Burned Soul escrita por Kaline Bogard


Capítulo 5
Capítulo 05


Notas iniciais do capítulo

Que estranho: postar a fic sem estar esperando episódio novo! Desejo que essa história deixe vocês mais animados pelo final de temporada.

Em junho tem mais! Até lá, divirtam-se por aqui.

Boa semana!



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Burned Soul

Kaline Bogard

Capítulo 05

– Kira... – o Alpha aproximou-se da garota japonesa, mas Kira antecipou-se ao que ele lhe pediria.

– Vai, Scott. Eu me viro daqui para conseguir uma carona. Você não podem perder o rastro.

– Eu a levo em casa – o xerife se ofereceu sem hesitar – Assim que dermos um jeito nos feridos.

– Tomem cuidado – Scott recomendou antes de acenar para o outro lobisomem chamando-o.

Scott e Derek afastaram-se da confusão que se acercava do acidente. Quando estavam a uma distância segura assumiram a forma incompleta e usaram o poder sobrenatural para seguir o cheiro deixado pelo outro lobisomem.

A trilha seguiu-se embrenhando pela floresta que ladeava a rodovia e fazia limites com o inicio da Reserva Florestal de Beacon Hills.

A determinado ponto Derek sentiu algo mais no ar. Fez um gesto para o companheiro. Dois pares de olhos argutos buscaram a grama alta que cobria o chão. Foi Scott quem localizou, um pouco a frente da divisa que marcava a mudança de solo, onde a grama terminava e dava espaço a pedriscos de vários tamanhos. Havia um sinal diferente, como se algo tivesse caído e sido arrastado por alguns metros.

– Sangue – Derek ajoelhou-se no chão para observar melhor. Nem precisava, pois o cheiro familiar era óbvio – Ele machucou Stiles...

Scott engoliu em seco. A raiva de Hale o contagiou. Esforçou-se para manter a calma, pois perder a cabeça era a última coisa da qual precisavam no momento.

– Vamos logo, Derek – exigiu um tanto seco – O rastro está cada vez mais fraco.

O mais velho acenou com a cabeça, levantando-se e controlando-se com dificuldade. Maldita criatura!

Seguiram juntos até a beira de um rio, que cortava o caminho. O rastro do Digamma terminava dentro das águas límpidas. Sem dúvidas ele tinha entrado para despistar caso alguém o seguisse.

McCall olhou para Derek. Silenciosamente compreenderam que precisavam se separar para cobrir a maior área possível das margens do rio e tentar redescobrir a pista perdida.

O mais velho seguiu rio abaixo, enquanto Scott tomou a direção da nascente das águas. Cada segundo podia ser definitivo naquela busca desesperada.

Apesar de todos os esforços o dia começou a amanhecer e eles não conseguiram recuperar o rastro perdido. O Digamma se fora. E levara Stiles com ele.

Os dois lobisomens se reagruparam no mesmo ponto onde tinham se separado. Estavam exaustos, exauridos por depositar tanta energia na busca infrutífera. E não ficaram nem um pouco mais próximos de encontrar o amigo raptado.

A raiva, preocupação e medo se acumulavam em Derek, a ponto de deixar Scott incomodado. Hale agia de forma pessimista demais!

– Tenta ligar para ele mais uma vez – Scott sugeriu, enquanto caminhavam de volta ao local onde ocorrera o ataque.

– Não. Talvez o Digamma não tenha descoberto que Stiles está com o celular. Se eu ligar... – deixou a frase no ar.

– Pode denunciar que ele ainda tem o celular. Entendi. Stiles é esperto e vai usar a primeira oportunidade para entrar em contato.

Derek acenou com a cabeça. Contava secretamente que aquela sua primeira tentativa não tivesse estragado tudo. Ficara desesperado ao saber do acidente e o reflexo fora ligar na mesma hora. Não podia se culpar por isso. Como ia saber?

Alcançaram o lugar onde tudo ocorrera. Não havia mais estudantes, professores, socorristas ou policiais. Apenas três ou quatro funcionários do reboque que guinchavam o que restara do ônibus.

O carro de Derek e a moto de Scott permaneciam a salvo, mais afastados. E o automóvel de Allison estava parado próximo a eles. A Argent, encostada na lataria junto com Isaac, demonstrava preocupação em suas belas feições.

Nem esperou que a dupla terminasse de chegar junto a eles para começar o interrogatório.

– E então? O que está acontecendo? Stiles foi o único que não apareceu e também não deu entrada no hospital. Quando chegamos aqui Isaac disse que sentiu um cheiro muito estranho, mas que já desapareceu.

Scott suspirou.

– Derek acha que é o cheiro de um Digamma. Nós perdemos o rastro dele no riacho. Mas parece que essa criatura levou Stiles.

– Por que?! – Allison soou horrorizada.

– Não sabemos – Derek cerrou os punhos com tanta raiva que suas mãos chegaram a tremer.

– O que é um Digamma? Pelo odor eu diria que é um lobisomem. Mas... não são apenas Alpha, Betas e Ômegas?

– Vou explicar tudo, Isaac. Melhor ir para minha casa, a menos que alguém queira descansar antes – Derek sugeriu um tanto seco.

A menção de um repouso foi prontamente recusada pelos adolescentes.

