A outra Potter escrita por Alice Porto


Capítulo 57
Aquele que nunca temeu a morte


Notas iniciais do capítulo

Oie! Tudo bom? Consegui uma brecha nos estudos e vim postar o capítulo. É um saco ter que ficar estudando, mas é graças ao estudo que eu consegui uma super nota na minha prova de biologia ^^

* Obrigada a todos que me deram suas condolências por causa do meu cachorro. Eu agradeço do fundo do coração, e todos os comentários, um por um, me fizeram me sentir melhor. Ainda estou bem sentida com isso, afinal, eu tinha ele há dez anos, e vieram muitos cachorros enquanto ele crescia, mas eu nunca chorei tanto por causa de um cão. A gente se apega de um jeito tão inexplicável, que, uau. Mas sei que ele está bem, em algum lugar. E espero que seja onde ele estiver, estejam cuidando bem dele.

* Esse capítulo eu tentei fazer algo mais triste, mas cenas tristes não são o meu forte gente, então, me perdoem. Ele também ficou bem mais longo que o normal, com mais de 3000 palavras. Haja paciência para ler.

* Para quem quiser saber, e consegue ler sem problemas quando toca música, eu digo que escrevi a cena final do capítulo com a música "Despair" tocando. É uma música sem vozes, somente instrumentos tocam. Na verdade é uma música do Naruto que eu sempre achei muito tocante, apesar de ser bem curta. Eu não penso nessa música como "a música do Naruto", e sim naqueles filmes de cultura japonesa, onde as pessoas tocam aqueles instrumentos com sons legais. O que me atraiu nessa música para o capítulo, é que o nome é Despair, que significa desespero em inglês, e desespero, junto com dor e desamparo, é mais o menos o que o Harry sente ao ver o Sirius sendo morto. Então, quem quiser, fica a dica.

* Bem, gente. Esse não é o último capítulo. Eu falei cap passado que esse cap era o desfecho das atividades dela no ministério, mas eu me esqueci de dizer que metade do próximo capítulo é o desfecho.

* Ainda tem mais alguns capítulos, acho que uns seis ou sete para terminar AOP1.

* Próximo capítulo: O vento mais cortante é o que deixa o fogo mais forte.

* Obrigada pelos comentários do capítulos anterior, e estou sentindo bastante falta da Grazy (desculpe, mas não importa o nome que fica no seu perfil, para mim você é Grazy). Mas como eu sei que como eu, você está em época de ENEM, eu nem vou falar nada porque o ENEM é um saco, mas é o ENEM, e define vidas, gente.

* É isso! Tchaaaau! Beijinhos e xoxo s2 s2 s2



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A ruiva sorriu debochadamente, sem se importar com a presença de vários comensais ao seu redor. Sua verdadeira preocupação não era eles. Se quisesse, poderia terminar com todos, inclusive o Malfoy, em segundos devido ao seu treinamento com Snape. Sua preocupação estava em Draco, localizado bem atrás de si, com a respiração descompassada ao ver o pai ali, na sua frente, contra ele próprio. Olhou para baixo, e estendeu sua mão para trás, apalpando as pernas de Draco até achar a sua mão sem a varinha, caída do lado do corpo. Segurou-a, e olhou de soslaio para o amigo, com um amigo compreensivo no rosto, vendo seus olhos úmidos a olharem.

– Lucius! – ela exclamou animada, com um sorriso de 32 dentes aparecendo em seu rosto – Creio que ainda não tive o imenso prazer de lhe conhecer! Draco fala bastante de você, e pelo que ele fala... – seu sorriso se fechou, e ela virou seu rosto, olhando o homem de cima a baixo – Eu já odeio você! – falou, dando um sorrisinho de canto. O homem se permitiu a sorrir.

– Arranjou uma namorada engraçada, Draco. – falou, olhando para o garoto atrás da Potter, que tinha um olhar duro – Bem do jeito que eu gosto. Engraçada, irônica, carregando uma boa dose de deboche no bolso. Ela faz um papel melhor que o seu nesse mundo. – comentou, sem parecer irritado ou bravo, somente sem expressão.

– Lawrence é realmente única. – foi o que o loiro falou, apertando mais ainda a mão da amiga, que tinha os dentes cerrados – Mas infelizmente, ela não é da sua laia, e nem tem intenções de ser. Aliás, ninguém aqui é da sua laia. – ele respondeu, tão frio quanto o pai.

O homem sorriu.

– Estou... Desapontado. Eu realmente não imaginava o meu filho, um Malfoy, se juntando ao pirralho Potter. – Draco virou o rosto, e deu um sorriso, parecendo bem mais calmo.

