The Gamer escrita por M Phantom


Capítulo 3
Capitulo Três - Tudo por um jogo  


Notas iniciais do capítulo

Argh! To atrasando, mas tudo bem, pelo menos não é tanto.

Obrigada aos reviews, que bom que estão gostando.


Desculpem os erros e boa leitura.



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Quando mais eu pensava que a situação não podia piorar lá vinha minha avó aparecia com mais uma maluquice. Quero dizer, três dias tinham se passado e eu já estava doente pra jogar qualquer coisa, Erick me tomava os celulares que eu conseguia na escola, e agora estava sendo obrigada a assistir cursos de maquiagem, não, por favor, isso já está virando filme de terror!

–Por favor, me lembre de por que tenho mesmo que assistir isso?—Ela me sorriu.

–Você me disse que não sabia se maquiar! Aí está a solução!—Pisquei quase dormindo com a voz daquela mulher passando rímel na outra.

–Ohh perdoe-me devo ter esquecido de mencionar ‘e nem quero saber’ no meio da frase.—Ela me sorriu largo.

–Fiquei sabendo que seus dias na escola foram bem interessante, pessoas te elogiando, quando foi a ultima vez que isso aconteceu?—A mirei seca.

–Todos os dias se quer saber, eu ouvia muitos elogios como “Parabéns você passou de nível” ou “Muito bem, agora você é um mago” e fique sabendo que no harvest moon eu até sou casada!—Ela me fitou não entendendo nada.

–Na minha época as garotas não eram tão estranhas.

–Na sua época as garotas tinham doze filhos por diversão, eu não entendo por que está fazendo isso. Se não gosta do meu estilo vá embora, eu tenho dezessete anos não preciso de babá!

–Ora deixe de ser enjoada, um tempo sem jogar não vai te matar!

–Está me matado, vai, por favor, me dá algum dinheiro pra eu ir pro fliperama!—Negou.

–Não! E vai ficar feliz em saber que conversei com Lesley e ela me contou que hoje tem uma festa e eu disse que você iria!—A fitei perplexa.

–Por que droga eu iria ficar feliz com isso? Pior por que droga acha que eu vou? Já não basta você pagar o Erick pra me vigiar?—Se levantou do sofá com olhar severo.

–Não use esse tom comigo mocinha! E sim você vai, precisa conhecer gente da sua idade e agir como uma pessoa normal e o rapaz é só uma auxilio pro caso de você tentar me passar a perna!—Ela puxou meu braço de leve me fazendo levantar.—Anda anda! Vá tomar outro banho!-Outro?

–Que isso eu tomei banho agorinha! Logo eu estarei ficando sem pele desse jeito!—Minha avó me fitou com desdém.

–Como é exagerada, você tomou depois da escola, já são sete horas! Vá, vá!—Pra uma festa? Eu detesto festas!

–Não quero ir na festa! Já pensou no que acontece lá? Adolescentes bêbados, drogas, garotas ficando gravidas...—Ela sorriu e eu não pude evitar de sorrir também, por que tive a impressão de que quem deveria dizer isso era ela.

–A Lesley vai com você!-Bufei entrando no quarto.

Eu sei o que estão pensando, você vai obedecer as ordens dela? Bom, uma festa seria um ótimo lugar pra usar meu plano, garotos bêbados com o celular dando bobeira e eu jogando em todos eles a noite toda. Perfeito! Em outra ocasião eu jamais aceitaria, me trancaria no quarto e ali passaria o dia e a noite, porém situações desesperadas pedem medidas desesperadas... Eu preciso jogar alguma coisa.

Vesti a única coisa preta que tinha no guarda roupa, um vestido curto preto com bolinhas na parte superior sendo um tanto transparente até o inicio do busto e um cinto branco. Um sapato preto com o bico azul e a vovó meio que me ajudou com o resto por que eu não tinha pleno conhecimento de como ir a uma festa.

–Uhh quando sair de lá com um namorado, não se esqueça de me agradecer!—Fiz careta negando.

–Os caras só se aproximam de mim pra saber da Lesley.—Me olhei no espelho e tá eu confesso que estava bem melhorada, mas isso não quer dizer que prefiro isso do que jogar.

–Isso era antes.—Me virei pra ela a fitando séria.—Por que quer tanto me transformar numa garota lunática pela moda e mídia?—Mexeu os ombros suspirando.

–Você fala de um jeito como se o mundo fosse ruim!

–O mundo é ruim! Quer coisa pior do que ter que ser como todo mundo pra não ser isolada?—Se levantou vindo até mim e ia dizer algo se a companhia não tivesse tocado.

–Ohh sua amiga chegou!—Me empurrou pra porta.

Lesley estava estranha comigo e não era de hoje, parecia distante como se ela e as amigas dela estivessem me evitando ou sei lá. Mas eu não tinha culpa de estar assim, se eu pudesse estava jogando, porém eu não poderia, só que não sei, não esperava essa reação.

