Predestined escrita por Clarissa Cullen Potter Mellark, thayanecullen


Capítulo 6
Capítulo 5




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Capítulo 5

PDV 3ª Pessoa

A festa de noivado continuava a todo o vapor. Alice e Renée a tinham planejado muito bem, tinha uma pista de dança onde os convidados dançavam alegres, vários garçons passavam por entre as mesas distribuindo bebidas e aperitivos, quase todos se divertiam na festa.

A única exceção era Jessica Stanley.

Sua mãe, Sarah Stanley, se divertia por ter assuntos para suas fofocas, era a maior fofoqueira da cidade; seu pai, Joseph Stanley, se divertia por ser comum, não tendo nada em comum com a mulher e a filha. Jessica se corroía de inveja de Bella. Na cidade todos achavam Bella a mais bonita da cidade, mesmo com a chegada dos Cullen ela ainda era lembrada como uma das mais bonitas e isso pouco importava para ela, antes de Edward Bella nunca tivera nada amoroso com nenhum rapaz e, por terem sido esnobados por ela, acabavam nos braços de Jessica.

Ela já esperava que Edward se encantasse por Bella assim que a visse, porém não contava que, além dela aceitar o cortejo do rapaz, já houvesse um compromisso entre eles antes mesmo de se conhecerem. Tinha inveja por Bella ser mais bonita que ela, tinha inveja por ela ter o único homem com quem pensou em compromisso.

— Cuidado Jessica! Esse seu olhar assassino pode passar por um espelho e vir direto em sua direção. – disse Angela, debochada. – Eu nunca entendi essa sua inveja de Bella, ela nunca lhe fez nada para que você fizesse isso...

— Imagina, ela sempre foi a garota perfeita, a garota que todos os rapazes queriam sair, levar ao baile, ou a lanchonete ou qualquer que seja, e eu sempre fui a segunda opção. Não é motivo nenhum para desejar estar no lugar dela. – ironizou Jessica.

— Cuidado para não engasgar, senão você morre com o próprio veneno. – disse Angela. – Se você fizer qualquer coisa contra Bella terá que se ver comigo! Ela é minha amiga e sempre foi uma excelente pessoa, se você ousar tentar destruir a felicidade da minha amiga, sofrerá dez vezes mais que ela. Estamos entendidas? – encerrou raivosamente e saiu sem esperar resposta.

Enquanto isso o casal continuava a passar por entre os convidados, cumprimentando-os e recebendo suas congratulações. Quando passaram cerca de uma hora e meia de festa, Edward e Bella foram para o meio do quintal, onde ficava uma pista de dança ainda vazia. Batendo em uma taça, Edward chamou a atenção dos convidados.

— Eu gostaria da atenção de vocês por alguns minutos. – pediu Edward. – Todos sabem o motivo dessa festa e sabem da decisão que foi tomada. Mas eu gostaria de tornar mais oficial, com a presença de minha família – falou apontando os Cullen e os Denali – e da família de Bella. – continuou apontando os pais e avós dela por parte de mãe que tinham vindo de Phoenix – Isabella Marie Swan. Eu prometo amar você todo momento para sempre, você aceita se casar comigo? – falou, se ajoelhando e pegando a mão de Bella. (N/A: Quem assistiu Eclipse sabe que são as mesmas palavras que Edward usou quando pediu Bella em casamento no quarto dele, um dia antes da luta com os recém-criados.)

— Sim. – disse ela, segurando as lágrimas nos olhos.

Edward beijou a mão em que estava o anel de noivado e se levantou, depositando um beijo suave nos lábios. Imediatamente foram aplaudidos pelos convidados, felizes por presenciar um amor tão bonito. A banda voltou a tocar com empolgação, tocando um rock dançante.

Chubby Checker – Let’s Twist Again

— Vem, dança comigo! – chamou Edward com um imenso sorriso no rosto.

— Eu vou morrer de vergonha! – disse Bella, com seu rosto atingindo um intenso tom de vermelho.

