.

Encontrou Zeke segurando o braço de Damon e insistindo para ele ficar mais um pouco e contar-lhe mais sobre a Revolução, em vão.

–Depois eu te conto mais, Zeke.

–Você pode me dar uma carona na viatura hoje? - Meg se intrometeu na conversa.

–Poderia aproveitar e me deixar no apartamento. - Damon sugeriu.

Zeke olhou para os dois e sem muita opção concordou que levaria os dois para seus devidos destinos.

–Para onde você vai mesmo, Meg? - perguntou quando chegavam perto do apartamento de Caleb.

–Para o prédio da Christina.

–Christina? Vocês realmente viraram amigas.

–Christina? - Damon franziu a testa - Você não deveria fazer novos amigos, não ficaremos aqui por muito mais.

–Ela é legal. - Meg retribuiu, não deixaria ele falar mal de Christina - E tem várias habilidades.

–Habilidades? - coçou o queixo - Se você gostar muito dela podemos trocá-la pelo Jacob. Deixamos ele aqui e levamos ela.

–Não seria uma má ideia. - sussurrou Meg mentindo apenas para concordar com Damon.

Zeke estacionou a viatura na frente do prédio de Caleb, e antes de Damon sair virou-se e disse:

–Tem certeza? Ficar conosco lá não seria uma coisa tão ruim. Os meus companheiros adorariam te conhecer e...

–Depois eu passo lá. - Damon respondeu arrogantemente de cara emburrada, fechou a porta do carro com violência atrás de si.

–Meu deus! Tobias vai me matar... - Zeke murmurou enquanto manobrava o carro a caminho do prédio de Christina.

Meg demorou alguns minutos para entender o que o colega havia dito, só poderia haver um motivo para Zeke querer tanto que Damon ficasse com eles e Tobias estar envolvido nisso. Não era burra para não perceber os olhares que Tobias e Beatrice secretamente trocavam quando achavam que ninguém estava reparando.

–Zeke, por favor, não me diga que Tobias está lá sozinho com Beatrice.

–Não. - disse cabisbaixo - Acho que estão sozinhos em outro lugar.

–Você está dizendo que hoje era para você distrair Damon enquanto os dois ficavam sozinhos? - disse cautelosamente.

–Sim.

Meg olhou para trás e viu Damon entrar calmamente no prédio com os punhos cerrados e uma expressão de quase raiva, olhou novamente para Zeke e disse suspirando:

–Isso não vai acabar bem.

Tobias POV

Tobias nem acreditava no que estava acontecendo. Ele e Beatrice estavam novamente no Complexo da Audácia, após tanto tempo. Ela olhava para tudo parecendo um tanto assustada e deslumbrada, como se não acreditasse que realmente houvesse vivido ali. Ele não havia planejado o que fazer depois que os dois estivessem ali, mas quando chegou na antiga sede da Audácia apenas soube o que fazer. Pegou na mão dela e a guiou. Para a sua surpresa, ela nem questionou o que ele estava fazendo.

Ainda de mãos dadas, eles desceram em direção ao Fosso. Desceram pelo mesmo caminho estreito que levava ao fundo do abismo, que haviam descido tantos anos atrás. Sentaram na mesma pedra que haviam sentado. Tudo ali estava igual, o que contrastava com o próprio momento que eles viviam agora, onde tudo estava tão diferente. Beatrice olhava em volta tentando assimilar todo o lugar. Ele esperava que ir até ali pudesse ligar algo dentro dela, o que havia feito ela se lembrar da roda gigante. Ele não sabia como a memória dela havia sido apagada, mas talvez pudesse ter sido o soro da memória, e Tris era praticamente imune a quase todos os soros. Se fosse isso então talvez houvesse esperança. Esperança que ela pudesse se lembrar, esperança que ela voltasse a ser a mesma. Não sabia o que aconteceria se ela não se lembrasse. Ele ainda não entendia essa Beatrice, não conhecia seus medos, seus anseios. Será que ele a amaria se ela não fosse quem ela era? Após algum tempo, que poderiam ter sido segundos ou horas, ela olhou para ele. Não simplesmente para ele, mas para os olhos dele. Sondando qual era o objetivo dele em a trazer ali.

