A outra Potter escrita por Alice Porto


Capítulo 9
O maior medo da Srta. Potter


Notas iniciais do capítulo

OOOOOOOOOI

Fiquei meio desanimada no começo, porque ninguém tinha comentado o cap anterior, mas então as pessoas começaram a comentar, e cá estou eu, com o capítulo. Muito obrigada a todos que comentaram! E, agradecimento especial a:

Trop: Lindaaaaa, obrigada pela recomendação, adorei. O jeito que você falou, parecia até uma resenha da história, com frases bonitas e nossa *-* Amei. Muito obrigadaaa!

Então, aqui está o cap. Comentem, compartilhem, recomendem, favoritem! Beijinhos. Até nas notas finais!



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O moreno a sua frente a olhou abismado. Eles eram bem mais parecidos do que pensara, e se castigava por não ter notado isso no Beco Diagonal. O mesmo nariz, a mesma boca, o mesmo tom de pele, os mesmos olhos. A única coisa diferente era o cabelo e a estatura. Abriu a boca para falar alguma coisa, mas não saiu nada além de ar.

Balançou a cabeça, afastando os pensamentos de simplesmente abraçá-la e a chamar de irmãzinha. Ele não podia fazer isso! Ela poderia ser efeito de uma poção polissuco, um comensal... Mas não um Potter.

– Quem... Quem, por Merlin, é você? – perguntou confuso, olhando para a garota, que deu um sorrisinho, endireitou a postura e estendeu a mão para frente, falando em alto em bom som:

– Olá Harry Potter, meu nome é Lawrence Potter, é um prazer lhe conhecer.

– Não! Você não é uma Potter! – o garoto se alterou e tentou desferir um soco nela. Draco, Daniel e Rony o pararam, pois este já estava irado, vendo o sorrisinho irônico da ruiva, enquanto era defendida pelos meninos – EU sou o último Potter! O herdeiro! O eleito!

Ela de uma risada gostosa, enquanto observava à ira do irmão. Tão bobo. Como se ela tivesse medo dele. Poderia parar qualquer golpe dele com uma simples mão, e poderia usá-lo contra ele mesmo. As pessoas em volta olhavam, boquiabertos. Alguns instigavam a briga. Havia até uma pequena torcida para Harry.

– Nossa! Maninho, não sabia que ligava tanto para fama. – arqueou a sobrancelha – Não era você o grande revoltado com tudo e todos, que odiava ser o menino-que-sobreviveu, e faria de tudo para ser alguém normal? Eu estou aqui, lhe dando a imensa oportunidade de dividir esse cargo de responsabilidade, e você simplesmente quase me mata. – revirou os olhos – Hipoteticamente falando, é claro. Esse seu punho aí, não conseguiria chegar nem a 30 cm do meu rosto.

– Lawren, que parar de atiçar ele? – falou Draco, sem fôlego, e com uma grande dificuldade de parar o moreno – Já é meio complicado quando ele está normal.

– Tudo bem. – falou ela, com uma voz alta – Soltem-no! Deixem que ele venha. – cruzou os braços, com uma expressão divertida, ao ver o semblante apavorado dos amigos – Vamos! Soltem! – eles se olharam meio indecisos, e decidiram largar o Gryffindor.

– Você vai aprender a não mexer com o sobrenome de alguém! – gritou Harry, vindo em direção à ruiva, e erguendo o braço, para batê-la. Quando começou a baixar a mão para acertar a cara, Lawren reagiu.

Calmamente, segurou a mão dele no ar, fingindo um bocejo com a outra. Ele a olhou com raiva, e tentou usar a outra mão, que foi igualmente imobilizada. Eles estavam com as duas mãos juntas, mas somente Lawrence reagiu. Assim que pegou a outra mão no ar, deu um giro com as duas, e o derrubou no chão. Sorriu.

