Sasuke’s POV

– DROGA! – soquei mais uma vez a parede do meu quarto.

O Naruto conseguiu acabar com a minha vida! Tudo bem que eu não estava lá quando ela precisou de mim, mas eu tinha motivos! E, além disso, sempre amei a Sakura, mesmo não parecendo, já que eu a evitei várias vezes, mas eu fiz isso porque tinha medo. Medo de amar muito alguém e depois acabar sentindo a mesma dor que eu senti quando meus pais morreram.

E acima de tudo eu também sei que ela me ama. O Naruto já tem a Hinata, não é culpa minha se ele não dá valor a ela. E agora, pra piorar, a Sakura decide cuidar da vida dos outros ao invés de pensar nela!

Joguei-me na cama e cobri o rosto com um travesseiro. Minhas únicas vontades eram gritar e quebrar alguma coisa.

Fiquei na mesma posição por uns dez minutos. Respirei fundo e fui pra cozinha. Era tudo tão silencioso quanto quando Itachi estava em casa. Tomei um copo d’água e me apoiei na bancada, onde havia um bilhete.

“Irei ver a Tsunade hoje,

e se eu não estiver em casa quando voltar,

estarei na casa do Shinji.”

PS: Passa lá se você tiver tempo.

Itachi.

Dei um sorriso sem humor. Até parece que eu iria à casa dos Haruno depois do que aconteceu.

Era ótimo ter uma vida nova ao lado do meu irmão. Porém não se compararia a uma vida ao lado de Sakura. Aquela rosada estava mexendo comigo, e depois daquele beijo é capaz de eu ficar louco!

Sorri ao lembrar-me dos dedos dela em minha nuca, do doce cheiro de flores do seu cabelo e o gosto de cereja de sua boca.

Voltei para o meu quarto e resolvi terminar a lição de história. Talvez prendesse a minha atenção.

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Sakura’s POV

Já era quase noite quando eu cheguei em casa. Abri a porta e ouvi Shinji e Itachi, como os meus olhos ainda estavam inchados, resolvi subir e lavar o rosto, assim, ninguém perguntaria nada.

– Sakura-chan! – Itachi gritou.

– Ah, oi. – “droga”, pensei enquanto os dois se aproximavam.

– Tava quase indo te procurar. – Shinji falou – O que aconteceu?

Eu olhei para os olhos verdes e negros à minha frente. Por mais simples que aquela pergunta fosse, eu não deixei de sentir uma pontada forte no peito. Quando dei por mim já estava chorando. Shinji me abraçou.

– Sakura-chan... – Itachi afagou meus cabelos.

Eles me guiaram para o sofá, onde cada um se sentou de um dos meus lados.

– Quer nos dizer o que aconteceu? – Itachi perguntou secando minhas lágrimas.

– Vocês vão querer me bater se eu disser. – falei em meio aos soluços e eles sorriram.

– Pode contar, não vamos bater em você. – Shinji disse.

– Bem... A Hinata terminou com o Naruto por minha causa, e depois ele brigou com o Sasuke-kun, que me odeia agora por eu ter negado o pedido de namoro dele, mas eu não queria negar porque eu gosto dele, e todo mundo já sabe disso, mas se eu aceitasse o Naruto iria ficar mal e com raiva de mim e, tipo assim, ele é meu melhor amigo, sempre me ajudou, e agora é a minha vez de ajudá-lo. Só que o Sasuke-kun disse pra eu parar de bancar o cupido e começar a pensar em mim, não que eu ache que ele está errado, mas eu realmente devo isso ao Naruto, pois foi ele quem me ajudou quando o Sasuke-kun foi embo-o-ra. – chorei feito uma criança.

Eu não tinha certeza se eles tinham entendido algo do que eu disse, uma vez que as palavras saíram meio emboladas e rápidas de mais, só que eu também não me importava muito.

– Sasuke te pediu em namoro? – perguntou Itachi boquiaberto.

– Sim, mas não diga à ele que eu contei. – ele assentiu e sorriu.

– Sabe, acho que o Sasuke tem um pouco de razão. – Shinji estava sério – Quando foi a ultima vez que você fez algo para si? Quando foi que pensou na sua felicidade?

– Bom, eu... Eu não sei. – suspirei.

– É melhor você descansar e não pensar nisso. – Itachi afagou minha cabeça – pelo menos não agora.

– Ele tem razão.

– Obrigada meninos, não consigo imaginar irmãos melhores. – sorri.

– Pois é. Você é a nossa pequena, sempre estaremos aqui. – o Uchiha falou.

– Para sempre. – Shinji sorriu.