— Finge que tem apenas nós dois aqui. – sussurrou ele em seu ouvido. Era impossível não acatar um pedido daquele jeito, por isso deixou-se levar até o meio da pista de dança. Como ele pediu, esqueceu que havia dezenas de pessoas ao redor deles, dançando com Edward como se estivessem sozinhos. Dançou muito, se divertiu e gargalhou com as palhaçadas que ele fazia com ela, sempre lhe arrancando um sorriso. Logo começou uma música lenta, fazendo que dançassem abraçados.

Elvis Presley – Love me tender (N/A: O vídeo da música foi gravado em 1968, mas a música foi lançada em 1956 para um filme com o mesmo nome. A tradução do título é Ame-me com ternura.)

— Sabe, essa música é uma forma de dizer sobre o meu amor. – sussurrou Edward ao pé do ouvido de Bella. – Apesar dela não ser minha vou me apropriar dela como uma declaração de amor pra você.

Bella não disse nada, apenas beijou Edward com delicadeza e voltou com seu rosto para o peito do noivo. Ele começou a cantar a música, baixinho, para que apenas Bella ouvisse. Mesmo que fosse o próprio Elvis cantando a música na festa, nada se compararia a voz suave e rouca de Edward, a voz mais linda que tinha ouvido.

E continuaram se divertindo na festa, logo depois de dançar com Edward, Bella dançou com seu pai (ou pelo menos tentou), com Carlisle, Emmett e Jasper, mas no final voltou com alegria para os braços de seu noivo. Era um momento que ficaria cravado na mente deles pela eternidade.

*****

Na segunda seguinte o dia de todos voltou ao normal, Charlie voltou à delegacia, Carlisle ao hospital e Edward, Bella, Alice, Jasper, Rosalie e Emmett para a escola.

Como o de costume Edward foi buscar Bella para a escola. Agora que tinham muito mais intimidade passaram a ir só os dois no carro, deixando Jasper e Alice em outro carro que Carlisle tinha comprado e Rosalie e Emmett no próprio carro. Chegaram e, como sempre, Edward e Jasper deixaram Bella e Alice na aula de Inglês. De certa forma a vida continuava a mesma, porém um aluno corajoso resolveu mudar essa rotina.

Quando Alice e Bella iam para a aula de Biologia I, dois alunos da turma de Rosalie chamados Eric e Mike resolveram abordá-las enquanto trocavam os livros no armário.

— Bom dia garotas! – disse Mike, se aproximando das duas junto com o Mike.

— Bom dia. – responderam as duas juntas educadamente, mas sem dar muita confiança.

— Nós gostaríamos de saber se vocês duas gostariam de ir à lanchonete depois da aula conosco para, quem sabe, nos conhecermos melhor e talvez algo mais. – convidou Mike sem se tocar, olhando maliciosamente para Bella enquanto Eric olhava Alice.

— É óbvio que não aceitamos Newton, sabe que somos comprometidas. – disse Bella. Ela já conhecia Mike Newton e sua turminha de garotos. Antes dos Cullen era a turma dos mais cobiçados da escola, todos queriam fazer parte do grupo deles, mas depois da chegada da família a situação mudou repentinamente. Ninguém mais se importava com o Newton e seu grupinho, todos queriam ser amigo dos Cullen, o que era completamente ignorado pelos próprios que deixaram apenas Bella e Angela entrarem no seu convívio. Não era a primeira vez que Mike tentava algo com Bella, sempre pedira para sair com ela, mas ela sempre recusava, o que nunca abalava sua esperança pelo fato dela nunca sair com ninguém, o que não era o caso no momento.

— Bella, você é muito nova para se comprometer desse jeito. Um noivado aos quinze anos! Antes de noivar você deveria conhecer mais a vida, conhecer mais pessoas, se aventurar... Se você quiser eu posso ajudá-la nesse ponto. – disse ele, se aproximando e quase a imprensando nos armários.

— Fique longe de mim, Newton! Eu amo meu noivo e não quero nada com você! – vociferou Bella tentando afastá-lo, mas não conseguindo por ser mais fraca que ele. Alice poderia até afastá-lo, mas isso colocaria em risco seu segredo e de sua família.

