Burned Soul escrita por Kaline Bogard


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

'-' Sem or... com essa do site ficar off eu esqueci de postar o último capitulo! Sorry!

Boa leitura e desculpe os erros!



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Burned Soul

Kaline Bogard

Capítulo Final

Stiles olhou dos amigos para Derek. Não ia adiantar. Aberline entregara os pontos e realmente desistira.

– Eu... – o garoto começou a falar, mas sentiu o corpo sob sua mão estremecer. E Francis abriu os olhos.

No mesmo instante Derek ficou em pé, puxando o namorado consigo. Isaac sentou-se melhor e toda sua postura corporal ficou na defensiva. Allison pegou o arco que deixara no chão e apontou para o dono da casa. Lydia engoliu em seco.

Indiferente ao mal estar que causara, Aberline apenas moveu uma das mãos e passou pela face, recolhendo minúsculas gotas de suor frio. Ignorou o ferimento em seu peito que fechava rapidamente e já não minava mais sangue aos borbotões.

– Apenas – ele sussurrou sem olhar para ninguém na sala, derrotado – vá...

Allison levantou-se dando certo apoio para Isaac, que se recuperava devagar dos cortes no corpo. Começaram a caminhar para fora dali. Derek fez menção de puxar Stiles, mas o menino não se moveu. Lançou um olhar cheio de piedade para Francis, satisfeito por que ele não abrira mão da própria vida.

Hale franziu as sobrancelhas sem entender. Stiles engoliu em seco.

– Precisamos de... remédios – pediu cheio de falsa coragem.

– Pegue... tudo o que precisar – foi a resposta de Aberline.

Depois disso Stiles segurou a mão de Derek e o puxou em direção à saleta onde seu raptor deixava os remédios e bandagens. Não agradeceria. A culpa de necessitarem de medicamentos era toda do homem que atacara seus amigos por tentar tomar para si algo que não lhe pertencia.

– Vai precisar de uma jaqueta nova – Stiles comentou enquanto ajudava Derek a recolher algumas bandagens e anticépticos.

– Não importa. Recuperei algo mais importante em troca.

O garoto sorriu sentindo o coração disparar e o rosto esquentar. Quem precisaria de um elogio maior do que aquele? Existiria um elogio melhor do que aquele?

Bem equipados, os dois saíram da casa e encontraram o restante do Pack do lado de fora. Distribuíram os remédios para os lobisomens. Felizmente nenhum dos humanos precisava de primeiros socorros. Mesmo Stiles já estava cuidado.

Os gêmeos estavam mais afetados, mas já haviam recuperado os sentidos. Levaram poucos minutos para terminar os precários remendos, pois tudo o que eles queriam era dar o fora dali e retornar para casa o quanto antes.

Refizeram o percurso até os veículos rapidamente. Ao contrário da vinda, na volta Allison, Lydia, Scott e Isaac ficariam com Peter, deixando Derek e Stiles a sós.

Assim que o garoto recostou-se no banco do carona soltou um longo suspiro.

– Não acredito que acabou. Obrigado.

Derek acendeu as luzes internas, mas não ligou o motor.

– Não agradeça. Nenhum de nós fez mais do que deveria.

Stiles sorriu e ia rebater, mas o outro reclinou-se sobre ele, meio desajeitado, e tomou-lhe os lábios em um beijo desesperado. O contato transmitiu os mais profundos sentimentos de Derek, e Stiles até tentou, mas não conseguiu corresponder a altura.

Perdeu-se nas sensações, mas não a ponto de não perceber que o namorado estava quase deitado sobre si, forçando-o contra a porta.

– Ei... ei, homem... o que... pensa que... está fazendo?! – espalmou as duas mãos no torax de Derek e o empurrou, conseguindo romper o beijo.

– Vou te requisitar.

– Ah... – Stiles suspirou em deleite, quando Hale passou a beijar-lhe o pescoço – MAS O QUÊ?!!

Afastou-o novamente, chocado, com os olhos arregalados.

– Stiles, não quero correr riscos.

– E... v-você sabe como fazer isso? Derek...

– Claro que eu sei – o ex-Alpha respondeu levemente ofendido.

– E quer fazer isso aqui? Agora?! Não. De jeito nenhum! Derek, nós namoramos há uma semana! Tudo bem que você é um lobisomem, mas nosso relacionamento é tipo normal. É cedo e... santo Deus, homem!

– Você não gosta de mim? – Derek soou sério. Talvez seu jovem namorado estivesse com medo de assumir tal compromisso.

– Nada de chantagem emocional, por favor. E não. Eu não gosto de você. Eu gosto do Scott. Gosto do Isaac. Ainda não decidi se gosto do seu tio Miss Hale Simpatia. Por você eu sinto algo muito profundo. E sempre que penso no resto da minha vida tenho uma imagem de você ao meu lado. Mas eu sofri um acidente, fui raptado, ferido, ameaçado, pressionado e amedrontado. Não tomo banho desde sexta-feira de manhã e não como nada descente desde o almoço de sexta-feira. E nem preciso dizer que não durmo faz mais de vinte e quatro horas. Acredite, ser requisitado está no final da minha lista de prioridades nesse momento.

