The Gamer escrita por M Phantom


Capítulo 8
Capitulo Oito - New game


Notas iniciais do capítulo

Olá!

Demorei mais pq sábado e domingo eu trabalhei o dia inteiro, não dei pra terminar.

Vamos lá, um agradecimento especial a TODAS pelos reviews!! E a SKANE pela linda recomendação!

Olha eu fiz um bônus no final pra quem curte um romance pq ao final eu achei melhor não abusar, pois ficaria um pouco fora do contexto.


Boa leitura e desculpem os erros.



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Vovó não tinha jogado minhas coisas fora, ela simplesmente mandou que levasse pra casa dela e assim que disse a ela que tentaria ela devolveu tudo com um olhar como se eu tivesse prometido que não usaria mais os jogos pra fugir. Mas eu não queria bem voltar a ser a garota esquisita.

–Estou indo pra aula.—Suspirei dando um rodopio pra ela dizer como eu estava, ao invés dos vestidos eu usei um dos meus shorts preto com enfeites de estrela e lua com uma blusa com mangas longas pretas e o dorso branco com a estampada do sinal do batman e um all star de cano longo preto, digamos que eu fiquei legal no meu próprio estilo.

–Boa sorte.—Acenei concordando saindo de casa.

–Obrigada.—disse apenas muito nervosa.

Minha respiração tinha perdido o ritmo quando caminhei rumo ao colégio, tentei apertar a alça da mochila para despertar todo aquele nervosismo ali, porém estava muito difícil, eu nunca tive que encarar a situação daquele jeito, sozinha.

Me senti muito tentada a pegar meu psp dentro da mochila e entrar em um jogo, mas ai seria o mesmo que desistir dessa fase e isso eu não queria fazer, pois seria o mesmo que admitir que Lesley tinha ganhado e ela não ganhou.

Parece até que estava entrando no tapete vermelho pra entrega do Oscar, todo mundo me olhando com espanto como se eu nunca tivesse estudado ali. Ergui o rosto dizendo inúmeras vezes pra mim “Eu não fiz nada de errado não tenho que sentir vergonha”. Mas quando entrei na sala e fui obrigada a encarar aqueles alunos eu meio que travei na porta.

Eu sempre sentei ao lado da Lesley e lá estava uma garota estranha no meu lugar, não que eu quisesse sentar o lado daquela vaca, só que o que eu faço?

–Bom dia Olivia.—Levei um susto vendo Greg atrás de mim, aposto que ele sabia de tudo e não me contou, na verdade todo mundo sabia só eu que não.

–Bom dia.—Falei entrando tendo olhares sendo direcionados a mim, que constrangedor. Mas a pior parte foi quando dei um passo e minha falsa amiga avançou até mim com semblante de quem queria brigar.

–Nem ouse fazer o que está pensando!—Ela rangeu os dentes me dizendo, o que eu estava pensando? Do que ela está falando?

–E dizem que eu sou louca.—Murmurei buscando uma cadeira vaga para me sentar, porém ela não desistiu.

–Olivia eu vou fazer da sua vida um inferno se fizer isso!—Han?!

–Fazer o que??—Perguntei indignada, na verdade eu estava chorosa, ela estava me ameaçando a poucos dias atrás pensei que ela minha melhor amiga, agora estava ali sendo alguém que eu nunca vi.

–Não se faça de sonsa!!—Alguns alunos ficaram em volta, achei que fossem gritar ‘briga’, mas não o fizeram, ainda bem, sedentária do jeito que eu sou apanharia feio.—Você sabe!—A mirei séria, meu Deus ela estava falando do Erick? Ela estava fazendo aquele escândalo todo por ele? Por quê? O que ele tinha de tão especial assim que compensou me enganar por tantos anos?

–Se você gosta tanto dele assim por que está gastando saliva comigo? Olhe pra você! É garota que todo cara aqui quer ter uma coisa e está preocupada com a garota esquisita dos games?—Um ‘uhh’ uníssono se fez e eu engoli seco.—Se você tivesse me dito antes, eu teria feito de tudo pra te ajudar, mas preferiu ser...—Slap!

