Pare! Não se aproxime escrita por Apiolho


Capítulo 13
13 - O primeiro fora


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde leitores lindos! *-*

Quero muito agradecer, demais, a gih, Ney Gremory, Senhorita Foxface, hans, Sparkly Dark Angel, Drama Queen, Melanie Dixon Winchester e LuhLerman por comentar no anterior, mesmo. Obrigada, tantos aos leitores novos quanto os velhos, fiquei alegre demais com eles.

Quero agradecer também a Miih por favoritar e acompanhar a fanfic. Obrigada, fiquei feliz por isso.

Espero que gostem, fiz para vocês.



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Capítulo treze

O primeiro fora

“Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.”

(Carlos Drummond de Andrade)

Cheguei em casa e tinha um bilhete na geladeira:

Cabeleireiro 26/02 – 18h.

Significa que é hoje o dia que cortaria a minha franja. Fui para o quarto rapidamente e coloquei um uniforme do trabalho, e antes de sair me despedi do Sinistro. Que estava limpinho por eu ter o lavado ontem.

– Hoje quer fazer o que querida? – questionou Dona Diná ao me ver entrando.

– Infelizmente terei de continuar a costurar. – disse em um suspiro.

Até que estava ficando bonito, principalmente por causa das ajudas da minha chefe. E como ia fazer um mais largo em cima, ia demorar mais um pouco. Preferia fazer agora, do que deixar para depois e não dar tempo para terminar.

– Puxe com mais delicadeza Amélia, assim a linha vai arrebentar. – gritou a idosa em desespero.

– O Henry não merece que eu perca meu tempo me dedicando em confeccionar o gorro para dar a ele. – desabafei.

– Mas se está o fazendo que seja bem feito, se não nem o garoto nem vai querer usar. – declarou.

– Ai dele se reclamar do meu presente. – devolvi, continuando a atividade.

Chegou uma e meia rapidamente e eu ainda estava na metade dele, como era um traje complexo, sabia que não ia ser tão rápido para finalizá-lo. Aproveitei para guarda-lo quando começou o turno

Posicionei-me em meu lugar após virar a placa da entrada e alguém já entrou na loja e ficou olhando algum CD, mas eu nem liguei. Só que Dona Diná percebeu a chegada da pessoa e me cutucou.

– Olha quem está ai. – sussurrou atrás de mim.

E ao me virar observei que era o galã de quinta categoria, ou seja, o Nagel. E como de costume, ao notar que o fitava, sorriu para mim de forma maliciosa. Em passos lentos, as mãos nos bolsos da jaqueta, se dirigiu ao balcão.

– Feliz em me ver? – começou, o tom como sempre rouco.

Mas que droga! Será que ele vai vir todo o dia me incomodar no emprego também?

– Por que veio? – revidei sem o responder.

– Te esperar para irmos à sua casa juntos. – na cara-de-pau.

Eu só saio daqui ás 17h30, então pode dar meia volta e arranjar algo para fazer. – devolvi com ira.

Como me arrependo de ter aceitado a proposta do diretor, se soubesse que passaria por tudo isso nem pisaria na sala dele. Preferia ter fugido e ganhar uma advertência depois do que ficar ao lado desse tarado.

– Quero ficar contigo Amy. – disse com um biquinho.

Ele está tirando com a minha cara não é? Só pode.

– Você vai me atrapalhar ficando aqui! – exclamei sem paciência.

– Ele não vai interromper o seu trabalho Amélia, pode deixar. Vem comigo na cozinha que eu faço um bolo para você. Vai querer um pedaço também meu anjo? – disse a minha chefe de maneira doce ao olhar para o guri.

Ah não! É agora que o Henry nunca mais vai querer sair da loja.

– Se sobrar pode trazer para mim sim. – confirmei em uma tentativa falha de sorrir.

O fato é que eu sou apaixonada e muito fã das comidas dela. Já imagino aquela cobertura de chocolate e a massa macia em contato com a minha boca, fazendo praticamente babar só de pensar nisso.

– Dá para você me atender. – berrou uma menina acompanhada de outra, despertando-me.

Nas mãos dela estavam um CD da galinha pintadinha e outro do cantor Reginaldo Rossi.