— E se eu não quiser me afastar de você? – disse ele sem se abalar.

— Eu irei forçá-lo a isso. – disse Edward por detrás do garoto.

— Fique fora disso, Cullen, esse assunto é entre Bella e eu. – disse Mike, ignorando Edward.

— Muito pelo contrário, Newton, esse assunto é entre você e eu. Nunca ouviu falar que é pecado cobiçar a mulher dos outros? – disse Edward ainda mais friamente.

— E o que você vai fazer? Vai fazer com que me expulsem da igreja? – debochou Mike, finalmente se virando para Edward.

— É claro que não, eu acabo com você se você chegar perto da minha noiva de novo. – respondeu Edward no mesmo tom de antes.

— Até parece que eu tenho medo de você. – disse Mike. Virou-se como se fosse sair, esperando que fosse surpreender Edward, e voltou-se com a mão direita fechada em punho para dar um soco no rosto de Edward. Quem se surpreendeu na verdade foi Mike, que mal percebeu quando Edward segurou seu punho e, num movimento rápido, imobilizou seu braço atrás das costas, impossibilitando qualquer movimento sem dor.

— Da próxima vez que tentar qualquer coisa para cima da minha Bella, você sentirá dor muito pior que essa. – disse Edward, torcendo o braço de Mike levemente, usando um milésimo de sua força, porém fazendo-o gemer de dor. – Estamos entendidos?

— Sim! – gemeu Mike.

— E se você ou seus amigos tentarem alguma coisa para cima das minhas irmãs será igualmente ruim, entendido? – continuou Edward.

— Sim! – gemeu de novo.

Edward soltou Mike, jogando-o no chão.

— Espero que não tenhamos essa “conversa” novamente. – disse Edward, se afastando de Mike e indo em direção a Bella e Alice. Quando olhou para sua noiva esperou ver medo ou nervosismo, mas o que encontrou foi tranquilidade e alegria.

— Meu herói veio me salvar. – disse Bella, passando os braços ao redor do pescoço de Edward.

— Não ficou assustada? – perguntou Edward enlaçando os braços ao redor da cintura de Bella.

— Nem um pouco! Fiquei foi feliz vendo você me protegendo daquele jeito... – disse ela, dando beijinhos em seu rosto.

— Eu estou sempre a postos para te proteger, seja de quem for. – disse ele, abaixando o rosto e beijando os lábios de Bella.

E ele com certeza estaria.

Dois meses depois...

Charlie e Renée tiveram que viajar com urgência para Phoenix. Marie, mãe de Renée, teve um ataque cardíaco e estava hospitalizada. Para não perder aula, pediram para os Cullen que ficassem com Bella durante o tempo que ficassem em Phoenix, o que foi aceito por todos da família, principalmente por Edward. Poucas horas depois Bella estava pronta para ir para a casa dos Cullen.

De livre e espontânea vontade, Edward foi buscar Bella em casa. Assim que tocou a campainha Bella abriu. Estava triste pela saúde da avó, mas por outro lado estava feliz por passar aqueles dias na casa dos Cullen, mais especificamente com Edward.

Edward pegou as malas de Bella e se despediu de Charlie e Renée, desejando melhoras para a Sra. Marie. Colocou as malas no porta-malas e abriu a porta do carona para Bella. Assim que entrou no carro pegou Bella para um beijo apaixonado. Por mais que as circunstâncias não fossem as melhores estava feliz por passar praticamente todo o tempo com Bella pelos próximos dias.

Chegaram à casa dos Cullen e deixaram as malas no quarto de Edward, onde Bella dormiria durante o tempo que ficasse na casa dos Cullen. Deixou as malas no quarto e rapidamente pegou Bella no colo, girando-a no ar e se jogando na cama junto com ela, fazendo os dois gargalharem.

— Eu sei que a razão não é a melhor, mas eu estou amando você vir passar esses dias aqui conosco, mais especificamente comigo. – disse Edward, acariciando o rosto de Bella.

