A outra Potter escrita por Alice Porto


Capítulo 50
O segundo triângulo


Notas iniciais do capítulo

Ooooi!

* Capítulo Drawren chegou, então espero ver muitos comentários fofinhos!

* Obrigada aos que comentaram cap passado! Amo vocês do fundo do meu heart.

* Estou postando mais rápido agora? Nããããão. Só meu deu a louca mesmo.

* Próximo cap: Operação cupido! Harry, ajude a Gina por mim?

* Não tenho muito o que dizer. Ah, é: tem duas frases de autoria de Masashi Kishimoto nesse capítulo, então estou dando os devidos créditos por aqui. Espero que gostem do capítulo, beijos! Xoxo s2



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– E ele disse somente isso?! Nada mais? – perguntou Draco repetindo o movimento anterior da amiga, e jogando uma pedra lisa no lago. A pedra quicou três vezes antes de abrir um buraco no gelo fino, e afundar – Você não acha que ele pode estar errado? Reconheço que você é uma bruxa muito inteligente, Lawren, mas você já tem habilidade de persuasão, consegue controlar sua magia corporal sem varinha, consegue curar, consegue controlar a água... Até o fogo? Sério? – se virou com uma sobrancelha arqueada para a ruiva, que se sentara e abrira o bloco de desenhos – Você é algum tipo de reencarnação de Merlin? – ela se permitiu a um sorriso discreto.

– É por isso que vim falar com você. Precisava de paradoxos. – falou, enquanto o garoto se sentava ao seu lado e olhava o que ela rabiscava que começava a tomar a forma do lago.

– Pensei que falava comigo porque sou seu melhor amigo. – ele disse, tentando parecer irritado. Ela revirou os olhos, e suspirou.

– Se fosse por isso, eu teria chamado Daniel também. – declarou – Mas é verdade, eu lhe chamei porque eu queria a sua opinião de amigo e de pessoa inteligente. Não quero desvalorizar a opinião de Daniel, mas ele logo diria que eu sou uma bruxa incrível e nem formaria uma ideia concreta sobre isso. Isso me deixaria mais confusa. E como eu sei que você é um pouco mais controlado que ele...

– Você me chamou. – Draco disse, e um vento bateu no rosto dos dois.

Fazia dois dias que conversara com Snape, e o dia não estava tão frio. A neve ainda estava acumulada, mas parara de cair. O Sol se abriu naquela manhã de sábado, e Lawrence decidiu acordar o melhor amigo um pouco mais cedo. Queria ter falado com ele antes, mas o Surrey estava sempre por perto, e não queria deixá-lo desconfiado sobre a conversa.

– Eis a minha opinião: acho que Snape tem uma grande probabilidade de estar certo, mas ainda assim acredito que deveria pesquisar melhor sobre isso e acima de tudo, esperar esse triângulo aparecer. É a única prova de que ele vai estar certo, e para saber isso, você somente precisa esperar que aconteça. Enquanto isso, eu sugiro um bom passeio na sessão reservada. – ele disse, e sorriu – Você já parou para pensar se todas essas suas habilidades são por causa dele? De certa forma, ele não é tão ruim. – ele declarou, e Lawren bufou.

– Ele matou meus pais e mais um milhão de pessoas. Se eu estou vivendo num inferno de protagonizar a próxima guerra bruxa, é tudo por causa dele. Você realmente não está tentando me convencer que ele é bonzinho de certa forma, não é? Diga-me que não irá para o lado dele. – falou séria, olhando nos olhos do amigo. Ele deu um sorriso de canto, e olhou o lago na frente deles, enquanto o Sol ficava mais alto e iluminava o gelo. Alguns pássaros voavam de manhã cedo, e o céu estava levemente rosa com algumas cores derivadas. Hogwarts era um espetáculo no começo do dia.

– Me diga como eu poderia? – ele perguntou, parecendo pensativo pela primeira vez – Eu tenho noção de que serei o lixo dos Malfoys quando lutar por Hogwarts, e que meus pais nunca irão me amar de novo... Mas eu tenho muita coisa aqui que seria incapaz de deixar. Deixar Hogwarts seria como sofrer a dor de deixar meus pais umas mil vezes. Então eu prefiro a dor de ser obrigado a enfrentar meus pais em uma batalha, aqueles que nunca demonstraram um pingo de orgulho por mim, do que sofrer a dor de ver o seu corpo ou o corpo de Daniel morto porque um dos capangas de Voldemort os matou, ou eu os matei. Eu odiaria a mim mesmo. Sabe como é... – ele disse, e deu um sorriso para a amiga – Quando uma pessoa aprende a amar, ela deve aguentar o risco de odiar. – os lábios da ruiva tremeram ao ouvir isso, e ela sentiu vontade de falar alguma coisa. Mas nada saía da sua boca. Parecia que estava tudo travado, e que havia uma tonelada de água em sua garganta. Por isso, se contentou com um sorriso, e olhou para o lago também, pensando ainda na resposta. Por fim, levantou quando se sentiu corajosa, e olhou para o loiro, que parecia já ter desistido da resposta.

