Foi numa segunda escrita por Jessie


Capítulo 7
Mais um belo dia na aula


Notas iniciais do capítulo

Ai, seu Caio. Pare de confundir a cabeça da pobre Jully. Ah, sim! Mais informações sobre o indivíduo lá em baixo.



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Estávamos na aula de matemática. Já era o nosso último tempo, pelo bem da minha cabeça, que estava latejando com tantos números, letras e formas. Devo dizer que matemática não era muito a minha praia.

Eu estava com o cotovelo apoiado na minha carteira, e a cabeça apoiada na mão. Fazia um enorme esforço pra não dormir ali mesmo. Cobri a boca pra soltar um leve bocejo, esticando os braços automaticamente em seguida. Olhei pra o meu lado e Thaís estava igualmente entediada. Ela percebeu e se virou pra mim, lançando-me uma careta.

Sorri e olhei pra o outro lado. Caio estava sentado na primeira carteira, na fileira perto da parede. Um milagre. E estava quieto. Outro milagre. Ele olhou pra mim e eu rapidamente virei o rosto, corando. O sino para a saída finalmente tocou, e ele foi o primeiro a se levantar.

– Até que enfim! – Ele gritou.

Bom, isso era normal.

– Onde o senhor pensa que vai? – O professor o repreendeu. – Eu ainda não os liberei.

Caio já estava na porta, enquanto eu e o resto da sala ainda estávamos guardando o material. Ele já tinha feito isso muito antes de a aula acabar. Sobre a repreensão do professor, ele se limitou a rir.

– Falou galera – Disse levantando o braço em despedida, e saiu.

O nosso velho professor de matemática abriu uma carranca. Ele já sabia que não adiantava discutir com Caio. O pobre suspirou, e então anunciou que estávamos liberados.

Eu peguei minha mochila, puxei a Thaís pelo braço e saímos.

– E então moça – Falei depois de algum tempo. – Comece a se explicar. – Exigi, enquanto andávamos pelo corredor, num falso tom sério.

– O que eu fiz? – Ela me olhou espantada.

– Não me atendeu ontem. – Eu fingi indignação.

– Ah – Ela riu. – Eu ia, mas parou de tocar.

– Podia ter me ligado depois coisa. – Reclamei.

– Agora já era. – Ela continuou sorrindo, desviando os olhos. – O que você queria?

– Ser salva. – Suspirei.

– Sério? – Por algum motivo Thaís se surpreendeu. – Ela continua do mesmo jeito? – Fez a pergunta óbvia.

– Pior. – Olhei pra ela e então sorri - Mas tudo bem, eu acho que posso lidar com isso. – Decidi, por fim.

Ela concordou com a cabeça.

– Tenho certeza. – Concordou. – E o Matt amiga – Lá vinha a segunda pergunta óbvia. – Continua gato? – Falou com uma mão na testa, provavelmente em reação a lembrança do irmão da filha de belzebu.

Eu fechei os olhos por alguns segundos, e inevitavelmente me lembrei da cena na cozinha. Só então me ocorreu que eu não tinha perguntado o que ele estava fazendo lá às duas da manhã. Mas ele estava arrumado, e bem cheiroso. Chegando de alguma festa, certamente. Voltei a olhar pra Thaís. Ela me encarava com olhos curiosos, esperando pela resposta.

– Sim. – Eu sorri, sabendo que ela ia gostar da resposta.

– Nenhuma surpresa. – Ela abriu um largo sorriso.

– Não, espera. – Voltei atrás, atraindo sua atenção novamente.

– O quê? – O sorriso dela sumiu.

Eu coloquei uma mão no queixo, fingindo estar pensando.

– Hum... Ele não está gato como antes. – Revelei.

– Não? – Ela tinha uma sombra de desapontamento no olhar.

– Não mesmo. – Eu falei decidida. Ela suspirou. – Ele está muito mais bonito agora.

Ela continuou me olhando por alguns segundos, e então abriu um sorriso novamente.

– Nossa! – Ela voltou às nuvens. – Preciso ver isso com meus próprios olhos! - Ela falou animada.

– Olha esse pleonasmo menina. – Eu ri.

– Eu subo pra cima, entro pra dentro e vejo com meus olhos a hora que eu quiser. – Bufou.

Nós nos entreolhamos. Arqueei uma sobrancelha pra ela, e nos encaramos por uns três segundos até acabar caindo as duas na risada.

Voltei a olhar pra frente e parei bruscamente pra evitar esbarrar em Caio, que estava parado na minha frente, com os braços cruzados e uma expressão séria. Thaís olhou pra ele, depois pra mim, então soltou meu braço.

– Err... Vou ali beber água. – Apontou para trás de si, virou-se e saiu andando.

Suspirei enquanto via minha amiga me abandonar com o meu ex.

Caio esperou que ela estivesse numa distância considerável, pra então me agarrar o pulso e sair me arrastando pelo corredor.

***

Caio Lopes

***


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Notas finais do capítulo

Caio é um típico moleque. Sabe muito bem como deixar uma garota apaixonada, pra depois partir-lhe o coração. No fundo ele também tem um, já que de vez em quando se apaixona. Porém, é imaturo o suficiente pra conseguir perder até a garota que gosta. Mesmo já tendo ficado com inúmeras garotas depois de Jully, de tempos em tempos voltava pra assombrá-la, por que no fundo não conseguia esquecê-la.



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