A outra Potter escrita por Alice Porto


Capítulo 62
Mãos


Notas iniciais do capítulo

Oie! Demorei? Sim, né? Desculpa! Eu sei que sou muito má com vocês quando eu quero :/ Demorei, mas postei! Isso que vale, certo? Então está bem!

* O último capítulo! Isso é tão nostálgico! Nesse último capítulo, eu não tenho nada a dizer além de agradecer a vocês por todo esse tempo junto comigo, lendo AOP, me dando dicas, me elogiando, fazendo críticas. Algumas pessoas desistiram no meio a história, outras apareceram, mas todas tiveram e tem um lugar muito especial no meu coração, e é por isso que eu amo todos vocês, e...

* Quero vocês em AOP2, é claro! Haha! Sim, gente! O primeiro capítulo de AOP2 já foi postado, e eu espero todos vocês por lá!

http://fanfiction.com.br/historia/564506/A_Outra_Potter_2_-_Onde_demonios_se_escondem/

* Recebi uma recomendação linda de verdade da Ellie El! Adorei, Ellie! Amei sua recomendação do fundo do meu coração, achei perfeita *w*

* Espero que gostem desse último capítulo, e não deixem de deixar um comentário nele, viu? Nem que seja um "gostei" ou "não gostei" só para saber como está. Vejo vocês na outra fic! Tchau! Beijos! Xoxo s2




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Ela não tinha a mínima ideia de onde estava, mas já podia afirmar uma coisa: seja lá onde fosse o lugar, ela o odiava. A claridade, mesmo com suas pálpebras fechadas, era intensa, e ela tinha a absoluta certeza de que era tudo branco. O barulho era inexistente, e a única coisa que realmente estava lhe agradando naquele momento, era um leve formigamento gostoso em suas mãos.

Ao abrir os olhos, uma cabeleira loira apareceu na sua frente. Seus olhos eram azuis, e ele tinha, no momento, o sorriso mais bonito que poderia ver na sua vida. Ficou animado, e passou a arrumar confortavelmente seu travesseiro, enquanto a ruiva continuava sem entender nada do que se passava.

– Onde estou? Daniel, por que eu estou nesse lugar deprimente? Onde está o Snape?! Por que ele não me tira daqui? – perguntou irritada e confusa, olhando o local sem entender muita coisa, e sentindo logo depois uma pontada aguda em seu estômago.

– Você está no St. Mungus. Esse seu corte no estômago lhe rendeu uns problemas bem sérios, mocinha. Aparentemente, Ysun colocou veneno em uma das lâminas. O Snape não te tira daqui porque não tem autoridade o suficiente para isso, mas ele está bem irritado, e fala toda hora que Madame Pomfrey poderia ter curado seu machucado, sabe? – falou Daniel, com um sorriso.

Um clarão invadiu a mente de Lawren ao ouvir as palavras do melhor amigo, e ela foi se lembrando das coisas aos poucos. Baixou seu olhar, não encontrando as madeixas vermelhas abaixo dos seios, e sim pouca coisa abaixo de seu ombro. Estava usando uma blusa ridícula de hospital, e ela sabia que estava nua por baixo. Isso a fez corar. Percebeu que algo apertava seu tórax e estômago, e notou, ao colocar as mãos no local, que um gesso dava voltas ao redor de suas costas e barriga.

Então, ao olhar seu melhor amigo, percebeu que alguns machucados estavam visíveis em seu rosto, e que estava com vários pontos nos braços e barriga, que dava para ver através da camiseta branca. Ao se lembrar do ocorrido, seus olhos se umedeceram e seu semblante deixou um sorriso escapar.

– O que houve? Ai, Merlin! Eu não sei o que fazer quando alguém está chorando! – falou Daniel olhando para todos os lados, aparentemente confuso com os sinais de negação que a menina fazia com o rosto – Está doendo alguma coisa? Onde está a enfermeira, eu... – mas não conseguiu terminar sua frase quando os braços da melhor amiga entrelaçaram o pescoço do amigo, e suas mãos afagaram os cabelos loiros do Surrey, enquanto enterrava seu rosto em seu pescoço e deixava as lágrimas rolarem. Apertou suas costas, e sentiu o corpo do amigo relaxar com o abraço.

Ele colocou sua mão nos cabelos cortados da menina, e ela sabia que ele estava dando um leve sorriso. Por mais que tentasse, seus braços apertavam cada vez mais o corpo do menino contra si, e o choro ficava cada vez mais descompassado. Com os olhos fechados, ela tentava memorizar o cheiro do perfume do melhor amigo, enquanto ele ficava quieto, esperando a menina se acalmar.

