o loiro fitou a moça mas já não compreendia, não sentia atração diante das curvas convidativas que a atendente possuía. Não se concentrara mais diante daquele belo corpo escultural, algo dentro dele havia mudado. Castiel observou o olhar do  Dean sob a moça, enrijeceu  os músculos da face, fechou os punhos com tamanha força que foi possível escutar o estralar de cada osso, porém  não conseguiu pronunciar nenhuma palavra diante de tal circunstância, sentia-se débil, impotente.O que o Castiel ainda não descobrira era que este encurtado sentimento que brotou ao ver o olhar de Dean sob a moça era uma  reação complexa a uma ameaça perceptível, comumente sentido dentre seres humanos e tinha um nome; ciúmes.
 Dean pigarreou por um instante, e dirigiu-se em direção ao balcão daquele humilde e aconchegante hotel.

- Por favor gostaria de dois quartos de solteiros.

-Senhor Hector Afranian certo?-Disse a atendente fitando os documentos falsos que Dean despejara em sua mesa.

-Sinto muito senhor, temos apenas um quarto disponível – Dean trocou olhares expressivo com Castiel que possuía as feições irritadas.

- Que seja- redargüiu Dean ao apanhar as chaves que lhe ofereciam. Castiel o acompanhou até a entrada do cômodo, ambos avistaram duas camas de solteiros que se localizavam bem ao centro do pequeno quarto, com lençóis brancos e bem esticados sobre elas, Dean despejou a mala que carregava sobre uma das camas e logo sentou-se. Castiel repetiu o ato mas sem tirar os olhos do loiro até que conseguiu proferir algumas tímidas palavras.
- Dean estive pensando muito sobre voce...- O loiro sabia que humanos ainda eram um equivoco para a mente do anjo por isso a resposta fora impensada.

- È eu imagino como deve estar confuso ainda sobre nós humanos...

Mas Castiel não se referia aos humanos, e sim a um único humano especifico; Dean.
- Não Dean não foi isso que quis dizer – Protestou o  anjo, sentiu o coração badalando descompensado em seus ouvidos,os nervos do loiro lamberam-lhe as palmas das mãos.
- O que esta dizendo?!- Fez a voz árida, fria e sem emoção, o anjo sentiu a frieza na voz do loiro, recuou uns segundos mas então retomou a posição, aspirou fundo, segurou a respiração e cerrando os olhos encostou na guarda da cama- o estrado gemeu sob o colchão.

- Dean quero dizer que estou confuso ainda, mas quando estou com você todas essas duvidas se vão, não sei o que é isto não sei o porque disto, mas tu és o único ser humanos que me faz sentir assim, e eu sei que apesar de não conhecer quero sentir, basta sentir...- Dean pôs as duas mãos diante dos olhos como se não conseguisse concluir a frase.

- Castiel eu... eu não sei sobre o que você esta falando- era possível  sentir o desespero na voz do loiro que já não era tão frígida, seu corpo era tomado por um calor inusitado, via- se diante de Castiel porem não compreendia onde o anjo chegaria, aquelas palavras que Castiel havia dito a uns segundos atrás ecoaram em sua cabeça; “ sentir” “apenas sinta” será que ele era capaz de sentir?” “Será que já havia sentido algo em sua vida?” – Castiel observou emudecido vendo o loiro titubear, sentia o corpo tremer tomados por diversas sensações desconhecidas