– Tsc, tsc, tsc... Harry... Você deveria parar de ser tão ousado. – o garoto no chão, se levantou e tentou empurrá-la, mas essa desviou com facilidade – Opa! Essa foi quase lá! Sabe o seu problema? – falou, segurando a perna do irmão, que iria chutá-la, e a empurrando para o lado, fazendo este cair de novo – Você é muito precipitado. Não gosta de ouvir... – parou os golpes dele no ar, trocando a mão toda vez que ele trocava também – E é orgulhoso... – agarrou o pulso dele e torceu, enquanto chutava a barriga, causando um urro de dor no outro e fazendo ficar imobilizado no chão – Pessoas temerárias, que se aproveitam da força em vez da inteligência, nunca ganharão uma batalha. Entre você e sua amiga Granger, seria mais difícil lutar com ela. Você é forte, Harry. – falou um pouco mais dócil – Mas quando faz exatamente o que fez agora, fica mais fraco que uma mera formiga. Aprenda a ouvir, antes de partir para uma luta corporal. Se tivesse me ouvido antes, talvez até pudéssemos ter uma conversa civilizada. Somos irmãos Harry, mas temos uma grande diferença: você é um Potter, mas usa seu sobrenome para alimentar sua força. Eu sou uma Potter, mas uso a minha inteligência para alimentar a minha força. Eu não preciso de um título e uma capa de jornal para me lembrar do que sou. Eis a diferença entre nós dois. Vamos estúpidos – se dirigiu para os loiros que encaravam tudo boquiabertos – Nem para parar alguém vocês conseguem direito.

Os dois garotos a olharam, querendo falar alguma coisa, mas ela simplesmente levantou a mão, pedindo silêncio. A mesma expressão sonolenta ocupara seu rosto novamente, e ela já estava aérea. Então se virou, antes de sair andando, e falou:

– Sabe Harry... – o garoto a olhou – Há uma coisa que eu admiro em você: nunca vi uma pessoa defender um sobrenome tão bravamente. Somos irmãos, sabe? Nossa isso soa tão estranho... – olhou para ele com serenidade – Temos o mesmo sobrenome, mas para defendê-lo, eu não faria nem a metade do que você faz. Na verdade, eu não faria o que fez.

Virou-se e saiu andando sendo seguida pelos outros dois garotos. Eles ficaram em silêncio, ao observar o rosto não mais tão sonolento, e sim, pensativo da menina. Andaram por mais um tempo, somente ouvindo as conversas altas dos corredores e o tilintar dos chaveiros na garrafa térmica da ruiva.

***

– Posso me sentar com você? – perguntou Draco, na aula de adivinhação. Ele direcionava a pergunta à ruiva, com quem não falara muito naquela manhã. Ela simplesmente assentiu sem expressão alguma, batendo com as unhas na bola de cristal, e bebericando um pouco de café.

– E então? Qual o problema? Você está meio quieta... – falou Draco, estranhando a menina.

Ela deu uma risadinha pelo nariz, e revirou os olhos, continuando a bater as unhas na bola de cristal, mas dessa vez, com a mão apoiando a cabeça. Então, depois de uns dois minutos que a pergunta fora direcionada, quando o loiro já havia desistido de uma resposta, ela se pronuncia.

– Você fala como se me conhecesse. “Está meio quieta...”. Eu sou quieta. Palavras não é o meu forte. Não gosto de falar. Quando as pessoas falam demais, acabam falando bobagem. Às vezes o silêncio é a melhor saída. – ela falou, olhando para a professora sentada, que olhava a turma, esperando todos chegarem – Mas, nesse caso, você está certo Sr. Malfoy. Eu realmente estou quieta – ele sorriu satisfeito – Mas não é algo na qual eu queira comentar. Ficar calada já está bom. Sabe, pessoas acham engraçado, mas eu não tenho essa sede de compartilhar conteúdo. Falar, falar e falar. Isso é viciante. Passe uma semana sem falar, e você perde amigos, família, emprego e sua vida. Mas se você é quieto por origem, não sente tanta falta disso. Deveria tentar – olhou para ele, fria – É uma experiência interessante. – olhou para a professora novamente, franzindo as sobrancelhas quando ela começou a passar algumas plantas e outros cheiros nas paredes, classes e pessoas.

– Ela sempre faz isso. – falou Daniel, se sentando ao seu lado, e notando o olhar da garota – Chega a ser engraçado às vezes. Mas não é tão legal quando ela passa asfódelo na sua cara. – olhou para a ruiva – Se você me ensinar a fazer esse olhar, podemos congelar a escola juntos, sabia? – referiu-se ao olhar frio que ela lançava para a professora que a encarava maravilhada.