– Hey... Não chora, não... Eu estou aqui... – ele tentou, mas a menina o apertou ainda mais contra si, afagando seus cabelos e deixando mais lágrimas caírem.

– Seu... Seu babaca. – começou, gaguejando e soluçando, ainda com o rosto no pescoço do amigo – Você me fez passar... Por tanta coisa... Eu... Idiota. Eu achei que estava morto... – declarou, e ele sorriu, bagunçando seus cabelos quando ela finalmente se separou dele.

– Mas não estou. Estou aqui, melhor que você! – ele tentou fazer graça, mas a menina não riu.

– Como pode estar aqui? Você foi atingido por vários crucios! Seu estado psicológico deveria estar terrível! Você deveria estar todo quebrado e machucado... Como pode estar aqui? – perguntou, horrorizada, encarando o amigo.

– Carrie curou todos os meus ossos e um corte que tinha em minha barriga. Quando eu acordei, eu realmente estava com uma dor de cabeça infernal, e eu não me lembrava de grande parte das coisas. Os médicos daqui me disseram que era um milagre eu estar vivo, e que meu psicológico era muito forte para sustentar esse tipo de maldição. Os pais de Neville Longbottom não sustentaram. No fim, acabei me lembrando das coisas aos poucos. Eles fizeram uma bateria de exames, só me receitaram alguns remédios, e então me deram alta. – a Potter baixou o rosto, aborrecida com a grande participação de Carrie no salvamento de Daniel. O loiro, aparentemente, percebeu. – Hey... Obrigada. – ele disse, e ela o olhou – Eu sei que você fez absolutamente de tudo para me salvar, e até mesmo cortou o cabelo! Eu agradeço muito.

– Mas a Carrie... – ela começou.

– Você estava tão mal quanto eu naquele momento. Não podia fazer nada. Você já tinha feito de tudo, e tudo que fez foi mais do que o suficiente. Não é Harry, ou Carrie, ou Hermione que podem mudar qualquer coisa disso. Você sabe muito bem que tudo que você fez não passará somente desvalorizado, assim. Você é a minha melhor amiga, Lawren. E ver você fazendo isso por mim, foi melhor do que qualquer mágica curativa de Carrie. – a ruiva baixou os olhos, e deixou uma mecha de cabelo cair na frente de seu rosto. O loiro colocou-a atrás da orelha, e ergueu seu rosto com o queixo, sorrindo – Gosto do seu cabelo assim. Você ficou extremamente atraente desse jeito. – um sorriso malicioso acompanhou esse argumento do menino, e um fiapo de risada saiu da boca da Potter.

Nesse momento, a porta do quarto que tinha muitas camas se abriu, e dela entrou Carrie. A menina estava com os cachos, como sempre, impecáveis, e um vestido floreado acompanhava a sapatilha vermelha da menina. Ao ver os dois, ela pareceu apreensiva, mas se aproximou calmamente, e parou aos pés da cama de Lawren.

– Bom dia, Lawren. – falou, gentil e calma, e depois olhando para o Surrey – Sei que vocês têm muito o que falar, mas tem uma pessoa lá fora querendo falar com você – olhou para Lawren de novo – E ela parece extremamente impaciente. – falou calma, e Daniel se levantou prontamente, dando um beijo na testa da amiga e falando um tchau gentil, enquanto se afastava calmamente – Tenha uma boa tarde, Lawren. – falou Carrie, se virando.

– Hey... – a menina se virou de novo, e Lawrence arranhou a garganta, olhando para as unhas – Eu... Precisava me desculpar e.... E te agradecer. Sabe... Por tudo. Eu não posso ser estúpida ao ponto de não reconhecer que você salvou ele. – a McSimmon sorriu, e assentiu calmamente, saindo sem dizer nada.

Demorou uns dez minutos até que a próxima pessoa entrasse dentro do quarto. Enquanto isso, Lawrence observou as camas ao seu redor, notando, agradavelmente, que estava sozinha no quarto, e não teria que ouvir os resmungos dos outros pacientes. Logo, sua mente voou para Daniel, notando como o menino podia ser forte: era extremamente difícil sair assim, intacto, de um crucio. Imagina de vários.

Logo, a porta se abriu de forma desesperadora, e dela não entrou Remo, Snape ou Harry, como achava que seria. E sim, Draco. Não conseguia imaginar seu melhor amigo impaciente para vê-la, mas ao notar o cabelo emaranhado, as olheiras gigantes e a palidez de seu rosto, percebeu que ele não dormia desde o ocorrido. O menino parou apreensivo na porta, encarando a amiga ruiva de lá.