A festa era na casa de um dos alunos, ao que tudo parecia, os pais dele viajaram e liberaram um dia para ele festejar. E cá estou eu sentada no sofá analisando alguém que tivesse um celular ou qualquer coisa jogável.

–O que está fazendo?—Perguntou uma voz, era o Edward.—Numa festa sentada no sofá?—Mexi os ombros suspirando.

–Era isso ou assistir a cursos de maquiagem com a minha avó!—Ele deu uma risada como se eu tivesse contado uma piada.

–Sim, mas é uma festa! Devia estar se divertindo!—Sorri com desdém.

–Com música chata e suco batizado? Não é bem minha imagem de diversão!—Ele fez algo bem estranho, sentou do meu lado. Obviamente ele era um cara bem bonito de cabelos pretos, olhos azuis e bem arrumado.

–E qual é sua visão de diversão pra um sábado como esse?—Fiquei pensativa me afastando um pouco.

–Quarto escuro, musica alta, chocolate do lado e jogando algo como Assassin´s creed.—Ele arregalou os olhos sorrindo.

–Puta merda você jogou Assassin´s creed?—A surpresa exagerada me fez sentir como se isso realmente fosse algo espantoso.

–Sim, por que o espanto?—Franziu o cenho divertido tomando um gole da bebida.

–Não são muitas as garotas que gostam desse tipo de coisa.—Se formos pensar pela nossa escola até que tinha razão. Girei os olhos observando que Lesley nos olhava de longe, acenei logo pra ela se aproximar e aproveitar que ele estava ali de bobeira.

–Você trouxe seu smartphone?—Ele estranhou a pergunta, mas fez que sim me entregando, ideia perfeita, eu jogo e minha amiga faz a interação amorosa.

–Não acredito que vai fazer isso!—Acho que ela só disse isso pra mim para poder participar da conversa.

–Acredite, eu vou.—Sorriu pro cara do meu lado dando um cumprimento, mas antes de qualquer outra palavra ser dita o smartphone foi tirado da minha mão sendo jogado no colo do Edward.... Mas não é possível, até aqui!?!—Mas nem aqui você me deixa em paz?—Erick sorriu cumprimentando o Edward e estranhamente ignorando a Lesley.

–Não seja teimosa, está em uma festa e tudo que consegue pensar é usar os outros pra jogar?—Do jeito que ele fala parece tão errado, me levantei ficando de frente pra ele.

–Você não tem uma namorada pra atazanar?—Negou bebendo o suco batizado.

–Está noite não, estou por sua conta.—Se virou indo rumo a outras pessoas e conversando com elas, tenho que procurar alguém longe do campo de vista dele.

De forma bem modesta andei e andei por aquela casa, mas todo mundo parecia ocupado dançando ou bebendo.... Cara eu podia estar upando um personagem agora, mas não, estou procurando um tolo que tenha um celular bacana, meio promiscuo, mas tudo bem. De repente quando estava recostada pensando no que fazer um cara ficou do meu lado sorrindo.

–Ouvi dizer que você gosta de jogos....— Ele estava um pouco bêbado, mas eu sorri largo, essa foi a melhor cantada que eu recebi na noite.

–É, você tem algum jogo?—Apontou pro andar de cima, legal! Tem um vídeo game aqui!

–Vamos brincar lá em cima!—Bati palmas animada subindo com ele e cruzando os dedos, RPG, RPG, RPG, RPG! Aposto que a velha e o chato não esperavam por isso, alguém me convidando jogar.

Entramos em um quarto que estava até arrumado, mas eu não vi nenhum console, comecei a procurar ansiosa nas gavetas, se bem que ali não tinha televisão como é que vamos jogar assim?

–Cadê os consoles....—Mirei o cara estática enquanto ele sorria alegre pra mim.—...Por que está tirando as calças...?!—Ele não respondeu apenas veio pra cima de mim querendo um beijo e no impulso acabei socando a cara dele.—Ficou doido é?!—Se a coisa podia ficar pior? Podia, o cara desmaiou ou eu provavelmente matei ele.—Hey... Você está bem?!—Encostei nele com o pé e ele continuou quieto, o que ele queria afinal? Que eu dormisse com alguém que nem sei o nome? Se ao menos tivesse um vídeo game aqui!

Sentei na cama pensativa vendo algo que não tinha notado antes, um volume nas calças dele no chão, seria o que eu estava pensando? Ele estava desmaiado mesmo. Mexi nos bolsos tirando um celular antigo, mas tinha aquele joguinho de formar trio de bicinhos.

–Te devolvo no final da festa prometo...—Cochichei pro cara desmaiado no chão e andei até a porta, eu vou pra fora da casa assim não tem perigo do senhor perseguidor da minha avó me encontrar. Andei bem sorrateiramente pelo corredor olhando pros lados como um rato com medo do gato.

–Onde pensa que vai!?—Droga. Me virei e ele já notou o celular na minha mão.—Meu Deus você é mesmo viciada nisso.—Murmurou e antes que ele viesse até mim pra pegar puxei o elástico da minha calcinha jogando o celular dentro dela, desse jeito ele não teria coragem de pegar.