– Se você fosse para lá e nos deixasse aqui, você seria considerado um herói no outro lado. Vivemos num mundo onde quem corre riscos para ajudar e lutar do lado de um amigo, e esquece-se de proteger a si mesmo, é considerado escória. Mas quer saber de uma coisa? Sim, aqueles que ajudam os amigos em vez de fugirem, são lixo. Mas os que fogem e deixam um amigo para a morte, são piores do que lixo. No fim, somos todos podres. Então, qual o fundamento de se preocupar com isso, se no fim, quando baixarem nossos caixões, todos irão nos aplaudir e chorar, dizendo que por mais estúpidos e podres que fôssemos, tivemos nossos momentos bons? Depois de tudo isso, viraremos comida de fungos, então eu tento viver ao máximo sem pensar no que os outros acham sobre o que eu faço. E você deveria fazer o mesmo. No fim, sua mãe vai vir chorando, dizendo que você é um lixo, mas que ela é pior que você. – falou calma, mordendo a bolacha que trouxera consigo enrolada em um papel, na bolsa.

Draco sorriu, revirando os olhos.

– Eu me pergunto o tempo inteiro como você consegue falar sobre tudo, sem deixar tudo mais dramático. Eu estava aqui fazendo um discurso incrivelmente deprimente sobre meus pais me odiarem, e você vem me dizendo que viraremos comida de fungos. – ele riu – Depois me perguntam como eu consigo suportar você. Olha você: simplesmente não consegue fazer as coisas do jeito difícil.

– Quem já lhe perguntou como consegue me suportar?! – perguntou, com a voz um pouco alterada, mas com um sorriso no rosto, dando um soco no braço dele.

– Cho. Acredita que ela veio se esfregando para mim e Daniel no corredor... Ontem? – perguntou, soltando uma risada. – Foi engraçado. Ela ficou vermelha e brava, então Gina apareceu e disse que ela deveria estar cuidando do namorado dela e não do namorado dos outros. A Chang saiu batendo o pé.

– Aquela vaca. Espera... Namorado dos outros? O que ela quis dizer com isso? Digo... Daniel está namorando ela? Ou com alguém? – perguntou confusa, se virando para o amigo.

– Ah, acho que não. Até onde eu sei, não. Mas bem, ela pode querer dizer que eu ou ele temos namorada. – falou descontraído, olhando pelo canto do olho, a amiga.

– Então quer dizer que você está namorando alguém, Sr. Malfoy?! – perguntou, cerrando os olhos, e pulando em cima dela, passando suas pernas de cada lado do corpo dele, prendendo seus braços acima do corpo, afundando na neve – Você não ia me contar?!

Draco riu, impulsionando o corpo para cima, virando as posições, prendendo os braços da ruiva acima da cabeça, cada vez se aproximando mais do gelo do lago.

– Está com ciúmes, Srta. Evans Potter? – perguntou, sussurrando em seu ouvido e passando seu nariz pelos cabelos soltos da garota, sentindo o cheiro de flores de cerejeira.

Ela suspirou, fechando os olhos, e impulsionando o corpo para virar mais uma vez os corpos, e chegando mais e mais perto do lago.

– Você está meio abusado hoje, Sr. Malfoy... E seu eu estiver? – perguntou, chegando mais perto de seu rosto, mas não encostando seus lábios nos dele, e sim no canto de sua boca.

– Fazer isso já é uma tremenda sacanagem, Lawrence. – ele respondeu assim que ela retirou seus lábios de lá. Impulsionou seu corpo mais uma vez, revertendo novamente posições, e por fim ficando em cima do gelo do lago – A sua sorte, é que eu não sou tão sacana assim. – se aproximou mais de sua boca trêmula, enquanto seu peito subia e descia arfante, e ela já se via consciente da sua situação – Fala sério... Demorou demais até você me dar uma brecha para um beijo de novo. – por fim, colando seus lábios nos dela, em um movimento necessitado.

Era sem controle. Ele já soltara as mãos dela, que tinham ido imediatamente para suas costas, arranhando levemente, e depois afagando os seus cabelos loiros, forçando mais sua cabeça para sua boca. Ele acariciava sua face enquanto a beijava, e ela parecia não estar muito ligada no que acontecia lá fora.

Até que foi ouvido um estalo.

– Draco... – ela tentou murmurar entre o beijo, e ele se separou dela, mordendo seu lábio inferior, olhando-a – Você não ouviu esse barulho? – perguntou confusa, enquanto ele negava e voltava a beijá-la – Draco... É s-sério... Tem a-alguma coisa... – mas já era tarde demais.