Por um momento, ela achou que ele não queria mais chegar perto dela, ou ser seu melhor amigo. O jeito que ele a encarava era receoso, e ela estava lutando contra a vontade de colocar as mãos no cabelo para tenta-los fazer ficar mais bonitos – o que era praticamente impossível, pois os fios estavam literalmente quebrados ao meio.

Mas toda a apreensão sumiu quando o corpo de Draco relaxou. Rapidamente, o garoto veio quase correndo em direção a amiga, e vendo a pressa dele, a Potter se forçou a levantar da cama, ignorando o fato de estar usando somente uma blusa de hospital, e envolveu o Malfoy em um abraço necessitado assim que ele chegou perto e quase a jogou contra a parede devido à força que usara para abraçá-la.

– Nunca mais faça isso, por Merlin... – ele murmurou, colocando as mãos no cabelo da menina e apoiando o queixo em sua cabeça – Você não sabe como eu senti medo de que não voltasse. Você não sabe como foi terrível esse tempo que ficou aqui, sem acordar. – ele disse, e ela se forçou a responder.

– Estou aqui há quanto tempo? – murmurou, com o rosto encostando no peito do menino, enquanto ele a segurava mais levemente.

– Dois dias e meio. As aulas já acabaram. – ele respondeu, e ela suspirou, se separando do abraço e se deitando na cama de novo, sentindo a dor infernal em seu estômago.

– Eu... Nossa. – respondeu a menina, colocando as mechas de cabelo para trás.

– Não se assuste, mas lá fora tudo está um caos. Eu não durmo há três dias, Daniel não dorme desde ontem, que foi quando ele acordou, Harry não pode vir aqui, mas fica enchendo meu saco com a Edwiges a cada cinco horas. Eu não sei como a coruja aguenta. Snape também parece não dormir há um bom tempo. Ele não deixou o hospital momento algum. – o menino olhou nos olhos da amiga – Nem eu. Sem falar que tudo que os tabloides bruxos falam é sobre você e sobre o seu ato de heroísmo que acabou na captura de seis comensais. Eu tentei pará-los, porque eu sei que esse é o tipo de coisa que você realmente não suporta, ser considerada uma heroína, mas é assim que te consideram agora.

– Os comensais não fugiram? – perguntou a menina, surpresa.

– Não. Aparentemente, Ysun era a líder deles junto com Robert, e eles não podiam deixa-la lá. Só que quando foram tentar soltá-la, a água começou a queimá-los. Como você conseguiu isso? – perguntou, surpreso.

– Não sei, mas... Eu notei só agora que Ysun e Robert eram as pessoas que faltavam no livro do... Bem, você leu a minha mente várias vezes, deve saber. – ela disse, ao que o garoto concordou – Ela era extremamente forte. Não é para menos que Voldemort a queria do seu lado. – suspirou, colocando a mão no rosto, esfregando preguiçosamente os olhos. Draco sorriu.

– Bem, eu estava extremamente irritado lá fora. – falou ele, e depois suspirou – Tem uns cinco jornalistas que simplesmente não arredam o pé daqui, e querem porque querem falar contigo. – bufou, parecendo muito irritados – Se não fosse Snape, eu teria socado a cara de todos... – ele interrompeu sua fala ao sentir as mãos gélidas da garota tocarem sua mão e a puxar para mais perto das suas mãos. Calmamente, ela ficou brincando com seus dedos, sem olhar no rosto do menino.

– Obrigada por isso. – ela disse – Você nem precisava dar bola para eles. – ela falou, e o encarou – Mas eu iria adorar lhe ver dando socos neles. – completou, e ele riu.

– Sua mão está gelada. – ele disse, apertando as mãos da menina, que tinha os dedos engessados. Seus cabelos estavam em um corte desparelho, e o seu rosto cheio de machucados, com um corte passando por sua boca. E mesmo assim, em meio a tanto caos de um hospital, e em meio a tantos machucados, ele olhou em seus olhos e falou, quase de um jeito inaudível, em um sussurro que chegou apenas a seus ouvidos – Você continua linda.

Ela sorriu, de um jeito que ele nunca tinha visto ela sorrir. De um jeito encabulado e tímido, enquanto colocava uma mecha de seu cabelo atrás da orelha, e olhava para qualquer lugar menos para os olhos azuis do melhor amigo. Depois de se recompor, olhou para ele e falou, com uma risada nervosa acompanhada:

– Obrigada. Você não tem noção de como eu estou me sentindo nua com esse corte. – ela respondeu, e ele riu, olhando para sua blusa do hospital.