– Está errado, pai. Como sempre. Eu não me juntei ao Potter. Eu me juntei ao lado correto, e a uma garota que se chama Lawrence antes de qualquer sobrenome. – a ruiva sorriu discretamente, apertando a mão do amigo.

– Seu... Moleque insolente! – Lucius esbravejou, parecendo muito bravo – Ou venha para o meu lado, ou eu nunca irei lhe aceitar como... – porém não terminou.

– Certo, a conversa está ótima, de verdade. – falou Gina, com os olhos arregalados, mas depois ficando com uma expressão impaciente – Mas em vez de desperdiçar o nosso tempo com seu discurso sobre a traição imperdoável de Draco ao nome super limpo dos Malfoy, por que não conta diretamente e sem nenhum desvio, o que você quer, Malfoy, antes que eu decida dançar os meus punhos na sua cara?

– Como ousa dirigir sua palavra a mim?! Traidora do próprio sangue. – o homem respondeu, enojado, tendo uma reação de Rony, que se movimentou com raiva, sendo barrado por Harry, observando Gina curiosamente.

– Blábláblá. Traidora do sangue ali, traidora do sangue aqui. Em vez de ficar me insultando, por que não fala logo o que quer, Malfoy? Como provavelmente deve estar vendo, não temos nem um terço do tempo que você tem para alisar os seus cabelos oxigenados. – ela respondeu, e ao ver o homem começar a reclamar, levantou o dedo e disse – Ignore o que eu disse agora e somente diga o que quer, por favor. Eu não aguento mais a sua voz. Está me dando dor de cabeça.

– Humpf! Se eu tivesse o tempo que acham que eu tenho, eu até continuaria. Mas eu quero essa pequena esfera na mão da Potter, a profecia. Passe-me isso, e estarão livres. – ele falou, estendendo a mão, enquanto a ruiva apertava mais ainda a varinha na palma da mão, olhando de soslaio para Gina, que fizera o mesmo.

– Ah, você quer?! Sim, claro, sem problemas. – falou a Poter, rindo falsamente, e depois ficando séria – Acontece que querer não é poder, Lucius. Agora! – gritou, e todos se abaixaram, lançando feitiços para todos os lados, e depois começando a correr em duplas para direções aleatórias.

Sua mão continuava grudada na mão de Draco, e os dois correram juntos para a esquerda, vendo a sombra de Daniel pelo canto dos olhos, correndo de mãos dadas com Gina para frente. Harry ia logo atrás, ignorando os chamados de Hermione, que corria com Rony. Luna e Neville correram sem gritar e silenciosamente, mas antes de Lawren dobrar no primeiro fim de prateleira que avistaram, conseguiu ver todos os objetos das prateleiras caindo para o lado que a loira correra, e a Potter logo soube que fora a Lovegood que fizera aquilo: Neville nunca seria inteligente o suficiente para pensar nisso.

– Ops! Parece que você deveria olhar para frente quando corre, Potter. – falou Lucio, na frente dela, com a mão estendida – A profecia.

– Parece que eu devo olhar para frente quando corro e você deve olhar para si próprio, Malfoy. Quando, em mil anos, você acha que eu iria entregar isso para você?! – disse parando, colocando as mãos para trás, vendo o olhar assustado de Draco, ao ver o pai.

– E se eu ameaçasse matar Draco? – perguntou o loiro, e a ruiva sorriu.

– Eu não lhe daria tempo para fazer isso. E de qualquer forma, você fala como se eu me importasse. Eu sou uma Slytherin, e não da Gryffindor. A vida dos outros não vale nada para mim, entendeu? Você pode matar quantos quiser, mas se eu puder me salvar, eu me salvo. O lado seguro é o lado certo para mim. Agora, você não deveria baixar a sua guarda, Malfoy. Algumas vezes, o inimigo é mais forte que você. – logo, o loiro estava de joelhos no chão, com uma dor insuportável no estômago, e logo atrás dele, Daniel se encontrava com a varinha empunhada, e um sorriso no rosto.

– Eu sou terrível! E é bom parar! De desse jeito... Me provocar! – cantarolou, de mãos dadas a Gina e com Harry logo atrás, enquanto girava a Weasley em seus braços, e esta ria. Lawren revirou os olhos e sorriu.

– Isso foi covardia. Atacar por trás. Mas ainda assim, continuou sendo um ótimo estupore. – disse, e depois suspirou – Tome a profecia para você, e tente achar Hermione e Rony. – falou a Harry – Eu irei atrás de Luna e Neville. Corram, ele não vai ter dor para sempre. – comentou, saindo correndo de mãos dadas ao melhor amigo, que estava sério – Ignore o que eu disse antes. Você sabe que não é verdade. Foi somente para distraí-lo quando eu vi Daniel. – comentou, apertando a mão do melhor amigo, o olhando profundamente. Ele suspirou, e depois arfou, sem fôlego.