– Este lugar é... não sei. Um pouco assustador, mas tem certo charme, acho. Combina comigo, pelo menos mais que aquele lugar onde estávamos. Acho que entendo porque escolhi vir para cá.

– Acho que você não escolheu vir para cá por causa do aspecto. – ele disse fazendo um sinal com a mão como se englobasse todo o lugar. A outra mão ainda estava segurando a dela, o que aquecia todo o corpo dele.- A Abnegação, onde você morava antes, e eu também, pode ser um pouco claustrofóbico. Acho que você queria mais liberdade. E também você sempre foi corajosa e audaciosa. Parecia não ter medo de nada. Quer dizer, você tinha medo, mas não fugia dele. Sempre se jogou nas coisas. Você entende o que quero dizer?

Ela assentiu pensando. Não disse nada. Ele não sabia o que o que estava esperando, mas não aquele silêncio.

– Em que você está pensando? Você se lembra de algo? – Ele questionou, mas ela continuou em silêncio. Dando um sorriso tímido continuou:– Você não se lembra, mas foi aqui que nós nos beijamos pela primeira vez.

Ela olhou ainda mais intensamente para ele.

– Nós temos essa coisa, não e? – Ele se sobressaltou, ela sorriu largamente percebendo. –Quero dizer essa atração física. É curioso. Entendo porque ficamos juntos.- Ela disse aquilo tão tranquilamente que ele se assustou. Tris sempre fora tímida, um resquício da sua criação na Abnegação. Mas fazia sentido, já que ela não se lembrava nada disso, aquela prisão moral que a abnegação pregava não existia mais nela.

– Acho que sim, mas não era só atração. Era muito mais que isso...

– Bem, acho que não precisamos complicar as coisas. Sentimentos são confusos, não estou interessada neles agora. E eu ainda tenho o Damon, e você tem a Christina. Achou que eu não percebi isso?- Agora era ele que ficou em silêncio, ele não sabia que ela sabia sobre isso. Ela se aproximou mais dele, ficando a centímetros dele. Ele olhou para a boca dela tão próxima a dele. - Eu não faço promessas. E você espera coisas demais de mim. Mas eu acho que não podemos quebrar uma tradição, o que acha?

Ele não sabia o que ela queria dizer, mas enquanto ele pensava, ela se aproximou mais dele colando os lábios dos dois. No principio, era um beijo calmo e leve. Mas ele não conseguiu se segurar aprofundando o beijo. Não importava mais nada. O que importava era ela e ele ali, e os lábios dela quentes nos dele. Os mesmos lábios, não importava a memória, sentiu que o corpo dela lembrava dele e reagia a ele. Então, tão subitamente como ela o havia beijado, ela interrompeu o beijo. Os olhos dela pareciam nublados e ela toda parecia estar em outro lugar.

– Isso foi interessante. – Ela levantou rapidamente se soltando dele. – Agora acho melhor eu voltar.

Subiu pelo caminho íngreme, deixando ele para atrás. Ela subiu pelo caminho com tanta destreza, como se já houvesse feito isso tantas outras vezes, nem ao menos olhava para baixo. Ele sorriu. Agora ele sabia. Não adiantava ela fugir ou fingir, tudo aquilo havia abalado ela. E o melhor, apesar da memória, o corpo dela lembrava dele, lembrava do lugar, lembrava de tudo. Era apenas uma questão de tempo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, espero que tenham gostado!!!
E como estou postando isso as 23:26, significa que ainda é quarta!!
Comentem!!
Vocês viram que quanto mais comentários mais rápido são as coisas por aqui!!