O gelo se partira em pedaços, e os dois caíam rapidamente para dentro da água fria. Era demais para pensar. Imediatamente a cabeça da Potter doeu e latejou, e sua cicatriz passou a abrir mais do que tudo, impedindo de emergir. Seus olhou passaram a arder, e sua visão escureceu ainda mais. Estava muito cedo. Hogwarts não acordara. Somente Draco e ela, sem Snape. Em um movimento repentino, e sem notar como fizera isso, acabou por arrancar o colar que ganhara no natal, e deixara afundar ainda mais. Seu corpo caía. Congelando. Sua cabeça doía, tanto pelo frio, quanto pelos olhos e cicatriz. Sua respiração acabara, e uma voz no seu interior choramingava e perguntava onde estava Draco. Afogando-se também? Não. Impossível.

Aqueles que ficam pelos seus amigos são considerados lixo, mas aqueles que os abandonam são piores que lixo. Draco seria capaz de fugir? Mas então seria para ajuda. Não, ele não faria isso. Ela o salvou certa vez. Ele estava em dívida. Mas onde ele estava?

Sua resposta apareceu cinco segundos depois do primeiro jato de água que invadiu seus pulmões, fazendo sua cabeça doer ainda mais. As mãos do loiro pegaram seu corpo dolorido e imóvel, e logo, a luz atingiu seus olhos através das pálpebras fechadas, quase trancadas. Tossia muito, e praguejava pela dor. Mas não conseguia abrir os olhos. Era muito ruim aquela sensação de estar sendo queimada pela fumaça do fogo. A dor da outra vez era somente uma ardência. Mais ou menos como a dor sentida quando inspiramos água sem querer, e nossa cabeça dói. Mas dessa vez, a dor era como se tivesse colocado a própria órbita junto com sua mão, no fogo. A dor da outra vez era a dor da água. A dor dessa vez era a dor do fogo.

– Lawrence? Lawrence! – murmurou Draco e ela ouvia sua voz chorosa.

– Draco... – ela murmurou – O colar. Faça um feitiço para o colar voltar... Ah... Eu o perdi no lago. – forçou os olhos a se abrirem, para conseguir encarar os olhos cinzentos do amigo – Rápido, por favor.

– Sim, claro. – ele se levantou rapidamente, com a varinha – Accio colar. – em menos de dez segundos, ele voltava, colocando o colar acima do peito da amiga, que tinha as roupas encharcadas, e os olhos fechados. Ela grunhia baixo pela dor, e ele a encarava com pena. Logo, ela abriu os orbes, parecendo estar completamente sem dor – Lawrence... Seus olhos... A estrela. O triângulo invertido apareceu, e formou a estrela. Snape estava certo. – falou, a ver o que a amiga queria que dissesse assim que abriu os olhos. A ruiva sorriu, fechando os olhos de novo.

– Me leve para Madame Pomfrey, por favor... – sussurrou – E nunca mais ouse me beijar de novo, ouviu? Sua praga. – Draco riu, pegando a amiga no colo, junto com todas as suas coisas.

– Praga é você. Fiquei lhe esperando emergir, e nada de aparecer. Não tinha uma hora melhor para aparecer com o outro triângulo? – perguntou, andando calmamente, agradecido por ainda ser cedo e ninguém estar acordado para bisbilhotar.

– Acho que foi uma reação à água muito gelada. Afinal, água é inimiga mortal do fogo. Imagina a água gelada. Forma somente vapor. – falou, com os olhos ainda fechados, e com a voz baixa e calma.

– Mas por que não aconteceu enquanto tomava banho? – perguntou.

– Porque até onde eu sei, leva dias até o triângulo aparecer. – murmurou, fazendo uma careta.

– Ainda tem dor? – perguntou preocupado.

– Não. É só desconfortável deitar minha cabeça na sua barriga. Ela é dura. – falou, fazendo outra careta ao ouvir a risada dele.

– Isso se chama bíceps. – falou convencido, entrando no castelo.

– Tanto faz. Continua sendo desconfortável. – falou.

– Perdão. Vou tentar arranjar uma barriga macia da próxima vez. – vez uma careta como Lawrence, e depois eliminou a ideia da cabeça – E sobre o beijo: iremos falar sobre isso quando você estiver em perfeito estado e em sã consciência. Você está incapacitada de pensar.

– Eu não preciso pensar sobre querer beijar você. Eu só não quero. – falou decidida.

– Você não pode falar isso agora. Está com vantagem por poder manter os olhos fechados pela dor, então eu não vou saber quando você mente. Mas fala sério, poderíamos ser amigos coloridos, que se pegam de vez em quando. – ele disse, e ela riu, bufando logo depois.

– Fala sério, se você quiser, viraremos amigos jogo de vôlei. Quer saber como é? Cada um fica de um lado da rede sem se comunicar, tendo apenas uma coisa em comum, que é uma bola chamada Daniel. O que acha? – perguntou.

– Tremenda sacanagem.

– Então sugiro que fique quieto.

– Seu desejo é uma ordem, senhora!


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Notas finais do capítulo

Beijos!