Isso mesmo levei o maior tapão na cara que chega fiquei assustada com o estalo que fez, nos games eu era show, mas na vida real isso doí pra caralho!

Sabe, eu sei que é ridículo refletir num momento como esse, quando avancei furiosa sobre a cara dela levando socos e puxões de cabelos e dando os mesmos. Mas eu parei pra pensar no instante em que quase arranquei o cabelo loiro falso dela e dava joelhadas em seu estomago levando mãos pesadas sobre o rosto...

A adrenalina espalhada no meu corpo, essa briga estilo Street fighter sem golpes especiais e os urros a nossa volta... Eu nunca senti aquilo, toda aquela emoção de um momento tão curto enquanto minha mão voava com força na cara dela e a dela acertava a minha... Eu poderia dizer até que junto com o gosto de sangue na boca eu...Eu me senti viva.

De um jeito que se você vencer aquela disputa você tem algo real para mostrar, tem um premio verdadeiro para receber, existem coisas reais para se passar por você. Talvez eu tenha ganhado a briga, ainda que garotos tenham nos separado antes que nos matássemos na arena... Eu estranhamente me sentia contente, com a boca sangrando e os cabelos desgrenhados, a face mais vermelha que nem uma pimenta cheia de arranhões...Eu sorria contente na secretaria.... Era meu primeiro chefão que eu verdadeiramente enfrentava com minhas próprias mãos. Eu as olhei orgulhosa pensando: Nada mal pra uma primeira briga.

Cerrei os olhos por alguns instantes enquanto a diretora gritava conosco, eu queria dizer algo como “Missão comprida” ou “A quest foi completada”, mas acho que ela não estava de bom humor. Qual seria o nome do meu jogo? Qual gênero ele deveria ser?

Não fomos expulsas, ao contrário, fomos mandadas de volta pra sala como se nada tivesse acontecido. Arrumei meu cabelo respirando fundo e entrando ali sem arrependimentos por ter enfiado a mão na cara dela e acho que o sentimento era mutuo.

O professor fez sinal negativo com a cabeça acenando para nós sentarmos.

Senti mãos tocarem meus ombros atrás de mim e uma respiração fungar no meu pescoço.

–Senta comigo lá no fundo.—Girei o corpo espantada olhando pro Erick que não parecia feliz, mas eu estava envergonhada e um tanto zangada, já pararam pra pensar que tudo que aconteceu, tudo mesmo é culpa dele? E agora vinha daquele jeito com um ar de repreensão como se eu fosse uma criança fazendo bagunça.

–Claro vamos pro fundo senhor presidente.—Falei apertando os olhos, não sei o que me impulsionou a concordar, ele ou a cara de Game over da Lesley. Sentou numa cadeira atrás de mim.

A aula era de matemática, mas meus problemas que deveria resolver eram outros, queria brigar com o Erick da mesma forma que foi com a Lesley, seria mais fácil. Rasguei um pedaço de papel do meu caderno escrevendo sorrateiramente.

"Nem sonhe que briguei com a Lesley por sua causa"

Escrevi jogando pra ele, que sorriu de lado escrevendo algo.

"Isso nem me passou pela cabeça, mas agora que mencionou...."

Lancei um olhar de desgosto para ele que me devolveu um de galanteador barato.

"Você é um cretino, não acredito que deu essa ideia patética pra minha avó, tirar todos meus games?

Queria que eu te visse ou odiasse?"

Escrevi passando o papel pra ele que mais sério escrever do outro lado e logo jogou pra minha mesa.

"Você não me deu outra alternativa!! E eu não fiz isso só por mim, fiz por você também! Admita que você estava jogando para fugir da realidade!!

Me diz quando isso é bom?"

Dei uma olhada pra ele, parecia sério, amassei o papel, rasgando outro pedaço e escrevendo, tá ele tinha certa razão eu realmente estava fugindo de todo mundo usando os jogos como escudo.

"Podia ter pensado em outro jeito! Pensa só, eu seria sua amiga agora!!"