– Existem jeitos mais simples para congelar a escola. – ela respondeu, olhando para o Slytherin – Esperar a neve, por exemplo. Ela não demorará muito. – Daniel concordou.

– Então, Srta. Cabeça de fósforo, qual é a do kung-fu? É sério, aquilo que você fez foi simplesmente maneiro. Você aprendeu com algum mestre? Tipo o Karatê-kid? Tira casaco, bota casaco, joga casaco, ajunta casaco. – falou forçando a voz com um sotaque, fazendo a ruiva revirar os olhos.

Suspirou, olhando para a lareira sendo acesa, e por um momento agradecendo, pois estava com frio. Bocejou com a manga do moletom na metade da mão, somente com alguns dedos a mostra.

– A não ser que você me diga que é o He-Man – falou Draco, entrando na brincadeira – Eu tenho a força! – forçou a voz. Lawren sorriu.

– Ou eu posso ser o Batman – disse olhando para o moletom, e logo após vendo os olhares dos dois, desacreditando – Bom... – ela sorriu misteriosa – Não estou dizendo que sou o Batman... Só digo que vocês nunca viram o Batman e eu ao mesmo tempo e no mesmo lugar. – os garotos começaram a rir, chamando a atenção do trio Gryffindor, que entrava na sala: Rony, Neville e Harry. – O nome do que eu fiz – falou, observando Harry – Foi observação. Eu observava os movimentos do Harry. O lado, a força, pontos fortes e pontos fracos. Tudo que ele fez me fez acreditar que o ponto fraco dele era a cabeça, mas como eu não quero matar ninguém no meu primeiro dia, fui à barriga, que parecia ser o segundo. O jeito de alguém agir, como movimenta o braço, para que lado tem mais força, ajuda, a saber, qual é o próximo movimento antes mesmo dele ser feito. Entenderam? Eu não tenho força física, muito menos conhecimento em luta. Tudo o que eu tenho: inteligência e reflexo. – falou simples.

Os dois a olharam meio confusos. Não pareciam ter entendido nada que ela dissera. A garota suspirou e revirou os olhos, murmurando um “explico mais tarde”. A aula começara, e eles haviam recebido um diário para relatar cada sonho que tinham, para depois comparar com os planetas, para decifrar o que eles queriam dizer.

Logo após, a atividade era olhar na bola de cristal, e comentar sobre o que viam. Entre os três, fora dividido somente uma bola de cristal, então eles deveriam olhar ao mesmo tempo, e ver coisas diferentes.

Lawrence ouvia os muxoxos de Carrie ao longe, falando que aquilo era muito complicado e que ela não conseguia. Suspirou, olhando para a bola de cristal. Sabia muito bem que o segredo disso estava na concentração, então procurou se fechar para com o mundo. Fechou os olhos, e esvaziou a mente. Abriu os olhos, e viu somente o objeto a sua frente.

Concentrou-se no vidro. Melhor, no interior dele. Aos poucos, imagens distorcidas foram aparecendo. Algumas risadas começaram a ser ouvidas e as imagens começaram a ficar mais nítidas. Era como se ela tivesse pulado para dentro da cena e acompanhava tudo. Havia gente. Muita gente.

Estavam em Hogwarts. Isso era certo. Mas aquela Hogwarts não era a mesma. Estava destruída, e sombria. Havia muitas pessoas gritando, chorando e algumas riam fracamente de alguma piada sem graça, para animar um pouco o ambiente. No canto da sala, em uma das muitas macas, encontrava-se um aglomerado de pessoas. Sentada no chão, ao lado da maca, uma garota.

Era visivelmente de estatura baixa e era ruiva de cabelos flamejantes.

“Sou eu? Sim... Sou eu. Claro que sim. Mas o que eu estou fazendo aí?”.

