Burned Soul escrita por Kaline Bogard


Capítulo 4
Capitulo 04


Notas iniciais do capítulo

O tempo totalmente virou aqui. Amanheceu chovendo e me deu uma preguiça de sair da cama... quando o celular despertou eu queria jogá-lo na parede xD

Ah, eis o capitulo de hoje. Justamente no dia da season finale. Vamos dar as mãos novamente e...

OMG

I'm freacking out!!



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Burned Soul

Kaline Bogard

Capítulo 04

Nesse ponto Derek, que podia ouvir a conversa, descruzou os braços, afastando-se do carro e chegando mais para perto de McCall. Seu rosto empalideceu enquanto tinha um péssimo pressentimento.

Os lobisomens trocaram um olhar preocupado, antes que o Alpha tomasse a palavra.

– Mamãe... que tipo de acidente?

– Com um ônibus do colégio, Scotty. Do seu colégio...

O adolescente perdeu a reação por alguns segundos. Mas logo se recuperava e pedia mais detalhes para a mãe sobre o ocorrido.

Derek sacou o celular do bolso e discou para Stiles. Tocou até cair na caixa postal. Repetiu a operação e o resultado foi o mesmo.

– Ninguém atende – ele informou preocupado.

Scott desligou a ligação. Já tinha o local aproximado do acidente. Virou-se para a nova namorada.

– Kira...

– Vou com vocês – afirmou convicta, sem deixar qualquer margem para discussão. Scott concordou com um aceno de cabeça.

– Isaac e Allison vão até o hospital. Avisem Lydia e os gêmeos. Derek e eu iremos ao local do acidente.

Dadas as ordens do Alpha, cada um seguiu para seu veículo, McCall subiu na moto, com Kira na garupa. E partiram.

Puro caos, foi isso o que encontraram. O incidente acontecera em um lugar ermo da longa rodovia, num trecho fronteiriço. Um dos ônibus estava intacto e apenas aguardava ordens para seguir viagem. Estudantes assustados assistiam de dentro do veículo, sem ter autorização para sair.

Já o outro...

Scott desceu da moto junto com Kira e deram um jeito de embrenhar-se na confusão de pessoas. Havia ambulâncias e viaturas. O ar pesado e impregnado com cheiro de sangue, queimado, medo e confusão. Dor.

O coração do adolescente disparou ao se aproximar do ônibus que sofrera o sinistro. Ele fora partido ao meio. Literalmente. Metade amarela permanecia em pé, parcamente equilibrada. A outra metade tombara, incapaz de resistir ao ataque.

McCall quase recuou. Ali o cheiro de sangue e medo era quase irrespirável. Chegou a dar um passo para trás e esbarrou em Derek que também conseguira se infiltrar no meio da confusão.

Por um segundo o tempo parou. Vozes de professores e dos membros do resgate desapareceram.

Os dois se entreolharam.

– O ônibus foi atacado por um lobisomem? – Scott soou incrédulo. As marcas de garras na lataria eram inegáveis. Algo muito forte separara o pesado veículo em dois. E, além disso, pairava algo inusitado no ar. Um aroma que fez os olhos de McCall brilharem em vermelho antes que o rapaz fizesse um esforço para se controlar – Esse cheiro? É de um Alpha?!

Derek meneou a cabeça.

– Não. Não é um Alpha... mas...

– Mas...? Derek, meu lobo está reagindo. Ele... ficou agressivo!

– Sei disso, Scott. O meu também.

– Então se não é um Alpha, o que é?

O adulto trincou os dentes e por um instante pareceu que não responderia ao questionamento de McCall. Contudo meneou a cabeça e respirou fundo.

– Algo pior. Muito pior que um Alpha.

– Do que você está falando?

– De um Digamma...

– Um o quê? – Scott soou confuso – Digamma? O que é isso? Um tipo de lobisomem? Não são apenas Alphas, Betas e Ômegas?

Derek voltou o rosto e observou o companheiro diretamente nos olhos.

– Digamma é uma palavra extinta do dicionário grego, Scott. Nós a usamos para nos referir a uma espécie de lobisomem que não deveria existir mais.

– E esse cheiro? É de um? Tem certeza?

– Precisamos encontrar Stiles, ele pode estar ferido. Depois eu explico isso melhor!

Scott concordou com a afirmação. Alcançar o amigo era prioridade número um. Enviou uma mensagem para Allison, pedindo que a garota avisasse assim que chegasse ao hospital.

Voltando a confusão, o Alpha apontou um carro de polícia e o xerife Stilinski falando ao comunicador. Foram rapidamente até ele. O homem encerrou a chamada e olhou para os dois lobisomens.

– Dois garotos mortos. Vários feridos. Mas Stiles – John se controlava para manter a calma – Meu filho não está aqui.

– Como assim? – Scott olhou de John para Derek, já temendo a resposta do xerife.

– Isso foi tudo o que encontrei – o xerife ergueu a mochila que tanto Derek quanto MacCall reconheceram como de Stiles – O que quer que tenha atacado o ônibus levou o meu filho...

