A outra Potter escrita por Alice Porto


Capítulo 47
Amor de irmão


Notas iniciais do capítulo

Oie!

Esse capítulo ficou muito meloso, mas eu gostei até. É o último capítulo sobre o natal, então ficou meio longo, mas espero que gostem! No próximo cap, a quem sentia falta de certos loiros... Ache-os no próximo capítulo, haha!

* Próximo capítulo: Hogwarts novamente! Os treinamentos de Snape.

* Obrigada a todos que comentaram no capítulo passado! Amo vocês s2 Vi gente voltando! Awn, bom ver vocês de volta!

* Comentem, favoritem, recomendem! Xoxo s2 Kisses!



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A luz incomodava um pouco seus olhos, mas o incômodo estava longe de ser igual ao que tivera anteriormente. Sua íris verde brilhava como uma esmeralda quando acordou naquele dia de neve. A manhã parecia bem mais leve que as outras, e o clima parecia mais feliz, como se a áurea da casa tivesse mudado drasticamente. A Potter se virou de barriga para cima, colocando os braços acima dos cobertores, percebendo que estava de pijama. Não lembrava de ter colocado o pijama antes de deitar. Nem se lembrava de ter deitado.

– Bom dia, Bela Adormecida. – falou a voz de Gina, vinda da cama de cima. Parecia calma e melódica, como se estivesse acordada há um bom tempo e nada estragara seu dia ainda – Como se sente? – falou a ruiva, pulando habilmente para o chão, e se virando para a menina.

Até Gina parecia mais bonita. Seus olhos estavam felizes, e o sorriso era realmente sincero, como se ainda não tivesse tido a oportunidade de ver Harry. Quando ela não via Harry, seu rosto ficava mais alegre e bonito. Lawrence sabia que o irmão machucava a garota, mesmo sem querer.

– Me sinto ótima. E com fome, e sede. – falou, com um sorriso sincero, reconhecendo que o dia realmente estava alegre – E você? Está bonita hoje. – elogiou, se sentando e colocando o travesseiro como apoio na cabeceira.

– E você está de bom humor. – disse, logo depois rindo.

– Como vim parar aqui? – perguntou confusa, olhando para os shorts do pijama branco, e a blusa rosa – Quem colocou pijama em mim?! E quanto tempo eu dormi? – completou.

– Não lembra de nada? – perguntou, entregando para a Potter uma xícara de café, que fora aceita na hora – Quero dizer... Foi meio estranho. Você estava no chão, com dor nos olhos. Foi realmente meio assustador. – completou.

– Agora eu lembro, pensando bem... – murmurou Lawrence – Mas então a dor parou.

– Respondendo as suas perguntas... – comentou Gina, sentando-se em índio na cama da Hermione – Você veio parar aqui por causa disso. Snape parou a dor de seus olhos, mas você desmaiou. Ele lhe trouxe até aqui. – Lawren assentiu – Minha mãe colocou pijama em você, não se preocupe. Minha família não é louca de botar um homem para trocar a sua roupa. E você dormiu por dois dias. – completou.

A Potter compreendeu, balançando a cabeça levemente, e logo depois ficou com os lábios trêmulos, arregalando os olhos. Gina sorriu, quando ela olhou para a Weasley, incrédula.

– Dois dias?! Isso quer dizer que hoje é.... – começou.

– Véspera de Natal, Srta. Óbvia! – cantarolou a ruiva, rindo logo depois – Não se preocupe. É cedo ainda. Deve ser 8:00 da manhã. Menos, talvez. – falou.

– E por que estão todos acordados?! – perguntou, indignada – É Véspera de Natal. Dia de dormir até tarde. Por que eu acordei? – bufou, e se jogou no travesseiro.

– Estão todos acordados porque a minha mãe resolveu acordar todos bem cedo, para conseguirmos tomar café com o meu pai antes de ele ir para o ministério. – disse.

– Engraçado. Eu podia jurar que você ainda não tinha visto Harry hoje. – comentou, revirando os olhos.

– E não vi. Eu acordei antes de Harry, tomei café, e voltei para cá. Como sabia disso?! – perguntou chocada – Você é vidente? Fala sério.

– Não. Só fui esperta o suficiente para notar como é seu rosto quando vê ele.

– E como é? – perguntou curiosa.

– Triste. – disse definitivamente, e a ruiva ficou confusa – Ver Harry lhe deixa feliz, mas ver Harry e saber que ele namora a Chang, lhe deixa triste. Seu rosto estava alegre e bonito quando eu lhe vi hoje. Além da sua voz estar melódica. O que me levou a crer que ainda não o tinha... – alguém bateu na porta antes do término da frase, e as ruivas se olharam – Visto. Entre...

