Pare! Não se aproxime escrita por Apiolho


Capítulo 8
8 - O terraço dos suicidas


Notas iniciais do capítulo

Boa noite lindos! *-*

Queria agradecer a Senhorita Foxface, hans, Ney Gremory, Rani, Srta Grimm e Sparkly Dark Angel por comentar no anterior. Muito mesmo, obrigada. Aos novos leitores e antigos, que me animaram com suas opiniões. *-*

E onde estão meu outros leitores? Apareçam, não fiquem acanhados.

Gente, tenho dois problemas:

Quando cinco comentaram, no outro dia no acesso só tinham 4 nesse capítulo. Será que contabilizaram errado?

E em relação aos melhores leitores da semana, tem que ser o comentário daquele periodo e a escolha do melhor review ao mesmo tempo também? Ou não?

Quem souber a resposta me avise, até porque fiquei um pouco confusa em relação a isso.

Beijos e espero que gostem, fiz para vocês!



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Capítulo oito

O terraço dos suicidas

“Lamentar uma dor passada, no presente, é criar outra dor e sofrer novamente.”

(William Shakespeare)

Domingo eu fiquei revezando entre academia, cozinha e quarto para fazer as atividades da escola. Até porque geralmente eles fazem perguntas por sorteio antes de começar a dar a matéria. Sinistro me ouviu tanto ontem à noite que eu só o larguei ao dormir, deixando-o em cima da escrivaninha.

Felizmente minhas dores estavam mais brandas do que na sexta. Entretanto muitos machucados restavam em meu corpo. Só que eu tive um sonho ruim com o meu pai, em que começava com momentos bons nossos para finalizar ao passar a cena de sua morte.

Ao despertar meu lanche não estava ali, pois minha mãe o comia no café. Novamente eu teria de gastar meu dinheiro para ir à padaria. Eu odiava ter de falar com outras pessoas, e esse era o único motivo de levar a comida para a escola.

– Quero dois pedaços de bolo de limão. – pedi ao chegar no balcão.

Era uma jovem que estava me atendendo.

– Mais algo senhorita? – o sorriso falso.

– Não. – respondi e peguei logo o pote, colocando em minha mochila.

Cheguei no colégio e o primeiro sinal tocou. No corredor notei que Henry e as três estavam conversando de maneira animada. Enquanto o garoto se afastava passava por mim, sorrindo abertamente em minha direção, para depois virar e ir a nossa sala.

Percebi que elas me olharam de forma diabólica e corri para fugir delas, porém me seguiram com uma velocidade maior. As lágrimas já se derramavam por minha face só de pensar no que fariam comigo.

Tropecei pelo desespero, o que deu tempo delas me pegarem, prensando-me no armário mais próximo. Deram-me um soco no braço. A sorte estava ao meu lado hoje, já que pararam em seguida.

– Decidimos dar uma chance a você. Queremos que leia esse texto, quando tiver oportunidade, para o convencer de que sou um bom partido. – declarou Megan.

– E-está bem. – gaguejei.

Lorena então me pegou pelo braço e me empurrou com força, para depois ficar dando tapas no rosto e usou o joelho para me acertar em outras partes. As duas a chamaram para ir a sala, obrigando-a a parar o ato.

– É só um aviso para mostrar o que faremos caso não nos obedeça. – esbravejou e sumiu.

O segundo toque havia soado, fazendo-me voar até o banheiro para verificar a minha situação ao colocar o bilhete na pasta. A boca estava com um corte que sangrava e meu nariz um pouco inchado. Peguei a toalha e posicionei onde mais doía e me sentei, dobrei minha perna e escondi minha cabeça entre elas. Chorei até não poder mais.

Assustei-me ao ouvir a porta ser aberta e passos apressados ressoar pelo local. Era um garoto, um de olhos azuis e cabelos castanhos. Mais precisamente o Henry. Notei que estava próximo a mim, fazendo-me ficar acuada.

– Amélia, o que está acontecendo? – começou.

Nada respondi, não queria mostrar como estava e nem minha aparência. Além de meu rosto estar ferido, a olheira era enorme por conta do pesadelo. Entrei em pranto, tanto que cheguei a soluçar.

– Fala alguma coisa. – declarou de maneira preocupada.

Senti seu corpo encostar na parede e escorregar nela, sentando ao meu lado. Sua mão parou em minha cabeça, afagando-a com carinho. Levantei o rosto rapidamente, mirando-o com desprezo.

– Não me toque! – exclamei.

A dor se apossou em mim com mais força e encostei na minha face com cuidado. Ele simplesmente deu um pulo e me observou minuciosamente, todavia ao mesmo tempo parecia ter compaixão do estado em que me encontrava.

– Quem fez isso? – a expressão assustada.

Arrependi-me de ter me mostrado.

– Eu cai. – respondi.

– É mentira, não tem como. – revidou.

– Isso não te interessa, e nem a ninguém. – declarei e tentei a sair a trotadas.

Infelizmente me alcançou e me prendeu entre a parede e ele. Ficou me analisando com o sorriso de sempre e tirou o capuz, para logo, tão lentamente tirou o amarrador que prendia meu cabelo. Posicionou a mão em minha nuca e a empurrou com delicadeza, fazendo-me ir de encontro ao seu peitoral.

Estava tão amargurada que nem protestei.

A experiência de um tormento chegou quando rodeou seu polegar atrás do meu crânio, já que ainda estava machucado. A angustia foi tão grande que lágrimas saíram de meus olhos involuntariamente.

– Que foi? – sussurrou.

– Está doendo. – devolvi com dificuldade.

