Só Tinha de Ser Com Você escrita por Lizzy Darcy


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem! Achei vocês meio desanimadi has com o capítulo 6, teve gente que nem comentou... Tliste! Foi inpressão minha?!



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STSV - Capítulo 7:

– Ai, ai, ai, ai! Isso tá ardendo pow! Num dá pra ser mais devagar não? - reclamou Fabinho, quando Giane tocou no lábio machucado com um algodão embebido em álcool.

Ele estavam sentados no sofá da casa de Giane, um de frente para o outro. A sala iluminada apenas pelos dois abajures principais.

– Ah, vamo parar de frescura, cara! - retrucou Giane - Eu nem tô tocando direito. Vai, aguenta aí que eu já tô acabando.

Fazendo cara de dor, Fabinho aguentou mais alguns segundos, até porque, uma das mãos de Giane segurava seu rosto. Não havia como fugir. Ela tinha tudo sob controle.

– Pronto Bezerrão! Acabei! Viu?! Nem doeu tanto assim. - disse Giane, recebendo uma careta dele como resposta.

– Num doeu, num doeu?! Isso porque num foi com você, né?!

Giane revirou os olhos - Ai, Fabinho, larga mão de ser Fraldinha! E sabe do que mais, você bem que mereceu! Quem manda ficar falando besteira pro Bento?!

– Eu num falei besteira... Só disse a verdade. Ele que se doeu. Claro, no fundo ele sabe que tá sendo um canalha, tanto com você quanto com a Malu.

Giane fechou os olhos, bem apertadinho, se arrependendo profundamente de ter deixado Fabinho pensar aquilo do Bento.

– Fabinho, olha só, o Bento não é esse canalha aí que você tá pintando não.

– Cê vai defender o cara, Giane?! Será que você num vê que ele tá só te usando?!

Giane já não conseguia mais segurar aquela mentira, por isso, soltou: - Fabinho, eu num tenho nada com o Bento, nem nunca tive!

– Quê?! Pra cima de mim, Giane?! Esqueceu que eu te vi pulando a janela do cara?!

Giane ficava cada vez mais agoniada - Para, Fabinho! Para, e me escuta! - Fabinho fez cara de interrogação - Eu pulei sim a janela do Bento, mas ele não faz a menor idéia que eu faço isso. Eu vou lá escondida só pra... - suspirou - dá um beijo nele, enquanto ele tá dormindo. Só pra você ter uma idéia, ele sempre acha que tá sonhando.

Fabinho franziu a testa, indignado - Giane, eu sabia que você arrastava um caminhão por ele, mas chegar a esse ponto... Agora, eu só num tô entendendo uma coisa... Por que cê num me contou isso antes?! Talvez assim eu não tivesse levado um soco do Bento.

Giane levantou abrutamente do sofá, e cruzou os braços - Pronto, era só o que me faltava! Agora cê vai dizer que eu sou a culpada de você ter levado o sôco. Olha só, Fabinho, se eu num te contei antes foi porque você não tem nada a ver com a minha vida. E só te contei agora porque fiquei com medo de você abrir a boca pra todo mundo aqui da rua. - chegou perto dele, apontando o dedo indicador em riste - Agora, vou logo te avisando que se você fizer isso, eu te quebro a cara!

Agora foi a vez de Fabinho levantar - Cê tá me ameaçando, Pivete?! - perguntou, fuzilando-a com o olhar.

– Ainda bem que você entendeu! - falou Giane, ríspida.

Fabinho ficou possesso assim como Giane. Ambos estavam com o tórax subindo e descendo ao ritmo da respiração acelerada.

O mais estranho era que Fabinho, ao mesmo tempo que queria esganar Giane, sentia também uma vontade louca e animal de agarrá-la ali mesmo na sala, e beijá-la com violência só pra calar aquela boca tentadora.

E o desejo era recíproco...

– Eu vou... - começou a falar Giane, quebrando o clima daquele momento - Lá na cozinha, guardar a caixinha de primeiros socorros, antes que meu pai chegue. - Pegou todo o material, guardando na caixinha, e rumou pra lá, entretanto quando deu o primeiro passo, foi impedida por Fabinho que permaneceu parado na sua frente - Cê num vai sair do meio?! - perguntou Giane, com a voz um pouco trêmula, e seus olhares se encontraram.

Fabinho estava atordoado com o que estava sentindo e temia o que podia fazer com aquela garota, por isso, ainda fitando-a, deu espaço pra que ela pudesse passar.

