Pare! Não se aproxime escrita por Apiolho


Capítulo 14
14 - A caixa das lembranças


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde leitores lindos! *-*

Quero agradecer a Rani, Senhorita Foxface, Ney Gremory, Sparkly Dark Angel, Maíza Souza, gih, Drama Queen, LuhLerman, Le, Melanie Dixon Winchester, hans e White (por comentar nesse período), por mandar review no anterior. Mesmo, nunca tive onze em um original, fiquei feliz demais ao ver esse tanto de número. Obrigada gente!

Quero agradecer também a Foxface e a thalyaVieira por favoritar a minha fanfic, demais. Adorei quando vi.

Pelos meus cálculos, se der o mesmo do anterior, vai ter 100 comentários. Então eu quero muito saber quem será o meu centésimo review. E, nossa, fiquei bem animada ainda por saber que é em um capítulo totalmente Henry e Amélia.

É isso, espero que gostem, fiz para vocês.



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Capítulo quatorze

A caixa das lembranças

“Por mais que digamos, as recordações não povoam a nossa solidão. Pelo contrário, aumentam-na.”

(Gustave Flaubert)

– Tem torta de frango aqui? – declarou em animação ao ver o que tinha em cima da mesa.

– E é só minha. – devolvi de maneira emburrada.

Como sempre meu biquinho estava presente em momentos como esse.

– Por favor. – insistiu.

– Não. – fui inflexível.

Ficou me olhando por muito tempo, tentando me convencer do contrário. Sei que a comida da Dona Diná é maravilhosa, tanto que eu não tenho coragem de dividir, porque sabia que iria me arrepender depois.

– Então faz pipoca para mim? – pediu.

– Por quê? – questionei.

– Eu trouxe um filme para vermos. – declarou.

– Está bem, mas não irei assistir contigo. Vou ficar no quarto estudando. – respondi e coloquei o pacote no micro-ondas.

Quando estava indo para o meu quarto. Ele me pegou pelo pulso e me virou rapidamente, fazendo com que eu desse de cara em seu peito musculoso. E quente, muito quente. O choque foi tão grande que me afastei um pouco.

– Por que não comtempla o vídeo junto comigo? – perguntou com aquela voz calma e sussurrada, mas nunca deixando a rouquidão de lado.

Mais que droga! Não tem uma única vez que ele não tenta ser galanteador não? Por que tudo tem de soar como uma cantada ou que tenha duplo sentido?

E neste momento o aparelho apitou de maneira alta, confirmando que a comida estava pronta. Soltei-me quando isso ocorreu, ficando a metros dele antes de tomar a minha decisão.

– Não quero, e vai lá pegar a pipoca antes que esfrie. – declarei.

Peguei a torta de frango quando Henry estava indo na cozinha e corri para o meu cômodo preferido. Tomei um banho rápido e coloquei meu pijama, indo até a escrivaninha mais próxima com os meus materiais. Comi um pedaço do alimento e me ajeitei para ler os capítulos sobre os assuntos que serão passados amanhã.

Então o filme iniciou e pude ouvir “atividade paranormal 4”. Escutar esse título me fez pular da cadeira em animação. O fato é que eu amava filmes de terror, ainda mais um que eu nunca tenha visto. Na maioria das vezes que eu ia na biblioteca da escola pedia emprestado uma obra cinematográfica desse gênero para assistir.

Quando vi já tinha abrido a porta e caminhava até a sala, esquecendo-me até do bolo salgado, para depois colocar apenas a cabeça e observar o que estava ocorrendo. O meu azar foi que o Nagel me notou e deu um sorriso aberto em minha direção.

– Senta aqui Amy. – berrou ao bater no lugar ao seu lado.

E eu o obedeci, mas só porque estava com muita vontade de assistir.

– Fica tão fofinha de pijama, porém essa touca não ficou muito legal em você não. – confessou ao me analisar.

– Cala a boca e presta atenção na TV. – devolvi.

