Ressurgente escrita por Let B, Muh


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Oie pessoas! Não me xinguem por favor. Demorou um pouco, mas já está aqui o capítulo.



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POV Christina

Christina queria conversar com Tobias em qualquer lugar menos naquele prédio. Mas para sua decepção, Tobias não pretendia arredar o pé dali, puxando-a para uma pequena sala ao lado ao quarto onde Beatrice estava. Ele nem consegue se afastar dela - Christina pensou amargamente. Ela estava tentando encarar a volta de Beatrice numa boa, afinal ela era sua melhor amiga. Mas em seu íntimo ela não conseguia sentir um certo rancor: Primeiro Beatrice havia lhe tirado Will, o matando; agora ela lhe tiraria Tobias. Ela havia a perdoado pela morte de Will, e sabia que toda a situação com Tobias não era culpa dela. Mas mesmo assim não conseguia não sentir raiva. E também havia a culpa. Ela se sentiu culpada por ter namorado Tobias, enquanto em algum lugar Beatrice estava viva. Era besteira é claro, eles não tinham como saber que ela estava viva. Mas não importava, como a raiva, a culpa martelava sem ligar para razões lógicas.

Tobias parou-se em sua frente e colocou suas mãos no rosto dela, a obrigando a olhar para ele. Ele respirava fundo, provavelmente imaginando qual a melhor maneira de dispensá-la.

– Me desculpe Chris. - ele começou - Eu simplesmente não sei o que fazer.

– Você ainda a ama, não é? - Ela tentou controlar as lágrimas que surgiam em seus olhos. Não queria chorar, não agora. Não queria que Tobias sentisse pena dela, ele nunca sentira de Tris. Para ele, Tris era forte. Ela não queria ser a fraca.

– Eu... não sei realmente. - Christina o olhou com descrença - Sim, eu ainda a amo e sempre amarei, do mesmo jeito que você sempre amará a amiga que perdeu. Mas eu não sei se essa é realmente ela. - ele pareceu pensar, como se ainda não soubesse como se sentia. - Mas eu preciso descobrir. Preciso. Senão eu nunca conseguiria viver com a dúvida.

Christina entendeu o que ele quis dizer. E mesmo já esperando a separação, ela sentiu o baque. Ele estava terminando com ela, porque precisava saber se aquela ainda era a Tris. Não importava o tempo que havia passado, ele não havia conseguido superá-la. Por um minuto, ela tentou se imaginar no lugar dele. Imaginou como ela se sentiria se Will de repente aparecesse vivo após tantos anos. Sim, ela o amara. Mas eles tiveram tão pouco tempo para ficarem realmente juntos, e tantas coisas haviam mudado. Será que ela ainda o amaria? Tris e Tobias ficaram juntos por mais tempo, haviam passado por mais coisas que ela e Will, e se amavam intensamente. Ela entendeu como Tobias se sentia o bastante para perdoá-lo. Ele estava certo em terminar com ela e tentar descobrir se ainda havia esperança para ele e Tris. Se Will estivesse vivo ela também teria vontade de tentar.

– Eu entendo. - ela disse finalmente, deixando as lágrimas correrem livremente. Ele fez menção de seca-las mas ela o impediu. - Não faça isso, por favor. Eu realmente entendo, apenas me deixe ficar triste. Não sentia pena de mim, eu... se fosse o Will eu também tentaria descobrir.

– Eu não estou com pena de você, eu sei que você é forte. Você é muito mais forte que eu. Nesses anos foi você, sua amizade, sua força que me ajudaram a seguir em frente. - Disse ele a abraçando.

POV Beatrice

– Vocês poderiam me dar um minuto sozinha? Preciso pensar um pouco.

Meg e Jacob se entreolharam apreensivos. Beatrice estava cansada do comportamento deles, precisa de uns minutos para respirar e pensar em toda aquela bagunça.

Ela pensou em Tobias, aquilo havia sido interessante. Ele era interessante. É claro que ela havia ficado irritada com toda aquela estória que ele lhe contou. E perturbada com a maneira intima como ele a havia lhe tratado. Ela não o conhecia, naquele momento ela precisava de um pouco de distancia dele. Mas uma parte dela gostara da aproximação. Gostara do modo que ele a havia a tocado, do som da voz dele, gostara de como se sentiu perto dele. Ela só poderia estar maluca, mas ela precisava descobrir o que foi aquilo, o que foi aquela chama que se acendeu dentro dela quando estava perto dele, quando ele a tocou. Ela tinha que ficar naquele lugar. E fora Tobias, ela tinha tanta coisa para descobrir ali. Ela tinha um irmão! Também amigos é claro, mas isso ela também tinha na Revolução. Mas mesmo assim esses provavelmente eram diferentes. Ela queria saber quem ela era. Não apenas a pessoa da estória que Tobias lhe contou, mas a verdadeira Beatrice com seus sentimentos, segredos e estórias.