Giane passou, andando a passos largos. E logo que chegou na cozinha, foi direto guardar a caixinha no armário. Depois foi até a pia, abriu a torneira, colocou uma mão na água, e passou a mão molhada no pescoço.

O desejo a consumia como uma tocha ardente.

– O que tá acontecendo comigo? - sussurrou para si mesma, ofegante.

Ao mesmo tempo, na sala, Fabinho acabou sussurrando a mesma coisa, enquanto coçava a nuca.
Na tentativa de se acalmar, ele começou a caminhar pela sala, seus olhos percorrendo todo o espaço, se atentando a cada detalhe, até que um, em especial, lhe chamou a atenção. Era um porta retrato que estava em cima de uma mesinha que ficava ao lado da janela. Caminhou até lá com a finalidade de reconhecer quem er as pessoas gravadas na fotografia. Elas lhe pareceram bem familiar.

Quando ele segurou a porta retrato, sorriu com ternura, pois teve uma surpresa, a imagem retratava ele, Giane e Bento abraçados, quando tinham entre sete e oito anos. Giane estava no meio dos dois, com os braços ao redor do pescoço de ambos, e Fabinho segurava uma bola de futebol. Lembranças daquela época lhe vieram a mente. Algumas boas, outras ruins.

Fabinho só acordou de seus pensamentos quando sentiu uma mão macia deslizando em suas costas, e parando em seu ombro, com um leve aperto.

Ele virou, os olhos marejados.

– Quê que houve, cara?! - perguntou ela, encarando-o, com ternura.

Fabinho sorriu, tímido - Num sei. Eu tava aqui olhando essa fotografia e, de repente, comecei a me lembrar de um montão de coisa... - apontou para imagem em suas mãos - Essa aqui é a bola que cê chutou e o carro passou por cima, né?! - Giane assentiu com a cabeça - Eu fiquei furioso com você naquela época. - riu pelo nariz - Foi o presente mais legal que eu ganhei do tio Gilson.

Giane sorriu, envergonhada, e franzindo a testa, perguntou - Será que um pedido de desculpas, a essa altura do campeonato, tá valendo?!

Fabinho sorriu, e assentiu com a cabeça. Então, sem pensar nas consequências daquele ato, Giane jogou os braços ao redor do pescoço, e o abraçou forte.
Como Fabinho foi pego de surpresa, por algus segundos, permaneceu com os braços soltos, mas, logo em seguida, enlaçou sua cintura, apertando-a contra seu corpo.
Quando o abraço cessou, eles se afastaram bem devagar, tanto que, se olharam, com intensidade, ao ponto de seus corações dispararem.

Giane foi a primeira a desviar o olhar, e tentar sair, entretanto Fabinho a apertou ainda mais, impedindo-a.

Giane arregalou os olhos, temendo o que poderia acontecer, mas ela não estava com medo dele, estava com medo dela mesma.

– Fabinho, me solta! - pediu, rôuca.

Fabinho sorriu, com malícia - Relaxa, pivete, que eu não vou te beijar. - Giane não sabia se ficava aliviada ou decepcionada - Acha que eu me esqueci do nosso combinado?!

Giane fez cara de interrogação - Que combinado?

– Eu disse que só te beijaria de novo se você tomasse a iniciativa, então... - piscou um olho - Fica tranquila!

Giane ficou atordoada, sem saber o que fazer... Preferiu optar pelo lado mais fácil, mas, bem menos prazeroso - Tá. Se é assim... Me solta!

Ele riu. Sabia que aquilo era muito difícil pra ela, o que tornava aquela situação extremamente excitante.
Apertou-a mais uma vez só pra provocá-la mais um pouco, depois a soltou, e era como se nada tivesse acontecido.

Giane pigarreou, e para quebrar pela segunda vez o clima, comentou - Fabinho, olha só, eu acho que você devia procurar o Bento pra pedir desculpas.

Fabinho revirou os olhos. Será que Giane não sabia falar de outra pessoa que não fosse o imbecil do Zé Florzinha? - pensou. E chateado, respondeu - Ah, claro, eu vou sim procurar o Bento pra pedir descupas. Daí ele vem e me dá outro soco pra completar esse aqui. - apontou pro ferimento no canto dos lábios. - É isso que cê quer?!

– É óbvio que não! - respondeu, e instintivamente, Giane tocou o lábio dele, com bastante delicadeza. - Tá se sentindo melhor?