– Eu... Sei. – respirou fundo – É só muito difícil vê-lo tentando usar minha vida como chantagem para você. – ele respondeu, e a ruiva sorriu, parando, e colocando uma mão no rosto do amigo, o dando um beijo na testa.

– Veja bem. – sussurrou – É difícil vê-lo colocando sua vida como chantagem para mim. Mas seria muito pior se eu cedesse facilmente a essa chantagem, não acha? – os rostos estavam próximos, mas ela se afastou e voltou a correr.

– Sim. Acho, claro. – ele respondeu, com um grande sorriso e logo depois virando uma prateleira, esbarrando com a Lovegood e o Longbottom – Ótimo, achamos vocês, agora vamos atrás do Harry, e tentamos achar a saída. – ele comentou rapidamente para o casal, e Lawrence bufou, voltando a correr.

– Pare de ler a minha mente! – esbravejou, e o loiro sorriu, estuporando um comensal, enquanto via a amiga fazer uma esfera do tamanho de uma bola de tênis em sua mão, e a jogando habilmente para o outro comensal que estava junto.

– Consegue fazer isso sem água agora? – perguntou, arfando, e a Potter o olhou.

– Eu aprimorei muita coisa nesses três meses. Eu disse que a minha rebeldia não ia ser do tipo gritante. Ela é lenta, e bem silenciosa. E aqui está o.... – esbarraram com o resto do grupo, a ruiva conseguindo desviar a tempo – Perfeito. Todos juntos de novo. – exclamou – Precisamos de uma.... – no fim do corredor, uma saída se materializava, lá, incrivelmente como um milagre – Porta. Vamos, corram o mais rápido que podem, e não hesitem, de jeito nenhum.

Saiu correndo apressada, ouvindo o resto do grupo a seguindo, e arfante, sentiu-se mais aliviada ao ver a porta se aproximar. Viu um feitiço passar zunindo pelo seu ouvido e bater na parede do fundo, mas não se virou, colocando a mão na maçaneta e pisando em falso, começando a cair no meio do nada.

O fundo do lugar onde caíra era com toda certeza extremamente duro como pedra, e ouviu os outros gemerem ao cair. Suspirou, olhando em volta, e tudo estava escuro, a não ser pelo grande arco com véu dentro. A ruiva franziu as sobrancelhas, e anunciou aos outros.

– Estamos na sala do véu. Que estranho, não me lembrava que... – subitamente alguém pegou-lhe pelas costas e a trouxeram como refém para longe de Harry, que e olhava todos os amigos serem pegos como reféns, lutando com todas as suas armas.

Hermione fora pega. Estava imóvel no chão com cortes de um lado do seu peito ao outro. Draco estava preocupado em se soltar e tentar resgatar Lawrence, que se soltara e duelava com quem achava ser uma mulher. Gina estava caída no chão, aparentemente com o tornozelo quebrado, mas ainda assim era feita de refém. Ronald gritava o nome de Hermione, enquanto Neville estava igualmente deitado no chão, porém somente com o nariz sangrando. Luna estava tentando inutilmente se soltar de um homem, com os cabelos emaranhados e o canto da boca sangrando. Habilmente, Lawrence pegou uma faquinha e com um movimento rápido e preciso, acertou na íris da mulher, que na hora largara a varinha e praguejava de dor. Correu ao lado de Harry com sua varinha em punho, focalizando quantas facas ainda tinha no bolso.

– A Hermione, ela... – começou Harry, mas Lawrence o impediu de falar.

– Não pense tanto nela no momento. Quando isso acabar, eu vou curá-la, certo? – o garoto assentiu, e logo um grupo de comensais liderados por Lucius apareceu na frente dos irmãos, sorrindo debochadamente.

– Pelo visto a Potter é boa em duelos. – falou uma voz incrivelmente irritante, e logo uma mulher sem máscara apareceu.

Ela não era bonita. Nem de perto poderia ser chamada disso. Mas Lawren sabia que em algum passado distante, um passado antes de maldições imperdoáveis e anos incontáveis em Azkaban, aquela mulher fora bela. Seus cabelos caíam em perfeitos cachos nas suas costas, e suas vestes eram negras como os olhos. Seu olhar era divertido, e a ruiva poderia se matar se não soubesse exatamente quem era aquela mulher. Decorara seu rosto milhões de vezes no livro de comensais, para quando um encontro entre as duas acontecesse, ela soubesse o que fazer, e não temesse.