A porta se abriu lentamente, e dela entrou Snape. Ele parecia cansado, mas tinha um sorriso de canto no rosto. Ele fechou a porta atrás de si, e ficou diante das duas de pé.

– Eu sabia que tinha ouvido uma voz nova acordada hoje. – comentou – Como se sente? – perguntou, meio aflito.

– Indignada. Como você não me ensinou aquele método de cura para visão?! – perguntou incrédula, e Gina riu, se retirando. Snape revirou os olhos, e se sentou na cama onde a Weasley estava.

– Porque isso é conteúdo mais avançado do que você está aprendendo agora. Até dominar as três fases, você não conseguirá nem mesmo um fragmento de mágica curativa desse porte. – falou, com um sorriso, mas depois ficou sério novamente – Precisamos conversar.

– É. Eu sei. Isso parece o tipo de coisa que Lilian ou James falariam para mim se eu tivesse saído de carro e dirigido bêbada a noite inteira. – comentou, com um sorriso de canto, e Snape voltou com o fragmento de curva no canto dos lábios com o comentário.

– É. Parece. – olhou para baixo, e depois suspirou – Dois dias atrás, o que eu vi no seu olho... Foi algo... Diferente do normal. – começou, e a ruiva ficou mais atenta – Você sabe quando começou a chorar? – perguntou.

– Pensei que não lembrariam desse detalhe. – murmurou.

– Você foi obrigada a chorar. Seus olhos estavam cheios de sangue. O que você chorou não foram lágrimas. Foi sangue. – ele começou, mais rápido, enquanto a garota tinha os lábios trêmulos – Havia um corte na sua pupila. Quando você falou da agulha... É mais ou menos isso que acontecera. Um ponto de sua pupila foi perfurado, e desse ponto foram traçados mais três riscos, formando um triângulo na sua pupila. – completou.

– Um triângulo? Espera! Mas o símbolo que eu tenho no meu olho, não é isso. É um Yin Yang. O símbolo de equilíbrio entre bem e mal. Como mudou para um triângulo? O que isso significa?! – perguntou irritadiça.

– Eu entendo. Eu não sei o que pode ser isso. Mas era um triângulo. Mas como o seu símbolo, coisa na qual você deveria ter comentado comigo anteriormente, esse triângulo desapareceu. Não sente nada mudado na sua visão? – perguntou.

– Não... Nada. – disse – Está tudo normal, professor. Tudo. Eu não faço ideia do que isso pode ser. E por que um triângulo? – murmurou.

– Isso é o que iremos descobrir quando voltarmos para Hogwarts. – ele completou, se levantando, e indo em direção a porta, a abrindo, saindo logo depois.

***

– Foi um bom susto, Lawrence! – falou Fred rindo, e depois cortando um grande pedaço de bife. A ruiva sorriu.

– Foi realmente intrigante. – falou Sirius – Como estão suas mãos? – perguntou o homem, olhando para as mãos engessadas da Potter. Ela as colocou na frente de si, e abriu e fechou os dedos.

– Ótimas. É só um corte de vidro. – falou, se perguntando o motivo de Snape não tê-la curado. Mas não fazia mal. Podia fazer isso no banho, por si só.

– Um corte de vidro em tanto. – falou o homem – Mas no fim, você é tão forte quanto Harry.

Os olhares dos irmãos se encontraram, e Lawren sorriu de canto.

– Não estava morrendo, Sirius. Somente com um formigamento no olho. Harry já encarou a morte... Umas sete vezes? Tanto faz.– soltou uma risada, que foi acompanhada por todos da cozinha.

– O seu formigamento ocular era meio estranho, sabe? – falou Sirius entre as risadas – Fez até você quebrar uma xícara...

– Que estava cheia de café. – completou Lawrence, soltando um muxoxo – Que desperdício. Eu realmente tinha acertado o açúcar naquele dia. – as risadas continuaram, e a ruiva se permitiu a rir junto com todos.

Queria tirar proveito de pelo menos um quarto desse terrível natal.

– Bom, eu vou indo para o quarto. O almoço estava magnífico, Sra. Weasley. Precisa de alguma ajuda? – perguntou, e a idosa negou, com um sorriso amável.

***

Lawren gatinha,

Essa carta é uma parceria entre Malfoy e Surrey. É, fique brava se quiser, mas decidimos passar o natal juntos nesse ano. No momento, a mansão Malfoy está um completo caos, com decorações e pessoas andando apressadas para todos os lados. Eu juro que uma hora eu (Daniel), entrei dentro do banheiro querendo achar algum remédio que você achou na mente de Draco quando entrou nela. Não tinha nada. Decepcionante? Sim, e muito.

