Já era quase cinco da manhã e eu ainda não tinha conseguido dormir. Pensava sobre o que o Matt falara mais cedo. Talvez ela tenha seus motivos. Mas que motivos ela poderia ter? Eu nunca havia feito nada a ela!

Peguei meu celular e fiquei encarando a tela por alguns segundos. Abri a caixa de mensagens e comecei a ler sms antigas, mais precisamente mensagens dele.

Caio, meu antigo namorado. Terminamos por, digamos, incompatibilidade. Não entedia a razão que me fazia guardar todas as suas mensagens, fotos, presentes, etc. Talvez, só talvez... Eu ainda achasse que iríamos acabar voltando um dia. Fazia cerca de dois meses que tínhamos nos separado, porém ele ainda adorava me provocar. Ciúmes, quero dizer. E eu, de besta, ainda caía nessa. Confesso, no fundo eu ainda gostava dele. Mas ele não era bem do tipo que uma menina deve se apaixonar, muito pelo contrário: quem está com sua sanidade mental em dia, deveria se manter bem longe dele.

Não era o meu caso. Por alguma maldita razão eu ainda pensava naquele traste. Talvez tantos livros de romance não tivessem me feito muito bem. Eu tinha a estúpida ideia de que o mudaria. E mesmo não tendo conseguido da última vez, eu continuava com isso impregnado na minha teimosa cabeça.

Finalmente consegui pregar os olhos, quando o sol já aparecia por trás das cortinas. Dormi cerca de uma hora. O barulhento despertador do celular começou a fazer seu escândalo matinal, ao som de uma das minhas musicas favoritas, me avisando que já se passavam das seis e quinze. Na tela eu lia a mensagem: 6:15! Hora de levantar e ir se arrumar mocinha!!

– Cinco minutinhos. – Sussurrei, enquanto apertava no modo soneca.

Nesse período de tempo – os cinco minutos que o despertador levava pra tocar de novo – eu abria os olhos de segundo em segundo preocupada em perder a hora, e ao mesmo tempo com muito sono para abri-los totalmente. Cada vez que eu piscava era um sonho diferente. Até que o celular voltou a me interromper com aquela música que até então era a minha preferida.

Levantei o aparelho que ainda se encontrava na minha mão e dessa vez tinha a seguinte mensagem: 6:20! Por acaso você tá achando que se arruma rápido?! Levanta!!!

Esbocei um leve sorriso, pensando em como eu poderia ser tão chata às vezes. Desliguei o despertador, soltei o celular em algum lugar da cama, me espreguicei, empurrei o cobertor até os pés, e com um suspiro, finalmente me levantei.

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Lorena Campbell

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