P.O.V MEG

Meg bufou, ela claramente não concordava com nada daquilo que Jacob havia dito, sobre eles não terem alma. Aquilo era ridículo, ela conheceu Beatrice. Ela era complexa e cheia de segredos, mas também era a pessoa que segurava em sua mão quando ela estava assustada, a defendeu tantas vezes. Como uma pessoa assim poderia não ter alma?

— Isso é ridículo Jacob, é claro que esta história de alma é uma piada. Como você pode dizer isso de Beatrice? Como pode dizer isso de si mesmo?

Todos olharam surpresos para a explosão dela, ela havia preferido ficar em silêncio durante o tempo que Jacob contava a todos sobre toda aquela história bizarra de ressuscitação. Meg só conheceu Beatrice três anos após toda essa estória, e a mesma nunca disse nada a ela sobre nada disso. Foi Jacob que contou, depois do sumiço dela. No princípio ela pensou que ele estava louco. Mas depois pensou que se alguém poderia vencer a morte essa seria Bea. Engraçado que todos ali a chamassem de Tris, ela própria nunca havia pensado em chamá-la assim. Ela sempre a chamou de Bea.

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Meg - Flashback:

Meg estava em um bar que era altamente frequentado pelos membros da Revolução. Ela havia se juntado ao grupo porque achava horrível toda aquela história de genes danificados e experimentos. Fora outras coisas tenebrosas que o Governo fazia, que ela só foi descobrindo com o tempo na Revolução.

Meg se aproximou de um grupo de caras, entre eles havia uma garota loirinha e baixinha. Ela tentava disfarçar seu tamanho com um enorme salto alto, mas não alto o suficiente para Meg perceber sua estatura. Apesar de pequena, ela era bonita e irradiava poder e confiança. Atraente. Ela estava sentada no colo de um cara moreno e que tinha aquele semblante de bad boy, irradiando perigo. Era realmente um pedaço de mau caminho. Não que ele fizesse o tipo de Meg.

Um cara terrivelmente alto e forte se aproximou de Meg, com um sorriso cheio de escárnio no rosto.

— Ouvi dizer que você não gosta de caras, é verdade?

Meg bufou, é claro que o fato de ela ser gay iria chamar a atenção dos caras. Idiotas.

— É verdade, sou gay. Algum problema com isso?

— Só estava pensando aqui, queria saber se você já ficou com algum cara. Afinal como você pode saber se é gay se nunca teve uma boa trepada sabe? Posso ajudar com isso. - Nesse momento Meg percebeu que todos no bar estavam olhando para os dois, a maioria rindo do comentário idiota. Ela se sentiu horrível. O brutamontes se aproximou ainda mais dela, tentando agarrá-la. Nesse momento ela ouviu uma voz feminina e autoritária:

— Sabe, Jake, eu estava pensando aqui em uma coisa. Eu nunca vi seu pau, então como posso saber se você é um cara? - A garota falava calmamente como se estivesse se divertindo com aquilo, se levantando do lugar onde estava sentada. - Por que você não mostra para a gente, Jake?

O cara primeiro pareceu achar graça do que a garota disse, mas depois que percebeu a expressão séria em seu rosto, ele balbuciou:

— Você tá de sacanagem né? Olha, Beatrice não vou tirar as calças na frente da garota do meu chefe.

O namorado da loira, que decididamente era o líder ali, apenas riu.

— Não vejo nenhum problema nisso. Pode obedecer a Beatrice, agora Jake. – Jake ficou pálido, todos em volta dele riam e debochavam. Com as mãos trêmulas ele abaixou as calças. As risadas e provocações pioraram, comentários vulgares sobre o tamanho eram repetidos em coro. Ele parecia que ia chorar, mas em vez disso fez uma carranca, levantou a roupa e saiu pisando duro.

Enquanto todos riam, a loira se aproximou de Meg:

— Você está bem?

— Sim, sabe não precisava fazer isso. Me defender, quero dizer.

— Não estava fazendo isso por você, Jake é um estúpido. Sempre trata mal e tenta humilhar todas as garotas. Nunca faz o que eu mando. Eu estava cheia dele. Fiz por mim.

Meg se surpreendeu com a resposta.

