Minha Tsundere é uma agente escrita por ZodiacAne


Capítulo 2
Capítulo 2 - Agente, mas como assim?




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O garoto saiu mais cedo de casa e foi ao destino pegando um metrô. Ele chegou um pouco mais cedo do que o horário combinado. Ficou em frente ao café esperando.

Chikayo tomou uma ducha rápida, colocou uma roupa simples e confortável. Saiu de casa e foi caminhando mesmo, afinal, ficava a apenas duas quadras dali. Ela estava um pouco nervosa no percurso. Estava para revelar uma coisa crucial e que traria um trauma a sua vida. Mas ou era um saber de sua vida secreta ou toda a escola chamá-la de uma coisa que ela não é.

Seu chefe Shouta nem poderia imaginar que ela faria aquilo, senão ela estaria completamente frita...E com manteiga.

Quando avistou o letreiro do café também viu Hiryu. Ele trajava uma camiseta em gola V azul, com uma jaqueta e calça preta. Ele sorriu quando percebeu a garota se aproximar.

–Boa noite, Shinto-kun! - Ela falou educadamente – Eu demorei?

–Boa noite. Não! São 20hrs em ponto agora, eu que cheguei cedo mesmo. Vamos entrar?

–Claro!

Eles escolheram uma mesa ao lado da janela e fizeram os seus pedidos. Chikayo pediu um pedaço de torta de morango e chocolate quente. Hiryu pediu um pedaço de torta de chocolate e um cappuccino. Não demorou muito para que a garçonete trouxesse os pedidos. Então, saboreando a comida, começaram a conversar:

–Então, eu vim aqui para saber o seu segredo.

–Eu sei! É que... Bem... Acho que eu não posso ficar te enrolando. Eu fui naquela casa ontem porque eu fui pegar algumas informações.

–Pegar informações?

–Sim, eu sou uma agente do governo. Estou em meio a mais um caso relacionado a Ryouta Matsumura.

–Aquele corrupto filho da puta! O que ele está aprontando dessa vez?

–Ela quer se vingar dos adversários políticos. Não temos certeza do que ele vai fazer ainda.

–E por que você está metida nessa história?

–Porque fui eu quem descobriu os desvios dele da outra vez.

–Ah sim!

–Você não estranha eu ser uma agente não, criatura?!

–Não! Eu só nunca pensei que você fosse uma.

–Mas acredita em mim? Se bem que ainda assim é uma história bem doida.

–Não acho que mentiria sobre algo tão sério assim. Sinceramente, a história que eu inventei parecia bem mais maluca.

–E vai manter o segredo não é?

–Sim! Mas eu quero saber mais desse caso do Matsumura. Se não notou, você me contou metade da história apenas.

–Bem, um dos planos que estavam supondo era que ele raptaria os filhos dos inimigos e pediria resgates absurdos, desde altas quantias até alguma chantagem.

–E o que descobriu na casa dele ontem?

–Que é esse mesmo o plano dele. E em uma das fichas havia um “Primeiro” escrito em vermelho. É a Yuki Oouchi da minha classe. Agora eu devo ficar de olho nela na escola para o caso dela ser atacada poder protegê-la.

–Entendi. Outra pergunta: Quem é Shouta?

–Ele é o meu chefe! E se souber que eu te revelei minha identidade, ele me mata.

–Não seja exagerada!

–Ah, desculpa! Ou era ser uma agente correndo o risco de ser morta pelo chefe ou teria fama de piranha na escola! E sabe o que é engraçado? Os dois seriam por sua causa!

–Você que fica dando mole e deixando os outros ouvirem sua conversa no telefone.

–Como adivinharia que estava por perto? Alias, onde é que você estava para ter ouvido a conversa?

–Na sala de depósito!

–Fazendo o quê lá, doença?

–Eu só queria ficar sozinho.

–Lugar estranho para ficar sozinho não acha?

–Acredite! Aquele é o último lugar que alguém pensaria em me procurar.

–Também é o último lugar onde eu pensaria que alguém poderia escutar conversa alheia.

Ambos riram. Depois, Chikayo disse séria:

–Você vai mesmo guardar meu segredo, Shinto-kun?

–Vou sim... Contudo, com duas condições...

Asai soltou um grunhido baixo de “lá vem” e indagou:

–Quais?

–Eu vou te ajudar nessa missão. Vão ser duas babás da Yuki na escola.

–Bem, isso não é todo ruim! A outra?

–Você vai sair comigo!

–Como é que é?!

–Isso mesmo: Nós vamos sair!

–Você só pode estar de sacanagem com a minha cara, criatura!

–Ou isso ou eu espalho que você é puta para a escola toda.

Ela fez uma careta. Já tinha se metido naquela furada, não tinha como sair, só restava aceitar as condições.

