– Sabe você realmente precisa parar de fugir de mim.

A voz de Edward me despertou e eu olhei para ele sentado com uma bandeja de café da manhã linda na sua frente. Ele comia um pão com uma cara tão boa que me fez ter fome. Eu me sentei na cama do lado dele e peguei o pão que estava na mão dele.

– Não estou fugindo.

– Então o que era aquilo que tomou quando chegamos?

Eu pensei se contava ou não o que eu tomei.

– Eu tenho insônia, às vezes preciso tomar um comprimido antes de dormir.

Peguei o suco com ele me olhando.

– Eu não sou maluca Edward.

– Eu sei que não. Só acho que isso é falta de exercício sabe....

Revirei meus olhos e tomei o suco todo.

– Me diga como consegue ser tão irritante?

Ele deu os ombros como se aquilo não fosse nada demais.

–Onde conseguiu esse café da manhã?

– Eu tenho certeza que você não vai querer descer e ver metade da população mundial se preparando para esse casamento, estão todos lá embaixo eufóricos e chorando.

– Obrigada. Eu dispensava isso mesmo. Quem está chorando?

– A mãe dele, a sua mãe... uma tia que chegou do Alaska já entrou chorando... ah.. uma prima que Irina afirmou baixo para Tânia que era a solteirona da família.

– Beatriz... – gemi pensando que ela seria mais uma a presenciar meu suposto marido e eu na bolha de felicidade que estávamos vivendo.

Eu e Edward acabamos de comer falando das coisas da empresa e por alguns minutos aquilo parece tão bom e natural. Ele tinha acordado mais cedo e respondido a vários e-mails, ligado para a família e acertado algumas reuniões. Eu admirava esse lado dele responsável, ágil e determinado, todos na empresa admirávamos como ele poderia ser a junção de um belo rosto com inteligência e simpatia capaz de amolecer qualquer um. Precisei admitir que sentiria falta dele e dessa loucura que nos metemos quando isso acabasse.

– Vamos, sua mãe disse que precisa de nossa ajuda e...

– Edward querido, seu amigo chegou.

A voz de mamãe atrás da porta me fez gelar. Amigo? Que amigo? Olhei para Edward que já estava devidamente vestido e eu corri para o banheiro para escovar meus dentes e por um jeans velho e uma blusa confortável, eu ia perguntar a Edward que porcaria de amigo era essa, mas ele já tinha descido quando eu saí do banheiro. Desci as escadas ouvindo a risada única de Emmett e soube que a coisa não poderia ficar pior.

– Belinha! Minha linda e perfeita cunhadinha!

Porra! Eu segurei no corrimão para não ter uma queda. Edward sorria e meu pai e minha mãe também.

– Emmett o que...

– Alice disse que só chega para a festa, ela vai perder a cerimônia.

Abaixei e sentei na escada sentindo o ar me faltar. Edward veio até mim preocupado e me fazia perguntas que eu não ouvia direito. Emmett e Alice Cullen? O que nesse mundo de Deus estava acontecendo? Cada hora a coisa piorava! O que eu ia encontrar amanhã? O Presidente Obama tomando café na minha sala?

– Pelo amor de Deus Isabella! Está branca como uma folha de papel! – a voz de papai me despertou, eu detestava ver ele preocupado comigo e tentei controlar meus nervos.

– Então as tentativas de um bebê devem estar dando certo. – a voz amarga de Irina me tiraram do meu estado.

– Belinha grávida! – Emmett gritou e eu o fuzilei com os olhos deixando ele a par que isso não era brincadeira.

– O que ele está fazendo aqui? – eu perguntei olhando nos olhos de Edward e então Emmett fez aquela cara de criança abandonada.

– Isabella seu marido achou essa uma ótima oportunidade de conhecermos sua família! Não é incrível? O clã Cullen e Swan reunidos em uma festa de família? Não é isso que somos querido, uma família? – mamãe não disfarçava como estava feliz com a presença de mais gente nesse casamento que com certeza teria a cidade toda.

– Edward...

– Eu te explico depois...

– Eu acho bom. – falei séria e ele me ajudou a levantar.

Eu não podia dizer que estava calma quando sentamos e Emmett começou a contar como era a minha vida com Edward e como isso se tornou um pequeno desastre.

