Ressurgente escrita por Let B, Muh


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente.
O capítulo era para ontem, mas o site não estava me deixando entrar na conta. Então aqui está.
Quero agradecer a quem comentou no capítulo passado: Star,Mille Eaton e Tris Pond.
Obrigada.
LEIAM AS NOTAS FINAIS!!



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Meg P.O.V

Um favor. Meg suspirou subindo as escadas do apartamento de Christina.

Tobias tinha a chamado para conversar em um canto em algum momento antes dela sair para trabalhar com Zeke, disse que achava que Christina estava em seu antigo apartamento (qual ela mal usava desde que passou a namorar Tobias). Ele queria saber como ela estava. Meg achou muito estranho ele ter pedido isso para ela, afinal não conhecia nenhum dois, ao perguntar a Tobias ele simplesmente disse que não tinha mais ninguém para pedir esse favor e que seja não seja muito próxima ele, como Zeke, pois Christina acharia que essa pessoa estaria do lado de Tobias.

Meg não odiava Tobias como Jacob, tinha apenas uma aversão a ele quando Beatrice ainda estava desmaiada e a culpava junto a Jacob por tudo o que estava acontecendo. A princípio Meg havia negado o seu pedido, mas ele insistiu, insistiu e insistiu fazendo Meg ceder contanto que ele parasse de incomodá-la. Ela achava que ele não estava tendo a coragem ou confiança de falar com os outros sobre o rompimento com a garota e Meg não lhe faria perguntas detalhadas sobre o porquê ele quer tanto saber o que tinha acontecido com sua ex-namorada, como seus amigos poderiam fazer.

Talvez ela também ficaria preocupada se fosse ele. Christina deixou o apartamento de Caleb logo depois de Damon aparecer, ela estava com os olhos marejados, a voz alterada e saiu apressadamente do apartamento de Caleb sem dizer quase nada. Meg não saberia que aquelas ações eram anormais da garota se os outros não olhassem tão abismados para onde Christina estivera e se entreolharem em silêncio.

Gostaria que Christina morasse em um andar que não fosse o último. Meg estava cansada por causa do treinamento inicial que tivera para entrar oficialmente na polícia o dia inteiro, mostrar o que sabe fazer fora cansativo. Não havia saído em campo ainda, mas pelo que Zeke e Amah lhe dizerem logo amanhã sairia com eles para conhecer melhor a cidade e seus problemas. Amah era uma pessoa bem legal.

Ela e Jacob tinham começado a trabalhar, para não dependerem mais dos "novos amigos" de Beatrice já que ela não parecia querer sair de lá tão cedo. Jacob sabia muito de alguma coisa relacionada com o que um tal de Matthew trabalhava, Meg não sabia muito bem com o que ele iria trabalhar, porém sabia que Matthew era um cientista. Ela havia sido convidada por Zeke para entrar na polícia, já que segundo ele não tinham muitas pessoas no serviço e já tinha convidado Jacob que não aceitou.

Voltar a fazer alguma coisa era satisfatório, principalmente sozinha e algo que ela gostava. Ás vezes ela se sentia muito dependente de Beatrice (como Jacob, mas ele não dava à mínima), ela sempre a apoiou e a aceitou desde que se conheceram. Talvez ela quisesse estar lá com Beatrice porque ela havia estado lá quando Meg precisara, mesmo que não tivera a exata intenção.

A nova arma pesava na sua cintura, agora tinha uma licença para usá-la. Era uma Beretta padrão usada por todos, no cinto tinha dois pendentes, mais do que o necessário para um lugar tão monótono. Suspirou pesadamente ao ver que estava na metade do caminho. Por que o elevador tinha que estar quebrado? Por que diabos ela aceitou fazer um favor para Tobias? Ela nem o conhecia.

Continuou subindo vagarosamente segurando-se no corrimão.

Havia dois apartamentos no último andar, Tobias havia dito a ela que deveria ser o da direita. Nem ele ia muito ao apartamento de Christina. Bateu na porta, hesitando.

Meg esperou uns bons dois minutos parada encarando a porta sem reação, achou que Christina não estava ali como Tobias havia previsto. Jogou a cabeça para trás bufando. Subir doze andares de escadas com três lances entre cada andar para ela não estar era terrivelmente irritante. Porém ouviu a porta sendo destrancada e Christina colocou a cabeça para o lado de fora.