–Tudo bem! Mas sem que ninguém da escola saiba.

–Você sabe que não vamos conseguir esconder por muito tempo. Ainda mais depois daquilo hoje na escola.

–Culpa sua também! - ela suspirou – Vamos tentar esconder o máximo de tempo que der então. Estamos acertados?

–Sim, Asai-san.

Até aquela altura eles já tinham acabado de comer. Pediram a conta para a garçonete. Cada um pagou o que comera. Então eles saíram do café.

–Então, Shinto-kun, eu já vou. Nos vemos na escola amanhã.

–Eu te levo até em casa.

–Não precisa disso.

–Eu faço questão. E pode me chamar de Hiryu.

Ela nem quis insistir, aprendera rápido que não adiantava fazer isso com ele. Apenas aceitou a sua companhia até a porta de casa. Eles não trocaram uma palavra durante o caminho.

–Eu moro aqui! - comentou quando chegaram

–Bonita a sua casa.

–Obrigada! Não deve ser tão boa quanto a sua, mas ainda assim é um lar. - falou sorrindo – Te vejo amanhã na escola.

–Espera! - chamou-a pegando em seu braço – Não vai me dar um beijo de despedida?

–O quê?!

–Não se esqueça que estamos saindo.

–Isso já é demais! Me poupe!

–Pode ser só um selinho. - falou com um olhar de mendigo pedindo esmola – Por favor!

–A minha mãe pode ver!

–Se parar de reclamar, gritar e der a porra do selinho logo, ela não vai.

–Nesse fato, tem razão. - concordou rindo

Chikayo observou o belo rosto de Hiryu, focando primeiro nos olhos e depois na boca. Então ela se aproximou dele e tocou em seus lábios, porém quando ela ia se afastar, Hiryu a pegou e obrigou o beijo a continuar. As bocas se entrelaçaram por um tempo e seus corações aceleraram. Ao se separarem, o garoto tomou um belo tapa no rosto. Chikayo falou:

–Você disse que era só um selinho!

–Desculpe, eu não resisti.

–Debochado! - olhou para ele com raiva, abriu o portão – Até amanhã, Hiryu-kun.

–Até!

Ela entrou e ele pegou o metrô de volta para a sua casa.

Antes de dormir, Shinto ficou pensando em tudo o que Chikayo lhe falara. Foi uma grande surpresa, sem dúvidas! Mas era menos pior do que ele pensara. Na verdade, o fato de ter descoberto que ela era uma agente fez com que o encanto que já tinha por ela aumentasse ainda mais, junto também com as outras coisas. Era sim uma garota totalmente diferente das outras. Agora que se aproximara dela, não a deixaria escapar.

Chikayo também pensava em tudo o que aconteceu. Poderia até ser sido bem pior, mas agora o tal vai ficar na sua cola chantageando-a o tempo inteiro. Ele já a irrita só por existir, imagine falando com ela... Vai acontecer o apocalipse no mínimo!

Era culpa dela, não intencionalmente. Agora tem que encarar as consequências.

***

No dia seguinte, na escola, ninguém conseguia dar atenção as aulas direito, pelas preocupações com o festival da escola. Todos queriam se focar naquilo, já que a reputação da escola e a vinda de novos alunos no próximo ano letivo dependia disso. Os professores entendiam essa preocupação dos alunos, então davam uma pequena aliviada em deveres de casa, mas não diminuíam o ritmo das aulas, aquele tempo tem que ser aproveitado ao máximo.

A turma de Hiryu Shinto decidiu fazer uma peça de teatro. O garoto acabou pegando o papel principal da peça por pura imposição da turma. Ele não se considerava um bom ator para aquilo, mas os colegas de classe pediram, ele atendeu. Eles já estavam na metade da semana, então era uma semana e meia para o festival. Três pessoas da sala se pronunciaram para escrevê-la em apenas dois dias. Os ensaios seriam na semana seguinte. Por enquanto Shinto poderia ficar mais relaxado.

O sinal para o almoço tocou, como em todos os dias. Ele comeu rapidamente na sala e foi para a sala de depósito, de novo. Ele estava em mais uma crise existencial e queria ficar sozinho.

Chikayo aproveitava a diversão com as amigas no pátio e continuava cumprindo a sua missão de observar Yuki. Mas ela tinha coisas a tratar com o seu “parceiro”, onde ele estaria? “Aquele é o último lugar que alguém pensaria em me procurar”, se lembrou ela. Sim, o depósito, no segundo andar. Desconversou com as amigas e saiu. Subiu para o segundo andar e desceu até o fim do corredor. Nem bateu na porta, só abriu.

