A casa de Edward era grande. Muito grande. Eu estava dentro dela depois de passar o dia com Alice e seus cuidados. Os pais dela ligaram mais duas vezes, falaram alguma coisa sobre alianças abençoadas e mais um bicho de estimação. Eu tinha meu gato que estava nesse exato momento deitado confortavelmente deitado em um sofá enorme.

– Chegamos!

Alice gritou e então Edward apareceu de algum lugar com Emmett e Jasper. Todos eles estavam arranhados. Eu arregalei os olhos e Alice cruzou os braços.

– O que vocês aprontaram?

– Foi ideia de Emmett! – Jasper gritou irritado - Eu falei que esse gato era algo do inferno!

– Minha gata não é nada disso!

– É sim Belinha! Gata do mal! Tentamos dar uma injeção nela...

– O QUÊ? – gritei indo até minha gata que estava sonolenta como sempre. Verifiquei e ela estava bem. – O que vocês têm na cabeça?

– Edward é alérgico. Tem uma injeção que encontrei na internet!

– NA INTERNET! Edward seu irmão vai morrer!

– Não demos nada a ela, eu tomei um remédio.

– E a porra do médico?

– Eu fui. Tomei o remédio.

– E como minha gata entrou nessa loucura?

– Emmett e Jasper estavam arranhados quando cheguei, ela me arranhou quando tentei pegar ela. Acho que ela não gosta de mim amor.

– Saia de perto dela!

– Vamos... vamos... – Alice falou pegando na mão de Emmett e Jasper. Eu sempre seria grata a ela por saber quando chegar e quando sair. Eu sentei no sofá e Edward sentou do meu lado a uma distância segura. Minha gata folgada deitou jogada em mim.

– Como foi seu dia? – ele perguntou procurando com os olhos as bolsas.

– Achei meu vestido. – falei sorrindo.

– Ele é mais que bonito? – perguntou divertido.

– Muito mais. Obrigada. – o beijei.

– Eu te amo.

Naquela noite apesar da vontade dormimos juntos e só. E ao acordar sozinha eu percebi que estava no quarto dele e que aquilo era mais masculino do que imaginei. Eu tinha que mudar algumas coisas ali, começando pelas cores.

– Bom dia noiva.

– O que está fazendo aqui Alice?

– A noiva não pode ver o noivo, expulsei Edward.

– Sabe que dormimos juntos não? Isso no mínimo afasta a teoria do azar não? Onde ele está?- sentei na cama vendo a bandeja do meu lado com um lindo buquê.

– Edward foi preparar tudo, sua gata vai ficar com uma amiga. Ela veio aqui e pegou o que Emmett apelidou de satã com quatro patas.

Eu gargalhei e Alice sentou do meu lado. Tomamos café juntas e falando de como Edward estava com vontade de mata-la por não revelar o vestido. Eu agradeci a ela por ser firme e esconder dele. Enquanto eu me arrumava para irmos fiquei pensando em tudo. Eu ia casar hoje e meu pai estava trazendo as joias da vovó e eu entraria feliz naquela capela com um vestido magnífico. Merda eu iria casar. Alice parou de tentar fechar a mala e ficou me olhando assustada.

– O que foi? Está sentindo alguma coisa?

– Eu estou apavorada. Eu vou casar.

Meu coração acelerava e eu tinha certeza que ia ter algum problema cardíaco. Tinha algum índice de mulheres que morriam no dia do casamento? Alguma coisa assim?

– Respira... – Alice estava do meu lado de repente e tinha uma expressão divertida que eu não conseguia entender. Eu ia casar com meu chefe. O mesmo louco que passou dias na minha casa mentindo para todos, menos para o idiota do meu pai, que era meu marido. Ele ia ser meu marido. Droga! Eu estava tendo agora alguma coisa que me fez abaixar e querer desmaiar. – Bella respira, você esta ficando cada vez mais branca...

– Eu... Deus... eu vou...

– Quer que eu ligue e desmarque? A gente pode..

– NÃO! – Gritei desesperada. A ideia de cancelar e perder Edward pareceu de repente pior que o fato de que iríamos casar sem nos conhecer direito. Alice caia na gargalhada. Eu ia mata-la. – Do que esta rindo? Diga-me o que é engraçado, eu quero rir também.

