Pare! Não se aproxime escrita por Apiolho


Capítulo 15
15 - Sophie quer um meio-cunhado


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde leitores maravilhosos! *-*

E então chegou a mais de 100 reviews, nunca em um original isso ocorreu. Agradeço a vocês por isso, mesmo. E também a Srta Grimm, Senhorita Foxface, Sparkly Dark Angel, Drama Queen, Ney Gremory, Luh Lerman, hans, gih, Maíza Souza, Le, Rani e Melanie Dixon Winchester por comentar no anterior. Fiquei super feliz porque também bateu um record em um mesmo capítulo de reviews.

Muito obrigada a Vanessa, DudaAm, Srta Grimm e LuhLerman por favoritar a minha fanfic. Adorei demais quando vi.

Espero que gostem, fiz para vocês.



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Capítulo quinze

Sophie quer um meio-cunhado

“Se eu pudesse eu pegava a dor, colocava em um envelope e devolvia ao remetente”

(Mário Quintana)

Despertei com meu rosto inchado e uma dor no corpo por causa da posição em que fiquei ao dormir na cama. Sinistro estava do meu lado e ainda um pouco molhado. Olhei-me no espelho e notei que se encontrava com enormes olheiras e um semblante demasiadamente cansado.

Resumindo: estava igual uma mendiga.

Coloquei um moletom preto, uma calça e o all star amarelo complementavam o look. Fiz um coque desarrumado no cabelo e levei os materiais até a sala, já que a mochila estava na loja de discos sendo costurado pela Dona Diná.

Novamente nenhuma troca de palavras entre minha mãe e eu. Ela ficava o resto do dia na casa do namorado e no trabalho, sendo que só vinha pela manhã para ver se tinha algo meu para assinar. A passos lentos fui para a parada, em poucos minutos entrei no ônibus ao chegar.

Passei pelo pátio com pressa e fui até o meu armário, colocando as apostilas nele e pegando outras. O caderno sempre comigo. Aproveitei que faltava um tempo para o sinal bater e fui para a sala da direção.

– Bom dia Senhor Clemente. – cumprimentei ao entrar.

– Desejo o mesmo Amélia. Por qual motivo veio aqui? – questionou com seriedade.

– A minha mochila rasgou ontem e ainda não consegui arrumar, tem como me arranjar uma para eu usar até que a minha antiga seja concertada? – declarei com vergonha.

Ele então foi até o cômodo e puxou uma bolsa média, com só um reco em cima, rosa e com um desenho de panda nele. Era bonita, se não fosse pela cor e o aspecto infantil dela.

– Não tem outra? – esperançosa.

– Negativo, só há essa que era da minha filha. E não se preocupe em devolver, ela nem a usa mais. – comentou.

– Está bem, pode me dar então. – falei sem vontade.

Peguei o estojo, papéis e entre outros objetos e coloquei na pasta, botando-a nas costas após fechá-la. Sair de maneira discreta e pelos cantos não me fez passar despercebida, pois todos ficaram cochichando ou me insultando, principalmente por conta da nova mochila.

E ao pegá-la para colocar atrás da cadeira notei que o panda estava com um bigode do estilo do Mario Bros a caneta, o que me fez ficar magoada. Quem em sã consciência tem coragem de estragar o desenho de um bicho tão fofo?

Minha cabeça ficou grudada na carteira por conta da tristeza que ainda sentia, e por estar com sono também. Nem olhar o que o professor explicaria nessa hora tinha vontade.

– Bom dia Amy. – cumprimentou o Nagel.

Eu sabia que era ele pelo apelido e a voz rouca. Só que nem respondi, não por causa do cansaço, mas por ainda estar chateada pelo que ocorreu ontem, e para não ser chamada atenção mais uma vez por culpa dele.

– Não vai falar comigo? – insistiu em um tom desesperado.

Nem morta!

Foi em minha direção e começou a me chacoalhar, para depois afagar meu cabelo para que eu mostrasse alguma reação. Resolvi ignorar, mesmo que ele não parasse de me tocar. Ficando ainda na mesma posição de quando entrei na turma.

– Henry, faça o favor de ir para o seu lugar! – berrou o professor de maneira rude.

Então o sossego chegou ao se afastar, dando lugar ao formigamento que senti depois que suas mãos saíram do meu corpo. As aulas passaram lentamente e tortuosa por causa do garoto que não parava de me chamar. Seja batucando o lápis ou mandando bilhetes.

Em um ele escreveu: “conversa comigo! :(

Inflexível sou e assim continuei. Quando a campainha para o intervalo soou tentei sair o mais rápido para que o de olhos azuis não tivesse tempo, contudo, para a minha infelicidade, conseguiu me pegar pelo pulso e me levar para o lugar mais próximo.

Era a sala do zelador.

Aquele que nos encontramos depois de sairmos da sala do diretor ao fazer aquele contrato do mal, fazendo-me ter um péssimo déjà vu passando pela minha mente.

– Não vai dizer mais nada mesmo? – questionou de forma sensual.

O que realmente me deixou assustada.