— Eu também, apesar das circunstâncias, estou muito feliz de estar aqui com você. – disse Bella, passando as mãos pelos cabelos sedosos de Edward.

— Eu te amo muito. – disse Edward, fechando os olhos e aproveitando o carinho em seus cabelos.

— Eu também te amo muito. – retribuiu Bella, encerrando o espaço entre eles e beijando-o apaixonadamente, que foi prontamente correspondida. E ficaram ali, namorando, durante tempo indeterminado, mas quando tiveram que interromper parecia que o tempo passado juntos foi insuficiente.

A causa da interrupção foi Carlisle, que queria conversar com Bella e comunicou a Edward em pensamento.

Filho, nós precisamos conversar com Bella. Está na hora de lhe explicar a ela nossa história.

Edward suspirou a interrupção e parou de beijar Bella.

— Amor, Carlisle quer conversar com você. – disse ele.

— O que ele quer? – perguntou ela.

— Ele quer lhe contar nossa história. Você quer saber tudo sobre nós?

Bella pensou por um instante. Poderia continuar beijando depois de conversar com Carlisle, afinal, estava muito curiosa para saber da história da sua futura família.

— Quero, afinal, um dia farei parte desta família, não é? – respondeu ela.

— Mais cedo do que você imagina. – disse Edward, feliz, roubando um beijo dela. – Vamos descer antes que meu pai venha nos buscar.

— Ok.

Levantaram-se da cama e foram para a sala de estar da mansão Cullen, encontrando o restante da família. Bella sentou-se no enorme sofá, com Edward sentando-se ao seu lado em seguida.

— Querida, agora que o compromisso entre Edward e você foi concretizado e, no futuro, fará parte desta família, você deverá saber tudo sobre cada um de nós. – começou Carlisle. – A única coisa que você sabe é que somos vampiros e que alguns de nós tem dons, como Edward e Alice, mas ainda tem muito mais ainda para saber.

— O que eu tenho que saber? – perguntou Bella.

— Tudo. – disse Edward. — Vamos começar pela a história dos vampiros. Ninguém sabe onde tudo começou, talvez os Volturi saibam e mantenham segredo, mas ninguém tem certeza, apenas suposições, se surgimos da criação do mundo ou mutação, entre tantas outras.

— Quem são os Volturi? – perguntou Bella.

— São como a realeza entre nós, eles cuidam para que a única lei entre nós, vampiros, seja cumprida. – respondeu Edward.

— Que lei?

— Que nenhum humano deve saber da existência dos vampiros.

Bella rapidamente se deu conta de que ela e os seus pais eram humanos e sabiam da existência dos vampiros.

— Mas eu e meus pais sabemos! O que vai acontecer conosco? – falou Bella desesperada.

— Acalme-se Bella. No seu caso é diferente: você é minha predestinada. Há uma exceção para caso um vampiro encontre uma predestinada humana: ela pode saber de nossa existência, mas apenas por um determinado tempo, depois ela tem que ser transformada. – disse Edward.

— Mas e meus pais? – perguntou ela, se acalmando.

— Eles não correm perigo. Eles só aparecem se souberem que o humano sabe de nossa existência, não tem como eles fiscalizarem. Se, por um acaso, eles descobrirem que seus pais sabem, nós simplesmente fugimos com eles até que desistam. Ou então lutaremos, nunca permitiríamos que seus pais morressem por nossa causa. – tranquilizou Edward.

— Fico mais tranquila, mas não quero que lutem, não quero perder vocês...

— Nós sabemos, minha querida, a chance é muito pequena dos Volturi um dia saberem, eles não sabem da existência de vocês e nem de todos os vampiros que existem. Eles não sabem da existência de Alice e Jasper, imagina de seus pais e você! – disse Carlisle.

— Agora vamos falar da nossa história. – disse Edward. – Fale você, pai, afinal você é o início desta família.

—Sim, meu filho.