Entreguei pra ele ouvindo ansiosa o lápis dele rastejar pelo papel, respirei fundo quando ele jogou em cima da minha mesa.

“Eu já disse, tentei de tudo!! Falta seis meses pro final do ano...É nosso ultimo ano u.u Fiquei sem saber o que fazer. Podemos ser amigos agora?”

Engoli seco, ele queria ser meu amigo? Tipo, amigo, amigo? Mesmo depois do que disse pra mim?

"Vai me impedir de jogar?"

Escrevi em outro papel passando pra ele. Não demorou muito ele devolveu.

"Ás vezes"

Disse apenas. Sorri de lado um pouco sem jeito.

"Não sei se quero um amigo assim..."

Passei pra ele e pude o ouvir suspirar escrevendo algo bem rápido e me entregando. Eu mal acreditei no que escreveu, mas meu coração bateu tão forte que achei que fosse explodir.

"Eu tenho um PS4 ¬¬"

Escrevi em outro papel rapidamente muito animada.

"Por isso eu disse AMIGO!

Caras como você são para CASAR!"

Joguei o papel nele sorrindo e ele começou a gargalhar alto como quem tinha ouvido uma piada.

–Desculpa, professor.—Acenou pra ele que nos fitou zangado. Os bilhetinhos pararam ali, pois agora tínhamos a atenção do pessoal e era melhor não causar tumulto.

Durante o resto da aula eu fiquei cogitando quem era ele? Será que tinha recheio de chocolate dentro pra Lesley gostar tanto dele? Eu o acho até um cara legal e até gosto dele, mas jamais chegaria tão longe como a Lesley. Talvez ele seja rico e seja esse o interesse. Se bem que a vizinhança da minha ex amiga não era lá essas coisas, classe média em alguns lugares abaixo disso.

Talvez por isso juntei coragem para ir para meu próximo chefão: Erick Adams.

Com ele eu tenho certeza que não haveria uma disputa braçal, só que a ansiedade e o medo dentro de mim não era tão diferente caso fosse. Quero dizer, eu tinha medo do que ia ouvir.

E lá estava eu o frente ao laboratório de informática, senti como se fosse um daqueles jogos de estratégia de perguntas difíceis cujo se eu não acertasse não conseguiria passar de fase. Existem jogos que depois de você enfrentar um chefão bem complexo e fizer as opções corretas você consegue torna-lo um aliado, foi exatamente isso que me passou pela cabeça ao vê-lo sentado olhando pra mim.

Ele ajeitou os óculos e engoliu seco, não estaria nervoso, estaria?

–O que foi?—Perguntou estranhando o fato de eu me sentar a sua frente o encarando, eu estava escolhendo as perguntas certas.

–Estou me perguntando que classe de personagem você faz parte, me de uma descrição básica!—Um pouco incrédulo com o que eu disse sorriu pensativo.

–Está bem, érrr...Eu sou Erick Adams, tenho dezessete, minhas habilidades são: Gênio da matemática, computadores, atuação e modéstia parte eu tenho facilidade em socialização em massa.—Eu fiquei um pouco confusa. Foi uma descrição realmente básica e ‘socialização em massa’, taí uma habilidade que não vejo muito hoje em dia.

–‘Modéstia aparte’ se chamando de gênio? Modéstia não me parece fazer parte das suas habilidades.—Sorriu mexendo os ombros e eu respirei fundo o fitando séria.—Eu ainda estou perdida nessa historia toda, Lesley, eu, você e ensino fundamental... Lesley fingindo ser minha amiga, você fingindo ser o desconhecido e eu boiando em toda a historia... Não acha que seria mais fácil ter me contado a verdade?

–Você acreditaria? A um mês atrás se eu contasse a você sobre ela acreditaria? Sabe o que eu acho que faria? Que ficaria com raiva de mim a defenderia e voltaria pro mundo da imaginação no qual você encontrou conforto e comodidade! Por isso eu dei a ideia a sua avó, se você não tivesse pra onde fugir....