Sem ouvir algum som sair de minha boca ele encostou os lábios em meu pescoço e mordeu com delicadeza para depois chupar de maneira avida.

Estava tão escuro que só percebi quando o senti sugando essa parte feito um vampiro. O que me faz dar um grito de dor e o empurrar pelo susto. Quando ele caiu no meio dos produtos de limpeza consegui fugir, correndo até o terraço sem olhar para trás.

E fiquei meio tensa ao notar que só o segurança se encontrava lá.

– Aconteceu algo com a Jully? – questionei um pouquinho desesperada.

– Em que sentido? – e riu ao terminar a frase.

– Eu quero saber se o diretor a pegou aqui, é óbvio. – sem paciência.

– Se foi para a sala dele? – de novo.

– É. – praticamente gritei com ele.

– Olha a boca menina. – disse.

– Vai me falar ou não? – esbravejei.

– Eu expliquei que ela estava tentando entrar apenas e o Senhor Clemente deixou passar, mas que dá próxima vez ia aplicar uma advertência. – balbuciou.

– Então por que não está aqui? – perguntei em um tom baixo.

Ouvi passos atrás de mim quando o silêncio veio, e era um andar delicado.

– Está preocupada comigo Amélia? – parecia animada.

Então me virei para ver a morena me fitando com um sorriso no rosto.

– Não, só queria saber se eu tivesse a sorte de não te ver hoje. – respondi em brincadeira, entretanto séria.

Mesmo que tentasse não sabia sorrir direito. E também a minha desconfiança nunca me deixaria ser amigável com alguém, fazendo-me ser quase sempre indiferente.

– Eu farei você mudar de ideia em relação as pessoas... – comentou.

– Se continuar a dar sermão como naquele dia eu vou embora. – ameacei.

– Vou contigo. – revidou de imediato.

Ao escutar essas palavras fui até a porta e a abri, apenas para ter a certeza de que cumpriria o desafio. Ela me seguiu, mas logo consegui escapar. Eu sabia todos os caminhos dessa escola com a palma da minha mão e facilmente conseguia me esconder entre os corredores.

Cheguei na nossa classe que estava vazia e me sentiu, contudo logo uma pessoa entrou e se sentou ao meu lado. Sabia quem era, não tinha como não conhecer esses passos e o perfume costumeiro.

– Mesmo que esteja braba comigo irei fazer o trabalho na sua casa, e espero que me receba. – a voz dura e autoritária.

Tão diferente daquele Henry sorridente.

– Por acaso estava me seguindo? – com ira.

– Não, apenas vim aqui para fugir da Megan. – confessou.

Eu que sou boba de pensar que ele havia ido atrás de mim. E ao olhar mais a fundo notei que em seu braço se encontrava um corte, provavelmente de quando caiu na sala do zelador. Senti um pingo de culpa por conta disso.

Após cessar a minha dúvida eu fiquei estática e olhando para o caderno de maneira concentrada, como se fosse a coisa mais interessante do Mundo. Não trocamos mais nenhuma palavra um com o outro naquele dia.

Na tarde eu continuei a fazer o gorro e respondendo às perguntas da Dona Diná, a maioria sobre o meu parceiro de trabalhoe o colégio. Ao chegar em casa e ir à academia residencial, coloquei um moletom velho cinza* e a parte de baixo era um pijama colado ao corpo.

Ao me olhar no espelho notei um roxo no meu pescoço, era tão enorme que me assustei. Era o conhecido chupão. Aquela marca que as pessoas quando a veem imaginam coisas, do qual geralmente são maliciosas. Eu sabia a origem dele e quem me fez isso.

Sempre ele, Henry Nagel.

Dormi pensando no que faria para esconder e com o Sinistro perto de mim. Na sexta feira nada ocorreu, até porque consegui disfarçar aquela mancha constrangedora e pude ir embora sem ser incomodada pelo castanho. Só a Jully que ficou fazendo perguntas sobre a minha vida.

Sábado, 1 de março, 9h30.

O sol já raiou, a alegria é maior, é um...

Eu desliguei o despertador com toda a fúria que podia ao perceber que horas eram. Quem em sã consciência consegue acordar antes das 11 em um sábado? E ainda desperta feliz? Se alguém for assim me apresenta para eu dar um tapas e fazê-lo mudar de ideia.

Que droga!

O motivo é que além de ficar uma olheira maior que a Rússia, o cabelo fica parecendo um ninho de cobra e o rosto em um aspecto amassado. Tentei dormir mais um pouco, mas a minha porta foi aberta de uma forma rude, tanto que pensei que o FBI tinha invadido a minha casa.

– Acorda que a Sophie já chegou e estamos saindo para viajar. – disse minha querida mãe.

Claro que eu fui irônica ao intitulá-la assim em pensamento. E, sim, ela não foi nada doce.

– Está bem, logo descerei. – disse.

– Agora. – berrou.

Isso me fez levantar rapidamente e sair do quarto como estava, apenas calçando a pantufa de coelho que se encontrava perto da minha cama. Ao me ver a pequena sorriu abertamente em minha direção.