Isso fez Alice rir mais sentada no chão.

– Minha amiga fez isso comigo no dia do meu casamento, eu estava tendo esse ataque e ela disse: eu ligo e cancelo. Nunca pareceu engraçado até agora.

E ela ria e eu xingava Alice de todos os nomes feios que eu aprendi com alguns amigos. Merda, eu ia mata-la.

– Família de maluco! – gritei levantando e fechando a mala. – É isso que vocês são!

Ela levantou e continuava rindo do meu desespero. Que por falar nisso se transformou em raiva. Eu fui emburrada o caminho todo, principalmente quando ela ligou para Emmett e contou às gargalhadas o que fez e ele contou que Edward estava tão nervoso que confundiu remédio para dor de cabeça com calmante. Meu noivo estaca curtindo uma vibe e eu aqui com sua irmã maluca e irritante.

O dia foi corrido, eu não vi Edward e em algum momento eu me perguntei se ele estaria bem depois de dois calmantes. O Hotel que Alice escolheu com Edward tinha a melhor vista de Las Vegas e apesar de achar que eu iria ver Edward no avião, ele foi com Emmett, Jasper e meu pai em um e eu e Alice fomos em outro. Um absurdo demais, mas ela disse que era tradição, eu achei isso à coisa mais louca de tudo isso. Nem o fato de estar em Las Vegas casando era tão louco.

– Não precisamos disso sabe...

Ela me maquiava e me fazia beber para relaxar. Alice estava quase pronta em um vestido verde lindo que destacava toda sua beleza, seus cabelos bem arrumados e eu me perguntava quando ela fez isso. O vestido ficou magnífico em mim e eu achava que não tinha no mundo noiva mais feliz que eu. Ela arrumou meu cabelo de forma que era só colocar a tiara de brilhantes da vovó e o broche. Eu queria logo colocar tudo, mas Alice disse que meu pai só viria na hora exata de me levar para a capela do próprio hotel. Eu nem sabia que esses hotéis em Las Vegas tinham suas próprias capelas, eu só esperava que nenhum Elvis viesse nos casar, Deus eu já tinha os pais loucos deles lá embaixo.

– Meus pais devem estar querendo te conhecer, mas achamos melhor todos juntos na capela. – Alice falou enquanto eu colocava os sapatos lindos. – Seu pai está esperando eu abrir a porta e eu quero te dizer uma coisa. – Eu levantei testando os sapatos e olhei para ela segurando o pequeno buquê de madrinha. Sorri para Alice, ela estava emocionada e eu também. Era meu casamento. – Eu sei que parece precipitado, que você e Edward não têm muita intimidade, mas isso não quer dizer nada no final. Tem pessoas que se olham e sabem que aquilo é para sempre. O que vocês têm é para sempre. – Meus olhos encheram de lágrimas que eu lutei para não saírem. – É só olhar para vocês e saber que é. Não é fácil e nem sempre é divertido, mas é assim mesmo. Isso se chama casamento e eu sei que o de vocês vai dar certo.

Eu abracei Alice emocionada. Ela enxugou as lágrimas e abriu a porta dando a visão de meu pai segurando a caixa preta. Ele estava lindo em seu terno e entrou sorrindo para Alice.

– Você está linda Bells.

– Oh.. pai...

Ele me abraçou apertado ainda segurando a caixa. Depois que nos afastamos ele me entregou. Quando eu abri e vi aquela tiara eu sabia que ficaria perfeito. Ele me ajudou a colocar com as mãos tremendo como as minhas estavam quando eu coloquei o broche de vovó.

– Você está linda Bells... perfeita....

– Pai, eu sei que é um pouco tarde... mas você está feliz com isso não?

– É claro que estou! Eu acho que essa noite será inesquecível, já conheceu os pais de Edward? – ele disse rindo. – Precisa conhecer...

Oh Deus aquilo me fez temer algo que eu nem sabia o que era.

– Vamos, Edward está te esperando.

Nós fomos para a capela. Papai me deu um beijo na testa quando saiamos do elevador, o movimento no hotel era intenso e ninguém parecia ligar para o fato de eu estar vestida de noiva. Ajeitei o vestido quando chegamos à porta da capela e respirei fundo antes da senhora gentil na porta começar a abri-la.

– Oh... – eu disse quando vi a capela – Pai.... isso..