–Eu já entendi essa parte Erick, não precisa explicar de novo que eu me alienei, mas porra, se você já me conhecia por que eu nunca vi você? E ainda que fosse difícil se aproximar de mim...—Ele suspirou tão pesado colocando as mãos no rosto após tirar os óculos, tive que parar a frase ao meio, pois parecia que não queria ouvir. Teve um silêncio prolongado enquanto se recuperava de sei lá o que ou provavelmente só pensava no que diria.

–Tá legal, eu não tentei o quanto deveria...—Levantou o rosto me encarando.-...Do primeiro ano pra cá eu coloquei na cabeça que não tentaria mais. A Lesley me enchendo o saco dizendo que se me pegasse perto de você iria fazer você acreditar que eu era um tarado violento e toda vez que eu tentava e não conseguia ter uma conversa decente com você... Isso foi ficando muito, mas muito frustrante mesmo e para piorar todo ano, todo ano e todo ano parecia que queriam me torturar colocando você e a Lesley na mesma sala que eu.—Ele fez uma pausa pressionando os dedos nas sobrancelhas com um semblante chateado.—Mas aí... Todo ano eu prometia que mudaria de sala e até cheguei a preenche uma folha de transferência pra outra escola, mas daí acontecia uma coisa bem breve que acabava me fazendo mudar de ideia e eu pensava “Talvez esse ano seja diferente, talvez esse ano eu consiga”...—Engoli seco um tanto quanto confusa.

–Uma coisa? Você é doido? Está me dizendo que a vaca da Lesley te ameaçava e por causa de uma amizade infantil você ficou firme na ideia de me tirar os jogos? Se você disse que tinha decidido desistir no primeiro ano a primeira coisa que tinha que ter feito e mudado de escola mesmo!—Amassou o rosto com a mão e isso me parece tão tolo, eu no lugar dele faria isso.

–Não é tão simples Olivia, tinha mais do que uma amizade infantil no meio disso... É tudo culpa minha por que coragem nunca foi uma das minhas qualidades...—Juntei as sobrancelhas mais confusa ainda.

–Como assim?

–Eu prometi a sua mãe.—Esbugalhei os olhos incrédula.

–Mi... O que?—Ele engoliu seco me fitando sério.

–Um dia a muiiiitttooo tempo atrás... Foi eu e a Lesley fazer um trabalho da terceira série na sua casa... Acho que ela percebeu que, bom eu gostava muito de você e me disse que você tinha dificuldades em fazer amizades por ser um pouco... Diferente.—Minha mãe? Ele a conheceu? Por um segundo a imagem dela me veio a mente, eu sempre resmungava com ela que as garotas não gostavam de ficar perto de mim. Será que foi por isso? Um peso no coração me atingiu querendo me fazer chorar.

–O-o que ela disse?—Sorriu de lado amargurado.

–Ela me fez prometer que não a deixaria sozinha.—Suspirou pigarreando.—O problema, foi que quando eu soube da morte dela, eu... Não sabia que fazer...—Seu timbre suave e baixo apertando as próprias mãos.

Então de repente eu vi a descrição quase que completa dele:

Era uma vez um garotinho que conheceu alguém que falava a mesma língua que ele e se tornaram bons amigos. Com isso sua vizinha e amiga quis também fazer parte do grupo, naquela época a inocência permitiu um consenso ainda que ele preferisse ficar com a nova amiga. Os dois se davam muito bem e um dia a mãe de sua melhor amiga pediu a ele que tomasse conta dela, pois o jeito excêntrico dela nem sempre era bem visto, mesmo sem entender, ele concordou. Mas aí... Esta mulher faleceu de uma hora pra outra, foi tão repentino que se quer deu tempo de se acostumar com a ideia de que ela não estaria ali nunca mais. Sua nova amiga criança demais pra entender a vida e pra não sentir a dor, fugiu...Pra um lugar onde nada disso existia, um lugar onde apesar de ele conhecer não tinha como chegar até lá... Ele pediu ajuda a sua vizinha pra se aproximar dela e sem perceber ela fez tudo ao contrário por um ciúme infantil...Que hoje mais parece uma obsessão.

–Por isso ela nunca falou de você....—Murmurei pra mim mesma.