– Bellatrix Lestrange, huh? – perguntou Lawrence, e a mulher se permitiu a um sorriso.

– Pelo visto me conhece. – falou com uma voz extremamente fina – Gosto do seu jeito de duelar, garota. – falou, olhando para ela – Se viesse para o nosso lado não iria se arrepender, sabe disso, não sabe? Você teria poder... Do jeito que luta, parece que tudo é uma grande diversão. Eu gosto de lutas assim. – ela disse, com um olhar avaliativo para a Potter, que não tinha expressão.

– Não ouça ela, Lawrence, a minha tia é traiçoeira! – Draco gritou do fundo, e o olhar da mulher se dirigiu ao sobrinho, sem muito interesse.

– Ao contrário dela, você é um fraco, Draco. – disse, fazendo beicinho, e depois ficando séria, indo ao lado de Lucius – Agora, dê-me a profecia, Potter, se não quiser ver a pobre Granger morta no chão. Bem, ela está quase lá. – o Potter olhou de soslaio para a melhor amiga, com um olhar entristecido, e depois olhando para a profecia.

– Ela está blefando, Harry. Nada acontecerá com Hermione. Se eles encostarem um dedo nela, estão correndo o risco de perder a profecia. – falou Lawren, sem o sorriso habitual.

O irmão olhou de soslaio para ela, e sorriu amavelmente. De certa forma, sem palavras ou Legilimência, ela soube o que ele iria fazer. Sorriu de volta para ele, olhando novamente para o grupo de comensais, e vendo a grande desvantagem. Bem, ela lutara vendada e ganhara de Snape. Agora não seria diferente.

– Você o quer, Bellatrix? Desculpe, mas diga para Tom que a tentativa foi ótima. – falou Lawrence, pegando a profecia e a espatifando em mil pedaços no chão, vendo os olhares aterrorizados da mulher e do Malfoy.

Subitamente, a ruiva sentiu uma mão em seu ombro e ao olhar para trás, viu Snape. Ao seu lado, encontrava-se Sirius, aparentemente bem, e com um sorriso de liberdade no rosto. A Potter olhou o professor, mas não teve tempo de falar com ele, pois a luta da ordem (que estava por inteiro lá) e os comensais começara no mesmo instante.

Era engraçado ver Sirius lutando. Ele parecia uma criança pequena ao lutar com Bellatrix, rindo e pulando de um lado para outro, elogiando a luta do sobrinho. O número de maldições imperdoáveis que foram lançadas da parte da mulher era enorme. Um homem passara a lutar contra Snape e Lawrence juntos, mas em um momento de desconcentração, a Potter fora atingida por um estupore e caíra no chão com muita dor. Snape retribuiu com outros estupore, e se virou para a garota, com o rosto severo.

– Deixe o resto com a ordem agora. – a menina olhou para Harry, que também lutava – Eu sei que ele está lutando, mas é o guardião dele que está ditando as regras. Eu sou seu professor, e estou dizendo que você vai parar de lutar e que vai curar o resto da AD. Você já passou por muito hoje. Não precisa se esforçar mais do que já se esforçou. E não, isso não lhe fará uma fraca. Agora, vai. – ele falou, e não parecia irritado por ela ter descumprido a promessa que fizera. Ela assentiu, saindo correndo direto para Hermione, estuporando o comensal que zelava por ela.

“É muito sangue.” Pensou, vendo suas mãos tremerem ao tentar curar a menina, Fechou os olhos, sentindo seu corpo paralisar e seus olhos se encherem de lágrimas. Era sangue demais. Não conseguia ver aquilo.

– Me perdoe, Hermione. – sussurrou, olhando para a menina, sentindo a pulsação lenta e calma – Mas creio que terá que esperar Snape.

Saiu correndo em direção a Gina, que conseguira se livrar do comensal, e checava com cara de dor o seu tornozelo. Lawren chegou se atirando ao seu lado, olhando ao redor e vendo que todos haviam se livrado dos comensais, e que a ordem ajudava todo mundo. Se aliviou ao ver Tonks indo em direção a Hermione. Ela iria fazer alguma coisa.

– Está quebrado? – perguntou, tentando ignorar o grude de suas mãos devido ao sangue dela. Fechou os olhos, sentindo que sua voz falharia a qualquer momento.

– Não, acho que somente torci. Hey, está tudo bem? – perguntou Gina, ignorando sua dor por um momento para pensar na de Lawren. Um feitiço passou por elas, mas foi evitado por alguém que a Potter não vira.