— E a propósito ainda não fomos apresentadas. Sou Beatrice.

— Meg. - ela só conseguiu responder isso, ainda estava muito surpresa e um pouco impressionada pela garota.

P.O.V CHRISTINA

— Deixando de lado toda esta estória esquisita de alma, tem uma coisa nessa estória toda que me deixou curiosa, Tris era imune aos soros. Como então conseguiram apagar a memória dela? - Christina estava arrasada. Depois de seis longos anos ela finalmente estava conseguindo recomeçar a sua vida. Tinha um namorado, tinha amigos, não havia mais guerras e nem pelo o que lutar, além de que havia superado suas perdas. E agora chegavam duas pessoas do nada e tiravam seu chão. Claramente se Tris voltasse, as coisas por ali mudariam. Não que ela não estivesse feliz por saber que a amiga estava viva, mas porque agora? Porque quando tudo estava entrando nos eixos?

Ela se perguntava como Tobias estava se sentindo. Ele parecia confuso, mas algo nela dizia que ele estava feliz. É claro que deveria estar. Afinal ele sempre foi louco por Tris, mas e ela? Como Christina ficaria agora, ele simplesmente a deixaria de lado e correria de volta para Tris? E como Tris se sentiria quando soubesse dela e Tobias, será que se sentiria traída? Será que o fato deles estarem juntos era uma traição a Tris? Meu Deus, pensou ela, estou tão ferrada.

— Imune aos soros? Tipo todos os soros usados pelo governo? -Jacob perguntou assustado.

Tobias coçando a cabeça respondeu:

— Bem, ela não foi testada para todos os soros, mas ela com certeza tinha uma alta imunidade contra eles. Bem, só o soro da Amizade que uma vez...

Caleb o interrompeu:

— Mas devem existir outras formas de se extrair as lembranças de alguém. Tenho que pesquisar sobre isso. O que você acha, Cara?

— Não tenho certeza, mas digamos que o soro da memória tenha realmente sido utilizado nela. Tendo uma grande imunidade, ela talvez consiga se lembrar de certos fatos, se tiver contato com coisas que de certa forma refresquem a memória. Entende o que quero dizer? Algo que ative as lembranças. Talvez o fato de ela não se lembrar se deva a ela não ter tido nenhuma exposição a nada do passado. É claro que essa é apenas uma suposição. - Cara respondeu, ela parecia animada em ter que pensar em coisas assim de novo. Caleb apenas concordou também com aquele brilho nos olhos típicos dos ex membros da Erudição em frente a um problema.

E Tobias parecia simplesmente radiante, se Christina tinha dúvidas do que ele ia fazer quando Tris voltasse, elas se dissolveram naquele instante.

— Bem, vocês não vieram aqui apenas para contar isso tudo para a gente, né - Zeke disse parecendo ainda cético e desconfiado. - O que mais vocês querem?

— Eu não sei bem... Acho que só pensei que talvez Beatrice pudesse ser puxada de certa forma para algum lugar que ela conheceu. Quero dizer, eu acredito que a mente possa esquecer, mas o corpo não. Sei que parece loucura, mas talvez ela se sinta tentada a voltar para lugares que já esteve, mesmo sem lembrar que já esteve lá. Sei que parece idiota, mas não sei de que outra forma nós poderemos encontrá-la. - Jacob respondeu envergonhado.

Tobias sorriu. - Então vamos encontrá-la.

P.O.V TRIS

Desde que havia acordado naquela manhã, Beatrice teve apenas uma certeza: tinha que encontrar aquela roda gigante. Não sabia porque queria aquilo, era apenas uma sensação de que estaria segura naquele lugar. Havia algo mais nesse desejo, entretanto ela não sabia o que era. Assim, se arrumou e partiu em busca de uma biblioteca ou qualquer outro lugar onde ela pudesse conseguir descobrir informações que a levassem para a roda gigante dos seus sonhos.

Decidiu que só depois que se encontra o lugar e chegasse lá, decidiria seus próximos passos.

P.O.V DAMON

Era hora de cair na estrada, atrás de Beatrice. Ela era boa, mas não boa suficiente para encobrir seus rastros dele. Não importa como e quanto tempo demorasse, ele a acharia.