Derek ouviu o discurso dito todo de uma vez, quase sem a necessidade de tomar fôlego e balançou a cabeça de leve.

– Stiles...

– Além disso, quando formos fazer... você sabe... aquilo... eu não quero platéia.

O mais velho não entendeu, até Stiles fazer um gesto com a cabeça. Ele virou-se e espiou pelo vidro do lado do motorista. O carro de Peter estava parado ao lado, com as luzes internas acesas e todos os integrantes tentavam, em variados níveis de curiosidade, espiar o que acontecia dentro do Camaro.

Derek rosnou mal humorado e sentou-se direito atrás do volante. Puxou o cinto de segurança e o travou, sendo imitado por Stiles que sorria. Foi nesse momento que um alerta sonoro chamou a atenção do casal. Era o celular de Derek, caído no chão do automóvel.

O lobisomem abaixou-se e o resgatou. Viu o aviso de SMS. Era de sua irmã Cora, que atualmente morava na América do Sul.

– Mas que... – Hale resmungou lendo o textinho – STILES!

– DEREK!

Ele virou a tela do celular para que o garoto pudesse ver. “Espero q esteja td bem, mozão :) mande noticias” Era o que dizia. Stiles corou e inclinou-se para olhar feio para o motorista do outro automóvel.

– Velha fofoqueira! – falou alto, sabendo que seria ouvido. Peter apenas riu e deu partida no carro, afastando-se. Com uma expressão nada boa Derek também deu a partida – Se quiser não te chamo assim...

O lobisomem mudou a marcha e ganhou a estrada. Os faróis das motos gêmeas indicavam que Ethan e Aidan estavam logo atrás.

– Pode me chamar do que quiser – afirmou sem olhar para o menino – E você tem razão. Quando fizermos, será direito. Só... não quero perdê-lo outra vez.

Stiles sorriu, achando a expressão fechada de Derek muito fofa, apesar de tudo. Então se ajeitou melhor no banco, inclinando-o um pouco para trás. Quase no mesmo instante sentiu-se cansado, abatido. Todas as fortes emoções caíram sobre ele cobrando seu preço.

– Obrigado – sussurrou sonolento, sem saber ao certo pelo que agradecia – Você não vai me perder... e se perder, sei que vai me resgatar.

– Essa certeza você pode ter, Siles.

Stilinski bocejou, ajeitando-se no banco.

– Você sabia que eu cheiro como um virgem...? – sussurrou deslizando para o sono, confiante que estava a salvo de qualquer coisa ruim.

– Todos sabem disso – Derek deu uma espiadinha de lado, para o menino que adormecia. Ondas de felicidade e amor sufocaram seu coração. E alívio, por ter recuperado algo que já considerava o mais valioso em sua vida.

Dos infinitos desfechos possíveis para a história, aquele era um dos melhores.

Quanta loucura.

oOo

O reencontro entre pai e filho foi emocionante. O xerife esperava em casa, graças a um SMS que Scott lhe enviara do caminho. Quando viu o filho adentrando pela porta o puxou para um abraço apertado, quase desesperado.

– Como consegue essas coisas, garoto? – resmungou – Vou andar implantar um GPS em você.

Stiles apenas riu, sem jeito. Não era proposital que se metesse em encrencas, elas simplesmente aconteciam.

– Sinto muito... – foi só o que pôde dizer – Por tudo o que aconteceu, pelo ônibus que foi atacado. Muitas pessoas se machucaram, pai?

– Não, Stiles. Não diga isso, filho. Nada disso é sua culpa – cortou o assunto evitando falar sobre os mortos. Haveria tempo para lamentar depois. Então John virou-se para Derek, parado a porta assistindo a cena – Obrigado.

– Pai... vou precisar de um celular novo – tentou quebrar o clima dramático – Sinto muito...

John puxou o menino para um novo e mais forte abraço.

– Todos os que quiser, filho. Desde que esteja bem – falou emocionado.

O lobisomem apenas assentiu em despedida, antes de sair e deixar pai e filho sozinhos, pois ambos precisavam esclarecer as coisas. Não tivera tempo de conversar com o namorado, já que Stiles dormira a viagem toda.

Derek não se importava mais. Vencera o medo e aquela sensação eminente de perda. Falaria com calma depois, daria espaço para que se recuperasse do susto, antes de impor-se como fizera no carro, guiado pelo desespero. Comportamento que o enchia de vergonha e arrependimento. Quase se descontrolara, deixando-se levar pela urgência seu lobo sentia.

Queria requisitar Stiles para si, claro. Com cada fibra de seu ser. Mas o faria com calma, de modo a tornar especial e inesquecível para ambos. Já não havia mais pressa. O que sentiam era forte e perceptível. Nenhum lobisomem do século dezoito iria destruir tal amor.