Hiryu estava encostado na parede ali do lado e riu quando a viu, depois declarou:

–Ora, aprendeu a me achar! Meus parabéns!

–Não seja tão engraçado! Vim aqui para te perguntar uma coisa séria.

–E o que é?

Ela fechou a porta e se sentou defronte dele.

–Você sabe técnicas básicas de defesa pessoal ou de alguma luta?

–Olha, eu fiz um pouco de karatê quando era criança. Vira e mexe eu dou umas praticadas só para não enferrujar.

–Ótimo! Sabe manusear armas?

–Obviamente não. Se eu soubesse, já tinha dado um teco na testa de muita gente desse colégio.

–Eu sei e nunca acertei um tiro na sua cabeça! Mas vontade não me falta.

–Então você tem um bom coração ou será que não?

–Seguinte, já que a gente vai ter que se encontrar e tudo mais...

–Ora, mas que pressa é essa! Gostou do beijo ontem foi?

–Cala essa boca e me escuta! Por que não fazemos alguns desses encontros como treinos também? Eu conheço academias de tiro e de luta, podemos dar uma passadinha por lá.

–Acho uma ideia legal. Desde que eu possa passar um tempo com você, por mim tranquilo.

–Do que você tá falando, criatura?!

–Não notou que eu tenho uma quedinha por você?

–Azar o seu! Eu não sou flor que se cheire e sabe disso. Outra coisa: Preciso do seu número de celular?

–Para?

–Ora, para não precisar vir aqui atrapalhar a solidão da pessoa bipolar que você é. E também não ser necessário te ver na escola para podermos nos falar. Afinal, você é meu parceiro de missão agora, não é?

–Ah é! Anota ai então! - E ditou, pegou o seu celular em seguida – Quero o seu também.

Asai deu o seu número para ele. Depois, ela deixou o garoto sozinho de novo.

Chegara o período das aulas da tarde. Os alunos realmente não estavam muito animados naquele dia. Chikayo tentava prestar atenção na aula, até que seu celular deu uma leve mexida na mesa. Era uma mensagem, ela sabia. A curiosidade fez que ela abrisse, a mensagem era de Hiryu e dizia assim:

“Quer sair comigo hoje a noite?”

“Eu tenho opção. Aonde iremos?” - Ela respondeu

“Encontre-me na frente do café que nem ontem. Vai ser surpresa!”

“Tudo bem, senhor misterioso. Que horas então?”

“Ás 19hrs!”

“Combinado então.”

E ela bloqueou o celular para que o professor não chamasse a sua atenção. Uma das amigas indagou quem era, mas a garota mentiu falando que era sua irmã.

Algumas horas se passaram e o sinal que indicava o final das aulas daquele dia finalmente tocou. Os alunos estavam saindo e enchendo a rua com as cores do seus uniformes. Chikayo estava descendo a rua em companhia das amigas. Hiryu passou correndo por elas, virou-se de frente e deu um sorriso para a garota e seguiu seu caminho. Asai respondeu sorrindo também. Uma das amigas comentou:

–Você tá saindo com o Shinto-kun?

–Eu? Não!

–Não minta.

–Não estou mentindo.

–A escola inteira viu vocês dois ontem.

–Ele tava de implicância comigo, como sempre.

–E essa troca de sorrisos agora?

–Já ouviu falar de uma coisa chamada educação? E quem disse que foi necessariamente para mim?

–Nossa, Chikayo, você já vem toda agressiva. A gente só perguntou.

–Desculpa, gente! Mas não sei o que vocês tem na cabeça para achar que eu combino com esse garoto.

A amigas simplesmente riram.

Chikayo recebeu mais informações de Shouta acerca do andamento do Caso Matsumura, que já havia outros agentes observando os outros jovens. E reforçou que ela deveria ter estar atenta com Yuki Oouchi.

Estava chegando perto da hora do seu encontro com Hiryu. Ela tinha que ir, apesar disso perturbá-la um pouco. Tomou um banho e simplesmente avisou a mãe que iria sair.

–Você saiu mais ou menos essa hora ontem?

–Sai sim, mãe!

–E o que vai fazer de novo na rua?

–Coisas, mãe! Não quero falar.

–É algum namorado? Se for isso, tudo bem. Não aguento esse jeito que você trata os garotos.

–Ele não é namorado, mãe!

–Então é um menino! - e riu – Vai filha! Pode ir!

A menina não evitou de gargalhar da reação da mãe. Todos da família queriam que ela arranjasse um namorado, mas não era da vontade dela, simples assim.

Shinto já esperava por ela como no dia anterior.

–Chikayo-san, tudo bem?

–Sim, Hiryu-kun. Então, aonde vamos?

–É surpresa esqueceu?

–Não!

–Venha. Eu te guio. - falou rindo


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