My Dream escrita por Susan Salvatore


Capítulo 9
Conspirações


Notas iniciais do capítulo

Oe, leitores! Primeiro, tenho que agradecer a incrível sugestão da Gabioliveh. Sem isso, o capítulo não estaria nem pronto. Obrigada mais uma vez *-*



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Hayley observava com tédio – e uma ponta inadmissível de ciúmes – enquanto a bela e loira garota a sua frente tagarelava sobre Elijah. Tudo bem, era a irmã dele. Mas o falatório constante dele só lhe mostrava o quanto não conhecia aquele homem. Por acaso sabia que o hobby preferido dele era tocar piano? Ou que ele mantinha uma preferência quase secreta por licor de cereja? Ou ainda que, aos 15 anos, ele adquirira uma cicatriz no joelho que lembrava vagamente a letra W? Não, Hayley não sabia de nada disso.

Não sabia se gostava ou não da mulher a sua frente. Embora simpática, havia algo nela de subliminar, como se todos os seus movimentos visassem determinada reação de quem os via. Quando sorria, os olhos de Rebekah escaneavam quase freneticamente a expressão que quem via o tal sorriso esboçava. Ela está procurando algo, determinou a morena. Uma brecha? Uma reação indevida?

– Então... Você está grávida – disse Rebekah, testando um novo terreno. Observou com prazer os olhos da outra moça estreitarem-se.

– Evidentemente. Infelizmente.

– Oh, está aí alguém feliz por ser mãe. Como aquele perturbado egocêntrico está reagindo a isso?

– Perturbadoramente.

– Você não se deixa ler muito fácil, não é?

– Por que quer me ler? – perguntou Hayley, decididamente desconfiada. Teorias conspiratórias começaram a surgir em sua cabeça. E se ela estivesse ali para fazê-la dizer algo impróprio sobre Klaus? Ou pior, tentar descobrir o que havia entre ela e Elijah.

Suspirou fundo. Não havia nada entre ela e Elijah. Algo que mal começara tivera seu fim absoluto. Mais uma vez, alguém desistira dela. Não era assim tão surpreendente, era?

– Quero saber o que há de tão intrigante em você que foi capaz de atrair alguém como meu irmão – respondeu a loira.

Não era nada saudável que o coração de Hayley quase parasse ao perceber o duplo sentido da frase.

– Um desafio. Meu irmão com certeza nunca encontrou alguém tão teimosa – disse Elijah, entrando na sala. Não queria pensar que falava por si mesmo.

– Irmão! Vamos, me ajude. Quem sabe você consegue fazê-la falar um pouco.

– Só se me torturar. O que, se ele disser mais uma palavra, realmente vai acontecer – disse a impaciente Hayley. A dor da rejeição ainda latejava. Saiu da sala.

– O que você fez a ela? – perguntou Rebekah, achando que sua visita àquela casa iria ser extremamente divertida. Nada atrai mais a bela Mikaelson do que confusões.

– Eu existo – disse Elijah com um suspiro doloroso.

Essa resposta só a deixou mais curiosa. Se havia algo acontecendo ali, tinha de descobrir.

...

Recostando-se no confortável assento do avião, Klaus solicitou que a tela plana fosse ligada. Vagou por canais desinteressantes até achar uma coisa curiosa. Seu principal concorrente, o “adorável” Marcel, dava uma entrevista.

“Quando encontrei essa garota soube na hora que era meu destino. Por que não compartilhar, se tenho tanto? Hoje, ela é a pessoa que mais amo no mundo. Então pensei: e se eu fizesse isso com todos os meninos e meninas abandonados de Luisiana? E se eu lhes desse um lar, felicidade e segurança? Talvez eu possa salvar todos de um destino tão terrível quanto o que quase aconteceu comigo.”

Depois disso, é claro, seus eleitores deliraram. Marcel conquistara boa parte de seu território apenas contando seu passado triste de órfão. E, como o problema de pessoas sem lares era o que mais afligia New Orleans, cada dia mais conquistara novos eleitores. Klaus socou o braço do assento.

Essa atitude afável e doméstica seria um problema para ele. Convencer as pessoas de sua boa vontade e determinação não fora difícil. Mas como criar algo à altura da estratégia de Marcel?