– Claro. Deu R$19,90. – disse após somar na calculadora.

– Está aqui. – verbalizou a adulta após procurar vinte reais na enorme bolsa.

Vi que a criança ficava olhando de maneira esfomeada e interessada nos doces que estavam nas prateleiras de plástico, do qual se encontravam ao meu lado.

– Vai querer um pirulito? – perguntei com uma voz infantil.

– Não fala isso que ela... – limitou a mulher com a expressão empurrada.

– Mãe! Compra para mim. – praticamente chorou ao segurar na saia dela.

E a careta dela se tornou mais chateada ao ouvir isso. E com toda a certeza eu fiquei um pouco arrependida por ter incentivado a garota.

– Pode pegar, é por conta da casa. – declarei ao colocar o alimento na mão dela.

E quando a mais velha deu um sorrisinho para mim ao irem embora acenei em resposta, já que não conseguia corresponde-la nem se quisesse. As horas passaram rapidamente, porque já eram 15h. Ao virar o rosto percebi que Henry passava pela porta com um prato em mãos e a face cheia de migalhas. O que o deixou, admito, um pouco fofo.

– Esse bolo é divino. – disse enquanto levava um pedaço na boca.

– Vai demorar para me dar a comida? – praticamente berrei.

– Vem pegar. – revidou de maneira risonha.

Sai do balcão agilmente e tentei agarrar o prato, entretanto ele o levou para o alto. Fiquei nas pontas dos pés e estiquei meu braço na tentativa de segurá-lo, todavia por ser alto estava sendo difícil. Nagel vendo a minha proximidade me enlaçou pela cintura com uma mão de maneira bruta para que eu não saísse e encostou seu corpo ao meu.

Olhei para cima e ele parou me mirar com intensidade, como se estivesse admirado. Como já estava um pouco acostumada com os seus toques não me assustei, porém me senti acanhada e irritada por estar tão perto de mim. Sua respiração estava acelerada enquanto me observava, talvez por estar pensando em aprontar algo.

– Posso te... – e então parou do nada.

– Te? – questionei sem pensar.

Amy, eu posso te beijar? – sussurrou no meu ouvido de maneira rouca e calma.

O quê? Eu só posso ter escutado errado. Como assim? Não, não, não!

E então abaixei a cabeça e meu rosto esquentou, querendo me esconder a todo custo. Fugir, sumir e nunca mais ver esse garoto na minha frente. Quem ele pensa que é para perguntar isso tão naturalmente?

– Então? – falou em expectativa.

Fitei-o novamente, apenas para ter a certeza de que sorria para mim de forma galanteadora. A cara que ele fazia era de vitória, como se fosse impossível que alguém desse um fora nele.

– Óbvio que a resposta é não. – aproveitei para pegar o objeto que estava em suas mãos.

Coloquei no balcão rapidamente e comecei a comer o bolo de chocolate de maneira esfomeada. Já Henry estava paralisado e com uma expressão chocada no meio da loja.

– Passo para te buscar ás 17h30. – declarou de forma desaminada enquanto caminhava até a porta.

– Espere, não saia ainda. – gritei.

Notei que seu semblante mudou e ele se virou em poucos segundos, a alegria voltando em seu rosto. Então deu alguns passos até parar na minha frente, para depois pegar na minha mão de maneira delicada. Brincava com os nós de meu dedos antes de abrir a boca.

– Mudou de ideia? – que canalha!

– Nunca, apenas me esqueci de te avisar que tenho cabeleireiro depois, então só voltarei perto das sete para a casa. – devolvi.

Ficou murcho depois disso. E confesso que eu adoro quando fica assim. Tão abatido e parecendo chateado por não ter aceitado sua proposta.

– Então depois eu vou lá. – finalizou e correu até a rua, para depois sair da minha vista.

– Fazendo-se de difícil para conquista-lo Amélia? – questionou Dona Diná, assustando-me.

Aproveitei para fulminá-la por tudo que fez hoje.

– É tão difícil assim de imaginar que eu não o quero? Nem como amigo ou algo a mais? – rebati com fúria.

– E por que não ficar com ele? – quis saber.

– Primeiro porque serei mais uma da sua imensa lista, e segundo porque eu não sinto nada por ele, nem amor, nem empatia, nada! – exclamei.

