A outra Potter escrita por Alice Porto


Capítulo 34
Empunhar varinhas... Já!


Notas iniciais do capítulo

Oie!
Demorei muito? Sim, claro ou obviamente? Me desculpem! Eu ia postar esse fim de semana, mas a Pri me mandou uma mensagem e a Coffee recomendou a fic, que eu fiquei com remorso gente. Tenho minhas justificativas, mas não vou falar elas aqui, porque ficaria longo demais.

* Sei que o nome do capítulo não é sobre a AD, mas o próximo será. É que a conversa da Law com o Snape acabou se estendendo mais que o planejado.

* Obrigada pela recomendação Coffee! Ameeeeeeeei!

* Senti muita, muita saudade de Grazy! Espero que esteja bem, flor!

* Ahm... Bem! Espero que gostem!

Xoxo!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/480186/chapter/34

Suspirou, fechando os olhos: estavam úmidos pelo frio constante. Abriu novamente, e o verde parecia mais brilhante do que nunca. Deu um sorriso de canto, e se sentou escorada a uma árvore, sentindo a neve molhada afundar e sujar seu casaco.

– Pois bem, professor. – declarou, olhando o homem com vestes negras. Ela estava igualmente vestida assim, só que poderia dizer que tinha muito mais estilo facilmente – Qual seria o assunto tão importante a ser tratado?

Ele crispou os lábios, umedecendo com a língua calmamente. Desencostou do tronco em que estava, e andou até o centro da clareira. Estava mais perto dela, e por isso se permitiu a um sorrisinho.

– Eu vou treinar você. – ela o encarou confusa.

– Você já não está fazendo isso? – perguntou.

– Estou lhe ensinando. Não treinando. Mágicas curativas... Deixe-me ver. – pensou, olhando para baixo e suspirando – Eu estou lhe ensinando mágicas curativas. Isso quer dizer que estou lecionando a metodologia disso. Como se ergue a mão, como se concentra a magia, como aplicar isso do jeito que queremos sob a nossa pele. A metodologia. É uma aula dissertativa. A partir do momento em que eu lhe ensinar como curar os machucados, restaurar ossos e pulmões... Em pessoas. Então sim, você pode dizer que estou lhe treinando para algo, porque você está praticando. Ou seja, treinando.

– E o que você quer dizer com treinando, então? E o que lhe faz pensar que quero ser treinada? – ele enrugou a testa.

– Você não tem que querer absolutamente nada, Srta. Potter. Existe uma guerra próxima, e não finja que eu não sei que você e seu irmão querido estão tramando junto com os encostos que não largam do pé de vocês.

– Não fale assim dos meus amigos. – ela ameaçou, se levantando.

– Eu falo como quero. Sou seu professor. O que estou dizendo, é que tem uma guerra se aproximando, e eu sei que você está tramando algum tipo de organização estudantil para treinamentos de defesa contra a arte das trevas, e não pense que irei parar vocês. Nem quero. Isso é necessário, e certamente lhe fará mais forte do que pode ser. Você pensa que eu não lhe conheço, Lawrence, mas eu conheço. – ela cerrou os olhos – Você não consegue nem mesmo por um segundo aceitar a hipótese de que seu irmão pode ser melhor que você. E isso certamente é uma verdade, uma vez que ele passou por coisas que você nem chegou perto de passar. Ele sabe mais coisas. Mas isso não quer dizer que ele saiba fazê-las melhor. Se você aprender o que precisa aprender, pode ser tão forte quanto ele. E vai ter os melhores desempenhos, seja lá qual for a organização que você está planejando criar.

Ela suspirou. Tudo que ele dissera era verdade. Não queria que seu irmão fosse melhor. A possibilidade de Carrie ser melhor que ela já corroía toda a sua alma. Não queria nem mesmo imaginar Harry. Fechou os olhos, e acariciou os cabelos ondulados. Dormira com ele molhado, e dera no que dera. O cabelo estava bonitinho até, mas mesmo assim, todo cheio de ondas irregulares. Não queria ter ameaçado o professor, e nem ter brigado com ele ou insinuado que o treinamento dele não era necessário. Só que não entendera o propósito de tudo isso, e agora, analisando melhor, vira nada mais que verdades: ela falara tanto que Hermione e Rony pareciam duas sombras do Harry, que Draco e Daniel se tornaram as suas.

– Pois bem. – ela falou, parecendo rendida – E que tipo de treinamento é esse?

– Além de mágicas curativas daqui algum tempo, você aprenderá técnicas de defesa. Só que eu sou um professor, e tudo que o Potter ensinar lá, eu posso ensinar três vezes mais avançado. Eu posso fazer um estupore virar quase um Avada Kedavra.