A resposta veio quase instantaneamente. Um bebê realmente dava novos ares à uma campanha eleitoral.

Quase um minuto depois, a moça atendeu.

– O que diabos você quer? – exultou Hayley, furiosa só pela possibilidade dele atormentá-la novamente.

– Um trato, minha querida.

...

Ela observava os ponteiros do relógio avançarem com apreensão. A qualquer momento, ele estaria lá. Não pela primeira vez, perguntou-se que impulso absurdo levara-a a concordar com aquela visita. Não era Klaus o motivo de seus pesadelos?

O restaurante chique demais e lotado demais começara a dar-lhe nos nervos. Antes, a ideia de visitar o local gastronômico mais respeitado da cidade lhe dava euforia. Agora, sentada em frente a um copo de água, sentia-se enjoada.

– Desculpe a demora, querida – disse uma voz cheia de sotaque atrás dela. A mão pesada pousou sobre seus ombros.

– Ah, oi.

– Está deslumbrante – disse ele, sincero. Tentou colocar o máximo de charme possível na voz.

– Você não me conquistou da primeira vez me elogiando. Não vai ser agora que vai conseguir.

– Isso é o que a torna tão atraente.

– Pare de enrolar. Você falou de um trato. O que necessita tanto que o fez ser agradável comigo?

– Peço desculpas pelo meu comportamento, amor. Tenho alguns problemas com paternidade. Mas estou disposto a recompensá-la infinitamente se me der o seu perdão. Quer beber alguma coisa?

Hayley não acreditou em uma palavra que ele disse. Mas, afinal, Klaus era poderoso. Talvez ela pudesse obter alguma vantagem, afinal.

– Licor de cereja – disse, ignorando o motivo de sua súbita inspiração. Só esperava que as pequenas doses semanais não fizessem um mal sério ao bebê. - Estou ouvindo.

– Diga-me o que mais deseja e será seu. Tudo isso pelo seu perdão. Quem sabe possamos ser amigos? Só me diga o que mais almeja.

– Eu quero isso – disse, gesticulando amplamente para o restaurante – Quero ser reconhecida na área gastronômica. Quero o melhor que há. Quero começar do melhor jeito possível.

– Só isso? – disse Klaus, sorrindo. Aquela era uma mulher fácil de se negociar. Não pensava grande – Será seu assim que nosso filho nascer.

Nosso filho?!

– Adquiriu sentimentos agora, é?

– Sempre os tive. Posso lhe mostrar os melhores, se permitir.

– Sei. O que quer em troca?

– Só um favor; que sejamos uma família.

– O quê? – falou a moça, um pouco alto demais. A ideia de compartilhar laços familiares com aquele homem quase a enchia de repulsa. Deu um gole em sua bebida com desconfiança.

– Tudo bem, falemos em termos claros. Percebi que todo mundo confia mais num pai do que num homem solteiro. Seria ótimo pra minha campanha ter um filho e uma mulher respeitável ao meu lado.

– Então, está me pedindo para fingir ser sua adorável esposa? Sério mesmo?

– Não necessariamente uma esposa – disse, tentando controlar o desprezo na voz – Só a mulher que eu amo.

– E eles são tão estúpidos de acreditar nisso?

– Para nossa sorte, sim.

Ela pensou. Sem dúvida, ele era um indiscutível filho da puta. Mas também era pai de seu bebê. Talvez agora, com um convívio mais saudável, ela de algum modo pudesse fazer parte da vida da criança posteriormente.

Havia a questão de seu futuro também. Prometera a si mesma que conquistaria tudo com as próprias mãos; porém, os anos não a tornavam mais nova. Aquele era um ramo disputado. Ter uma boa recomendação era essencial. Começar sendo a dona de um lugar como o que estava a faria muito poderosa.

Fez menção de se levantar.

– Agradeço pela bebida. Tenha uma boa noite.

– Espere! Não vai me responder? – disse Klaus, irritado. Aquela menina... Parecia ter prazer em desobedecer-lhe.

– Eu não votaria em você, mas aceito.

Inevitavelmente, ele sorriu. Era perfeitamente capaz de manter dois planos funcionando perfeitamente bem. Mas a maior recompensa seria ver a cara de Elijah quando descobrisse. Olhou para o copo a sua frente – não deixou de notar a escolha da moça.


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