“Eu nasci em Londres por volta de 1640, não sei ao exato só sei que foi antes do governo de Cromwell, naquela época não era contado o tempo como é hoje. Meu pai era um pastor anglicano, era um homem intolerante e rígido, minha mãe tinha morrido no parto. Naquela época, seres como nós, vampiros, não eram apenas lendas ou mitos, os humanos sabiam de nossa existência e meu pai caçava vampiros, bruxas, lobisomens, ou quem ele achava que era, na maioria das vezes acabava levando à fogueira pessoas inocentes.

“Quando ficou muito velho, ele me passou o lugar dele de líder. Eu tinha 23 anos.

“No início fui um completo fracasso, não via os ‘demônios’ que ele via nas pessoas. Porém eu era mais inteligente: consegui encontrar um esconderijo de vampiros nos esgotos de Londres. Eu e meu grupo fomos atrás com tochas e armas, dispostos a matar os verdadeiros vampiros, mas nada saiu como o planejado.

“Provavelmente aqueles vampiros estavam muito tempo sem se alimentar, quando percebeu nosso grupo se aproximar correram em nossa direção, sedentos. Foi nisso que fui transformado. Um vampiro me atacou, creio que ele tenha me soltado para se defender de algum ataque.

“A transformação durou cerca de três dias, a dor foi a pior que já senti em toda a minha vida, mas consegui me manter consciente e em silêncio. Percebi no que estava sendo transformado e, por um instinto de sobrevivência involuntário, consegui me arrastar até um porão de uma casa abandonada próxima. Foram os três dias mais longos de toda a minha vida, consegui me manter quieto por entre o mofo e a podridão daquele porão até que finalmente a transformação acabou.

“Acordei em minha nova vida infeliz, sabia que tinha me transformado no demônio que meu pai abominava. Com a minha humanidade ainda intacta, decidi nunca provar sangue humano. Tentei me matar diversas vezes; tentei me afogar, mas eu não precisava respirar; tentei me jogar de precipícios, mas eu era resistente e forte demais e tentei me matar de inanição.

“Eu estava começando a ceder a tentação e, para não correr risco de atacar um humano, me embrenhei no meio da floresta longe das pessoas. Estava resistindo até que, num ato de sobrevivência inconsciente, ataquei um grupo de cervos que passava por perto de onde eu estava. Percebi que tinha como sobreviver sem precisar matar humanos, que eu conseguiria manter minha humanidade.

“Para tentar uma vida nova, decidi sair da Inglaterra e fui até a França a nado, atravessando o Canal da Mancha. Decidi dedicar meu tempo livre com os estudos, estudei artes, música, ciências, mas me encantei realmente pela medicina. Passei por diversos países; França, Espanha, Portugal, Alemanha, mas o país que fiquei mais tempo na Europa foi a Itália. Na cidade de Volterra eu conheci vampiros mais civilizados que os da Inglaterra. Eram os Volturi. Vivi entre eles por algumas décadas, mas sem me abster de meus ideais, até soube de um grupo de vampiros do Alaska que viviam da mesma forma que eu, os Denali como você mesmo conheceu em sua festa de noivado. Os Volturi não tinham respeito pelos humanos ou pela vida deles, mas pelo menos respeitavam as artes. Bem que tentaram fazer com que eu me alimentasse de humanos, mas me mantive firme em meus ideais. Quando a pressão se tornou demais, resolvi tentar o Novo Mundo.

“Peguei um navio e algum tempo depois eu estava aportando em Nova York. Depois de mais de um século como vampiro decidi tentar exercer a medicina e testar meu autocontrole. Nos primeiros anos foi bem complicado, mas com a prática o desejo pelo sangue foi diminuindo consideravelmente ao ponto que hoje o sangue humano não me atrai de forma nenhuma.

“No ano de 1911 eu me mudei para Chicago. Era uma cidade boa para um vampiro como eu: não tinha muitos dias ensolarados e o fato de ser uma grande cidade favorecia uma estadia mais longa. Um ano depois da minha mudança, enquanto eu andava de volta para o meu carro depois de um dia de trabalho, senti um cheiro de sangue fresco. Pensei ser uma pessoa em perigo e que precisasse de ajuda, o que de fato era. Era Edward. Encontrei-o em um beco escuro, sangrando devido a facadas que tinha levado na barriga e no peito. Por sorte estava de noite, peguei Edward nos braços e corri numa velocidade vampírica até minha casa. Tentei conter os sangramentos, mas eles eram demasiadamente extensos, percebi que só tinha uma chance de salvá-lo: transformando-o em vampiro.