–Meg? - perguntou completamente surpresa - O que você está fazendo aqui?

Christina tinha profundas olheiras cravadas no rosto, seu cabelo estava todo despenteado e tinha uma cara de sono como se tivesse acabado de acordar. Quando viu Meg balançou a cabeça, esfregou os olhos, ajeitou o cabelo com as mãos e pigarreou olhando Meg dos pés a cabeça.

Ela ainda estava com um uniforme da polícia, veio logo depois que saiu do trabalho. A roupa estava larga em seu corpo, não tinham um tamanho ideal para ela, porém era bem mais confortável do que parecia. Christina continuava a encará-la.

–O que foi? - perguntou Meg.

–Nada. - respondeu - Só estou pensando como você sabe que eu moro aqui.

–Oh. - relaxou os ombros - Os outros pediram para eu checar como você estava.

Meg considerou que se falasse que fora Tobias que tinha pedido esse favor Christina não iria gostar nem um pouco e poderia se sentir pior. As duas se encararam por um breve momento, Christina de sobrancelhas franzidas tentava entender o porquê de ser Meg que estava ali.

–Se você precisar de alguém para conversar ou algo assim. – deu de ombros - Aproveite que eu estou aqui.

Christina ainda estava em choque por encontrar Meg assim em sua porta sem aviso prévio. As duas não conheciam nada da outra além do nome, mas Meg estava apenas querendo ser gentil torcendo no fundo para Christina falar que queria ficar sozinha. Seria um pouco constrangedor conversar sobre coisas pessoais.

Ela abriu um pouco mais a porta fazendo sinal para que Meg entrasse.

–Por que você está com o uniforme da polícia? - perguntou enquanto encarava Meg entrar.

–Comecei a trabalhar lá hoje. - respondeu sorrindo timidamente.

Christina a guiou até a cozinha onde havia uma mesa de vidro com quatro lugares. Era um lugar bem organizado e limpo para ser tão pouco utilizado, deveria ter limpado e ajeitado lugar quando chegou lá.

–Você quer um café? - perguntou enquanto pegava a jarra cheia. Meg assentiu.

Por alguns minutos nenhuma delas se sentia confortável para começar uma conversa. Aproveitaram o silêncio bebericando o café calmamente, Meg tirara as luvas colocando-as no canto da mesa. Era bom relaxar depois de algum tempo, o clima no apartamento de Caleb não estava muito agradável desde que Damon chegou. Mesmo estado com alguém que nem conhecia, começava a sentir-se mais confortável.

–Então, você está bem? - perguntou tomando o último gole do seu café.

–Acho que sim. - respondeu Christina suspirando.

–Acha? - Meg sorri. - Eu sei que não deveria perguntar isso. Mas você era melhor amiga de Beatrice ou algo assim?

Ela sabia que Tobias já havia namorado Beatrice e, pelas suas ações e modo de falar, ainda a amava muito. Assim como percebeu os sentimentos de Tobias, vira que Christina também sentia-se feliz pelo retorno de Beatrice, de um jeito diferente dos outros, e ao mesmo tempo triste. No momento Meg não tinha parado muito tempo para pensar, entretanto já que estava lá não seria estranho raciocinar sobre isso.

–Sim. Eu a conheci na iniciação da Audácia. - Christina respondeu olhado para o nada - Foi uma boa experiência. Ela foi uma boa amiga. Bem...tirando o fato dela ter matado o meu namorado e não ter me contado...

Meg não entendia o porquê dela estar sorrindo com o canto do lábio ao falar de Will, o seu namorado morto. Se assustou um pouco quando Christina começou a falar como Beatrice era antes de "morrer", uma pessoa completamente diferente do aquela que tinha conhecido. As duas se sentiram mais confortável falando de algo que tinham em comum. Na verdade, Meg não entendia o porquê de ela estar contando tudo sobre Beatrice assim, em sua opinião nunca foi do tipo que as pessoas acostumavam desabafar.

–Você também é amiga dela. - falou Christina quando terminou sua história, ela tencionou os ombros e baixou a cabeça - Tem uma coisa que eu gostaria de perguntar.

Meg fez sinal para que continuasse.

–Ela mudou muito?

