Pare! Não se aproxime escrita por Apiolho


Capítulo 5
5 - Beijo em plena aula


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde galeeera! *-*

Quero agradecer a Senhorita Foxface e Sparkly Dark Angel por comentar no anterior. Muito mesmo, mesmo, mesmo. Animam-me ler suas opiniões.

E onde estão o resto dos meu leitores? Apareçam fantasminhas, por favoooor.

Espero que gostem.



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Capítulo Cinco

Beijo em plena aula

“Há momentos infelizes em que a solidão e o silêncio se tornam meios de liberdade”

(Paul Valéry)

Apertei e mexi tanto no Sinistro naquela noite que um olho se desgrudou e ficou pendurado pela linha. Deixei assim, pois pediria para Dona Diná me ensinar a costurar na próxima tarde. Dormi um pouco mal por causa das dores que sentia e pelo arranhão ainda arder, mas não tive pesadelos.

Na quinta eu fui empurrada por Lorena. E como foi na lama minha roupa ficou praticamente toda suja e com um cheiro estranho. O rosto ficou todo marrom e meu cabelo também. Motivada por não ser apaixonada pelo Henry, ter gosto de me ver humilhada e estar, milagrosamente, desacompanhada das duas.

Tive que ir no banheiro, lavar meu cabelo e ter como resultado um resfriado. Na vestimenta nada mudei, o moletom ficou da cor marrom e o all star azul em um estado irreconhecível. Era um dia frio e apesar de ter ficado feliz por poder usar a look usual sem questionamentos pegava gripe fácil. Pelo menos o mosquito não ia me morder por parecer ser mais branca que a luz do quarto.

É a minha estação favorita, apesar de não estar no tempo ainda.

O intervalo foi repleto por Megan atrás de Nagel e tentando roubar um beijo, entretanto não obteve sucesso. Fiquei observando e questionando o porquê dele não querê-la. Era bonita e atraente, o que certamente ele mais admirava em uma mulher.

Anotação – selva escolar: Homens burros, musculosos e maravilhosos exteriormente consequente ficam com líderes de torcida.

Ortiz, vem cá resolver a questão 6! — Berrou a professora me tirando do planeta Marte.

Era física.

Minhas mãos tremiam e eu fui até na frente com dificuldade. Estava vermelha e o capuz na cabeça. Para isso era muito tímida. Demais. Queria que o sinal batesse agora, entretanto não ocorreu. Os colegas me olhavam apreensivos e assustados por causa da minha aparência.

A pergunta era: “Uma pessoa toma um banho de meia hora todos os dias, no chuveiro elétrico que fornece uma potência de 2200 W, na ddp de 220 V. Determine a intensidade de corrente que atravessa o aparelho.”

Engoli em seco, pois era o que mais tinha dificuldade nessa matéria.

— Qual a fórmula? — Questionei.

Ela simplesmente apontou para o canto do quadro de forma carrancuda. Tinham “W = f*d”, “P= u*i” e “E = f/q”. A minha sorte é que sabia que a segunda é sobre potência, então provavelmente era essa.

— Cinco minutos apenas tem para resolver, Amélia. — Limitou.

Estou ralada. Esse pensamento me fez ler a pergunta de novo, os 30 minutos de demora no banheiro me fizeram concluir que era uma pessoa que não se importa com a natureza. E provavelmente deve jogar lixo no chão e deixando as luzes ligadas sem necessidade.

Realmente preciso me focar na aula de agora. Física, contas, eletricidade. Resolvi descobrir o P, mas logo me liguei com a encarada da educadora que a pergunta é sobre a corrente e que a potência era 2200W.

— Faltam 2 minutos. — Alertou-me.

É agora que eu me lasco.

Peguei a caneta e risquei: u = P/i, coloquei 2200/220, e o resultado deu dez por conta da bondade dela.

— A resposta está certa, mas tem algo errado ainda. Trate de arrumar, pois restam apenas 52 segundos e se passar do tempo o ponto não será dado. — Argumentou.