Fim

A semana voltou ao normal na medida do possível. O colégio fez um memorial em homenagem aos dois alunos que perderam a vida no acidente e pelos quais Stiles ainda se culpava, mesmo sabendo que não fora sua responsabilidade. Era impossível evitar aquele sensaçãozinha que o apertava no fundo do estomago. O acontecido entrou para a pilha de incidentes sem explicação e a cidade seguiu em frente.

Stiles ainda ouvia piadinhas de seus amigos sobre os motivos do tal Digamma, agora ele sabia o nome da criatura, tê-lo escolhido. E, apesar de tudo, Derek concordava com ele sobre deixar o namoro rolar naturalmente, sem forçar ou precipitar nada.

Quando tivesse que acontecer, aconteceria.

Além disso, por duas vezes em que as coisas esquentaram um pouco mais acabaram levando flagras constrangedores. Primeiro por Isaac e depois por Scott. O constrangimento esfriara bastante o avanço do casal e Derek começava a considerar a opção de levar Stiles até um motel para, finalmente, conseguir alguma abençoada privacidade.

A vida entrava em seus eixos, até a tarde de sexta-feira, quando Stiles chegou em casa e encontrou seu pai coçando a nunca enquanto observava um pacote de proporções inusitadas colocado sobre o sofá.

– Olá, pai! – foi cumprimentando com a curiosidade imediatamente despertada – O que é isso?

– Não sei, Stiles. É para você.

– Para mim?!

– Não tem remetente.

O menino imitou o gesto do pai de coçar a nuca. Olhou do pacote para John e de John para o pacote. Aproximou-se e meio que farejou o embrulho de papel pardo. Não parecia suspeito.

– Posso abrir? Será perigoso? Uma bomba desse tamanho faria um estrago... mas eu nunca vi uma bomba com essas medidas.

– O que você andou aprontando dessa vez? – o xerife estreitou os olhos na direção do adolescente.

– NADA! Por que acha que eu aprontaria alguma coisa? A maioria das vezes eu sou a vítima, pai. Sabe o que significa ser a “vítima”? Significa que eu fico em perigo, eu sou ameaçado e levado de um lado para o outro. A minha vida corre risco, vê? O senhor é o xerife, devia saber disso.

– Stiles... – o homem ameaçou.

– Vou abrir! – para desviar o foco o menino avançou para o pacote, esquecendo qualquer medo de ser uma bomba, fato bem improvável dada as dimensões atípicas, e rasgou o papel pardo que o envolvia.

Era um quadro.

– Filho... – John ergueu as sobrancelhas sem poder acreditar no que via. Desviou os olhos da pintura a óleo para Stiles, extremamente pálido ao seu lado – Está tudo bem?

Stiles não conseguiu desviar os olhos da imagem. Acenou com a mão, chamando a atenção do pai.

– Esse quadro... eu acho que... santo Deus!

– Stiles, o que foi? Por que me parece sinal de confusão? Sabe quem te enviou isso? Parece caro.

– O que o senhor vê, pai? – ele foi direto ao ponto.

O xerife franziu as sobrancelhas. Nunca fora dado a obras de arte. Analisou o quadro por alguns instantes, mas a imagem era óbvia.

– Um humano ajoelhado, orando para o céu e pedindo ajuda. E um anjo atendeu ao chamado. Olha o anjo ali com a mão estendida, quase tocando e salvando o homem.

Ao final do pequeno e objetivo discurso Stiles balançou a cabeça.

– É uma mensagem – estremeceu – de Aberline. Ele está dizendo que não desistiu de... de... o senhor sabe.

– O QUE?! – o pai do menino quase engasgou – Como tem certeza?

– Esse quadro é do Iluminismo, pai – Stiles enfiou a mão no bolso da calça e pescou o celular – As mensagens ocultas nas imagens não devem ser levadas ao pé da letra. Não é um homem clamando redenção. É um engodo, o homem sabe que se o anjo o tocar vai perder o direito ao paraíso e será condenado a viver ao lado dele para sempre.

– O que?! Como chegou a essa conclusão? Aprendeu na escola? – John voltou a analisar a pintura, sem conseguir entender como seu filho fizera tal interpretação.

– Internet – Stiles respondeu, entretido em pegar o celular. Mas antes que pudesse discar para Derek, o aparelho tocou. Era McCall.

Stiles?!

– E aí, cara? Scott, eu preciso te dizer uma coisa...

– O que eu tenho para dizer é mais importante! – o Alpha cortou – Você não vai acreditar em quem está se mudando para a casa no fim da rua. ‘To convocando uma reunião agora mesmo! Avisa o Derek.

O menino desligou o aparelho, abismado; voltando os olhos castanhos para seu pai. E John compreendeu, no mesmo instante, que outra confusão estava se iniciando!


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Notas finais do capítulo

Segunda temporada?!! *.*
Segunda temporada!!! :3

Quando?! *3*
Só Deus sabe!!! *apanha*

A gente se vê muito em breve! Ou não... xD