The Way You Look Tonight escrita por Clarisse Hugh


Capítulo 5
No meu próprio labirinto...


Notas iniciais do capítulo

Olá, jujubinhas queridas! Desculpem a demora, maaaaaas: Hoje temos narração de nosso lindo deus dos mares! *---* Foi um desafio pra mim, porém eu gostei do resultado! E vocês? ;)



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Que lugar diferente! Onde estou? Ah, sim, é um sonho. Sendo assim: Era uma vez...

O que é isso, Poseidon? Pirou de vez? Está sonhando com histórias infantis?!

Se bem que algumas são mesmo bem legais...

Ah! O que eu faço comigo mesmo? Acho que preciso de acompanhamento psicológico! Minha “falta” de infância ainda vai ser o meu fim...

Hum... Isso me lembra que vai ter maratona de Bob Esponja amanhã e...

Cala a boca! Ei, espera, o que é isso? – um farfalhar de folhas despertou-me da minha discussão interior.

Isso o quê?

Um barulho.

– Poseidon! Poseidon! Hi hi hi hi

Olhei em volta buscando a origem do som, sem resultado. Só havia mato! Árvores enormes, gramíneas, musgos e líquens cobriam toda a extensão do local. Era tanto verde que mal podia distinguir onde estava.

– Poseidon! Olhe, veja só, Poseidon!

Lá estava, outra vez, o mesmo barulho. Por que essa vozinha está me chamando?

– Quem é você? – resolvi perguntar.

– Oh, pobre Poseidon! É tão óbvio e claro! Por que não enxerga? Acaso não quer ver? Teme descobrir?

– Que motivo eu teria para ter medo de você?

– De mim não! Hi hi hi

– De quem então? – aquilo se tornava cada vez mais estranho.

– Não de “quem”, mas de “que”, tolinho... Teme que seja ela! Mas é ela! Sempre foi ela! Está escrito! Hi hi hi

– Ela? Quem é ela? – indaguei mais confuso do que nunca - Estou perdido!

– Sim, mas logo se achará... – e com essa última frase extinguiu-se o som, só havia o silêncio e o peso de suas palavras incompreensíveis ecoando em minha mente.

Subitamente fez-se um clarão e eu já não estava naquele bosque esquisito.

A minha frente o Sol, imponente, exibia seus belos raios de luz clara. Compridos e ondulados, estendiam-se em cachos tão loiros que davam a inexplicável sensação de que seriam macios ao toque. Não pude conter minha curiosidade infantil e estendi os dedos, sem pensar em mais nada, somente para descobrir que aquilo era, na verdade... Cabelo?!

Abri os olhos, perplexo, e rapidamente os fechei devido a claridade das janelas abertas. Pisquei mais algumas vezes até me acostumar e fitar o travesseiro vazio ao meu lado. Respirei fundo e cocei os olhos, bocejando. Me levantei e caminhei lentamente para o banheiro, com os trôpegos passos de quem acaba de acordar. Ou talvez seja por conta desse sonho sem noção que eu tive... Coisa mais maluca! Embora aquele cabelo me seja um tanto familiar...

Joguei um pouco de água no rosto para afastar aquelas ideias loucas e encarei meu reflexo no espelho. Ergui uma sobrancelha para mim mesmo ao notar a confusão em que se encontrava meu cabelo. Passei a mão por entre os fios negros, bagunçando-os ainda mais, sorrindo satisfeito e não evitando uma sonora gargalhada. A Senhorita Perfeição deve abominar meu estilo, deve ser por isso mesmo que eu faço questão de continuar desse jeito... Mas espera aí, como foi que ela surgiu no assunto mesmo? Ah, dane-se, não importa. Acho que a convivência com ela vai acabar afetando minha linha de raciocínio...

Escolhi uma camiseta azul limpa e meu jeans favorito, já um tanto surrado, para vestir e sai do quarto assobiando uma melodia qualquer, girando a chave de meu carro nos dedos, em direção ao café-da-manhã e ao primeiro dia de trabalho com Atena.