Lesley tinha medo que eu me lembrasse que eu só a conheci por que ele ia jogar vídeo game lá em casa. O mirei entendendo tudo, ele se sentia culpado por que ouvia as coisas horríveis que Lesley espalhava sobre mim e o mal que ela me fazia sem me aconselhar sair do games. Nada disso teria acontecido se ele tivesse tido coragem pra ir ele mesmo atrás de mim da primeira vez, mas não posso dizer que é sua culpa, o que ele tinha na época? Sete anos?

–Se sentiu obrigado a pelo menos me tirar do enlaço da Lesley, não foi?—Concordou com o semblante tristonho.

–Mas não da forma que está pensando, não é só... Obrigação...—Não se forçou a declarar mais nada sobre isso, por essa razão eu perguntei algo que sempre me incomodou.

–...Ela parecia triste?—Perguntei com um nó na garganta o mirando sem jeito, todos diziam que minha mãe tinha um eterno desgosto pelo meu jeito, mas eu não lembro direito de nada disso.

–Você fala da sua mãe?—Afirmei e ele negou.—Não, na verdade eu lembro claramente do quanto ela frisava a palavra ‘especial’ direcionada a você.—Que droga, está caindo ciscos nos meus olhos. Os tirei rapidamente.

–Então... E agora?—Questionei me perguntando o que deveria acontecer com a gente a seguir. Somos amigos? Colegas? Ou isso quer dizer que finalmente ele está livre da promessa?

–O que? Você não sabe? Essa é a parte mais legal do jogo!—Franzi o cenho notando que ele sorriu brincalhão.

–Não acho que seja o momento pra ativar o eroge do meu jogo.—Gargalhou negando.

–Não era bem isso que eu tinha em mente.... Mas já que mencionou.—Revidou brincando.—Eu quis dizer que essa é a parte legal do jogo, é o inicio do game, você pode ser o que quiser.—Sorri o fitando com desdém.

–Você quis ser o cara dos computadores?

–Meu nível é baixo par ser outra coisa mais superior!—Faz sentido, levantou as sobrancelhas rindo tímido.—Quer fazer parte da minha guilda?—Sorri largo.

–Vai me deixar jogar no seu PS4?—Acenou que sim rindo.

–Tudo bem, mas depois da quarta partida se perder terá que pagar uma punição ao líder da guilda.—Aproximei minha cadeira ansiosa, concordando.

–Okay, mas se o líder perder eu serei a nova líder! Quais são os jogos em questão?

Sabe o que eu pensei durante aquele recreio? Que alguém que fica a tanto tempo guardando uma amizade lá no fundo como algo precioso a ser cuidado, de fato vale o esforço que a Lesley fez. Então você pensa, vocês deram algum amasso? Ohh não, de jeito nenhum, acho que ainda não tenho coragem pra isso ainda mais numa sala de informática, me lembra aqueles hentais sinistros cheios de cabos e eca. Eu tenho que parar de assistir porcaria.

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A porta da entrada de casa se abriu enquanto minha boca estava cheia de cereal e vovó preparava um bolo de baunilha, fiquei surpresa ao ver que o homem a porta era meu pai. Já deu os vinte dias?

–Já voltou?!—Perguntei notando e meu pai me fitou zangado.

–Isso é jeito de.... Quem é ele?—Apontou pro Erick do meu lado comendo cereal comigo.

–Viu?! Agora para de ficar me enchendo por eu não me lembrar de você, papai também não lembra!—Bufei pra ele que sorriu com escarnio com a boca cheia.

–Mãe?!—Questionou minha avó que sorriu indo o abraçar.

–É bom tê-lo de volta querido!

–Será que pode me dizer quem é essa garota e o que fez com a minha filha?—Dei um soco no braço do nerd que ficou rindo.

–E o senhor diz que eu sou maldosa nos comentários!—Me encarou ainda espantado.

–Quando sai você estava presa na matrix, quem te forçou a tomar a pílula vermelha?—Aquele imbecil de óculo tornou a rir.