– Bella o que foi? – ele perguntou alarmado

– O que está acontecendo?

Tinha no púlpito uma loira vestida de Elvis e Emmett de padre. Com roupa e tudo. Deus isso ia ser um desastre.

– O que Emmett está fazendo ali na frente com a versão feminina do Elvis?

Todos estavam sorrindo e Edward lindo olhava para mim e para Emmett que até mesmo segurava uma Bíblia, isso deveria ser pecado. Deus íamos para o inferno.

– Bom, eu pensei que soubesse. –ele disse percebendo a minha confusão.

– O que eu sei?

Foi nessa hora que Edward veio até mim e eu vi o casal de preto na primeira fila e gemi pensando que aqueles de preto eram os pais de Edward. Droga! Aquilo era preto!

– Bella o que aconteceu? – ele perguntou alarmado.

– Seu irmão está segurando uma Bíblia! Uma Bíblia!

Ele riu junto com meu pai.

– Emmett tem licença para nos casar. Ele...

– Como seu irmão maluco tem uma coisa dessas?

Alice falava com os pais e Emmett brigava com a loira no altar.

– Quem é a loira?

– A Juíza de paz.

– Deus esse mundo está louco! Aquela mulher maluca é uma Juíza?

–Sim, apesar de não parecer ela tem licença e até fez teologia. Ela é pastora. Pensei que quisesse algo mais..

– ELA ESTÁ DE ELVIS! A PASTORA ESTA DE ELVIS!

Eles riram e eu gemi de frustração.

– Bella o casamento será válido. Tem o livro e tudo para ser assinado. Todos têm a licença necessária e pagamos pela hora em que ficamos aqui discutindo. – meu pai falou.

– Você concorda com isso? Emmett!

– Você quis casar em Las Vegas... eu achei que isso aqui era comum!

– Amor... é só Emmett. Era isso ou a sacerdotisa celta.

Deus isso não tinha como ficar pior.

– Vai lá na frente que eu quero casar! Edward e eu mato Emmett se ele falar algo que não deve!

Ele riu e correu para o altar. Os pais de Edward olharam para trás sorrindo e vi como eles pareciam novos. Alice sorria me encorajando. A moça da porta me entregou um pequeno buquê e eu entrei sorrindo. Os pais de Edward sorriram quando passei por eles, eles estavam com tudo preto, até os sapatos, eu estava me sentindo de repente no funeral de alguém.

– Quem entrega esta mulher?

– Eu.

Meu pai disse orgulhoso e eu estranhei a voz firme e séria de Emmett. Edward pegou minha mão e juntos olhamos para Elvis e Emmett.

– Queridos. – Elvis versão feminina começou deixando Emmett com uma cara feia. – Estamos aqui diante de Deus e dos homens para celebrar a união de Edward Cullen e Isabella Swan. Eles querem que todos saibam que o amor deles os faz tomar o passo mais importante de suas vidas e que eles querem seguir sempre juntos. Deixando para trás todos os prazeres que uma vida solteira nos dá.

Eu arregalei os olhos e Emmett a empurrou.

– Quer fazê-los desistir? – disse zangado

– Quer me deixar fazer isso?! Eu casei mais pessoas do que sua licença permite!

– Eu vou casar meu irmão e você pare de fazê-lo lembrar de todas as gostosas que ele vai agora ter que parar de olhar!

Ótimo. Eu precisava mesmo ouvir isso.

– Emmett Cullen essa não é a educação que eu te dei. – Olhei para trás e vi a mulher de preto zangada. Qual foi a educação que ela deu mesmo? Ela estava de preto no meu casamento.

– Desculpa mamãe. Continua.

Elvis versão loira sorriu e continuou falando.

– Deus nos diz que a fidelidade é importante porque a lealdade é uma de suas características. – eu tinha certeza que isso não estava na bíblia. Eu olhei para Edward e eu tinha certeza que o sem vergonha queria rir. – Assinem aqui, por favor, e sejam felizes.

Nessa hora ela pegou um livro grande e ela nos ofereceu a caneta e assinamos cada um debaixo do seu nome. Era isso? Só isso? Quando estava aliviada Emmett pegou o microfone.

– Edward Cullen aceita essa mulher, Isabella Swan como sua legítima esposa para amar e respeitar ate que as morte os separe?