– Não temos tempo a perder – Allison encaminhou de volta para o carro, assim como Isaac.

– Eu falo com o pai de Stiles – Scott subiu na moto, mas antes de colocar o capacete pegou o celular com intenção de ligar para o xerife e informá-lo do fracasso das buscas.

– Não faça isso – Hale pediu para o jovem Alpha – Vou pessoalmente falar com ele. Sigam direto para a mansão. Me encontro com vocês em seguida.

McCall concordou com a cabeça. A frustração que o dominava era fator comum entre todos os quatro. E nem precisava ser um lobisomem para saber disso.

oOo

Stiles passou a pior noite de sua jovem vida, desde que podia se lembrar. Okay, talvez não fosse pior do que as noites que passara no hospital, junto com a mãe que definhava a cada dia, sem que os médicos pudessem fazer algo a respeito. Salvá-la. Noites horrorosas, obrigado.

Mas que entraria para o Top 03 de momentos ruins de Stiles Stilinski, ah, totalmente entraria.

Ele evitara, o máximo possível, se mover; pois o lobo acompanhava cada um de seus gestos com atenção predatória. Os olhos dourados sequer piscavam. Existia tanto interesse brilhando naquelas íris selvagens que Stiles se sentia como um ratinho diante de um leão.

Não podia compreender por que fora levado até ali. Ou como. O ferimento em seu corpo dizia que o lobisomem o arrastara por pelo menos uma parte do percurso. Isso e a roupa desfiada. Mas não por muito tempo, pensando bem. Se tivesse sido puxado pelo chão por muito tempo o machucado seria mais profundo e ele teria, com toda certeza, sido tirado da inconsciência pela dor.

Desistiu de tentar entender. Algumas coisas não fariam sentido nunca.

As horas se arrastaram com lentidão tal que Stiles acreditou estar em uma realidade paralela. Seu corpo estava dormente e ele sentia frio, em parte graças ao suor que escorria por sua têmpora e por suas costas, e em parte pela temperatura da madrugada.

Apesar da situação complicada, sua mente astuta tentava elaborar planos que o ajudassem a fugir dali. Já sentira o celular no bolso da frente da calça, mas não se atrevia a tentar pegá-lo. Temia a reação do lobisomem. Mesmo que o monstro nada fizesse até então, além de observá-lo. Não queria correr riscos.

Agarraria a oportunidade no momento propício.

E tal se deu logo ao amanhecer. A claridade diminuiu consideravelmente, pois sempre é mais escuro antes do amanhecer. Então os tons mudaram a medida que o sol surgia e seus raios rasgavam as nuvens impiedosamente, abrindo caminho para o novo dia.

Stiles viu o lobo mover-se. Era a hora de ele voltar a sua forma humana. O menino estava acostumado com Scott, Derek e os outros fazendo a transição tão fácil quanto um piscar de olhos.

Nada no mundo o prepararia para a cena que se desenrolou.

O lobisomem jogou a cabeça para trás e deixou a mostra as presas animalescas. Um rosnado rasgou-lhe a garganta e ecoou alto, trazendo consigo agonias saídas direto do inferno.

Stiles se arrepiou inteirinho diante do som que era pura dor e ferocidade. Arregalou os olhos assistindo enquanto o corpo do animal se contorcia e estalava, como se seus ossos fossem quebrados e remodelados em uma nova constituição. Podia ouvir o som pavoroso dos ossos sendo partidos.

A dor e sofrimento da criatura eram tão profundos e incontroláveis que o lobisomem deixou-se cair no chão, urrando e revirando-se sobre si mesmo, incapaz de manter a vigília do prisioneiro.

Foi a chance que Stiles precisava e a qual ele se agarrou, com um naufrago a deriva ao avistar um pedaço de madeira. Stilinski moveu-se rápido, puxando o celular do bolso da calça. Seu ferimento doeu tanto pelo gesto bruto, que ele beirou a inconsciência por instantes. Lutou bravamente, pois estaria totalmente ferrado se perdesse os sentidos.

Suor frio escorreu por seu rosto, e ele nunca ficou tão feliz antes, por ter colocado o celular de Derek na discagem rápida. Mais feliz ficou por que trocara de aparelho depois do banho de piscina graças a Kanima. Seu novo modelo era ainda mais prático do que o anterior.

Ao invés de ligar para Derek clicou no ícone de mensagem. Usou os polegares, que tremiam numa mistura de medo e dor, para digitar uma mensagem universalmente reconhecida e a enviou. Fez isso em segundos que pareceram horas, tendo como trilha sonora os uivos do lobisomem responsável por seu rapto.

Com um alívio fora de escala tornou a enfiar o celular no bolso e respirou fundo tentando controlar as batidas de seu coração. Voltou os olhos na direção do lobo, bem a tempo de ver o pêlo negro desaparecendo do corpo que encolhia e recuperava, finalmente, a forma humana.

E Stiles, chocado, reconheceu o homem que o prendera.

Francis Aberline.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Não foi betada! Acho que era meio obvio quem raptou o Stiles não? Será que o pack consegue salvá-lo antes que ele receba a mordida? Ops... será um spoiler? Ou será que eu quero confundir vocês?

Logo saberão!

Obrigada por chegar até aqui! Segunda feira tem mais!