A outra Potter escrita por Alice Porto


Capítulo 38
Remo Lupin: de velho tarado para padrinho!


Notas iniciais do capítulo

OOi! Desculpe a demora para postar, mas houve alguns.. Contratempos. Mas no fim, tudo certo. Bom, eu gostei de fazer esse capítulo, então, espero que gostem.

* Apesar de eu achar que a Grazy já esteja em casa, espero que você tenha uma recuperação boa!

* Obrigada a todos que comentaram, amo vocês ♥

* Aos que voltaram, obrigada! Não me abandonem de novo :/

* Próximo capítulo: Informações necessárias: os pontos vermelhos do mapa.

* Espero que gostem! Comentem, favoritem, recomendem! Beijos, xoxo ♥

***



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– Prazer. Meu nome é Sirius Black. – disse o homem, estendendo para a ruiva sua mão.

Lawren deu um sorriso de canto, com os olhos finalmente se lembrando de onde vira o cara. Deu uma leve risada, e ignorou a mão estendida na sua frente. Em vez disso, olhou em volta e logo então, olhou nos olhos do padrinho de seu irmão.

– Ah. Sei. Você é aquele cara que estava na capa do jornal. – comentou, olhando para Gina que com a cabeça, estava avisando que poderia lhe guiar até o seu quarto e o de Hermione.

– Seria interessante se as pessoas não se lembrassem de mim por ter ido para Azkaban. – falou Sirius, meio emburrado. Lawren sorriu para o homem e passou do seu lado, parando ao lado de Gina.

– Ultimamente as pessoas parecem achar que eu realmente me importo com seus interesses. – murmurou – Me desculpe, Black, mas eu não disse que conhecia você porque era o carinha que foi para Azkaban. Eu disse que conhecia você porque era o carinha que estava na capa do jornal. – respondeu, calma.

– Lawren, por favor... – murmurou Harry, meio revoltado com o comportamento da irmã.

– Bom, você se lembra de mim porque eu estava na capa do jornal. Eu estava na capa porque fui para Azkaban. Logo, é como se fosse a mesma coisa. – falou o homem, se virando para a ruiva, encarando tudo como uma brincadeira de quem dava a melhor resposta. Ela riu.

– Seria a mesma coisa se eu tivesse lido a matéria. Mas eu não li. – deu um sorriso – De qualquer forma, o prazer é todo meu. Como você já sabe, sou Lawrence Potter.

Piscou com um olho só para ele, e seu sorriso se tornou somente uma leve curva no canto dos lábios. Bocejou, cansada, e olhou para Gina. A ruiva lhe deu um sorriso amigável, e as duas, silenciosamente, subiram as escadas. Nenhuma falava nada, e nem estavam com muito ânimo para falar. Não se viam desde a noite da ordem, mas ambas viram Harry andando com Cho todos os dias que restavam daquela semana – o que deixou Lawren muito irritada.

– Espero que não se incomode por dormir comigo é com a Hermione. É que Rony e Harry vão dormir no mesmo quarto, Fred e Jorge num outro e sobram somente nós três. Há mais quartos, mas usamos eles para abrigar algumas pessoas que voltam no meio da noite de missões, como a Tonks e o Remo. Sem falar que um dos quartos é ocupado pelos meus pais e outro pelo Sirius. Então a gente tem que dormir juntas. – falou Gina, calma, empurrando a porta do fim do corredor.

Era um quarto pequeno, mas acolhedor. Tinha duas beliches em cada canto, e uma cômoda logo ao lado da porta. Um tapete separava as duas camas, junto com dois bidês de cada lado. O papel de parede era meio gasto, e os quadros meio estranhos, mas nada com que não se pudesse conviver. As bolsas de Hermione e Gina já estavam em cima de cada cama, o que significava que ela iria ficar com a cama de cima. A morena Gryffindor já se encontrava dentro do quarto, escrevendo uma carta. Provavelmente para os pais.