–Engraçadinho, eu ainda sou uma jogadora assídua se quer saber!—Mirei o tapado do meu lado.—...Só que com um player a mais.—Murmurei sentindo minhas bochechas ficarem vermelhas e os olhos do papai se esbugalharem.

–Ele é seu namorado!?!!?!?!?!—Deixou a mala cair ao chão com tamanha perplexidade, enquanto eu queria enfiar a cara em um buraco.

–Prazer senhor!—Ainda pasmo se aproximou de mim.

–Como?! Quando?!—Mexi os ombros colocando mais cereal na boca.

–Digamos que esse FDP é bom no Tekken...—Respondi de boca cheia o vendo sorrir, embora eu confesse vergonhosamente que facilitei as coisas quando soube punição. Papai mexeu a cabeça como se tivesse tonto.

–Isso é demais pra minha cabeça, vou tomar um banho e dormir depois vocês me esclarecem essa historia.—Caminhou pro próprio quarto.

Vovó nós mirou risonha, ela parecia bem feliz por ter realmente conseguido me tirar do vicio e ainda fazer com que eu deixasse esse estupido sabichão fizesse parte da minha vida.

–O que vão fazer neste sábado?—Nos entreolhamos sorrindo um pro outro.

–Jogar.—Revidamos em uníssono fazendo com que ela fechasse o cenho.

–De novo? Não preferem sair, ir a um shopping ou não sei, ver outras pessoas?—Meu player 2 acenou confirmando.

–Amanhã, vamos a um evento de games que vai ter por essas bandas, mas hoje achamos melhor poupar o dinheiro, vamos tentar zerar algum jogo até o final do dia.—Suspirou tirando o bolo do forno.

–Esses jovens de hoje não sabem como se divertir...—Murmurou ela resmungando e nos entreolhamos novamente ele me jogou uma piscadela e eu girei o rosto envergonhada.—....Bom é melhor eu ir, pois o jogo já vai começar!—Disse animada.

Oh verdade, já que eu superei meu vicio consegui fazer a vovó voltar a assistir os jogos de futebol americano, ela sempre suspirava nos intervalos, mas acho que estava feliz de certa forma.

É estranho ver como minha vida está hoje, bom para começar ela está acontecendo ao invés de só vagando sem razão... Lesley? Às vezes eu a vejo quando vou pra casa do Erick, tenho sempre a impressão que está fazendo macumba contra mim, pois seu olhar é de quem quer matar alguém. Só que confesso que sinto falta da amizade falsa dela, de vez enquando eu fico pensando se haveria um jeito de trazer ela pro lado do bem, a fazer enxergar que o que fez foi errado e ela desencanar do cara dos computadores que mesmo sendo quase insuportável não vou abrir mão de alguém que tem um ps4, fala meu dialeto e tem crises de ciúmes de personagens fictícios. Sem chance.

Só que eu sei que vou ter que enfrentar ela novamente mais a frente por que ela é um chefão estilo equip rocket atrás do Pikachu.

Bem, esse é o problema da vida não é? Não tem um guia pra dizer qual o caminho pra chegar aos finais felizes, você tem que apenas continuar seguindo.

Acho que eu deveria deixar um conselho no final então deixe me ver.... “Pra todo game over sempre haverá um new game”.

Érrr ficou horrível, mas foda-se eu to feliz pra caralho e isso já deve ser suficiente.

#BONUS#

Eu sei, sou uma garota bem maluca e descobri um lado pervertida meu que nem conhecia ou conhecia, mas como toda boa menina de família fingia que não existia. Bem, deixe me esclarecer, no evento amanhã haveria um quis valendo um Xbox 360°, o FDP do Erick já tem um, o que quer dizer que se um de nós dois ganharmos de um jeito ou de outro o console é meu... Porém é um quis bem dificil e já estávamos nos preparando tem uns cinco dias....O problema é que ele é um apelão do caralho e eu pifo na metade do jogo.

–Uhh essa é fácil!—Sentada na cama frente a ele com uma caixinha cheia de papeis dobrados eu tinha pego um e abri para ler a pergunta.—Qual o nome do criador da série Prince of Pérsia?—Ele juntou as sobrancelhas fazendo careta.—Ahh não vai me dizer que não sabe?