– Tô. - engoliu a seco quando seus olhares se cruzaram, e Giane rapidamente tirou a mão, como se tivesse levado um choque - Giane, cê já notou que você só abre a boca pra falar no Zé Florzinha?! - Giane arqueou as sobrancelhas. Nunca imaginou uma pergunta como aquela - E o seu namorado riquinho como fica nessa estória?!

– O Caio é muito cabeça aberta. Ele sabe que o Bento é só meu amigo.

– Ah tá, isso quer dizer que ele sabe das suas "escapadinhas" no meio da noite pra casa do cara?!

Giane bufou - Não. E nem é pra saber. Odeio namorado ciumento e possessivo. Se ele for assim, eu dou um chute na bunda dele rapidinho.

Fabinho riu, com um ar de total mistério - Cê num tá nem aí pra esse cara, né?!

– Nem pra ele, nem pra ninguém! - rebateu.

– Nem pra ninguém, é?! - perguntou rôuco, e antes que ela pudesse responder qualquer coisa, ele pegou sua mão e a puxou com ímpeto para si, enlaçando sua cintura.

Ela arregalou os olhos, então, sem mais aguentar ele começou a beijar o seu pescoço, roçando sua barba por todo ele, deixando-a louca de desejo, de paixão...

Giane tentava se soltar, empurrando-o com força, mas ele nem se mexia e continuava na tortura - Para Fabinho! - pedia, sua voz totalmente rouca - Pa... - parou na metade da palavra ao sentir um leve arrepio lhe percorrendo a espinha, quando ele mordiscou o lóbulo de sua orelha - ...ra! Fabinho, chega... por favor!

Ele parou apenas por alguns segundos, e segurou sua nuca, mergulhando seus dedos entre seus cabelos. E essa foi a deixa pra que ela pudesse perguntar - Achei que tivesse dito que não ia me beijar...

Ele sorriu, malicioso - A boca. Eu não falei nada sobre o pescoço... Ou outras partes.

Giane corou, e sentiu um frio percorrer seu estômago - Fabinho, a gente não pode...

– A gente pode sim. - falou ele, cortando -a, e recomeçando os beijos pelo pescoço, ao mesmo tempo em que suas mão massageavam suas costas até chegarem a sua nuca.

Giane fechou os olhos, jogando a cabeça pra trás, na intenção de permitir cada investida de Fabinho. Sua respiração entrecortada. Até sentir Fabinho lhe segurando a cintura, com mãos firmes, elevando nos braços, de maneira que ela, mesmo sem entender o porquê de fazer aquilo, enlaçou a cintura dele com as pernas.

Então, ele, sem parar um minuto de beijar sua pele, levou-a até o sofá, deitando-a, com carinho, e se posicionando em cima dela.

Ela não fazia a menor idéia do que estava fazendo. Era a primeira vez em sua vida que deixava alguém beijá-la e tocá-la daquela forma. Por isso, enquanto Fabinho percorria seu pescoço com beijos, mordidinhas, e sugadinhas, ela segurava os cabelos da nuca dele, num frenesi sem igual.

Foi aí que Fabinho resolveu ousar mais, e segurando a blusinha de Giane, puxou-a para cima, até a altura dos sutiã, sem mostrá-lo, evidenciando apenas seu ventre.
Baixou a cabeça e beijou seu ventre, um daqueles beijos de tirar o fôlego, fazendo Giane arquear suas costas, em resposta. E foi isso que o fez levantar o olhar pra ela. Precisava se certificar de que ela estava gostando. Sorriu quando viu o semblante de Giane, tomada de desejo. Voltou para o pescoço, subindo para o queixo, onde começou a mordiscar. Em resposta Giane entreabriu os lábios, como num pedido silencioso pra que a beijasse. Contudo, para desespero dela, ele estava totalmente disposto a cumprir o combinado.

Então, "malvado", e mesmo torturando a si mesmo, ele parou, e se levantou, ajeitando os cabelos bagunçados pelas mãos trêmulas de Giane.

Ela abriu os olhos, e vendo que ele havia se levantado, fez o mesmo, baixando sua blusa e, assim como ele, ajeitando os cabelos. Ela queria saber o porquê dele ter parado, mas no fundo sabia a resposta.

Levantou, sem coragem para encará-lo.

– É melhor eu ir... - começou ele. - Já tá tarde e... Sei lá, seu pai pode chegar.