Suspirou aliviada. Pensava que Christina faria perguntas como "por que você está aqui" ou "vocês são amigas mesmo", entre outras perguntas que Meg não se sentiria muito confortável de responder. Entendeu o porquê Christina a deixou entrar sem muitas perguntas e sem hesitar, ela queria saber mais sobre a nova Beatrice e ninguém lá além de Jacob, Meg e Damon saberiam. Perguntar para Damon poderia não ser uma opção muito boa e Jacob...talvez.

–Acho que sim. A pessoa que você me contou me parece bem diferente do que a Beatrice que eu conheço. - respondeu Meg.

Christina bateu os dedos nervosamente na caneca vazia, processando o que Meg lhe falara. Ela sabia que Beatrice tinha mudado, percebia pelo modo que ela agia e falava agora, porém precisava de alguém para confirmar suas especulações. No fundo Christina queria muito que Beatrice estivesse tão diferente para que nem Tobias a reconhecesse direito. Olhou o relógio da parede.

–Você está com fome? - perguntou a Meg - São quase seis horas.

Ela assentiu timidamente.

–Eu não mordo. - Christina riu da reação dela - O.K?

–Desculpe. Não como nada há quatro horas.

–Quatro... - Christina baixou a cabeça.

–Eu disse alguma coisa errada? - Meg indagou surpresa.

Christina sorriu dizendo que era apenas uma coincidência louca que acabara de acontecer, mas não era nada que precisasse se preocupar. Ou que ela não queira compartilhar, pensou.

–Como você conheceu Beatrice?

–Eu a conheci quando ela me defendeu em um bar da Revolução. Um cara idiota decidiu implicar comigo e como ela é segunda na hierarquia da Revolução pode fazer algumas coisas. - respondeu cerrando os punhos apoiados sobre a mesa.

Christina que já estava do outro lado da cozinha percebeu o tom baixo e triste, aproximou-se. Meg tentava não olhá-la, pois Christina tinha falado de todas as desgraças de sua vida tranquilamente enquanto Meg falava assim de uma das inúmeras implicâncias apenas por ser quem era.

–Implicar? - questionou - Por quê? Você não tem nada que faria alguém implicar com você.

–Como assim? - Meg franziu o cenho.

–Bem, você é bonita, é uma pessoa quieta e não tenta chamar atenção. - Christina falou em um tom animador sorrindo com o canto da boca - Você sabe que chama a atenção de vários caras? Eu já vi como Caleb olhou algumas vezes quando Beatrice ainda estava inconsciente, aposto eu não é só ele.

–Sim... - Meg suspirou.

Não a surpreendia que a Beatrice do passado gostava dela, era uma pessoa muito legal. Christina tinha perdoado a ex-amiga depois que tinha matado Will, pelo jeito que falava do rapaz eles se amavam, Meg não sabia se perdoaria alguém por alguma coisa desse patamar.

–Eu só tenho comida congelada. Tem problema?

A única coisa que Meg conseguiu fazer foi balançar a cabeça. Não entrava em sua cabeça o motivo de Christina ser gentil tão gentil com ela, até onde entendia todos os amigos de Beatrice antes "morrer" achavam que a culpa era dela e Jacob.

–Sabe, Meg. - sua atenção de voltou para Christina - Obrigada por vir aqui. Um pouco de interação humana não me fez tão mal quanto achei que faria.

–Ás vezes as pessoas podem se ajudar. - disse Meg.

As duas ficaram apenas conversando por duas longas horas sobre nada específico, tentando evitar assuntos que fizessem a outra triste. Depois de dias tão estressantes como as duas tiveram era muito bom apenas ficar ali e conversar, não precisando se preocupar. Meg descobriu que Christina estava com uma semana de férias que tirou logo após Beatrice aparecer e voltaria logo a trabalhar.

–Quando precisar de alguém para conversar é só me chamar. - disse Christina quando Meg estava indo embora - Te devo uma.

–Não foi nada. - respondeu - Então, eu digo para seus amigos que está bem?

–Sim, obrigada. Eles não precisam se preocupar comigo.

Meg balançou a mão para se despedir de Christina enquanto a porta era fechada vagarosamente.

Bufou ao ver a escada novamente.