Ele me olhou novamente e se afastou, fazendo com que me desse uma brecha para fugir, entretanto me segurou pelo braço ao perceber minha intenção. Céus! Por que tudo dói? Reconheci, tendo conhecimento de que iria sofrer mais a noite. Fulminei-o em resposta por ter me parado.

– Fica muito mais linda de cabelo solto. – confessou.

E então percebi: meu rabicó não estava no lugar.

– Devolve. – gritei.

– Só se me contar o que aconteceu. – revidou.

– Não estou preparada para te dizer. – o tom baixo.

– Agora sim. – finalizou e me deu o objeto.

Quando fui abrir a porta para fazer um coque no caminho, após levantar a manga do moletom, Henry me surpreendeu ao beijar meu braço de maneira lenta. Bem onde estavam os cortes causados pelas minhas inimigas.

– Não faça mais isso consigo, por favor, eu imploro. – sussurrou com a voz rouca.

– Melhor nem prometer. – fui verdadeira.

– Está bem. Vamos para a sala? – perguntou ao me oferecer o braço.

Não aceitei e fui andando na frente enquanto me arrumava. Ele estava atrás e entramos juntos. Cheguei praticamente ofegante e o professor nos deixou entrar. Será que o azar tinha ido embora por um tempo? Não, o homem que era legal.

Nem tinha dado tempo de pegar o material, avisando ao educador.

Nagel, está com a apostila? – questionou.

– Sim. – confirmou.

– Junte-se com a senhorita Ortiz para que ela acompanhe a aula. – finalizou e o garoto juntou sua carteira com a minha.

Seu sorriso ao me mirar e abrir o caderno era divertido.

– Oi Amy. – cumprimentou, a voz comparada a de uma criança.

De novo esse apelido, que soando tão doce me deixava desnorteada. Ficamos perdidos ao entrar no capítulo, até porque chegamos com o bonde andando.

– Henry, a página é a 15. – disse uma garota enquanto piscava de forma sedutora, percebendo nossa confusão.

– Obrigado. – devolveu.

Folheamos até chegar no local e eu li rapidamente enquanto acompanhar o que o cara que estava de frente para nós dizia. Peguei minha mochila para anotar algo no papel e vi o recado que as três me deram socado entre os objetos.

– O que você acha da Megan Queen? – comecei de repente.

– Bonita, mas só. – respondeu.

E agora? Li o resto para continuar.

– Eu percebi o quanto ela está interessada em você e... – o modo como estava escrito me interrompeu.

E nossa, devo confessar, que letra mais cheia de frufrus e difícil de entender, tinha até corações e estrelas no lugar dos pingos da letra i.

– E? – parecia se divertir com o que eu dizia.

– Ela é generosa e sempre me ajuda quando eu não sei algo, defendendo-me sempre quando alguém fala mal de mim na sua frente. – declarei.

– Mais algo? – uma sobrancelha levantada.

– Sim. E é muita boa com moda, simpática, querida e combina muito contigo. – terminei.

Era tanta mentira que tinha vontade de vomitar e gritar, no entanto deixaria para fazer isso em casa.

– Não estou interessado. – decretou.

– Por favor, fale com ela, pelo menos no intervalo e tente conhece-la melhor, sei que se darão bem! – berrei em desespero.

– Farei isso por você, mas só porque pediu. – sentenciou.

Aliviei-me, não transparecendo por fora o que sentia. Se eu sorrisse mais assustaria do que o contrário. E a cada dia que passo percebo que sou digna de um filme de terror, mas se estivesse ao lado do Jason, Chuck e entre outros não reclamaria.

– Não vai me agradecer? – questionou, tirando-me de meus devaneios.

– O-obrigada. – gaguejei.

E sabe por que me rebaixei? Capaz dele mudar de ideia se eu o afrontasse. E pior ainda, eu era obrigada a acatar as ordens das três. Nem o karatê que aprendi quando menor deu conta de pará-las, até porque eu não podia por conta do número de adversárias. Mas tentei, e acabei parando no hospital.

– De nada fofa. – gritou.

– Vão namorar ainda ou farão a gentileza de me escutar? – devolveu o professor.

Tenho que ficar longe do Nagel, preciso. E isso é para o meu bem.

– Claro que pode prosseguir. – novamente o menino me salvando.

Corei tanto que se tivesse um papel para ser um tomate eu ganharia de certeza.

– Desculpa. – disse ao ver como estava.

– Apenas se der uma chance a Megan. – declarei de repente.

Se ficassem juntos talvez não tivessem tempo de prestar atenção em mim.

– O quê? – horrorizado.

– Nada, esqueça o que eu falei, apenas vá conversar com ela no recreio. – sussurrei e me virei.

Ficou emburrado por um tempo, mas logo ficou estático e prestando atenção ao que diziam sobre a matéria dada. Fez uma pergunta em que todos riram. Percebi que ao chegar o intervalo dispensou uma menina e ficou com a Megan.

E eu ao ver isso subi até o terraço com dificuldade, local em que continha uma grade nos protegendo. Fiquei com meu corpo colado a ela e pensei em como é a liberdade de voar. Ficar tão no alto me fez mentalizar sobre o que me contavam. Sobre eu ser uma suicida e a vontade de dar a certeza a elas, mesmo que eu nunca fosse isso antes.

Por fim eu escalei as barras, imaginando o que o destino me guardava ao me jogar daquele ponto, onde alguns alunos também tiveram um fim ao fazê-lo.


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam?

Será que ela vai se matar? Gente do céu, estou passada.

A imagem não é minha, se tiver algum erro de português desculpa.

Gostaria muito que mandassem reviews com sua opinião, recomendação também será muito bem vinda. *-*

Beijos e obrigada.