Méli! – chama-me assim.

Sempre alegre e animada, parecendo-se comigo quando pequena. Só que a aparência era diferente. Neste momento despediram-se de nós e partiram de carro.

– Bom dia Sophie. Já fez o seu lanchinho da manhã? – declarei quando se afastaram.

­­­­­­­­­­­­­­- O papai me deu Nescau com bolachinha recheada. – disse em uma voz infantil.

Quando a escutava dava vontade de apertar suas bochechas de tão fofa.

– E o que vai querer de almoço? – questionei enquanto preparava um sanduiche com peito de peru, alface, tomate e ricota.

– Macarrão com carne moída. – declarou de repente.

Era seu prato preferido até então.

– Com bastante queijo? – já sabendo a resposta.

– Sim. – devolveu em felicidade.

Revisava entre comer o “hambúrguer” e cozinhar. Por sorte tinham todos os ingrediente e não precisava ir no mercado comprar. Estando quase tudo pronto iniciei o preparo do suco de laranja. Colocando tudo na mesa depois de finalizar.

– Estava com saudade da sua massa. – disse ao começar a se alimentar.

– Só da minha comida? – declarei em falsa tristeza.

– De você também Méli. – rebateu e foi me abraçar com o rosto sujo de molho.

– Eu também, meu anjo. – sussurrei e continuamos o que fazíamos antes.

Depois ela foi direto para o sofá ver o seu programa preferido.

– Lave o rosto e escove os dentes antes Sophie. – limitei.

Minha meia-irmã era obediente e foi ao banheiro. Já eu aproveitei para ir ao telefone após achar o número do Henry.

– Alô.

– É a Ortiz. – fui direta.

– Sentiu minha falta Amy? – o tom sempre rouco.

– Não, é que eu preciso que traga mais cartazes, porque as figuras eu já tenho. – pedi.

– Está bem. – declarou.

– Até mais tarde. – comentei sem vontade.

– Estou doido para te ver. – confessou aos risos e desligou.

Que palhaço!

Fiz o um bolo de nega maluca para depois começar o trabalho sem ele no meu quarto. A campainha logo tocou e tentei atender, todavia a menor foi mais rápida.

– A Amélia está? – ouvi o castanho começar.

– Sim. – disse.

– Então pode chama-la para mim? – o tom carinhoso.

Eu sei, minha meia-irmã é irresistível.

Méli, um garoto bonito quer falar contigo! – berrou.

Yeah! Sempre foi mais descarada que eu.

Fiquei atrás dela e o olhei de maneira mortal. Não ia falar do chupão porque ela estava aqui, e seria meio vergonhoso tocar nisso na frente de alguém da família.

– O que foi? – questionei.

– Não poderei fazer o trabalho e nem pude trazer os materiais, é que iremos começar o carnaval mais cedo esse ano. – comentou de maneira sem graça.

– Então semana que vem terminamos. – tentei me despedir.

– Ali na mesa é um bolo de chocolate? – parecia esfomeado.

– Sim. – revidei desanimada ao saber o que iria fazer.

Simplesmente entrou sem pedir informação e cortou um pedaço do bolo, para depois colocar em sua boca com vontade. As migalhas novamente espalhando-se por sua face, ficando saciado apenas quando comeu seis deles. Ficou brincando com a minha meia-irmã após sair da mesa. E eu só ouvia as altas gargalhadas dela da cozinha.

Uma buzina soou na frente da minha residência, fazendo-o ficar alerta.

– Tenho de ir. – declarou para a Sophie.

– Fique, por favor. – fez aquele biquinho.

– Desculpe loirinha, mas eu irei para outra cidade hoje. – tentou se explicar.

– Te verei mais tarde? – disse em um suspiro.

– Infelizmente não, porém quando vir novamente aqui eu irei te visitar. – respondeu com um sorriso.

Uma expressão de peste apareceu em seu rosto.

– Por acaso é namorado da Méli para ter aparecido na casa dela em um sábado? – perguntou.

Então ele me mirou intensamente.

– Ainda não, mas só estou esperando ela aceitar. – devolveu com uma piscadela.

– Por que não quer ficar com o Ry? Ele é perfeito. – disparou em minha direção.

Os que estavam dentro do veículo apertaram no volante com impaciência.

– Melhor entrarmos não? – mudei de assunto e a puxei para dentro pelo braço.

Quando fechei a porta a minha meia-irmã ficou me bombardeando sobre um possível relacionamento com ele. Ficava discutindo e afirmando que era o homem da minha vida.

Ninguém merece, uma criança debatendo sobre romance comigo.


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Notas finais do capítulo

* - é o moletom da capa.

E ai? O que acharam?

A imagem não é minha, nem a música do despertador, e desculpe se tiver algum erro de português.

Por favor, mandem-me reviews sobre o que acharam desde capítulo. E quem quiser recomendar que nem as lindas da Ney Gremory, Naty e Paradise fizeram ficarei super, hiper, mega e ultra feliz também.

Beijos e até a próxima.