– Está bom, Weasley. – falou, e colocou a bolsa em cima da cama do alto e se virou para a Granger – Olá, Granger. Como vai? – falou com descaso, se sentando no chão, com escora na cama. Gina se sentou no colchão, e Hermione estava com pernas de índio em cima de sua cama. A menina sorriu.

– Ótima. E você, Lawrence? – falou, aparente acabando de escrever a carta e dando para Edwiges, que saiu em disparada pela janela, que foi fechada imediatamente.

– Normal. – disse séria.

– Bom... Eu vou descer. Vem comigo, Gina? – falou Hermione. Ela parecia estar mais rígida em relação a Lawren, e isso era meio chato de aguentar.

– Ah... Tá. Você vem, Lawren? – perguntou a ruiva, mais uma vez com o sorriso amigável que diminuía seus olhos.

– Estou bem aqui. Pode ir, Weasley. Eu vou dormir um pouco, ou ajeitar as minhas coisas.

Viu a menina ruiva assentir, e sair com a melhor amiga. A porta se fechou silenciosamente, e Lawren fechou os olhos assim que pôde, descansando a cabeça no colchão. Estava sentada em cima do carpete, uma perna deitada e outra dobrada levemente para cima. Uma das mãos foram para cima do joelho levantado, e a outra estava caída. Estava relaxada e leve, sem a compostura de sempre. Suspirou longamente e sem saber o motivo, pensou em Draco. Ele geralmente se sentava da mesma maneira no salão comunal da Slytherin. As risadas ecoaram pelo quarto, e mesmo sabendo que elas vinham lá do andar de baixo, imaginou que fosse de algum lugar distante da sede da ordem, junto com Draco e Daniel. Sua respiração estava mais leve que antes, e parando para pensar agora, ela não conseguia entender muito bem o motivo pela qual tratara Sirius daquela maneira rude e estúpida.

Num passe de mágica, sua mente formou outra imagem. O sonho que tivera no trem, onde ela era uma comensal. Sua expressão se tornou confusa, ao perceber que sua imagem no sonho era bem diferente de sua imagem real. Nunca usaria um salto daquele tamanho, pelo menos.

– Posso entrar? – perguntou uma voz calma, e a ruiva abriu os olhos imediatamente, deixando seu sonho de lado por algum tempo. Olhou para a porta com os orbes cansados, e ao ver quem era, seu rosto relaxou um pouco e ela se permitiu a fechar os olhos e tentar achar o melhor tom para usar com seu padrinho.

– Velho tarado... – murmurou, ignorante – Que surpresa... – fez uma careta de olhos fechados – Adorável.

Ouviu a risada rouca dele e logo depois a porta se fechando. Ouviu segundos depois ele se sentando no chão igualmente, mas se escorando na cama a sua frente, direto para a sua diagonal. Esperou ele se acomodar, para então deixar de parecer cansada e o encarar sem expressão necessária.

– Gostou das acomodações? – ele perguntou, olhando em volta. Ela suspirou, olhando também.

– São normais, mas confortáveis, eu acredito. Até agora eu não tive muito tempo para avaliar o quesito conforto. Veja bem, estou sentada no chão. – se permitiu a um sorriso de canto ao vê-lo rir. Estava tão esgotada quanto ele, mas era perceptível que seu padrinho não dormia direito há dias – Você deveria tentar dormir, sabia? Olhando para você assim, parece que você nem sabe o que é deitar em uma cama, fechar os olhos e descansar. – comentou.

– É... – ele olhou para cima é balançou a cabeça – Não havia pensado por esse lado. Acho que ando trabalhando tanto, que quando deito em uma cama, até meus sonhos são turbulentos e eu acabo acordando mais cansado.