–Eu só joguei um deles, como eu vou saber?—Mordi os lábios mostrando a resposta, me safei da primeira.

–Jordan Mechner.—Ele enfiou a mão na caixinha e assim que leu sorriu largo.

–Duvido que você acerte essa, qual o nome do quinto Koopalings de super Mário world?—Girei os olhos, eu zerei mário umas quinze vezes, espere....

–Roy...Roy....Roy Koopa!—Me encarou perplexo sem acreditar que eu tinha acertado.

–Puta mera, como tu sabe disso?—Sorri sem modéstia pra ele.

–Querido... Meu mundo esqueceu? Vivi dentro disso aí por muito tempo, conheço tudo como a palma da minha mão! Agora vai...—Bati palmas acenando pra ele.—.... Sem choro Erick, tire-tire-tire-tire!—Bufou tirando a blusa mostrando aquele corpo bem pouco malhado, mas a barriga dele era tão macia que dava vontade de arrancar, ele possuía varias pintas pelo corpo bem sutis, duas se encontravam paralelas bem acima do umbigo.—...Own deixa eu...—Seu olhar matador me fez parar de falar.—...Você não sabe brincar?

–Me deixe brincar com a sua então!—Sorri largo.

–Pra isso tem que acertar seu apelão!—Fez um bico de quem estava contrariado, provavelmente por que ele não estava acertando muitas da ultimas vez que jogamos.

–Que tal jogarmos um então com perguntas sobre operação de computadores?—Sorri concordando.

–Não seja chato Erick. Vamos continuar e dessa vez vamos até o fim!—Peguei um papel na caixinha enquanto ele ria debochado.

–Até o fim? Quem disse que você consegue? Eu nem tirei o cinto direito ontem e você se enfiou embaixo da coberta nervosa!—Pigarreei fingindo que lia a pergunta com o rosto vermelho.

–Se você fosse 2D isso não teria acontecido.—Mais um vez o olhar de deboche.

–Desculpe não ser um desenho animado, aliás eu não sei como uma garota consegue achar atraente um personagem de desenho.—Estão vendo como ele é um pé no saco? Isso tudo por que ele encontrou meus visual novels eroges estilo que chamo de harém reverso, é tipo um bando de homens só pra uma garota.

–Não dá uma de santinho que aposto que seu pc tá cheio de pornô!—Fez careta negando.

–Vá lá ver sua maníaca, pode procurar, pode levar meu ps4 se encontrar!—Revidou zangado, eita garoto que sabe como estragar um jogo.

–Não pode ficar satisfeito por aquilo ser um game e nenhum deles existir?—Apertou os olhos me encarando mais furioso ainda.

–Você trocou meu nome cinco vezes pelos nomes desses desenhos malditos, o que acha?—Me segurei para não rir.

–Foi sem querer eu juro, vou chamar eles de Erick da próxima vez que eu jogar, prometo!—Ele deu uma risada insana não acreditando no que eu tinha dito.

–Vai me provocando senhorita Olivia que eu me vingo de você.—Toquei a mão dele com expressão de cachorro sem dono.

–Não seria capaz de sequestrar meus bebês de novo seria?—Levantou as sobrancelhas com um sorriso de vilão.

–Quer pagar pra ver sua perva?—Olhei para os lados, esse garoto é perigoso, ele tem uma mente maquiavélica que eu nem sonhava quando topei namorar com ele. Voltei o papelzinho pra caixinha engolindo seco com as mãos um pouco tremula engatinhei até o lado dele que provavelmente pensou que eu iria mima-lo.

–Não, você não é malvado assim...—Beijei de leve sua bochecha notando seu olhar desconfiado.—....Não, não é, só finge que é para esconder seus verdadeiros sentimentos...—Sério eu quase cai na gargalhada quando ele me encarou furioso de novo. Okay okay ele sabe que tirei isso de um jogo.—...Você fica tão bonitinho irritado...—Sorriu malicioso tirando o cinto e eu já voei para trás com as bochechas queimando, ainda não estou pronta para ver um vista tão real de homens nu.—...Erick olha a putaria, nem pense nisso...Ohh minha nossa....—Tapei os olhos apressadamente quando o vi descer a bermuda jeans, apertei meu nariz sentir o cheiro dele aguçava minha imaginação.