Ela olhou para ele, e viu uma sombra de brincadeira em suas palavras. Era meio óbvio que ele estava tentando descontrair.

– Você não é Dumbledore, professor Snape. – ela declarou, e ele sorriu.

– Tem razão. Estou exagerando. Mas eu posso fazer um feitiço simples ficar bem mais forte, e não porque eu sou mais experto ou habilitado. Eu sei alimentar os seus reflexos. Sei fazer você ouvir os mínimos sons. Os sons mais insignificantes. Sei fazê-la ver o que os outros não veriam. Eu sei fazer você se preparar cinco vezes antes de um verdadeiro ataque.

– Somos bruxos e não ninjas, professor. Como você poderia saber disso? – perguntou incrédula.

– Eu vivi cercado das artes das trevas, Srta. Potter. – o olhar dele se tornou sombrio, e Lawrence nota que o professor sabe muito sobre ela, mas ela, nada sobre ele – Eu vivi em meio à guerra. A confusão. Eu vivi quando Voldemort era um nome mais temido do que é hoje em dia. Eu vivi em lugares onde o mínimo barulho pode significar a sua morte, e o mínimo detalhe despercebido pode lhe botar em perigo constante. Eu tive que aprender a me virar quando alguém me desarmava. E você não sabe como pode ser útil ter uma faca no bolso em vez de somente uma varinha.

Ela arqueou a sobrancelha.

– Eu só não entendo o motivo de você querer me treinar agora, quando no início do ano nem olhava para a minha cara e implicava com qualquer passo que eu dava. Você me odiava, professor Snape. – desafiou-o, e ele pareceu pensar se deveria ou não falar a verdade.

– Isso já é uma história que envolve seus pais... – ele começou, e ela pareceu explodir.

– Então fale sobre os meus pais! Ninguém fala sobre eles comigo! A única pessoa que me dá um pouco de informação sobre como eles eram, é Harry. E ele não conta muito, levando em conta o fato de ele não ter conhecido eles também. Ninguém quer que eu sinta ódio e rancor deles, mas como não posso sentir isso quando nem mesmo sei se a minha mãe era uma pessoa boa, se meu pai era um traficante ou se os dois estavam tramando planos para dominar o mundo. A única coisa que eu sei sobre eles é o nome. Porque nem para me contar direito o que aconteceu naquela noite as pessoas servem.

Snape a olhou. Ela merecia saber? Por fim, decidiu que sim: ela era sua aluna, sua aliada e seu aprendiz particular. Ela era inteligente e não merecia conviver diariamente com uma pessoa que estaria fingindo gostar do progresso, quando no fundo estaria guardando rancor não dela, mas do passado.