(Draco) Daniel e eu queremos dizer que simplesmente amamos o seu colar. É discreto, e não muito feminino para as pessoas ficarem fazendo piadas sem graça. E adoramos a história para criança dormir sobre proteção e blábláblá. Por enquanto, estamos contentes com sua proteção, obrigado. Apesar de termos ficado extremamente curiosos sobre o que tem dentro dos pingentes, nos contemos. Palmas, por favor.

Imagino que quando a carta chegar, já seja natal. E espero que até lá, ainda esteja viva. Do jeito que você mostrou descontentamento na última carta, não duvido que não tenha entrado em coma. Cuidado, por favor.

(Daniel) Lawrence, você é uma gatinha má, sabia? Pobre Cho. Não quero nem ver o estado que ela ficou depois disso. E nunca, nunquinha, eu poderia imaginar que a Weasley fêmea iria entrar em combate contra as invejosas. Nem os gêmeos. No fim, somente queríamos lhe desejar um ótimo Natal, apesar de acharmos difícil cercada de Gryffindors. Nos vemos depois do ano novo? Ótimo! Até lá, se cuide, e não seja malvada.

(Draco) Te amamos muito, gatinha, mas isso acontece só em clima natalino, okay? Se cuida, cabeça de fósforo. Pense em nós no seu coração que estamos pensando em você aqui (mentira, temos um corrimão de escada para escorregar, não precisamos de você).

Dos amores mais amáveis e lindos da sua vida,

Draco (lindo e maravilhoso) e Daniel (somente mais uma gazela saltitante)

A ruiva sorriu ao ler a carta, e dobrou o pergaminho novamente, se virando para a garota que encarava indecisa seus vestidos, enquanto se mantinha enrolada em uma toalha. Mordia a parte interior da bochecha, enquanto batucava os dedos nas coxas ainda úmidas com algumas gotas por causa do banho.

– O do meio. – falou Lawren, indo até a cama e pegando um vestido vermelho. Era soltinho, com alças finas e um elástico que o prendia na parte da cintura. O decote era generoso, que dava espaço para algum colar.

– Não é meio exagerado? – perguntou, indo na frente do espelho e colocando o vestido na frente do corpo, para ver como ficava.

– Quem lhe vê com esse vestido pensa que está indo ao shopping. É perfeito. Simples, nada chamativo, mas te deixa bonita. – comentou, se jogando na cama, mexendo na regata branca e rendada.

– Certo. E você? Vai assim? – perguntou.

– Sim. – respondeu.

– Ah, mas não vai mesmo. Se eu vou de vestido, você também vai.

***

– Não. Você realmente está me obrigando a ir assim? – perguntou incrédula, se olhando no espelho.

– Você está ótima. – falou rindo, revirando os olhos e puxando a Potter para fora do quarto.

Gina usava o vestido que Lawren dissera para usar, junto com um penteado que a outra ruiva lhe ajudara a fazer, que consistia em cachos. Uma mecha era trançada e passada para o outro lado da cabeça como uma tiara, e a franja ficava na frente, dando um efeito “boneca” na menina. Suas sapatilhas ajudavam bastante para não parecer tão chamativo, e uma maquiagem clarinha atingia seu rosto.

Já Lawrence, usava um vestido solto até os joelhos, com cor de vinho. Um cinto marrom de cintura alta, que tinha algumas linhas desenhadas nele, dividia a parte de cima e de baixo. Nos pés, usava um tênis da mesma cor que o vestido, junto com os cabelos prendidos em um meio preso. Gina fizera uma maquiagem não muito clara, que realçava seus olhos verdes.

– Vocês estão esplêndidas, meninas. – falou Remo para as duas, assim que entraram na cozinha, onde todos trocavam presentes e riam animados. O olhar de Harry se voltou para as duas, e se fixou um pouco mais em Gina.

– Obrigada, Remo. – falou Lawrence sorrindo e fazendo uma reverência – Você também está divino hoje, velho tarado. E sabe o que mais? Acho que a Tonks concorda comigo. – sussurrou no ouvido dele, puxando Gina junto consigo – Ele olhou para você. – comentou, se sentando de frente para Harry, mas não o encarando.

A Weasley corou e deu um sorriso envergonhado.

– Ele olhou para você também.

– Mas o olhar dele parou em você. – disse cética, enfatizando a palavra você – Eu disse. O vestido mudou tudo. Agora ele vai reparar mais em você.

– Por causa do decote? – murmurou Gina irritadiça, sabendo que estavam sendo observadas pelo garoto – Não, obrigada. Se for por isso, rejeito a sugestão.