– Obrigada! – abracei os dois de uma vez só.

– Agora eu tenho que ir. Preciso ver como o Sasuke está – Itachi sorriu e me beijou na bochecha.

– Tchau cara. – Shinji disse.

– Tchau. – disse indo pra porta e passando por ela.

– Está com fome? – Shinji perguntou.

– Um pouco. – ele me segurou pela mão e me puxou para a cozinha.

Eu me sentei num dos banquinhos e fiquei observando enquanto ele fazia dois sanduíches.

– Não se preocupe tudo vai se acertar. – ele disse.

– Eu sei.

– Então coloca um sorriso nesse rostinho lindo! – ele veio até mim e eu sorri – ah, Sakura, esse sorriso pode melhorar!

Então ele começou a fazer cócegas na minha barriga e eu comecei a me contorcer, o que causou a minha queda do banco, mas Shinji não parou e eu já estava ficando sem ar de tanto que ria.

– S-SHINJI!!! P-PA...RA! – disse em meio às gargalhadas.

– Mas você está sorrindo.

–N-Não to! – disse rindo ainda mais.

– Tudo bem. – ele parou.

Abri os olhos e continuei rindo.

– Idiota! – ele sorriu.

E então aconteceu algo estranho... Eu me vi presa em seus olhos verdes, era quase a mesma sensação de quando olho para Sasuke.

Eu não sei o que deu em mim, essa não podia ser eu!

Senti a sua mão tocar meu rosto e o vi se aproximar, devagar e cauteloso. Fechei os olhos e permaneci quieta. Os lábios dele roçaram nos meus, era uma sensação boa...

– Crianças, estão em casa? – ouvimos a voz da mamãe vinda da sala e nos levantamos rapidamente.

Eu estava tão envergonhada que nem olhei para Shinji quando saí da cozinha. Minha mãe estava com um monte de sacolas de lojas de roupa e sapatos. Ela sorriu pra mim e eu a abracei.

– Oi mãe.

– Oi querida... Esqueceu de passar protetor solar hoje?

– Não, por quê?

– Seu rosto está mais vermelho que o normal.

– Ah. – desviei o olhar – cadê o papai?

– Saiu com Inoichi, Choza e Shikaku. Onde está o meu Loirinho?

– Estou aqui mãe. – ele apareceu na porta, estava um pouco rubro.

– Ah, meu amor. Trouxe isto pra você! – ela lhe entregou uma das sacolas, parecia ser Gucci.

– Obrigado mãe. – disse pegando a sacola. Ele nem se deu ao trabalho de ver o que era.

– E-Eu vou terminar o meu dever de história. – falei indo para a escada.

– Calma querida, também tem algo pra você.

– Ah, mãe, não preci... Ah meu Deus! Isso é a bota da Chanel?

– A própria. – Ela sorriu e me entregou a caixa.

– Obrigada! Obrigada! Obrigada! – eu pulava feito uma criança que acabara de ganhar um brinquedo. Quase tinha me esquecido que quase tinha beijado meu irmão.

– De nada, meu amor. Você merece.

Subi as escadas e fui para o meu quarto. Tomei um longo banho quente, repassando todo o meu dia na mente. Por fim vesti uma regata branca e coloquei um casaco lilás com capuz que ia até o meio das coxas.

Terminei o trabalho de história e peguei meu celular. Talvez devesse ligar para o Sasuke-kun... Mas e se ele não quisesse falar comigo? Melhor não arriscar. Resolvi ligar para a Hinata.

Deitei na cama e disquei o numero dela. Chamou cinco vezes até eu ouvir a voz baixa e tímida dela.

– Alô?

– Hina-chan, é a Sakura. Precisamos conversar.

– Eu sei.

– Olha, eu tenho certeza de que o Naruto estava drogado pra fazer o que fez, ele não gosta de mim assim, eu...

– Eu acho que não... O modo como ele olha pra você, o jeito que ele te trata... e você não ouviu o que ele disse! Você não estava lá! – ela já estava chorando.

– Hinata, o Naruto é tão idiota como qualquer garoto, tenho certeza de que ele disse essas coisas horríveis da boca pra fora, ele nem pensou.

– Não o chame de idiota! – ela elevou um pouco a voz – é por isso que eu também tenho raiva disso tudo. Você sempre está o insultando ou batendo nele, e ainda assim ele prefere você, Sakura-chan.

– Isso não é verdade. Você vai ver, logo estarão juntos novamente, é só uma questão de tempo. - tentei ignorar a pontada no peito.

– Não sei se devo acreditar em você. – ela disse meio fria e eu me sobressaltei com o seu tom.