– A minha... Hum... Minha... Ah, a minha mão está... Hum... – apontou para a própria mãos, e mesmo sem ver, soube que Gina estava assentindo. Logo, sentiu algo úmido em suas mãos, e abrindo os olhos lentamente, viu que Gina rasgara parte da manga do próprio casaco e umedecera com sua varinha, e que agora limpava calmamente a mão da garota – Obrigada, Gina... – falou, dando um sorriso, e logo depois ouvindo uma maldição imperdoável da boca de Bellatrix.

Seu instinto fez ela olhar o fim disso. Parecia que tudo estava em câmera lenta. O trajeto do feitiço fez a sala toda parar. A cara satisfeita de Bella e sua risada era o que Lawrence conseguia ouvir. Viu, sem entender exatamente o motivo de seus olhos estarem derramando esse líquido estranho e pegajoso que não via há muito tempo.

Seu corpo se forçou a se levantar antes mesmo do feitiço atingir seu alvo. Viu quando o corpo de Sirius perdeu a cor e o brilho. Viu quando o ambiente morreu com ele. Suas pernas a fizeram correr, e de alguma forma, tentar segurá-lo. Ele estava caindo...

.. Caindo... Caindo.

E de repente tudo o que se ouviu foi o silêncio, e tudo que se viu foi a visão dos olhos de Sirius ficando opacos, e sua boca tentando expressar o que não podia fazer depois de morto. Abriu a boca, e enfiou a mão dentro do véu, mas nada segurou de volta.

Então sua boca se abriu e uma voz desconhecida chamou pelo nome dele. O silêncio se quebrara igual a profecia quando Harry gritara alto, tentando com todas as suas forças se soltar de Remo e entrar dentro do véu. A ruiva se virou, sem entender o que acontecia ainda.

Viu seu professor e mestre a olhando, sem uma expressão concreta no rosto. Olhou em volta, e tudo que viu foram borrões antes de sentir alguém o abraçando e perceber que era Draco. Mas não foi nos braços dele que ela se sustentou. Se separou rapidamente do loiro, e tentou, cegamente, achar um caminho até o irmão, que se atirara no chão, em um choro descompassado.

Somente ao senti-lo em seus braços que conseguiu entender o que ainda não entendera direito. Sirius estava morto. E não era por isso que chorava. Era porque ele não prometera ficar a salvo. E agora tudo que seu irmão tinha era dor. E isso a fazia chorar. Abraçou-o o mais forte que pôde, e sentiu ele fazendo o mesmo. Sua cabeça se encostara em seu peito, e ele se balançava descompassadamente para frente e para trás como um bebê sem mãe.

– Ele... Sirius! – gritou o irmão dela, e tudo que a ruiva conseguiu fazer foi derramar mais lágrimas e abraça-lo – Ele me prometeu que moraríamos juntos... Ele me prometeu que as nossas vidas seriam bem melhores depois disso tudo. Por que ele me prometeu se ele não iria cumprir, Lawrence, me diga, por que ele me prometeu?!

Uma onda de raiva a atingiu. Não pudera fazer nada além de assistir e chorar. Não pudera fazer nada. Não lutara, não curara Hermione, começara a tremer por causa de um pouco de sangue, e não conseguira salvar Sirius. Fora uma inútil a invasão ao ministério inteira. Não culpava Sirius. Ela sabia de uma coisa desde que ele dissera que morreria para salvar Harry ou até mesmo ela.

O fato, era que Sirius nunca temera a morte. Como o próprio conto das relíquias da morte dizia: ele se esgueirou e se escondeu da morte por muito tempo, mas quando ela chegou... Tudo o que fez foi acolhê-la e aceita-la. Como se fosse uma velha amiga.

O que Sirius temia nunca fora a morte. Fora nas mãos de quem ele morreria. E ela tinha certeza de que morrer nas mãos da família que tanto odiou era algo fora de cogitação.

E foi por isso que se separou do irmão e o deixou deitado no chão frio. Foi para pegar a varinha e pegar uma das faquinhas. Foi para limpar as lágrimas e erguer a cabeça, ignorando os arranhões e ignorando as risadas. Foi para olhar nos olhos da mulher, e fazê-la ficar séria de uma hora para outra. Foi para cerrar os dentes e sentir o vento vindo de algum lugar desconhecido. Foi para liberar o símbolo que conterá todos esses três meses. Foi para eliminar toda a sua ira e falar em alto e bom tom:

– Você sabe muito bem que isso ainda não acabou. Sirius se foi. Mas eu ainda estou aqui. E eu vou fazer você se arrepender por fazer meu irmão sofrer.


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Notas finais do capítulo

Beijos!