– Não foi pelo decote. Talvez seja um pouquinho. Mas quando ele viu o decote ele queria saber de quem era. E ele viu você sorrindo e se apaixonou. – cantarolou.

– Não seja estúpida. – deu uma tapinha no braço dela, e a menina riu – Você está feliz demais para o meu gosto.

A Potter sorriu amigavelmente, voltando seus olhos para outros lados.

***

– Está frio aqui. Não deveria ter vindo para cá só de vestido. – falou uma voz veludada logo atrás de si. A menina sorriu tristemente, apertando mais o sobretudo vermelho contra o peito, vendo o irmão se sentar ao seu lado.

– Estou com um casaco. – murmurou, limpando os flocos de neve que caíam no cabelo.

– E eu estou preocupado. Qual a causa da mudança de humor tão repentina? Você estava rindo com todo mundo, e então... Se fechou. – falou, olhando-a. Ela não o encarou. Encarou a rua deserta, cheia de neve.

– Não se confunda. Eu estou feliz aqui. – ela falou com um sorriso dócil, então o encarando – Acho que eu só me senti estranha por estar tendo um natal feliz.

– Não teve muitos natais felizes em Boston? – perguntou.

– Eu nem tive natal. – murmurou – Somente jantares a negócio. Hoje, vendo todo mundo rir, eu somente me perguntei como eles estavam. Sabe... Meus pais. Espero que estejam mal para caramba. – falou ressentida, olhando para o poste de luz no fim da rua.

– Não diga isso. Não é o que quer dizer. Por mais ruim que eles façam a você.... Você não deseja o mal deles. São sua família, afinal. – disse sincero – Lawrence.... – sussurrou – Podemos ser sinceros um com o outro? Por cinco minutos. Só isso. Depois... Eu só. Eu não aguento mais isso. Essa distância. Esse seu jeito de agir, um dia feliz, um dia irritado, um dia triste... Eu só quero tirar as máscaras um instante.

– O que quer saber? – perguntou.

– Por que você odeia tanto a Cho?

– Ela não está sendo verdadeira com você.

– E por que você se preocupa? Quem no fim vai se ferrar sou eu. Não você. – ele respondeu incrédulo.

– Porque você é meu irmão! Eu não quero lhe ver triste no fim. Eu posso torcer externamente para que você realmente se ferre, quando internamente eu só quero que me ouça um instante. – falou com os olhos lacrimejando – Eu não quero lhe ver sofrendo por alguém que nem gosta de você de verdade. Temos o mesmo sangue, Harry. E às vezes você é tão babaca e nem mesmo quer me ouvir, que eu faço tudo para chamar a sua atenção, não vê? Eu só quero que você me veja. Reconheça meu talento. Quando você não me nota, eu tenho que fazer algo para chamar atenção. É assim que eu sou. Eu não vou mudar. – falou, olhando para cima e suspirando.

– Quem disse que eu nunca te noto? Eu estou sempre te notando. Só que você não me deixa me aproximar! – ele respondeu.

– Porque eu não quero que você se aproxime. – murmurou – Eu não quero começar a te ver como meu irmão mais velho, que vai ter que lutar do meu lado em uma guerra, que pode morrer no fim. Eu não quero te ver como o irmão que eu amo, ou algo assim. Sabendo que você pode morrer. Eu não quero sofrer. Eu já sofri demais, eu não quero mais sofrimento. Você não sabe como é difícil pensar na morte de Draco e Daniel, e agora você. Eu não quero lhe perder, também. Você é a única família que eu tenho. – sussurrou a última parte, limpando uma lágrima que caía, e olhando para o irmão.

Ele pareceu relaxar o corpo. Olhou para a irmã, e deu um sorriso de lado.

– Eu não vou morrer. Eu prometo, tudo bem? E não vou deixar o Draco e o Daniel morrerem também. - disse com um sorriso, dando um beijo na testa da irmã, se levantando – Não demore muito aqui fora. Não quero lhe ver doente amanhã. – se virou, e se encaminhava a porta quando o sino de doze badaladas bateu ao longe. Agora sim era natal. Não mais 24, e sim 25 de dezembro. O moreno abriu a porta, mas uma voz o chamou de volta.

– Harry! – chamou Lawrence, e o irmão se virou, confuso. Ela cruzou os braços, e meio apressada e sem jeito, enlaçou-os em volta do pescoço do irmão, escorando a cabeça em seu ombro.

– Feliz Natal, Lawrence. – falou o menino com um sorriso no rosto, afagando os cabelos da garota. Ela se separou dele, e deu um sorriso amigável.

– Feliz Natal, Harry.


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Notas finais do capítulo

Beijos!