Andando pelos corredores pude facilmente notar a grande quantidade de ninfas que suspirava por mim. É, esse ano provavelmente todos os ingressos do show serão vendidos... – conclui mentalmente, divertido. Por falar nisso, hoje terei que passar um dia inteiro com a loirinha. Ela vai estar a ponto de me matar se eu continuar com as piadinhas... Há há, esse dia vai ser ótimo!

Adentrei no salão das refeições e deparei-me com Ares e Apolo conversando enquanto terminavam de comer seu desjejum.

– Hey, caras!

– Olha quem chegou, Ares! Como se sente, Tio? Tendo que trabalhar com sua sobrinha favorita... Há há há

– Afrodite me contou ontem que até saia faísca do olhar de um para o outro, só que, segundo ela, não era exatamente de ódio, se é que me entende... – comentou o deus da guerra, quase fazendo o irmão engasgar de tanto rir.

– Vão se ferrar! – tentei mostrar raiva embora exibisse meu típico sorriso de canto – No dia em que eu me apaixonar pela deusa da sabedoria podem me internar, porque eu só poderei estar louco!

Eles se entreolharam e levantaram-se, ao mesmo tempo, segurando-me pelos braços e fingindo arrastar-me porta afora. Esperneei rindo:

– Ei! O que é isso?!

– Vamos te internar, ué! Você quem mandou...

– Seus idiotas!

– Ih! Olha quem vem lá! Venha, Apolo. Vamos deixar os pombinhos sozinhos...

Saíram, assim, simplesmente, como se nada tivesse acontecido. Não restou-me nada, além dar de ombros e, claro, pegar um grande pedaço do bolo de chocolate, afinal, eu estava com fome. Eu e Atena, um casal? Faz-me rir! Mesmo sem olhar, fui capaz de ouvir a porta se abrindo, com um suave rangido.

– Okay. Não sei o que me surpreende mais, se é você já estar acordado ou se é ter feito isso antes de mim.

– Eu sou cheio de surpresas, se convivesse mais comigo saberia disso... – calmamente adocei meu café, ainda sem olhá-la.

– Talvez seja por isso que eu não o faça. Não sou muito fã de coisas inesperadas. Embora hoje tenha sido algo bom, assim podemos começar logo.

Virei-me pronto para dar uma resposta mordaz, porém minha boca estancou na mesma hora, as palavras entalaram na garganta e se perderam em meu cérebro. Ao vê-la contra a luz dos raios solares matinais, trajando um florido vestido fluido até os pés, calçados com sandálias leves e, acredito que pela primeira vez, sem exibir uma pose superior. Seja por ser manhã ou pela perplexidade de logo haver me encontrado, naquele momento ela nada mais era que uma bela mulher. Como eu nunca percebi isso? Devia estar muito ocupado discutindo com ela para notar... – Dei um longo suspiro mentalmente diante minha estupidez.

– Er, Poseidon? Será que se importa de parar de me encarar, estou ficando constrangida...

Hesitante ela se aproximou da mesa e pegou um iogurte.

– Então – tentei quebrar o gelo e o clima um tanto pesado que se instalara, talvez por ambos não fazermos ideia de onde começar – estive pensando em irmos para aquelas lojas bem grandes que tem aqui perto, mais ou menos à uns quatro quarteirões. Não é possível que não encontremos nada lá, não é mesmo senhorita saudável?

– Por quê? – fez uma expressão um tanto confusa até finalmente perceber meu enorme pedaço de bolo em oposição a seu singelo Danone – Que culpa tenho eu se você não dá a mínima para uma boa alimentação? Típico... Mas enfim, por mim tudo certo, só preciso pegar minha bolsa e meu caderninho de anotações.

– Estarei te esperando em frente ao elevador, doçura. – informei dando uma piscadela enquanto me levantava e jogava o guardanapo no lixo.

Já estava um tanto longe para ter certeza, mas posso jurar que, ao revirar os olhos, ela estava sorrindo.


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Notas finais do capítulo

Ai ai, ele é apaixonante.... Quem me dá um de presente? ;) rs
Beijos açucarados e até o próximo!



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