“Pesei as consequências desse ato. Ele viveria eternamente, sem envelhecer, sem evoluir. Porém era um desperdício deixá-lo morrer, fora que finalmente eu teria a companhia pelo qual eu havia ansiado por tantos séculos. Mordi seu pescoço, pulsos e tornozelos e esperei até que a transformação cessasse. Obviamente, durante os três dias, ele gritou de desespero pela dor inesperada e pior que a anterior. Tentei lhe dizer no que ele estava se transformando, mas duvido que ele tenha prestado atenção naquele momento.

“Quando a transformação acabou e Edward despertou para sua nova vida, eu lhe expliquei novamente sobre sua nova situação. Ele, no início, se encantou pela força e velocidade. Depois começou a sentir falta dos pais biológicos, foi aí que me questionei se tinha feito a escolha certa. Pelo fato de poder ler pensamentos, ele percebeu meus questionamentos e os afastou, dizendo que era apenas saudade e que me amava como se fosse seu pai de verdade.”

— O que continua sendo verdade até hoje. – continuou Edward. — Dez anos depois da minha transformação, Carlisle encontrou Esme em um necrotério. Depois de uma vida humana breve, mas dolorosa, ele encontrou nela sua predestinada. Ela tinha tentado se matar depois de seu único filho ter morrido de uma infecção pulmonar ainda bebê. Ela tinha fugido do marido, pelos poucos anos que tinham passado casados ele a batia e violentava. Quando se descobriu grávida, criou forças para fugir de casa e criar seu bebê longe daquela tortura que era morar com aquele monstro. Mudou-se para a casa de um primo distante em Milwaukee, em Wisconsin, depois indo para o Oeste para lecionar e sustentar seu filho, indo para em Ashland, Oregon. Quando seu bebê morreu decidiu por fim a sua vida, se jogando de um precipício. No momento que a resgataram pensaram já estar morta e levaram direto para o necrotério.

“Quando Carlisle a encontrou, viu nela sua predestinada e desesperou-se ao perceber que ela estava prestes a morrer. Rapidamente tirou-a de lá, sabia que ninguém se daria conta de um corpo que ninguém reclamaria. Levou-a para nossa casa e a transformou. Eu estava em uma viagem de caça, quando cheguei Carlisle estava ao lado do corpo de Esme, se contorcendo de dor, no meio da sala. Explicou-me porque a tinha transformado e o apoiei, apesar de ter relativamente pouco tempo de vampiro já sabia sobre as predestinadas e tudo que já deveria saber. Fiquei triste por um tempo por causa da solidão, afinal, logo Esme e Carlisle se tornaram um casal e pouco tempo depois se casaram e eu não tinha ninguém com aquela cumplicidade. Mas logo Esme engravidou de Emmett, me deixando mais feliz, pois teria um amigo com quem me distrair. Vampiros só podem ter filhos com suas predestinadas e, ainda assim, é uma gravidez bem diferente. Ela é bem mais breve que a gravidez humana, apenas um mês, o nascimento não é muito diferente, mas prefiro deixar isso para outro momento. O crescimento também era bem diferente, em cerca de seis anos o vampiro chega à maturidade. Logo parecíamos uma família feliz, um casal com dois filhos homens, o que de fato éramos. Uma vantagem era poder determinar quando iria engravidar, Esme decidiu esperar mais um tempo para ter mais um filho, querendo curtir Emmett plenamente.

“Emmett e eu sempre fomos melhores amigos. Aprontávamos juntos, tínhamos nossas aventuras juntos, foi uma fase muito divertida. Mas logo Emmett encontrou Rosalie, apenas dois anos depois da sua maturidade. Transformou-a e também rapidamente se tornaram um casal. Diferente de Esme e Carlisle, eles decidiram adiar a gravidez, aproveitando as primeiras décadas de casamento. Logo fiquei sozinho em minhas aventuras.