– Pois bem. – se rendeu, e viu o ritmo da respiração dela se acalmar – O nome dela era Lilian Evans. Uma Gryffindor merecedora. Corajosa. Protetora. Bondosa. Inteligente. Bonita. Não merecia um amigo como eu. Ela era a minha melhor amiga, e a única pessoa que me trazia um pouco de sanidade no meio de alunos praticantes de artes das trevas. Eu me arrependo profundamente de saber que por mais que ela tenha tentado fazer com que eu fosse alguém bom, eu não quis ouvir absolutamente nada. Eu a insultei, e ela se casou com seu pai. Até agora, estou ignorando como se quisesse que isso não acontecesse. – começou – Acho que é porque você é uma Potter. Não posso dizer que gostava do seu pai, porque eu não gostava. Não éramos amigos, mas nunca cheguei a considera-lo meu inimigo. O único motivo para você estar aqui na minha frente ainda, é a sua mãe. Eu devo muitas coisas a ela, Lawrence. E eu juro que desde que você entrou na Slytherin, eu estou tentando ignorar ao máximo seu lado Potter, e deixar aparecer mais do seu lado Evans. No início do ano, eu tentei implicar com qualquer cosia em você. Qualquer coisa que lembre seu pai. Mas você parece não se divertir com nada. Você não é convencida, e não fica exibindo seus talentos. Você gosta de ir até o final para cantar vitória. Não gosta de subestimar os outros. Eu cheguei a pensar que você era Gryffindor no início. Quando você deveria pular naquele buraco, e Carrie parou e hesitou, você foi com tudo. Uma típica Gryffindor. Eu tentei ignorar que você é simplesmente a cópia perfeita, mas ao mesmo tempo imperfeita de sua mãe. Eu tentei implicar com você, porque no fundo, eu passei a minha vida botando culpa no seu irmão e você, pelo que aconteceu. Eu estava errado. Eu não poderia colocar a culpa em outra pessoa a cada vez que Lily se machucava ajudando alguém, porque eu acabaria colocando a culpa em todos. Eu sei que, pelo caráter de sua mãe, ela se jogaria na frente de quem quer que fosse preciso. Seja você, seja seu irmão, seja seu pai, seja a família dela, seja um mendigo da rua, seja eu. Ela ajudaria qualquer um que fosse necessário. E eu nunca consegui aceitar que ela amasse seu pai, porque eu achava que ele era o oposto dela; Arrogante, convencido... Um covarde. Mas eu estava errado novamente. Eu vou sempre dever a minha vida a ele, porque ele era sim, um arrogante convencido, mas não um covarde. Se você realmente acha necessário saber pela minha boca, eu lhe digo então, se isso lhe fará pensar um pouco sobre o seu passado: ele se jogou na minha frente quando um lobisomem tentou me atacar. Ele lutou até a morte, e caiu em uma escada, para proteger você, sua mãe e seu irmão. Ele foi fiel aos seus amigos até o fim. No fundo, tudo que eu sinto sobre ele é somente um profundo desgosto por saber que ele era melhor que eu em quase tudo. Um profundo desgosto por ele ter casado com sua mãe. Um profundo desgosto por ter tido dois filhos com ela. Dois filhos que cresceram e herdaram as mesmas características: lealdade, coragem e determinação. Com uma grande dose de burrice, porque eu nunca seria capaz de me atirar na frente de um lobisomem para proteger alguém, eu acho. Não sou corajoso o suficiente. Então, você me pediu para falar sobre seus pais, e aqui está a minha definição sobre eles. Você passa muito tempo dizendo não ser uma Potter, porque não tem orgulho de ser dessa família: eu me pergunto se você sabe que de todos os pais do mundo, eu duvido muito que algum faria o que eles fizeram por você. Valorize seu sobrenome. Porque ele vale muito mais do que qualquer outro, e não por ser famoso, ou por ser o sobrenome do menino-que-sobreviveu. E sim, por ser o sobrenome da mesma família que morreria mil vezes pelos mesmo motivos: lealdade, determinação, coragem e acima de tudo, amor.

Lawrence encarava suas palavras sem reação. Esperava mais uma desculpa que todos davam. Não esperava que Snape soubesse tanto sobre seus pais. Nem mesmo sabia que ele era melhor amigo de Lilian.

– Do que você chamou a minha mãe? – perguntou, depois de um tempo em que os dois estavam em silêncio.

– Sangue ruim. – ele declarou, pausadamente, olhando para ela.

– Você acha que... Que se vocês se encontrassem na rua hoje, e uma varinha estivesse apontada para você. E o agressor falasse a maldição da morte... Você acha que ela iria se jogar na sua frente? Mesmo depois do que você disse para ela? – perguntou.

– Você iria? Se Draco ou Daniel viessem para você e lhe chamassem de sangue ruim, você morreria por eles?

Ela não respondeu. Não poderia responder algo na qual não sabia a resposta. Fechou os olhos e ficou em silêncio. Olhou em volta, e decidiu que era melhor mandar esse assunto embora, por mais constrangedor que ficasse depois disso.

– Pois bem. Vamos treinar, então. – declarou, fingindo animação. Snape olhou para baixo e escondeu o sorriso que brotou de seus lábios. Aquela garota não sabia fingir muito bem, e para falar a verdade, nem ele. Mas ele resolveu entrar na atuação amadora, e se virou, pegando sua varinha.

– Certo. Vá para o fundo da clareira. – ela obedeceu, e ele fez um movimento com a varinha. Um fio azul saiu dela, e girou em torno de Lawrence. Duas linhas se formaram um pouco acima do chão, mas sem encostar, como a linha etária que ficava em volta do Cálice de Fogo – Isso não tem nome. Lhe dou a liberdade de pensar em um, se quiser. Mas por enquanto, chamaremos isso de limite de proteção. Limite de movimentos... Limite. O que quero dizer, é que nós iremos duelar agora, e você, poderá se defender dentro das linhas. Se encostar em alguma delas, sua pele queima. Então... Cuidado. Isso exige muita concentração, mas acho que não será um problema.

Uma linha se encontrava na frente da ruiva, e outra atrás, formando uma espécie de passarela. A ruiva olhou em volta, e tirou o casaco, deixando em um canto. Estava frio, mas sabia que logo iria se aquecer com o duelo. Olhou para o professor.

– E se eu pular? – perguntou.

– Baterá com a cabeça na parede invisível que se estende a partir da linha até o infinito.

– Criativo. – e sorriu. O homem de vestes negras a olhou e empunhou a varinha.

– Pronta? – a ruiva assente – Já!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Beijos!