– Você deveria se sentir nua com outras coisas, e não com seu cabelo, sabe? – disse, ao olhar para as pernas da menina. Ela revirou os olhos e deu um tapa em seu ombro, ao mesmo tempo que alguém entrava dentro da sala.

Era Snape. No mesmo tempo, o Malfoy se despediu da amiga com um beijo singelo na testa, e deu um leve aceno, passando rapidamente por Snape. O homem se aproximava lentamente, e Lawrence recolocara suas pernas dentro da coberta, para não se sentir envergonhada na frente do professor. Suspirou, ao ver que ele estava sério. Ela deu um sorriso amarelo, e olhou para o homem, com um certo receio de começar a falar.

– Eu... Quero dizer, você... Digo, eu... Ah... – arranhou a garganta – Você está irritado? – perguntou, segurando a coberta com força. O homem estava com os braços cruzados, a alguns passos longe da menina.

– Deveria estar? – perguntou, com o mesmo tom de sempre.

– Sim. – ela se rendeu, suspirando – Eu não lhe ouvi, e acabei vendo a morte do Sirius e parando no hospital. – ela completou, ainda apreensiva pela seriedade do professor. Mas assustou-se ao ver um sorriso brotar de seus lábios.

– Você não nega seu sobrenome. – ele argumentou – Tem sangue dos Potter, no final. É só a casa de Hogwarts que muda. – ele disse, mas não parecia entristecido ao proferir as palavras.

– Muita coisa muda! Os meus gostos mudam, o meu caráter muda, tudo muda! Até mesmo o meu cabelo muda! – ela falou, irritadiça, enquanto ele sorria, se sentando, e olhando para ela em seus olhos.

– A Lawrence de hoje, é a mesma Lawrence que eu conheci no primeiro dia de aula, e a mesma Lawrence que eu encontrarei no dia de amanhã. Nada muda. Talvez só o seu cabelo. – ele falou, e ela sorriu, dando uma risada nervosa.

– Agora eu devo parecer bem menos com ela, certo? – perguntou para ele, e o homem suspirou.

– Isso muda alguma coisa? Parecer ou não com Lilian? – a menina assentiu, e ele suspirou – Sim. Parece bem menos com ela. Talvez assim seja mais fácil de parar de lhe associar com ela o tempo inteiro. – ele respondeu.

– Mas eu não quero que pare. – ela disse – Se a minha mãe foi assim tão boa, como você diz, eu não quero que você pare de me associar com ela. – ela respondeu, e o homem negou, com um leve sorriso nos lábios.

– Você parece com ela bem mais do que você consegue imaginar. – ele falou – Talvez não na aparência, mas o caráter é o mesmo. Eu me surpreendi quando Carrie me contou o que fez por Daniel. – a ruiva baixou os olhos, e suspirou.

– Eu não consegui produzir nada das mágicas curativas. Preciso treinar mais. – ela disse.

– Por hoje, é o suficiente. E eu tenho certeza de que se não estivesse esgotada, conseguiria. – ele respondeu, e logo depois McGonagall entrou apressada dentro do quarto.

– Bom dia, Srta. Potter! Creio que terei de roubar seu instrutor por um tempo. Se importa? – perguntou, severa como sempre. A menina negou, séria – Ótimo.

O homem se levantou, e bagunçou os cabelos de Lawrence antes de se virar. Ela os observou saírem aos sussurros, mas não conseguia entender o que diziam. Quando iam abrir a porta, ela criou coragem e falou.

– Professora! – a mulher parou de súbito, e se virou com uma cara interrogativa – Você acha que... Que existe alguma possibilidade de mudar a profissão que disse que queria trabalhar? Eu mudei de ideia. – ela falou apreensiva, e a mulher sorriu.

– É um pouco tarde, Srta. Potter. Mas creio que consigo fazer um esforço para mudar isso. Você sabe que as notas necessárias para qualquer outra profissão são diferentes das notas necessárias para auror, certo? – ela assentiu animada – Qual seria a profissão? – perguntou, e a ruiva olhou para Snape de soslaio.

– Eu quero ser uma medibruxa. – falou, e a mulher se viu surpresa por um instante, ao ver um sorriso discreto nos lábios de Snape.

– Existe alguma razão para isso? – perguntou, e seus olhos foram parar no mestre mais uma vez.

– Ah, existe. Claro que existe. E muitas! – falou, e depois olhou para as mãos – Uma delas são as minhas mãos.

– O que tem elas? – perguntou McGonagall confusa.

– São mãos de médico.


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Notas finais do capítulo

Beijos!