– É. É melhor sim. Com certeza. - falava atropelando as palavras - Eu... Te acompanho até a porta.

– Tá. - foi só o que respondeu, e acompanhou-a de perto.

Giane destrancou a porta e abriu-a. Ele deu um último sorriso - A gente se vê! - e saiu.

Giane fechou a porta. Entretanto, não conseguiu sair de imediato. Fechou os olhos e colocou as mãos na porta, se arrependendo amargamente por não ter tido coragem de beijá-lo.
Bateu na porta com a mão fechada, descontando nela sua covardia e num rompante, sem medir as consequências, ela abriu a porta, disposta a correr atrás dele...

Não foi necessário.

Ele assim como ela, tinha permanecido parado do lado de fora, tentando criar coragem pra voltar - Giane, eu...

– Num estraga, fraldinha. - sussurrou ela, cortando-o, e sem mais pestanejar, ela agarrou sua nuca, e o beijou com ardor, com vontade, com paixão, sugando todo o ar de Fabinho, e entrelaçando sua língua a dele.

Em resposta, Fabinho enlaçou sua cintura, e a empurrou pra dentro de casa com o peso do corpo, fechando a porta com o pé. Depois disso,ele imprensou Giane contra uma parede, seus corpos totalmente enroscados.

De fora, só dava pra ver o embalar de suas cabeças de um lado pra outro, numa tentativa de encaixar as bocas, ao mesmo tempo em que, tomavam fôlego. Algumas vezes, Fabinho gemia de dor pelo seu lábio machucado, mas, isso não o fez parar de jeito nenhum.

– Giane, minha filha, você chegou?! Abra aqui! - perguntou Seu Silvério do lado de fora.

Para sorte de Giane, como ele havia esquecido a chave, achou que a porta estava trancada, então nem tentou girar a maçaneta. O que ofereceu tempo para que os dois parassem e pudessem se recompor.

Limpando os lábios, ainda inchados pelo beijo "violento", Giane foi até à porta e abriu-a.

– Filha, que bom que você chegou. Acredita que eu esqueci a... Fabinho?!

Fabinho forçou um sorriso.

– Filha, o que ele tá fazendo aqui?!

Giane arqueou as sobrancelhas, piscando os olhos, nervosa - O Fabinho... Ele tava jogando uma peladinha comigo e... A gente ficou com sede. Enfim... Pai, cê precisa ver, o Fabinho joga mal pra caramba! - disse em tom de brincadeira, quebrando totalmente o clima constrangedor.

– Se liga, heim, pivete! - disse Fabinho segurando o pescoço dela. - Tchau! A gente se vê! - disse se dirigindo a ela que sorriu. Depois se virou para o pai dela que estava com cara de poucos amigos - Boa noite, Seu Silvério - despediu-se com um aceno e saiu.

Giane fechou a porta trancando-a.

– É um palhaço mesmo. - riu, e suspirou - Bom, o senhor apaga as luzes hoje. Boa noite, pai! - deu um beijinho no rosto do pai e rumou para o quarto.

Seu Silvério forçou um sorriso, pois, tinha plena conciência do que se passava. Ele não era bobo. Entretanto, preferiu se fazer de cego. Amanhã teria uma conversa muito séria com Giane. Ah, como ele queria que nessas horas a mãe dela estivesse viva.
Sexo. Esse era o assunto que ele gostaria que nunca tivesse de ter com sua filha. Bom, mas no andar da carruagem, parecia inevitável. Sua filha havia crescido, e ele teve a impressão que só agora havia percebido.
Deu um suspiro profundo, e depois de apagar todas as luzes, foi dormir.

No quarto, Giane estava deitada na cama rememorando cada segundo daquela noite. Suspirou, e tocando seus lábios, sorriu, apaixonada.

Fechou os olhos, foi quando sentiu seu celular vibrando no bolso. Seu coração disparou, pois tinha a nítida impressão que sabia quem estava mandando uma mensagem àquela hora da noite.

Estava certa. Era dele, e dizia: "Hey, maloqueira, acho que te dêvo um sorvete" ;)

Ela virou para o lado, sem conseguir parar de sorrir, colocou o celular no criado mudo e, fechou os olhos a fim de dormir. Queria que a noite passasse logo. Amanhã teria um compromisso, aliás, dois.


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Notas finais do capítulo

E aí?! Quero feed back das minhas leitoras! 😍😘