Jacob POV

Os últimos dias havia sido tensos. Já fazia três dias que Beatrice estava desacordada. Ela havia se ferido ao subir a roda gigante, abrindo um talo profundo em sua cintura. Havia perdido um bocado de sangue. Mas isso não parecia o suficiente para ela estar tanto tempo desacordada. Caleb havia sugerido que poderia ser algum tipo de problema psicológico, ela poderia estar se lembrando do passado e o cérebro dela não aguentou a quantidade de informação. Jacob achava aquela explicação forçada, mas bem Caleb era o cientista inteligente ali.

Acontece, que a demora em Beatrice acordar, mesmo estando aparentemente bem, pesou o ambiente. Sempre que ele e Meg se reuniam com os outros uma discussão se seguia. O tal de Tobias era o mais raivoso, ele culpava os dois pelo o que estava acontecendo com Beatrice. Caleb era mais calmo, mas estava tão insatisfeito quanto. Os outros tentavam por panos quentes nas discussões, mas sempre olhavam para ele e Meg de forma desconfiada. Isso tudo era ridículo, como ele poderia ter culpa de qualquer coisa que estava acontecendo?

Tirando os momentos de discussão, Jacob passava o dia do lado de fora do quarto de Beatrice. Queria ficar ao lado dela, mais tinha medo de ela acordar e pirar com ele por estar ali. Ela não pareceu nada feliz quando o viu na roda gigante. Então ele simplesmente se manteve perto dela, mas não tão perto quanto gostaria. Engraçado que ele estava pensando na proximidade entre os dois, quando viu pelo vidro da porta ela abrir os olhos. Mesmo recém-desperta, ela já estava em alerta, analisando cada pedaço do quarto parecendo se perguntar onde diabos estava. Pensou em entrar, mas não sabia o quão estranhas as coisas poderiam ficar. Assim foi atrás de Meg avisar o que tinha acontecido. Ela estava a poucos metros dali conversando com Caleb, Tobias e uma garota morena, Christina. Esta última parecia ter envelhecido dez anos desde que Jacob a havia conhecido. Tinha olheiras profundas e um aspecto cansado.

– Ela acordou. – Todos os olhares se dirigiram para ele como se esperassem algo mais ou como se não houvessem entendido. Mais Jacob não estava com humor para isso, virou as costas e voltou em direção ao quarto de Beatrice. Percebeu que Meg o seguia, e Tobias também. Tobias tinha uma grande capacidade de tirar Jacob do sério. Ele gritava com ele e Meg, queria ficar no quarto onde Beatrice estava o tempo todo, e agia como se fosse a pessoa mais próxima a Beatrice ali. Jacob tinha vontade de rir e debochar dele, ela nem se lembrava dele! Como ele podia julgar que a conhecia realmente? E agora aparentemente ele queria ser uma das primeiras pessoas que ela veria. O que, para Jacob, era uma péssima ideia. Percebeu que Meg também não gostou e olhava de canto de olho para ele. Mas ele simplesmente ignorava. Sem ter o que fazer quanto a Tobias, Jacob Abriu a porta e entrou no quarto.

Os olhos de Beatrice rapidamente seguiram na direção deles. Ela olhou rapidamente para Jacob e Meg, e manteve o olhar fixo na direção de Tobias.

– Há quanto tempo estou aqui? – Ela perguntou.

– Três dias. – Meg começou a respondeu escolhendo as palavras cuidadosamente. – Você se lembra do que aconteceu? – Beatrice assentiu com a cabeça. Durante todo o tempo ela mantinha seu olhar em Tobias, deixando Jacob nervoso. – Nós chegamos aqui antes de você. Parece que você morava aqui antes de ... bem você sabe. Nós estávamos preocupados com você Beatrice. – Meg continuou.

– Ah claro, imagino que vocês só queriam saber da minha segurança e que se sentiram terríveis em vasculhar minha vida. – Respondeu ironicamente. – Que seja. O que realmente gostaria de saber é como vocês souberam onde me procurar, se nem ao menos eu sabia que viria para cá. – Meg parecia não saber como responder isso.

– Eu imaginei que você pudesse, eu não sei bem como dizer, se lembrar de algo ou ter uma sensação e voltar para o que conhecia mesmo sem se lembrar. – Jacob riu. – É estúpido falando. Mas você não nos deu escolha. Eu invadi o Hospital, e roubei sua ficha. Foi assim que eu soube onde procurar.

Beatrice enrijeceu. Os olhos que insistentemente ainda permaneciam em Tobias, se voltaram para Jacob.

– Ora, então você simplesmente invadiu o Hospital, roubou minha ficha e seguiu na direção que estava indicada nela? Nunca imaginei que você pudesse fazer algo tão estúpido! – Os olhos dela ardiam em fúria. – Você achou que o doutor não iria perceber que a droga da ficha sumiu? Merda! Eu tenho que sair daqui! Seu idiota, você ligou uma grande seta brilhante para este local. Ele deve ter achado que eu que roubei a droga da ficha. – Jacob sentiu suas mãos tremerem. Ele nunca imaginou... Em nenhum momento pensou... Ela tinha razão de estar furiosa. Ele queria responder algo, mas simplesmente nenhuma palavra saia da sua boca. Ele também tinha seus motivos para querer o doutor bem longe de si.

Beatrice se moveu tentando sair da cama. Tobias que se manteve em silêncio até agora, se moveu em direção a ela.

– Você não vai a lugar algum. – disse segurando o braço dela. Ela o olhou incrédula, não acreditando que ele pudesse estar tentando dar ordens a ela. Tentou puxar o braço, mas em vez de solta-lá ele a puxou para mais perto e a abraçou. – Não se preocupe, ninguém vai pegá-la, ninguém vai tirá-la de perto de mim, eu não vou permitir. Vocês dois poderiam sair por um minuto? Gostaria de conversar com ela.