– Edward tem alergia a gatos. – ele comentou rindo de uma história deles na infância. Só meu pai e eu não rimos do final. Papai me olhou um pouco sério.

– O que fez com Lily?

– Lily... papai... Lily está bem...

– Eu te dei a gata quando saiu de casa, jogou ela no lixo?

– Não! Aquela gata gorda e super atrevida está bem.

– Na sua casa eu espero.

– Claro papai.

E mais uma pequena discussão quando Emmett comentou que eu morava em casa.

– Mas e o apartamento minha querida? – mamãe perguntou nos servindo um café.

– Aluguei.

– Não estavam morando? – Tânia perguntou e eu queria desmaiar ou gritar, sair correndo também era opção. E quando você pensa que não pode ficar pior, a coisa fica pior.

– Onde estão eles? – uma voz fina soou e prima Beatriz apontou para nós. – Bella!

Eu queria me enfiar em um buraco. Alice Cullen me abraçou com toda simpatia e eu queria gritar de desespero. Deus, eu estou pagando pelos meus pecados, por todas as vezes que eu desejei a morte de um ser humano que me irritou mais do que devia e pelos palavrões mentais que você foi obrigado a ouvir toda vez que algum engraçadinho do escritório queria se meter entre as minhas pernas. Deus, eu te peço perdão volte o tempo agora Amém. O tempo não voltou e Alice ainda me abraçava, Emmett ria e Edward gargalhava. Perfeito.

– Como está maninho?

– Ótimo e você? Fez boa viagem?

– Claro que sim, Jasper teve dificuldade de estacionar por isso ainda não entrou,

– Eu vou ajudar ele. – papai se ofereceu e eu fiquei ali olhando minha mãe cumprimentar Alice e perguntar como ela conseguia ter aquele corpo divino? Mamãe não sabia que até os 18 anos Alice foi bailarina profissional e muito menos que sua elegância se dava ao fato dela ser uma Cullen legítima como Emmett algumas vezes resmungava.

Jasper entrou com um ar engraçado e tímido, nunca tínhamos nos visto até aquele momento e ele teve que falar comigo como se já nos conhecêssemos, a cena era no mínimo bizarra porque ele quase cumprimentou Tânia pensando que era eu, Emmett que gentilmente apontou para mim como se estivesse brincando. Eu poderia morrer agora, mas a coisa ficou pior quando mamãe lembrou que Irina e Tânia já estavam se arrumando e fomos todas para o andar de cima sermos torturadas com maquiagem, fotos e choros intermináveis das mulheres Swan.

– Nem pense nisso. – mamãe tomou um copo de champanhe da minha mão. Eu ia ter que passar por isso sóbria é isso mesmo? Nem um gole?

– Venha, já separei seu vestido, está no banheiro. Edward antes de sair deixou tudo arrumado.

Minha mãe saiu para ajudar Alice com Irina e eu entrei no banheiro com medo. Tomei um banho demorado dando pequenas olhadas para o vestido azul pendurado com cuidado, eu precisei admitir que ele era fantástico e quando achei que já tinha relaxado o suficiente eu então saí do box e comecei a me arrumar, eu fiquei mais que o esperado porque eu queria me arrumar ali, sem ninguém, só eu e o espelho.

– Oh meu Deus! – Alice exclamou quando me viu sair. Eu tinha deixado meus cabelos soltos só ajeitando ele para ficar mais arrumado, o vestido era longo e tinha um ar grego bonito com uma flor da mesma cor do tecido abaixo do peito. – Você está linda.

Irina me olhou feio, ela estava com seu vestido branco longo, parecendo uma fada, seus cabelos presos com cachos caindo. Ela estava linda e eu por alguns segundos a invejei. Eu não era a noiva. A porta abriu antes que pudesse falar com ela o quão linda ela estava, a mãe de Jonh entrou e eu nem percebi que ela estava saindo.

– Posso conversar com você Bella?

– Claro...

Ai Deus todos me olharam e eu andei timidamente até a porta, ela foi para o corredor e então fechou a porta assim que saí.

– Ele quer desistir.

– O quê? – gritei e Edward apareceu em uma porta com Emmett, os dois me olharam e eu gemi pensando que isso seria mais uma história.