A ruiva ficou em silencio diante do que ele dizia, e olhou para a janela, onde algumas pombas voavam. Estranhou. Aquele tipo de pombo deveria migrar no fim do verão/começo de outono para lugares mais quentes. Não deveriam estar lá, no meio de um inverno tenebroso, onde a neve era tudo que se via na pior das hipóteses. Suspirou, e voltou a olhar para ele, e se lembrou do que o irmão dissera sobre ele ser um lobisomem. Logo depois se lembrou de Umbridge no início do ano, e seu discurso sobre fazer o que deveria ser feito, e eliminar quem deveria ser eliminado. Era certo que quando ela falava eliminar, ela dizia fazer o aluno repetir o ano, o que não era tolerado em Hogwarts, mas mesmo assim, ela sabia muito bem que essa frase valia tanto para o ministério inteiro, quanto para Umbridge. Eliminar quem deveria ser eliminado. Lobisomens estavam no meio disso. Ela sabia.

– Eles estão te perseguindo, não estão? – perguntou, mais séria. Ele tentou disfarçar.

– Eles quem? Há várias pessoas me perseguindo.

– Não se faça de idiota, porque eu odeio quando pessoas fazem isso. – revirou os olhos – O ministério da magia. Eles querem eliminar quem não se encaixa nos padrões, não querem? Mas como o Dumbledore ainda tem alguma autoridade na sociedade, eles não conseguem fazer isso sem as devidas provas de que aquela pessoa realmente tem que ser eliminada.

– São tempos difíceis. Só isso. Pode parecer ruim, mas eu acho que vai melhorar um bocado quando todos descobrirem que Voldemort voltou. Teremos mais pessoas do nosso lado, e o ministério também. – ele parou de olhar em seus olhos ao falar a última frase.

– Está mentindo. – declarou confiante, e ele voltou a olhá-la, confuso – Há mais do que a gente imagina por dentro disso, não há? Vocês querem nos poupar, contando somente o que acham necessário. Não deveríamos saber nada, mas o Black ajudou. Eu sou sua afilhada, não sou? Então me conte o que está acontecendo.

Ele olhou para baixo, considerando a ideia. Ela arregalou os olhos ao vê-lo agir assim. Sua pupila tremeu, com os olhos brilhando. Uma leve luz se formou do lado dela, e os olhos ficaram mais aguados, como se ela tivesse descoberto algo que ainda não tinha notado.

– Esses treinamentos, a Umbridge, tudo... Tudo está me fazendo me distrair. Isso não está me ajudando a pensar! – praguejou – Como eu não tinha notado?! Remo. – o homem a olhou, ao perceber que o apelido aderido a ele não havia sido usado – A situação já se agravou, não? – ele a olhou nos olhos, silencioso, e concordou – O ministro não está mais no controle, não é? Tem alguém acima dele, e ele ainda não notou. Ele é uma vítima, não?

Ele suspirou, e encarou Lawrence.

– Fudge já é uma vítima desde o segundo ano de Hogwarts. Lawrence... Tudo bem... Você já ouviu falar que quando o assunto é superioridade, o que lhe dá menos trabalho sempre é o que lhe convém? – ela ficou séria, e suas sobrancelhas se franziram, negando – Certo, venha comigo.

Ele se levantou, e estendeu a mão para a ruiva, que a pegou calmamente. Abriu a porta, e os dois saíram andando para baixo das escadas. Foram para a cozinha, onde todos se encontravam, e Molly cozinhava. As risadas eram altas, e pelo visto, um novo convidado chegara não fazia muito tempo.

– Tonks. – cumprimentou Remo cordialmente, e a mulher que ria alto parou de rir para cumprimentar igualmente. Todos ficaram silenciosos ao ver Lawrence atrás do homem, encarando tudo com curiosidade, mas com quietude – Molly, eu preciso da chave do escritório, no último andar.

A ruiva o olhou indagadora, e depois olhou para Lawrence. Seus olhos se arregalaram e ela começou a praguejar.