“Não larguei minhas saídas e aventuras, porém fiquei mais depressivo. Eu queria sentir o que os casais da minha família também sentiam, por isso tentava distrair minhas frustrações nos braços de outras mulheres.

“No início da década de 1940 mais um casal entrou por adoção a família: Alice e Jasper.

“Em vez de me deixar ainda mais depressivo, me deu mais esperança quando soube do dom de Alice, que assim que me conheceu se comprometeu a me ajudar a encontrar minha predestinada, ou seja, você. Cinco anos depois ela previu seu nascimento, me fazendo largar meu antigo estilo de vida e dedicar-me por completo a você.

“A história de Alice é um completo enigma, nem ela mesma sabe. Ela não se lembra de nada de sua vida humana, quando acordou como vampira sabia apenas que seu nome era Mary Alice e nada mais, se não fosse por seu dom acredito que teria se tornado uma completa selvagem. Sabe que foi transformada mais ou menos na mesma época que eu.

“Com a ajuda de seu dom ela encontrou Jasper e uma forma de viver sem matar humanos, prevendo que faria parte de nossa família no futuro.

“Já Jasper é o segundo vampiro mais velho da família, ele foi transformado durante a Guerra Civil no século XIX. Ele era um major do exército confederado que atuava no Texas. Estava em Galveston, sua missão era tirar as mulheres, crianças e idosos da cidade, quando encontrou um grupo de três mulheres, muito diferentes de qualquer uma que tenha visto. Eram de uma beleza inumana. Se chamava Maria, Lucy e Nettie.

“Foi transformado por Maria, que estava formando um exército para dominar cidades. Seu exército lutava contra outros exércitos de vampiros e, depois da entrada de Jasper, eles começaram a vencer todas as batalhas. O dom de Jasper os ajudava demais, seu poder de controlar as emoções fazia com que vampiros recém-criados loucos e ensandecidos ficassem controlados e obedientes. Venciam e tinham um baixíssimo número de baixas.

“Com o tempo Jasper começou a criar consciência dos humanos que matava, se sentia mal por sentir o que eles sentiam quando estavam sendo mortos. Quando já não aguentava mais fugiu, saiu do exército que comandava com Maria e foi viver com alguns amigos que tinham fugido do exército quando estavam para serem mortos por serem velhos e não terem mais a força de recém-criado. Viveu com eles por alguns anos e depois resolveu seguir sozinho.

“Em 1930 estava andando por Philadelphia, entrou em um bar apenas para fugir da chuva e deu de cara com a vampira mais diferente que já tinha encontrado.”

— Alice estava sentada em um banco junto ao balcão, mexendo a perna ansiosamente. – disse Jasper, explicando o primeiro encontro dele com Alice. – Ela se levantou e veio em minha direção, me deixando chocado, eu não sabia o que ela queria. Quando ficou próxima de mim simplesmente disse...

— “Você me deixou esperando por muito tempo.” – completou Alice. – E, como um bom cavalheiro do Sul, você abaixou a cabeça e me respondeu...

— “Sinto muito, senhorita.” – completou Jasper. – Ela estendeu sua mão e pegou a minha e, pela primeira vez em quase um século eu senti esperança.

— E aqui estamos nós, contando nossa história para você, contando a história de sua futura família. – disse Edward, acariciando suavemente o rosto de Bella.

— Eu fico feliz em saber que vocês confiam em mim a ponto de contar tudo sobre vocês. Eu espero nunca desapontá-los e farei de tudo para que a confiança que vocês tem em mim nunca vacile. – disse Bella, emocionada pela prova de confiança deles para com ela.

— Temos certeza que sim, minha querida. – disse Carlisle, acariciando a mão de Bella.

Ficaram mais alguns minutos conversando na sala e, quando se deram conta que era muito tarde para Bella estar acordada, Edward a levou para seu quarto. Bella dormiu nos braços de Edward, como em todas as noites desde o primeiro encontro em Port Angeles. Nada poderia estar melhor.


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