– O-O quê?

– Sakura-chan, eu confiei em você quando disse que o Naruto me amava, e olha no que deu. Nunca estive tão infeliz em toda a minha vida. Será que você é realmente minha amiga? – não dava pra acreditar que ela estava dizendo aquilo, pelo menos não a Hinata!

– Eu só quis te ajudar! – disse ainda incrédula.

– Ou apenas queria se livrar do Naruto, o jogando para a primeira idiota que aparecesse.

– Hinata! O que deu em você? Acha mesmo que eu faria algo assim?

– Talvez não de propósito.

– Eu nunca faria isso! – quase gritei.

– Como eu disse, talvez você não faça de propósito, mas você é linda, popular, uma das melhores ninjas de Konoha. Por que alguém olharia para mim quando podem ter você? Quando eu estou do seu lado é como se eu estivesse apenas atrapalhando o seu caminho, ofuscando o seu brilho.

– Olha só quem fala! Hinata, você é a herdeira do clã Hyuuga. Sabe o que isso significa? Você tem mais poder do que imagina, devia dar valor a isso. Muitos se matariam para estar no seu lugar.

– Isso não vem à questão. Eu não posso fugir do meu destino e enquanto isso você está escrevendo o seu. E diferente de mim... Você tem o amor do Naruto-kun.

– Hinata... Eu – mas ela já havia desligado.

E eu que pensei que esse dia não podia ficar pior...

– Sakura o jantar está pronto. – ouvi a voz melodiosa da minha mãe.

– Estou indo. – sequei as lagrimas que ameaçavam descer.

Coloquei um short preto de tactel, amarrei o cabelo num rabo de cavalo e saí do quarto.

– Chama o seu irmão também. – ela gritou quando eu estava quase na escada.

Engoli em seco e me virei para ir até a porta do quarto dele.

Dei duas batidas rápidas e esperei com o coração na mão.

– Sim? – ele disse com a voz rouca.

– A-A mamãe ta te chamando pra jantar. – minha voz saiu trêmula.

– Não estou com fome.

– Hum, você quem sabe. – por dentro eu estava agradecendo por não ter que encará-lo e descobrir que merda foi que aconteceu na cozinha mais cedo.

– Sakura. – ele me chamou.

Droga! Pensei. Eu não estava pronta para falar com ele.

– S-Sim? – disse relutante. A porta do quarto se abriu, revelando um Shinji sem camisa e totalmente lindo... Mas que droga que eu estou pensando? Ele é meu IR-MÃO!

– Me desculpe por hoje mais cedo. – Ele estava sério – não sei o que deu em mim, então apenas esqueça. Eu não quis te constranger, eu só...

– Tudo bem. – me apressei em dizer, antes que a conversa ficasse mais constrangedora.

– Sério? – piscou algumas vezes.

– É, mas eu ainda quero algumas respostas. – o olhei séria.

– Claro. – ele saiu do caminho para que eu passasse.

– Mas não agora. Acabei de ter uma briga com a Hinata pelo telefone, e não estou preparada emocionalmente. – abaixei a cabeça, pois sabia que se olhasse pra ele eu iria chorar, e eu já tinha chorado muito hoje.

– Sakura. – ele disse baixinho.

Respirei fundo várias vezes e olhei pra ele. De repente senti uma vontade louca de desabafar.

– Agora, além do Sasuke, a Hinata também me odeia.

– Não odeia, é impossível te odiar. – beijou o alto da minha cabeça.

– Então diga isso pra ela. – suspirei, tentando loucamente evitar as lagrimas de descerem.

Ele me abraçou forte e me puxou para dentro de seu quarto, que por sinal já estava completamente arrumado.

– Tenho certeza de que ela já sabe. A Hinata só está passando por uma fase difícil.

– E você acha justo ela descontar em mim? – nós estávamos sentados na cama dele.

– Não... Não é justo. – disse vestindo uma camisa de gola “V” branca – mas eu não to entendendo direito. O que foi que ela te disse?

Contei detalhadamente a minha conversa com Hinata, até a parte em que ela aumentou o volume da voz e eu fiquei sem fala.

– Puxa... – ele falou quando eu terminei.

– É...

– Mas não se preocupe Sakura-chan, pois eu estou aqui. Você pode contar comigo pra tudo, entendeu? – fiz que sim – ótimo!

– Desçam logo! A comida vai esfriar. – ouvimos mamãe gritando da cozinha.

– É melhor você ir. Eu vou voltar pro meu quarto, não to me sentindo bem. – levantei.

– Você precisa comer.

– Perdi a fome.