– Não, não e não! Dumbledore deixou bem claro quanto a dar informações. Já demos a eles as informações necessárias, e eu estou bem certa de que ela já está sabendo. Você vai acabar discutindo com Dumbledore por causa disso, e você sabe as consequências que isso pode gerar se você contar as coisas a ela?

– Ela é a minha afilhada, Molly. Eu sei o que ela deve saber. Eu lido com Dumbledore depois, eu só falarei o necessário. – a mulher abriu a boca para contradizer – Eu até poderia entender a sua briga com Sirius sobre contar as coisas para Harry, porque você tem ele como um filho. Não venha me dizer que a tem como uma filha, porque você nem a conhece.

– Eu não a conheço, mas eu estou a acolhendo sob minha responsabilidade. – falou baixinho – Ela não deve saber.

– Eu acho que ela sabe muito bem o que deve e o que não deve saber. – a ruiva o encarou e depois olhou para a senhora com a feição preocupada. Tentou sorrir amigavelmente para ela, porque no fim não tinha nada contra a mulher para ser mau educada.

– Está tudo bem, Sra. Weasley. Eu prometo não perguntar mais do que devo saber. Eu sei qual é o meu limite de informações. Eu sei o que posso suportar. Mas há algo me intrigando, e eu quero saber o que é. Receio que a informação que preciso esteja no meio das informações da ordem. Eu só perguntarei o que preciso perguntar. – a mulher olhou a menina com o sorriso amigável, e pareceu relaxar.

– Ela me perguntou algumas coisas, Molly. Toda pergunta deve ser respondida ou ao menos considerada. Eu creio que responder seja melhor no caso dela. Apesar de ser mais nova que Harry, acho que a mente dela está bem mais habilitada para receber outras informações.

– Tudo bem. – falou a senhora por fim, entregando uma chave – Mas somente o necessário.

– Certo. – concordou Remo.

– Obrigada, Sra. Weasley. – falou, e depois sorriu.

– Tonks, você quer vir junto? – a mulher de cabelos rosa chiclete concordou seriamente, e se levantou da mesa. Harry olhou para todos, e depois se manifestou.

– Eu quero ir também.

– Sua sessão de interrogatório acabou, Harry. – falou o Lupin, olhando para o garoto – Apesar de querer que você vá, eu não tenho nada que diga que eu posso lhe levar. Então, você fica. E não adianta recorrer ao Sirius. Ele não vai ajudar hoje. – o homem mais velho que estava ao lado de Harry concordou, e o menino bufou, irritado. Mas ele sabia que era provável que a irmã fosse contar tudo para eles mais tarde, então concordou.

– Hey, Lawren. – chamou o menino, mais calmo. A ruiva se virou antes de subir as escadas, e olhou para o irmão – Eu te disse que era mais velho.

A Potter cerrou os olhos e bufou, se virando. A mulher que acompanhava os dois, riu e a olhou.

– Ser a mais nova é um tédio, né? Nunca fui a mais nova da família, mas eu era a mais atrapalhada do corpo de aurores, e acho que deve ser quase o mesmo sentimento.

– Você é auror? – perguntou, sem emoção.

– Depois de tanto treinamento, finalmente, sou! – ela falou, ainda animada. Remos olhou para as duas e revirou os olhos.

– Essa é Ninfadora Tonks, Lawren. Chame só de Tonks, porque ela odeia o nome Ninfadora.

– Você também odiaria se fosse com você. – a mulher murmurou, e a ruiva riu.

– Sabe. – falou o Lupin, olhando pelo canto dos olhos para a afilhada – Julgando pelo fato de você me chamar de velho tarado, e de ver como você tratou o Sirius, eu achava que seria muito difícil me comunicar com você. Para mim, você parecia uma parede sem brechas. Mas no final, acho que não foi tão complicado assim.

Lawren suspirou e olhou para o padrinho, sorrindo.

– É. Acho que no fim, toda parede tem brechas, não é mesmo? Por mais pequena que a brecha seja.


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Notas finais do capítulo

Beijos!