Então apenas troquei as siglas u pelo i e ela me liberou ao colocar um A depois do número final. Alguns aplaudiram e pensei ser por minha causa, mas na realidade um cara trajado com terno veio a sala. Continha um violão junto a ele, o que significava que ouviríamos música.

A escolhida foi “de janeiro a janeiro”. Canção romântica, letra coerente e absolutamente doce. Daquelas que coloca para tocar em segredo para não ficarem perguntando se estava apaixonada, enquanto você quer apenas escutar por achar bonita.

Henry por um momento me mirou, mas disfarçava ao virar para o outro lado. Quando peguei-o no flagra fiz uma expressão emburrada. Clima não é comigo, sou mais de estragar eles.

— Vai parar de me olhar quando? — Questionei.

Isso já estava me irritando.

— Apenas depois dos três segundos, só para ter certeza que estou dando em cima de você. — Revidou.

Cantando-me? 3 segundos? Apesar de ter prestado atenção não quero entender. Brincadeiras tem que entrar em um ouvido e sair pelo outro.

— Faça isso com uma menina do seu tipo. — Sussurrei.

Concentrei-me apenas no cantor e viajei. Nada dele falando ou tentativas de tentar me conquistar. Não acredito em galanteios de galinhas, amizades sinceras na adolescência ou amor verdadeiro.

Mas talvez, você não entenda
Essa coisa de fazer o mundo acreditar
Que meu amor, não será passageiro
Te amarei de janeiro a janeiro
Até o mundo acabar

O final da música.

Nesse momento Megan entrou pela porta correndo, parecia eufórica e até desesperada. Foi em direção ao de olhos azuis e o pegou pela gola, beijando-o ardentemente. Era dos tipos desentupidores de pia.

Todos ficaram assustados, inclusive eu. Essa cena erótica, porque a inimiga estava tentando tirar a camisa dele, só foi interrompida quando a professora os afastou. O outros alunos fizeram um som de reprovação quando isso ocorreu.

— O que foi isso, Senhorita Queen? — Perguntou em voz alta.

Ela então se soltou do Henry e suspirou. E sim, é rainha seu sobrenome. O que combina um pouco com sua reputação no colégio. O ruim é que é também um nome de uma banda da qual fez muito sucesso.

— Estávamos ouvindo o espetáculo na classe ao lado e Thalia disse que se beijamos alguém no término dessa música é porque ficaremos juntos para sempre. — Explicou, o folego quase sumindo.

Só falta dizer que se darmos um selo em um sapo ele virá um príncipe. Isso é exagerar!

Já o garoto ficou tão irado que colocou sua cabeça na carteira e se virou para mim. Sempre com aquela expressão de expectativa em relação a minha pessoa. Eu simplesmente dei de ombros e continuei a escutar a conversa.

O amor é lindo. — Berraram a maioria dos que estavam na classe.

Eu fiz uma dublagem e fingi ter falado também, até para não apanhar depois. Depois disso posso trabalhar nessa área, se a minha preferência não fosse pela cientifica.

— Somos perfeitos um para o outro não? Declaro que eu e meu amor estamos namorando. — Confessou de maneira animada.

A resposta do povo foi de encantamento.

O moreno do meu lado parecia angustiado e o rosto vermelho, o que me dava a certeza de que estava quase chorando. Sua expressão confirmava a mentira da garota. Aquilo me deixou agoniada e eu tinha vontade de fazer algo.

Não, por favor, fique parada.

Desrespeitando-me levantei, pronta para contrariá-la.

— Volte para a sua turma já, Megan! — Exclamou a educadora.

Para minha sorte fui interrompida e não precisei dizer nada. A loira de olhos castanhos saiu rapidamente pedindo desculpa. Henry que via tudo pegou-me pelo pulso e me posicionou na cadeira novamente. Ao mirá-lo notei que sorria.