O homem já não fez nenhum esforço para se controlar. Seu desespero atingiu os lobos de Derek e Scott em uma onda sufocante. E Hale ecoou tais sentimentos em maior proporção. Por um segundo ele foi apenas preocupação e medo.

– Scotty... – a voz de um pai acuado trouxe os rapazes de volta a realidade. O requerido encheu os pulmões de ar e teve o cuidado de fazer sua voz soar decidida ao responder o pedido implícito por trás de seu nome.

– Vamos encontrá-lo. Não se preocupe, senhor Stilinski. Vou trazer Stiles de volta.

Às vezes o rapaz se perguntava se ele e seus amigos tinham um alvo tatuado no peito, por que sempre pareciam na mira de toda e qualquer encrenca sobrenatural que surgisse em seus caminhos.

Mais essa agora.

O que um lobisomem supostamente extinto iria querer com Stiles Stilinski?

oOo

A consciência voltou lentamente. Ao contrário da dor que veio rápido a si, toda de uma vez e sem compaixão.

Stiles abriu os olhos e tentou sentar-se, mas não conseguiu. O lado direito de seu corpo ardia terrivelmente. Tocou com cuidado, sentindo a roupa retalhada e, por baixo do tecido, a pele meio esfolada e suja de terra. Parecia que seu corpo fora arrastado pelo chão.

Puxou os dedos e graças à parca claridade viu que estavam sujos de sangue.

Gemeu e praguejou.

Os olhos castanhos olharam o teto alto daquele lugar. Havia uma clarabóia por onde luz mortiça entrava, porém não se podia ver a lua. Isso significava que a noite ia bem avançada.

Moveu a cabeça de leve e analisou o local onde estava. Uma espécie de sala, desprovida de qualquer mobília, apenas as paredes altas. O chão de concreto estava sujo de terra e mato seco e velho. Além da clarabóia não era visível nem sequer uma pequena janela.

Respirou fundo.

Mesmo na pouca claridade era possível se ver as marcas na parede. Muitas, em todos os sentidos e direções. Como se garras poderosas e ferozes fossem usadas contra a estrutura.

O coração disparou e ele tentou manter a calma, caído no chão daquele lugar desconhecido. Se perguntou qual sua última lembrança. Recordava muito bem de estar no ônibus escolar enquanto voltavam de uma visita ao Museu de Frisco. Com certeza cochilara outra vez. Sim. Tinha caído no sono durante a volta e não fora o único. Vários colegas dormiram, vencidos pelo cansado e pela longa espera por Greenberg, que sempre dava um jeito de tumultuar a paz do ambiente.

E então...

Em algum momento da viagem fora arrancado do sono profundo. Barulho alto, gritos, cheiro de sangue e o ônibus virando na estrada! Faíscas do contato metal contra asfalto.

Uma confusão do inferno.

Nada mais depois disso. Provavelmente Stiles perdera os sentidos. Seria impossível preencher corretamente tudo o que se passara desde o acidente com o ônibus até ele acordar ferido naquela sala desconhecida.

Consciente do machucado em seu corpo, moveu-se cuidadosa e lentamente. Demorou longos minutos e ao final suava frio pelo esforço, mas conseguira se por sentado.

Na nova posição tinha melhor visão da sala. Arrependeu-se por um breve segundo de ter conseguido a proeza. O sangue gelou nas veias.

A primeira coisa que notou foi a porta alta, estrategicamente colocada a sua direita e único meio de acesso ao local onde estava. A segunda coisa notada foi a criatura visível através da porta aberta. Em uma posição de vigília.

Um lobisomem. Em sua forma completa. E ele era tão grande que não conseguiria passar facilmente pela abertura, talvez por isso permanecesse do lado de fora. Analisando bem, aquele monstro poderia derrubar as paredes sem esforço, caso investisse para valer. O coração de Stiles disparou. Ele não se recordava de a forma Alpha de Peter ser tão grande assim. Uma monstruosidade sem igual.

Além disso, a criatura mantinha os olhos cravados no humano, vigiando cada um de seus movimentos. Olhos dourados, não vermelhos.

Aquela fera era um Beta? Como era possível?!!

Stiles tentou arrastar-se para um pouco mais longe, por puro instinto. O lobisomem rosnou baixo, um som gutural e agressivo. O menino paralisou-se no ato. Concluiu que era mais seguro permanecer quieto. Fato que não impediu o coração de bater ainda mais forte e a boca de ficar seca.

Não precisava ser um gênio para se perceber metido em uma senhora encrenca. De fato, ali estava ele mergulhado até o pescoço em sua situação inesperada. Mas precisaria sim, ser um gênio, para encontrar um jeito de salvar-se.

Ou deveria confiar em Scott e em seu Pack?

Esperar Derek?

Stiles respirou fundo e apoiou a cabeça contra a parede. Por que? Por que ele sempre se metia em encrenca e acabava se dando tão mal? Não era justo.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Vejo vocês semana que vem! Se eu não morrer de angustia vendo a season finale, né?

Abraços.