– Tem que viver mais, daqui a pouco ficará velha e se lamentará por não ter aproveitado mais a juventude. – reclamou.

– Se me arrepender é problema meu. – sussurrei e atendi uma pessoa que entrava para acabar com o assunto.

Em passos de tartaruga o turno acabou e eu fui a pé para o salão de beleza. Era um homem que me atendia, optei em frequentar esse lugar por ser mais barato. Sentei na cadeira e o cabeleireiro me cumprimentou.

– E então? O que vai ser hoje? – a voz fina.

– Quero que corte um pouco a franja. E só tire as pontas do meu cabelo. – respondi.

– Está namorando flor? – parecia curioso.

E nem sei o que esse local tem para haver tanta fofoca soltado nele. Tinha uma já falando que sua amiga tinha traído o marido, que outra tinha uma feito uma tatuagem do ex quando era comprometida com ele e queria saber como tirá-la.

Tenho uma notícia má para dar a essa mulher, ou é muito rica para fazer uma cirurgia cara para removê-la ou morrerá com aquilo grifado na pele.

– Não. – devolvi sem vontade.

– E vai querer fazer umas mechas? – questionou.

– Quero deixar como está. – alterei-me.

– Está bem. - horrorizado com o que eu disse.

E como é de praxe fechei os olhos enquanto ele fazia seu trabalho, só acordando quando me avisou que tinha terminado. Ao me olhar no espelho me assustei. A franja estava certa, mas o cumprimento do meu cabelo estava na metade das costas. Justo eu que queria deixar crescer para doar depois. Só que ao ver o resultado fiquei abalado, porque ficou muito diferente.

Resumindo: estou mais feia ainda assim.

– Gostou? – pediu a minha opinião.

– Adorei. – menti para sair logo dali.

Peguei o dinheiro e o paguei, indo rapidamente até o lado de fora. Entrei no primeiro ônibus que parou e cheguei a minha residência em minutos. Sorte que o Henry não estava lá ainda. Coloquei a touca velha que se encontrava no guarda-roupa e botei em minha cabeça, tapando todo o cabelo e apenas deixando a franja aparecendo.

Não queria que ninguém me visse desse jeito. E eu pensando que não poderia ficar pior, mas depois desse novo visual tinha a certeza que sim. Quando a campainha do portão tocou eu fui até a entrada.

– Sai daqui! – berrei do lado de dentro.

– Por acaso você está pensando em se matar? – questionou em um tom alto.

Que raiva! Sempre achando que sou depressiva.

– Não. Agora vai embora, some. – declarei.

Amélia, ou você aparece para eu saber que não fez nenhuma loucura, ou eu vou ficar berrando aqui na frente até você me atender. – ameaçou.

– Faça o que quiser. – gritei e subi as escadas, indo até meu quarto para me trocar.

E realmente ele cumpriu a promessa, começou a fazer um escândalo e pedrinhas foram jogadas na minha janela. Nada tão bruto que fizesse com que ela quebrasse, mas fazia um barulho que me incomodava. Ao ponto de me fazer abrir a porta e ir em sua direção.

– Se da próxima vez fazer isso novamente, eu te bato até dizer chega. – berrei.

– Então teremos um outro encontro? – questionou de maneira maliciosa.

Ah! Ninguém merece um guri desses.

E eu nem fiz questão de me explicar enquanto caminhávamos pelo jardim.

– Não vai me responder Amy? – insistiu.

– Eu já disse que eu nunca vou sair contigo. Agora entra. – irada e envergonhada ao mesmo tempo.

– Mas você disse que terá uma próxima vez. – teimou.

– Vai entrar ou quer ficar ai fora? – perdi a paciência.

E então, para a minha infelicidade, escolheu a primeira opção.


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram?

A imagem não é minha, desculpem-me se tiver algum erro de português.

Mandem-me reviews? Por favorzinho, não se acanhem. Pode ser falando bem, mal, qualquer opinião sobre a minha fanfic, sem problemas. Quem quiser recomendar também como as queridas da Naty, Paradise e Ney Gremory fizeram ficarei super hiper feliz idem. *-*

Beijos e até a próxima.