— Espero a presença de vocês na peça do dia 12/03, 8h, nessa escola. Desejo também parabéns ao casal. — Finalizou o cantor e foi embora.

O sinal tocou um pouco depois e pudemos ir embora. A minha dupla em algumas matérias foi um dos primeiros a passar pela porta. E quando passava pelo pátio para esperar a condução senti um cheiro estranho. Vinha das minhas vestes. Deduzi então que tinha um pouco de esterco no meio da lama.

Vou ter de lavar mil vezes para ficar limpo.

Ao chegar na parada o homem das íris azuis estava ali.

— Vai falar comigo agora? — Questionou primeiramente.

Quero paz. É pedir muito?

— Que foi?

— Eu não estou com a Megan. – Comentou, o maxilar travado.

Qual a necessidade de me falar isso?

— Diga isso para ela então. — Revidei.

A reação dele foi ficar cabisbaixo e me fitar intensamente depois.

— Por que está tão suja? E com o cabelo molhado?.

— Escorreguei na terra. É só isso que quer saber?.

Aproximou-se mais de mim, encostando perna com perna.

— Sim. — Sussurrou com a voz rouca no meu ouvido.

Ao me lembrar de quem era joguei o arrepio para escanteio.

— Então faça o favor de se afastar. — Esbravejei.

Não mexeu um musculo. Que saco! E Por iniciativa sentei-me mais longe.

— 5 de abril é meu aniversário. — Declarou de repente.

— E? — Fui monossílaba.

— Quero que vá a minha festa no dia. — Convidou. Parecia sincero.

Meu queixo praticamente caiu.

— Além de faltar mais de um mês para isso, é óbvio que eu nunca ia comparecer a uma reunião social de adolescentes do qual só pensam que vida é diversão. Pessoas fúteis, sem perspectiva de futuro e vazias. — Rebati sem dó.

Como tive coragem de dizer algo assim? Nem eu sei.

— Nunca diga nunca. Quem fala isso dos outros é porque na verdade tem esses defeitos. — Argumentou.

Um fã de Justin Bieber? Mas o que mais me abalou foi ter dito essas palavras, foi como levar uma facada.

— Nem me conhece para tirar essa conclusão. — Irada.

— Muito menos você. — Um tom mais baixo, parecia se divertir com a discussão.

— Eu não vou na sua festa, Nagel. Então não me espere. Adeus. — Gritei e entrei no ônibus que já tinha chegado.

— A gentileza ligou e disse que está com saudades. — Revidou em tom alto.

E eu ouvi, claro que sim.

Será que sou fútil e vazia?

Não! O que ele disse foi uma afronta.

Entrei em casa e logo coloquei o uniforme, tentando não pensar no que aconteceu anteriormente. Avisei sobre a costura e ela aceitou minha proposta. Ao chegar o almoço já estava pronto e comi rapidamente.

— Coloque a linha no buraco da agulha e faça um nó. — Começou.

Fiz isso e ela me explicou para realizar o movimento de cima para baixo e o resultado foi uma toalha mal feita. Dona Diná riu e avisou que já eram 13h30. Estava tão entretida que nem olhei a hora. Em pouco tempo o turno acabou.

— Tchau querida, tenha uma boa noite. — Despediu-se a minha chefe de forma amigável.

Tinha uma carta na caixa de correio da minha residência, o que me deixou muito abismada. Não era conta de luz por causa do papel. Era bonita a embalagem. Dentro havia um convite para comparecer a casa do Henry em abril.

E o que me intrigou foi: como ele descobriu meu endereço?


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram?

Peço novamente para mandar a sua opinião, tanto para criticar quanto o contrário, não fico chateado. Já que tem os números de acesso eu sei aproxidamente o número dos que acompanham. E é mais de 1/8 dos que comentaram. Por favor, não sejam timidos. Se quiserem mandar recomendação ficaria feliz também. *-*

A imagem não é minha, desculpa se tiver erro de português.

Beijos.



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