– Esqueceu as alianças retardado. - Elvis disse e eu vi Edward pegar dentro do seu paletó uma caixa e abri.

– Edward Cullen...

Emmett recomeçou e então a Elvis se manifestou novamente.

– Aceita ou não?

– Aceito! – disse ele sorrindo bobo e eu me esqueci de bater na loira retardada quando ele deslizou o lindo anel de ouro e brilhantes em meu dedo beijando no final.

– Isabella Swan, aceita esse homem, Edward Cullen como seu legítimo esposo para amar e respeitar até que a morte os separe?

– Aceito. – disse feliz e colocando nele o anel grosso de ouro.

– Eu agora os declaro marido e mulher. – Elvis e Emmett falaram juntos. Todos aplaudiram e eu fiquei vermelha quando todos pediram beijos. Beijamos-nos esquecendo do mundo.

Os pais de Edward se aproximaram com duas coisas nas mãos barulhentas e sacudiram fazendo um barulho ainda maior. Eles eram loucos.

– Isso é uma benção indígena. Já esteve nas aldeias indígenas do Peru?

– Não... – respondi a mãe de Edward.

– Deveria querida, são muito interessantes.

Ela me abraçou enquanto meu pai e Alice riam disso. Meu casamento era uma loucura sem fim. O pai de Edward me abraçou e eu vi nos olhos dele a mesma adoração por coisas esquisitas.

– Vamos comer estou com fome! – Emmett gritou.

Até o jantar eu não conseguia entender como Edward e Alice conseguiram sair tão normais em uma família daquelas, mas conversando com os pais de Edward eu percebi uma coisa muito legal. Enquanto nós aprendemos matemática repetindo várias vezes às mesmas equações, eles estavam com os pais em uma van percorrendo o mundo e aprendendo na prática para que matemática serve. Esme, a mãe de Edward me contou das aventuras deles em uma floresta na América Central, de como Alice aprendeu a dançar com algumas meninas do deserto da Austrália ou como eles descobriram sobre a alergia de Emmett quando ele comeu uma salada de frutos do mar em Bora Bora. Eles estudavam história indo aos lugares mais fantásticos do mundo, aceitando as diferenças porque viam de tudo, entendendo que ninguém pensa igual porque o mundo é muito grande e não uma bolha. Carlisle disse como sempre detestou cidades pequenas em que as pessoas se fechavam em seus próprios mundos e não viam a beleza que havia fora de suas mentes atrofiadas. Naquele momento eu consegui perceber porque todos eles eram fantásticos e risonhos.

– Vamos subir... – Edward disse em meu ouvido enquanto dançávamos no grande salão do hotel. Todos estavam rindo e até Rose, nossa Elvis, já tinha sumido com Emmett para algum lugar.

– Eu te amo. – falei olhando em seus olhos.

– Eu também te amo demais. Espero que tenha sido especial.

– Foi. Muito especial. Principalmente a parte dos seus pais e o treco barulhento.

Ele riu comigo.

– Eles são excêntricos.

– Para dizer o mínimo! Mas eu os amei, deve ter sido incrível ser criado viajando.

– Foi único. O mundo era a palma das nossas mãos.

– Como conseguiam dinheiro?

Edward sorriu.

–Meus pais não contaram?

– O quê?

– Bom, nós somos descendentes de lordes ingleses, temos dinheiro. Uma pequena fortuna.

– E eles andam como ciganos? É isso mesmo?

Ele gargalhou.

– Sim, foi uma opção depois que eles perceberam que não queria criar filhos mimados e arrogantes como seus irmãos e tios.

– Então.. são ricos?

– Nem te conto como!

Ele falou rindo e me puxando para fora do grande salão. Quando subimos para a nossa suíte eu sentei cansada tirando os sapatos.

– Acabou.

Ele sorriu.

– Acabou. – ele fez uma pausa e me olhou divertido,

– O que foi Edward?

– Sua mãe nos convidou para a festa...ano que vem... e aceitou bem... que Emmett fizesse a renovação de votos.

– E com certeza aquela Elvis maluca virá junto não?

Ele gargalhou. Isso ia ser um desastre total.

– Ela é pastora afinal!

– Edward nem vou comentar isso!

Ele foi me seguindo rindo e eu sabia que nossa vida seria uma loucura sem fim.