E com isso viramos para a frente e a imagem de uma casa com o horário embaixo decretou o início. No começo eram só vultos, todavia as mortes começaram no meio do filme.

– Sai daí guria! Foge agora, vai, quem mandou ficar parada que nem uma tonta. – berrei para a menina.

O de olhos azuis só ficava rindo da minha reação enquanto eu pouco ligava. E quando o ente apareceu de repente eu tampei os olhos, sendo abraçada pelo garoto. No entanto não me deixava assistir o resto porque seus braços tapavam a minha visão.

– Me solta que eu quero ver o que vai acontecer. – cheguei a rosnar de tão irritada que estava.

Ele simplesmente me largou e pegou o meu chapéu com agilidade, fazendo com que não desse tempo de o parar. Meu cabelo caiu por entre minhas costas, que agora eram mais curtos que o normal. E ficou me mirando com aquela intensidade costumeira e a expressão maliciosa aparecendo mais a cada segundo de silêncio.

– Por que não deixa sempre solto? Fica linda assim. – falou em um tom baixo enquanto aproximava seu rosto do meu.

Eu fiquei tão envergonhada que não percebi sua ação. Ele segurou minha nuca com uma das mãos quando me distrai e colocou seus lábios na minha cabeça, sentindo-o também encostar o nariz nele de maneira delicada. Como se eu fosse quebrar a qualquer instante.

– Tão cheirosa. – confessou em um suspiro.

Colou seu beiço em minha bochecha para depois fazer uma trilha e tentar me beijar. Eu com toda a certeza, depois de me recuperar, o afastei antes que fizesse isso ao segurar sua face com as duas mãos e o empurrar.

Levantei-me ao me soltar e não falei uma palavra sequer, indo em direção a cozinha para colocar a bacia de pipoca na louça. Fiquei tão irritada que nem o filme queria ver mais, entretanto já sabia como seria o final. Olhei para a geladeira e me lembrei rapidamente ao observar o que estava escrito.

“1 de março – Sophie vai ficar aos cuidados de Amélia.”

Como eu fui me esquecer disso? E além do mais ainda tive a coragem de aceitar de fazer o trabalho na residência do Henry. E com toda a certeza teria de desmarcar.

Voltei a sala e o castanho estava parado no mesmo lugar, estático. E então eu fui a passos largos até o sofá e o cutuquei para que prestasse atenção em mim. Ele se virou e sorriu como sempre. Ou ele tem muita paciência comigo ou está aprontando algo por me receber direto desta maneira.

Os créditos passando na tela me fez ficar curiosa.

– Como acabou o filme? – questionei.

E então rebobinou e eu consegui terminar de assistir o vídeo, e confirmei o que imaginava. O fim e o silêncio me fez recordar do porquê de tê-lo chamado.

– Não posso mais ir na sua casa no sábado. – comecei sem graça.

Pareceu me analisar mais um pouco para depois balbuciar alguma coisa.

– Por quê? – questionou.

– Cuidarei da minha irmã nesse dia e seria ruim se ela fosse para outro lugar, e também atrapalharia levar uma criança para lá. – expliquei.

– Entendo, mas já que será aqui que faremos o trabalho aviso que não teremos muito tempo. Então teremos que terminar na outra semana, e dessa vez será na minha. – decretou.

– M-mas... – cortou-me.

Lá vem o Faustão de novo.

– Será assim e ponto. – teimou.

– Eu não quero ir na sua casa. – devolvi com rudeza.

– Não seja egoísta Amy, temos que revezar os locais para estudo. – declarou.

Pensando bem, ele tem razão. Mas meu rosto já esquenta só de ouvir falar sobre ficar na residência de um garota, e ainda mais por saber que talvez eu tenha de conhecer o quarto dele.

– Está com vergonha por quê? Nem se preocupe, nunca faria algo que não queira. – disse em divertimento e riu alto após terminar a frase.