Mas por outro lado havia o doutor. Ela queria ficar o mais longe possível ele. Será que ele realmente descobriria que ela estava ali. Ele era inteligente e ardiloso, mas talvez... Ele havia a deixado em paz por tanto tempo. Por que não poderia agora?

Ela pensou no doutor. Em quando morava no hospital, ou melhor, no hospício. Na verdade era aquilo que aquele maldito lugar era. Quando ela estava naquele lugar, o doutor Zank havia dito que ela havia sido internada lá porque ela era maluca. Ele não havia dito nesses termos, mas basicamente era isso que ele quis dizer. Louca, alucinada, abandonada pela família naquele lugar horrível para se tratar. Mas o doutor era bom para ela, ele a chamava de paciente zero. A primeira paciente que experimentaria um novo tipo de tratamento que ele havia criado, ele dizia. No começo ele a bajulava, a tratava como se ele fosse um tipo de professor e ela uma aluna querida. Ensinava coisas para ela, sobre o mundo e sobrevivência. Em um ponto, ele começou a fazer pequenas cirurgias para mudar a aparência dela. Ela falava a ela: Você será grande Beatrice, você já é forte, inteligente e destemida, também te tornarei linda. Todos se curvarão a mim e a você, minha criança. Pensar nisso agora era até engraçado, mas Beatrice chegara a amá-lo. Ele era como um pai para ela.

Havia outras pessoas internadas, mas nenhuma era como ela e nenhuma recebia a mesma atenção do doutor. Os outros moradores do internato eram definitivamente loucos. Alguns ficavam presos em camisas de força, outros falavam sozinhos. Ela não sabia bem porque era diferente deles se afinal o doutor havia lhe dito que ela também sofria de transtornos mentais. Mas na verdade ela não se preocupava muito com aquilo, e nem com sua amnésia que segundo o doutor era causada por algum bloqueio emocional.

As coisas começaram a mudar quando outros, que como ela não se pareciam com os antigos moradores, começaram a aparecer. Não foram muitos, mas mais que dez. E entre eles surgiu um rapaz moreno e com uma expressão que ela só conseguia definir como taciturno chamado Jacob. Ele foi o primeiro amigo que ela formou ali, se é que aquilo se poderia chamar amizade. Pelo menos, para ela, naquele momento parecia ser um coleguismo, eles eram apenas duas pessoas que se sentiam demasiadamente sozinhos e encontraram um no outro alguém para conversar. Ela descobriu através dele que ele sofria do mesmo mal que ela, e também por coincidência não tinha memórias de nada que havia acontecido antes de chegar ao Hospital. Aliás interessantemente, nenhum dos novos moradores lembrava.

Ela não sabia se havia sido ou outro acontecimento que havia começado a deixá-la um tanto intrigada com o Doutor Zank. Muitas coisas ocorreram após isso, coisas que começaram a fazê-la odiar o doutor, Privações, experimentos, choque elétrico. Ela não sofria tanto isso, quanto a Jacob e os outros, mas isso não impedia de a raiva crescer dentro dela. Quando ela deixou de ser o bichinho de estimação bonzinho e obediente para o doutor, foi que ele começou a pegar mais pesado com ela. Bom, o importante é que ela havia conseguido fugir de lá com Jacob. Ela fugiu daquilo tudo, e criou uma nova vida para ela. Uma nova vida que a levou até a Revolução. Aqueles foram os dias de paz. Bem, não paz totalmente, masdefinitivamente algo melhor. E depois de tanto tempo, o doutor atrás dela. Bem, não totalmente atrás dela. Ele apareceu como um provável investidor da Revolução. Mas ele usou esse pretexto para intimidá-la. Foi só quando ele apareceu que ela soube a verdade sobre si. Ele havia jogado na cara dela que ela pertencia a ele, só estava viva por causa dele. Contou sobre o experimento que fez ela e outros voltarem a vida. Ela ainda conseguiu permanecer na Revolução algum tempo após isso. Mas cada vez mais ele a perturbava, cercando-a, manipulando-a... Até que se tornou insustentável, e ela teve que fugir. Bem era isso ou voltar para o hospital.

E agora ali estava ela. Tudo o que aconteceu não era importante mais, a questão é o que ela faria agora. Ficar ou fugir. Ela pensou sorrindo, acho que já tomei essa decisão antes de chegar aqui.


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Notas finais do capítulo

O próximo capítulo já está quase pronto, essa semana mesmo já vai ta postado. Mas não deixem de comentar, favoritar e recomendar... Isso deixa a gente muito feliz gente!



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