–Uhhh tão vulnerável...—O senti sentar atrás de mim passando os braços em torno de mim e me puxar contra ele. Minha respiração quase travou enquanto meu coração batia acelerado, contato intimo rápido demais, eu não estava preparada.

–Ahhhh não faz isso! Eu peço desculpas, me perdoe, eu te amo Erick, nunca mais te provoco sério, mas não faz aquilo... AHHHHHHHH!!—Gritei abafado com as mãos na boca sentindo língua dele deslizar pela minha nuca que me fez arrepiar por completa, eu já sai correndo contra a parede desesperada.—Mamãe ta vendo, mamãe ta vendo, mamãe ta vendo!!—Ele gargalhava tanto que eu podia o ouvir arfar sem conseguir parar.—Vista, eu faço o que você quiser, digo o que você quiser, mas se vista!!!—Eu com toda certeza não estava pronta pra vivenciar os games erogues no momento.

–Como é que você me chama pra jogar strip quis se fica desse jeito?—Controlei minha respiração calmamente o ouvindo questionar.

–É pra ser um jogo divertido não pervertido.—Gargalhou.

–Com strip? Pior que eu nem posso te contestar, você é estranhamente e ironicamente uma pervertida inocente.—Eu só queria ver ele envergonhado enquanto eu ganhava e ele era obrigado a tirar a roupa.—Pronto.—Me virei cautelosamente percebendo que realmente tinha se vestido.

Meu rosto ardia de tanta vergonha, ele ergueu os braços acenando para me aproximar e lá fui eu roçar minhas bochechas nas suas, sentir sua mão esquerda escorregar do meu ombro a cintura me puxando brandamente contra seu corpo e a direita deslizando suavemente até minha nuca guiando meu rosto até tocar seus lábios com os meus, cerrei os olhos com minha frequência cardíaca acelerada permitindo sua língua e de repente parecia que até nos beijos estávamos discutindo para ver quem realmente estava por cima da situação. Segurei seu rosto com as mãos procurando não perder a magnifica sensação de perdurar até que a necessidade de ar batesse á um ponto gritante de ou solta ou morre.

Quando nos separamos ele tirou os óculos nervoso, sempre tive a impressão de que ele odiava usar eles nesses momentos, pois o distraia. E então para não ficar em pé com dor nas costas o enlacei sentando em seu colo de lado voltando aos beijos.

–Se eu fosse 2D não daria pra fazer isso...—Eu sabia que ia interromper o clima com isso.

–O que eu tenho que dizer pra você parar de me amolar com isso?—Questionei com escarnio.

–Você não é a perita em Visual novel? Descobre qual a resposta certa sabichona.

E eu chutei eu te amo, você é mais sexy que eles, prefiro você e nada subiu o love dele... Esse sim é um personagem difícil de conquistar.

Tudo bem, pela expressão contente dele eu vou ter muito tempo pra tentar.


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Notas finais do capítulo

Okay! Primeiro vou colocar novamente os links aki das imagens!

Sorry, não sei o que deu nas outras.

Lesley -- ------> http://tinypic.com/r/211a0xs/8
Olivia (foi a melhor que achei) --------> http://tinypic.com/r/5cymfr/8
Erick -----------> http://tinypic.com/r/2f08290/8


eu ia colocar a do edward, mas achei melhor deixa pra lá!

Enfim, muito obrigada a todas pelos incríveis reviews e por terem acompanhando tão pancientemente a fic. Sei que demorei um bocado nos ultimos, mas vocês sabem, bloqueio, problemas, bloqueio e mais problemas.... Enfim.


Tirei as imagens pra não ter problemas com o nyah, já tenho algumas advertencia, não quero ganhar mais rsrsrsrsrrsrsrs

Muito obrigada e até!