Jacob P.O.V

Jacob escutava atenciosamente o que Matthew dizia-lhe. Ele estava tão entusiasmado em aprender algo de seu interesse. Poucos sabiam que ele havia estudado por um tempo sobre o cérebro humano, tinha um bom conhecimento sobre o assunto. Depois que ele havia saído do hospital ele ficou realmente interessado sobre esse assunto. Então quando Caleb falou que um amigo seu trabalhava com a memória e com o cérebro humano não pode deixar de se entusiasmar para virar um estagiário dele.

Se não fosse por Damon sua vida estaria ficando perfeita.

Beatrice parecia querer ficar por lá, sem intenção de quando voltar. O problema seria se o Doutor os encontrasse nessa cidade, não achava difícil ele já estar procurando desesperadamente por Beatrice.

–Entendeu? - perguntou Matthew apontando para o computador.

–Sim.

–Acho seu caso e o de Tris muito interessante. Você como já tem certo conhecimento na área pode me ajudar a desenvolver minhas teorias e experiência como também pode servir de cobaia para mim. - seus olhos brilhavam. Jacob ignorou ele ter chamado Beatrice pelo apelido antigo.

–Você acha que consegue trazer minhas memórias de volta?

–Primeiro temos que descobrir como você as perdeu. - sorriu - Se é algo que eu possa recuperar ou não, pois se for como você ter nascido de novo não há nada que eu possa fazer.

–Não acho que seja isso. - retrucou - Beatrice veio para essa cidade porque lembrou daqui. Acho que tenho chances de lembrar. Não sei se quero, mas parece-me interessante.

–Entendo. - uma expressão pensativa tomou conta de seu rosto - Poderia me contar mais uma vez o que aconteceu no hospital?

–Claro. - Jacob espreguiçou-se. Voltou a relatar tudo que já havia contado anteriormente. Dessa vez ele foi mais metódico no relato, contando inclusive alguns detalhes que havia preferidos não mencionar na frente dos outros. A verdade era que ele não se sentiu a vontade de falar sobre como as coisas realmente funcionavam no hospital. Também havia preferido chamar apenas de hospital, o que na verdade era St. Elizabeths Hospital Psiquiátrico. Se ele tivesse tido que se tratava de um hospital psiquiátrico, eles o provavelmente o tomariam por louco. Relatou sobre as altas doses de medicação aplicada, sessões perturbadoras de eletrochoque, as intermitentes entrevistas sempre gravadas, Os procedimentos cirúrgicos, o desespero com a impossibilidade de conseguir sair um dia daquele lugar, o abuso e maus-tratos praticados pelos enfermeiros, o convívio com os verdadeiros doentes mentais e com a agressividade praticada por alguns deles. Contou a ele, que Beatrice parecia ser tratada no início como se fosse superior aos outros, sempre protegida pelo doutor. Os dois, Beatrice e o Doutor Zank, passavam muito tempo juntos, aparentemente conversando. Ela passava também por procedimentos cirúrgicos e recebia medicação, mas não passava pelos outros transtornos de abuso dos enfermeiros e eletrochoque. Pelo menos não inicialmente. Mas quando ela começou a agir de forma mais rebelde, o doutor pareceu a tirou de sua proteção.

Matthew ouvia tudo atento, ele parecia extremamente interessado no relato dele. E não o olhou como se o julgasse ou considerasse ele maluco. Jacob gostou mais do rapaz por aquilo.

– Bem, isto é realmente interessante. – Disse Matthew, após Jacob acabar de falar. – Acho que teremos um longo caminho de estudo e análises pela frente. Sei que talvez isso não seja agradável para você ou Beatrice, mas... Acho que para entender tudo isso, precisarei, anh, analisar o cérebro de vocês.

Jacob assentiu. Por mais que aquilo não o agradasse, ele já havia imaginado que fosse ser necessário.

– Tudo bem para mim. Mas por enquanto você poderia analisar só a mim? Não sei o que Beatrice acharia dessa ideia.

Matthew assentiu e então eles começaram a trabalhar.


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Notas finais do capítulo

Estamos meio decepcionadas por causa do número de comentários, em comparação ao número de pessoas que estão acompanhando, no capítulo passado(são aproximadamente 2% das pessoas que acompanham comentaram).
Então acho que vocês sabem que quanto mais comentários mais rápido saem os capítulos.
Por favor comentem. Deixem sua opiniões! Nós não mordemos.