Quando a cena do que poderia acontecer passou em minha mente cheguei a sentir calafrios.

– Eu posso até aceitar, mas nem tente fazer algo comigo, pois eu posso muito bem te deixar no hospital de tão machucado que ficará. – ameacei com ira.

Falei isso porque sei que com pessoa que lutou karatê não se brinca.

– Está bem, já que falou com jeitinho. – ironizou.

– Espere-me que logo volto. – de forma afoita.

E então fui no quarto e peguei o prato que continha a torta pela metade, com ele me seguindo, guardando-a na geladeira e colocando os garfos na louça para lavar. Fiquei por um tempo por lá e percebi um silêncio na casa, o que me deixou um pouco desconfiada.

Caminhei em silêncio pelos cômodos e notei que ele estava em meu quarto observando alguma caixa. Justo aquele que continha os momentos mais felizes da minha vida, do qual nem fazia questão de abrir para não me emocionar e chorar a noite inteira como fazia antigamente.

Era muito ruim ficar relembrando o tempo que passei com meu pai. Principalmente por saber que não estaria mais ao meu lado para me ver crescer ou encontra-lo lendo o jornal ao voltar da escola e me receber de maneira carinhosa.

– Quem te deu permissão para mexer nas minhas coisas? – berrei.

Assustou-se e me mirou com preocupação. Estava com uma foto de quanto eu era pequena, com um laço na cabeça e um sorriso no rosto, enquanto era segurada pela minha mãe.

– Desculpa, o seu armário estava aberto e quando vi o objeto quis saber o que tinha dentro. – devolveu com vergonha.

– Por favor, deixe a caixa na cama e vá embora. – sussurrei enquanto lágrimas corriam pelo meu rosto.

Percebi uma correria no piso e braços me enlaçando de maneira acalentadora. Eu conhecia de quem era esse abraço e esse cheiro, todavia queria ficar sozinha.

– ­Eu mandei você sair. – esbravejei de forma abafada.

– Não chora Amy. – declarou enquanto afagava meu cabelo.

Por um momento eu me deixei levar e praticamente molhei sua blusa, segurando-me com força para não cair por conta do meu desespero. E ao me recuperar e perceber o que estava fazendo empurrei-o sem dó ao encostar minha mão em seu peito, deixando-o do lado de fora. Fechei a entrada rapidamente e a tranquei, escorrendo entre ela até me sentar no chão.

– Deixei-me entrar Amélia. – gritou enquanto batia na porta.

– Henry, eu pedi para sumir! Não quero você aqui. – rebati.

– Eu irei, mas venha amanhã na escola, por favor. – esbravejou.

Percebi que se afastava e quando escutei o acesso da minha residência ser cerrado fui até a sala e notei que o filme não se encontrava mais lá. Peguei minha touca, indo até o quarto para vasculhar os documentos do objeto de madeira após colocar o chapéu na escrivaninha.

O sinistro ficou do meu lado enquanto eu olhava algumas fotos e papéis, fazendo-me derramar grossas lágrimas ao relembrar o que passei. Depois de muito tempo coloquei a caixa no guarda-roupa novamente e fiquei chorando com o ursinho de pelúcia em minhas mãos ao deitar na cama e me cobrir.

E a raiva estava presente também. Raiva do Henry por ter feito com que isso voltasse a tona. Dos instantes em que éramos um família unida e meu pai não tinha morrido e levado o meu antigo eu com ele. Mesmo que eu sempre usasse roupas pretas era feliz, sorria para quase tudo. Contudo agora tudo mudou, restando apenas uma pessoa fria e explosiva em mim.


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam?

A imagem não é minha. Desculpem-me se tiver algum erro de português.

Mandem-me reviews para me dar opinião sobre esse capítulo? Se gostaram, odiaram, sem problemas. E se quiserem enviar uma recomendação para mim como as lindas da Naty, Paradise e Ney Gremory fizeram ficar super, hiper feliz também. *-*

Beijos e até a próxima.