– Vou levar algo pra você então.

– Obrigada. – fui pra porta – diga à ela que eu passei mal, mas que estou bem.

– OK.

Ele desceu as escadas e eu voltei para o meu quarto. Deitei na cama e liguei a TV.

Estavam acontecendo muitas coisas simultaneamente, e eu não sabia se estava pronta para enfrentar cada uma delas. Minha cabeça doía só de pensar.

Cerca de vinte minutos depois, Shinji apareceu com uma bandeja cheia de comida. Eu comi quase tudo, depois ficamos conversando até eu pegar no sono.

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Itachi’s POV

Depois que eu saí da casa dos Haruno, fui direto pro meu apartamento, parando apenas pra comprar algumas coisas pra fazer o jantar.

Entrei no apartamento e coloquei tudo na cozinha. Andei na direção do quarto de Sasuke e parei na porta. Ele estava sentado em um dos puffs azuis escuro, com um livro de história no colo.

– E aí? – eu disse chamando a atenção do mesmo.

– E aí. – disse meio sem vontade, era claro que ele estava com raiva.

– O que houve? – falei indo até ele e me sentando no outro puff.

– Nada. – falou desviando o olhar.

– Tem certeza? – ergui uma sobrancelha.

– Não. – jogou o livro no chão e me fitou. – quer saber? Acho que foi um grande erro ter voltado. Na verdade eu nunca devia ter saído daqui, mas a merda já foi feita, agora eu preciso conviver com as conseqüências.

– Me perdoe. Eu tenho grande parte da culpa por você estar assim.

– Tem razão. – ele deitou no puff e fitou o teto – eu é que devia ter morrido na nossa batalha, não você. – me olhou e eu sorri.

– Não diga besteira, Sasuke. – fingi dar um soco em seu rosto.

– Desculpa. – sorriu e depois ficou sério – eu acho que perdi todas as minhas chances com a Sakura hoje.

– Você gosta dela? – fingi surpresa e ele me olhou como se eu fosse louco – tudo bem, eu já sabia. Mas por que acha isso?

– A pedi em namoro hoje, e digamos que eu levei o ultimo fora que pensei que levaria na vida!

– Nossa... – agi como se não soubesse de nada – talvez ela estivesse com a cabeça cheia de coisa. Estressada ou confusa.

– Talvez... Mas não é só isso, ela acabou jogando na minha cara que eu não a ajudei quando ela precisou e que quem fez isso foi o Naruto... E sinceramente, não sei se ainda consigo olhá-la enquanto eu estiver carregando toda essa culpa.

– Dê um tempo para ela pensar, e depois converse com ela, só assim vão conseguir arrumar as coisas. É questão de tempo. – sorri.

– Tem razão, Itachi, obrigado. – também sorriu.

– De nada, ta com fome? – me levantei.

– Pra caramba.

Fomos para a cozinha preparar o jantar, não conversamos muito, mas ainda assim era bom passar um tempo com meu irmãozinho.

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Sakura’s POV

Acordei meio sem vontade, eu não estava me sentindo muito bem aquela manhã.

Tentei levantar, mas algo me prendia na cama, percebi que era o braço do Shinji, estava envolto em minha cintura. Olhei para ele e acariciei seu rosto de anjo, eu sempre me sentia tão segura quando estava com ele.

Removi com cuidado sua mão e me levantei. Ou melhor, teria levantado se minha cabeça não latejasse tanto.

– Ai... – disse baixinho enquanto me apoiava no criado-mudo.

– Sakura...? – Shinji chamou da cama e eu me virei para olhá-lo – está tudo bem?

– Sim... Só minha cabeça que ta doendo um... – e nesse momento minha visão ficou turva e eu senti que ia cair. Levei a mão à testa e agarrei mais forte o criado-mudo.

– Está com febre. – disse colocando as mãos no meu rosto – e pálida. Hime-chan, o que está havendo com você?

– Eu não sei. Talvez seja só momentâneo. Vou me arrumar pra escola.

– Não. – falou antes que eu pudesse levantar – você vai descansar hoje, deite-se.

– Mas eu...

– Nada de mais. Não posso permitir que você saia nesse estado.

– Tudo bem. – revirei os olhos e voltei a deitar.

Passei o resto da manhã na cama. Shinji me levou café e minha mãe controlou minha febre, já que ela falou que não era pra eu usar meu chakra. Eu tentei ligar para Sasuke uma vez, mas o telefone dele apenas chamou, eu acabei concluindo que ele não queria falar comigo, e não o culpo, depois de eu ter dito aquelas coisas eu também não iria querer falar comigo se fosse ele.