–HÁ! Quero ver me tomar agora!—Eu nem precisei me mexer pra aquela porcaria cair pelo canto em cima dos meus pés, se a vovó não tivesse jogado minhas cuecas fora isso não teria acontecido.

–A...—Ele caiu na gargalhada pegando o celular no meu pé, eu estava envergonhada demais pra fazer isso.—Peguei!—Disse em um timbre curtidor.

–Argh! Por que você está ajudando a minha avó?!?! Qual é o problema de eu gostar de jogar?—Perguntei zangada, ele parou de rir me fitando.

–Não tenho nada contra, eu gosto jogar também, o problema é que pra você jogar é mais do que diversão e isso não é bom! Olivia quando foi a ultima vez que foi uma festa?—Sorri empinando o nariz.

–Eu ia a festas a toda semana e também já dei ótimas festas! Sou sempre elogiada por elas.—Ele me fitou seco.

–Jura?! Em qual mundo de the sims?—Eu ia contar, mas ele estava sendo sarcástico, melhor não.

–Qual a graça disso aqui?—acenei ao meu redor.—Se as coisas não forem do meu jeito não tem hack, eu não posso matar monstros na floresta sem ser presa pelos fiscais do meio ambiente, as pessoas não tem opções de respostas prontas e não existe final alternativo, vamos todos pro buraco querendo ou não.—Ele sorriu, estranhei por que eu achei que ele não entenderia o que disse.

–Taí um jeito dramático de ver a vida e bem errôneo.—Ele se aproximou de mim.-... Mas já pensou se você fosse um personagem? Seu nick seria Olivia e o que a personagem Olivia tem feito até agora? Pelo que entendo de games você seria um figurante que só age quando um principal fala com você.—Se fossemos pensar por esse lado.

–Dane-se, me deixa jogar!—Suspirou nervoso.

–Você não aprende? Cadê o dono desse celular?—O que ele iria entregar?

–Ta morto, me dá!—Tentei pegar dele que desviou.

–Como assim morto?

–Ahh ele disse que iria jogar comigo tirou as calças eu bati nele e peguei o celular!—Perplexo ele entrou no quarto vendo o cara no chão.—Se ele pelo menos tivesse um PS3 eu poderia reconsiderar, mas nem isso...—Murmurei fazendo ele rir.

–Está quase se prostituindo por conta de um jogo?—Girei os olhos engolindo seco, de novo esse tom como se eu estivesse fazendo algo errado.

–Beijos não iriam me considerar uma vadia.—Revidei e por que ele estava dando um jeito de colocar o imbecil na cama. Quando conseguiu se sentou nos pés da cama recuperando o folego.

–Não sente vontade de conhecer as pessoas? Sair de vez em quando? Tenho a impressão que sempre se isola.—Neguei sentando ao lado dele.

–Não! Eu tenho meu pai, a Lesley e sento e vinte três amigos no facebook!—Suspirou ajeitando os óculos.

–Você se lembra da sua infância? Costumava ser tão extrovertida, o que aconteceu?—Estranhei a pergunta, como ele sabia disso?

–Eu percebi que vivia em uma ilusão, ninguém era o que dizia ser.—Ele sorriu mexendo os ombros.

–E o que você vive trancada em um quarto?—Franzi o cenho, ele tava me dando uma bronca?

–Você é o cara dos computadores, você também fica preso no artificial.—Ele colocou o celular do lado dele suspirando de novo, tive uma ideia meio maluca.

–Mas eu não estou desespera...—Eu o beijei sem pensar direito esticando vagarosamente minha mão na esperança que ele fechasse os olhos e acabou fazendo isso mesmo.

Quando consegui eu senti um formigamento no estomago o fazendo doer, os lábios dele tinham gosto de uva. Ele abriu os olhos notando meu braço esticado, me afastou, só que eu já estava com o celular na mão.

–Não acredito que me beijou pra jogar...—Esse povo tem tão pouca crença em mim, porém sorri sem graça achei que estava bravo, só que ele me voltou o sorriso.-...Jogue, só que depois tudo vai ficar sem de novo.—Disse se levantando e saindo do quarto.

Eu olhei para o celular na minha mão e sinceramente não consegui jogar, quando eu pensei em beijá-lo era pra ser só com um intuito, agora sentia meu sangue ferver pela primeira vez, eu não acredito que eu fiz isso.

Eu beijei inúmeros garotos em jogos sentindo pseudos-prazeres e só agora tinha caído à ficha que beijei um pela primeira vez na vida real e o sentimento era tão forte que joguei o celular no chão morrendo de vergonha.... Agora sim eu estava perdida, completamente perdida.


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Notas finais do capítulo

Ah fic ficou mai grande do que eu pensava, acho que vou ter que deixar 3 cap pra manhã. D:

Não esqueçam do reviews *_*

Prox: 21:30