A ruiva do futuro usava uma capa verde, que cobria todo o corpo. Era frio naquele dia, muito frio. Em cascata, nas costas caiam os cabelos cacheados, prendidos em um meio-preso, que transpassava pelo cabelo, deixando os cachos definidos parecidos com uma espécie de cachoeira. Por estar de joelhos, uma parte da bota preta aparecia. Chegando mais perto, era possível ver ao lado dela um livro antigo, uma faca e um frasco. Ela se encontrava estendida em cima de um corpo, e pronunciava algumas palavras sem sentido. Caía de seu pescoço um colar de yin-yang.

Lawrence foi chegando mais perto, até parar do lado e se deparar com o que a ruiva do futuro lidava. Um corpo de um loiro todo ensanguentado estava na sua frente, e ela já chorava, se levantando e pegando um anel da mão do loiro, e botando na sua. A ruiva do futuro se virou, olhando para algumas pessoas que observavam, e olhou para suas mãos cheias de sangue. Sussurrou.

– Morto.

E se retirou penosamente do local, dando uma completa visão do corpo. Sangue. Muito sangue. Lawren começou a tremer ao ver aquilo, e começou a arfar. E então, juntando forças de algum lugar, conseguiu gritar, acordando na sala de aula encostada na parede da sala de aula, com os colegas a olhando.

– Lawrence, o que foi? – perguntou Daniel. Harry também estava perto do grupinho, esperando alguma manifestação da menina. Esta olhou para o amigo que perguntara, e começou a tremer e a ficar sem ar, novamente. Viu a bola de cristal quebrada no chão, e Draco caído, com os braços sangrando e as mangas rasgadas por causa dos cacos. Deveria, na hora do nervosismo, ter jogado a bola no chão, e Draco tentando a parar, fora jogado junto.

Olhou para um ponto fixo no braço de Draco, onde escorria sangue e se encolheu mais, tremendo como se estivesse nua no polo norte, e chorando baixinho. Sussurrou, não sabendo como:

– Draco... Por favor... Tire esse braço da minha frente... – loiro olhou para ela surpreso.

– Tem medo de sangue? – perguntou Harry, abismado.

Ainda com os olhos no corte, ela pareceu piorar na pronúncia da palavra. A professora olhava para ela, querendo se aproximar, mas ela se encolhia. O Potter, meio estressado, pegou o braço do loiro e botou na frente dela, o arrastando.

– Tem medo disso aqui? – perguntou novamente.

Ela fechou os ouvidos e começou a murmurar coisas sem sentido. Sentiu o contato do sangue de Draco em seu rosto, e começou a gritar.

– Não! Pare com isso! Eu... Ah! PARE! POR FAVOR! Pare... Por favor... Pare... Eu não quero que ela sofra novamente... – Daniel a abraçou – Eu não quero que ela sofra mais uma vez... Eu não quero vê-la sangrar de novo... Pare... Pare...

– Ela quem? – gritou Harry – Pelo amor de Merlin, ela quem? Por que você tem tanto medo de sangue, quando luta daquele jeito?!

Mas ela já havia desmaiado. Das sombras, com um sorrisinho irônico, e com a vontade de poder aparecer finalmente, naquela escola, Carrie se pronunciou, em alto em bom som.

– Sangue... Se vocês soubessem como ela presenciou sangue nessa vida, vocês não olhariam assim. Sangue é o maior medo dela. Quer ataca-la, e deixa-la sem defesas? Use isso. A primeira coisa que ela vai fazer é começar a gritar, antes de desmaiar. Tudo por causa da pobre mamãe...

– O que? – se pronunciou Neville.

– A mãe dela. Adotiva. – disse friamente – Quase morreu espancada em um assalto a casa dela. Lawren viu tudo. Ela deveria ter uns... Cinco anos. Ela se acha a forte, mas é isso que ela é – olhou para a menina desmaiada – Uma fraca.


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Notas finais do capítulo

Vocês não esperavam que ela e o Harry fossem ter uma luta no meio do corredor, não? Eu sei, sou imprevisível. Tenho total noção disso, mas tudo bem :D Não se preocupem, eu não vou deixar a Carrie falar assim da Lawrence, sem receber algo de volta. Capítulo que vem vocês vão ver o que eu vou fazer com a linda e fofa Carrie... Muahahahaha! Então, espero que tenham gostado! Beeeeeeijos!