Só Tinha de Ser Com Você escrita por Lizzy Darcy


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Minhas lindas, desculpa a demora! Semana super cheia! Fiquei mega feliz com seus coments! Todos muito carinhosos, isso me incentiva a continuar! Brigada de coração!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/478304/chapter/5

STSV - Capítulo 5:

Depois do ocorrido em frente á casa de Bento, Giane praticamente correu pra sua casa. Seu pai estava no sofá da sala assistindo tv, quando ouviu sua filha abrindo a porta, e rumando a passos largos para o quarto.

– Oi, Filha! Chegou bem na hora do seriaaaa...do! - Silvério falou, mas parou quando ouviu Giane fechar a porta do quarto com um baque. - O que deu nessa menina? - o pai se perguntou, voltando a assistir ao seriado. Depois perguntaria.

Quando Giane entrou no quarto, desabou na cama. Sentia-se confusa. Passou as mãos no cabelo. Depois virou de bruços, apoiando a cabeça no cotovelo. Sentia-se confusa. Por que permitiu que Fabinho a beijasse se era do Bento que ela gostava? Aliás, por que QUIS que ele a beijasse?
Roçou os dedos nos lábios que ainda se encontravam entumescidos pelos beijos trocados. Até mesmo o cheiro dele estava impregnado em seu olfato.
Sentiu-se confusa. Começou a se perguntar, por que Fabinho tinha o poder de lhe sugar todo o ar dos pulmões apenas com um olhar, se era do Bento que ela gostava? E que tipo de sensações eram aquelas que estava experimentando pela primeira vez em sua vida? Nessa horas gostaria de ter uma mãe para poder conversar e dividir com ela tudo isso.
Tinha absoluta certeza de que era algo novo, algo incompreensível, algo forte que começava a brotar em seu coração, bem como, as milhares de flores que um dia plantou e regou. Só não tinha a menor idéia da intensidade e do que ia representar na sua vida.
Fabinho Campana... O garoto que tantas vezes jurou odiar, agora causava uma mistura de sentimentos dentro dela que a estava deixando atordoada, com medo... Fechou os olhos, e sua mente foi invadida por lembranças daquela noite, começando pelo momento em que se arrumou toda para ir à casa de Bento. Fazia isso uma vez por semana. Era como uma espécie de ritual: Ela se arrumava, pulava a janela, fazia um carinho em seu rosto, admirava-o o quanto podia, e por fim, tascava-lhe um beijo singelo nos lábios.
Só que aquela noite, em especial, aconteceu algo inédito... O beijo... O beijo não aconteceu.
Em compensação, ao ser agarrada pelo Fraldinha, ela não só se deixou beijar, como incentivou e correspondeu a cada investida em um frenesi sem tamanho.

– Filha?! Tá acordada?! - perguntou seu pai, batendo na porta, e arrancando-lhe de seus devaneios.

– Oi pai! - respondeu Giane - Tô sim. Algum problema?!

– O Caio ligou aqui pra casa. - Seu Silvério avisou do outro lado da porta - Disse que tentou falar no seu celular, mas só dava fora de área.

– Tá, pai. Valeu aí pelo recado. Vou mandar uma mensagem aqui pra ele. Boa noite!

– Boa noite, filha! - disse e foi embora.

Giane se levantou um pouco, pegou o celular, e ainda deitada, se apoiou nos cotovelos. Então, escreveu uma mensagem curta e direta. Não estava a fim de falar com ele naquela noite, e muito menos dar satisfações. Odiava ser controlada por quem quer que fosse.
A mensagem dizia: " Cheguei em casa agora. Tô exausta. Vou dormir. Amanhã a gente se fala! Boa noite!"

Enviou e a resposta veio logo seguida: " Boa noite, linda! Durma bem e até amanhã. Um beijo!"

Giane leu, e desligou o celular. Iria trocar de roupa se não fosse o fato de seus olhos estarem pregados. Por isso, sem mais alternativa, entregou-se ao sono.

***
Ao mesmo tempo, Fabinho chegou no apartamento. Estava tão atordoado e confuso quantp Giane ou até mais.
Quem abriu a porta foi sua mãe que se atirou em seus braços, em um abraço forte, sem pestanejar.

– Filho, que bom que você tá bem! - disse Irene segurando o rosto do filho entre as mãos, os olhos marejados - Eu fiquei tão preocupada, imaginando o que poderia ter acontecido com você. Onde é que cê tava?

– Por aí! - respondeu sêco, retirando as mãos de sua mãe de seu rosto - Vou pro meu quarto. - disse e já ia rumar pra lá, quando sua mãe segurou sua mão, impedindo-o.

– Espera, Fabinho! Tem uma pessoa aqui que quer falar com você.

Segurando sua mão, Irene o guiou até o fundo da sala, onde havia uma mulher sentada em um dos sofás.

Fabinho franziu a testa - O que cê tá fazendo aqui?

Dona Margot se levantou e foi até onde estava seu filho, os olhos brilhando - Filho, que saudade! - exclamou, abraçando o filho, que mal correspondeu. - Quando a Irene me ligou contando que você tinha sumido, eu fiquei tão aflita, pensei tanta coisa ruim...

– Tá. - interrompeu de forma grossa - Vamos parar com as pieguices! Diz logo o que você veio fazer aqui!

Margot sorriu fraco - Ô meu filho eu tenho uma noticia boa pra te dar. O meu inquérito foi arquivado. Eu num dêvo mais nada pra justiça, então eu posso vim pra cá pra cuidar de você. Isso é... Se você quiser, é claro. Olha só, eu arrumei um cantinho que fica a umas quatro casas da Casa Verde. É um lugar simples. Mas, é bastante aconchegante. E... Eu preparei um quartinho pra você. Claro, nem se compara a esse luxo que você tem aqui, mas... É seu. Pra quando você quiser me visitar. - pausou, e o encarou de forma profunda - Eu iria ficar muito feliz. Mas, tudo a seu tempo. Não quero forçar nada.

Fabinho escutava aquilo tudo, mordendo o cantinho do lábio inferior, sem mudar a expressão.

– Bom, era isso. - pegou a bolsa e colocou no ombro - Agora... Eu tenho que ir porque eu fiquei de passar na casa de um tal de Silvério pra pegar a chave da casa. - segurou o rosto do filho e lhe deu um beijo. - Tchau, meu filho! Se cuida! E se quiser aparecer... Já sabe... Minha casa vai ser pra sempre sua. - sorriu triste, e olhou pra Irene que observa a cena com um sorriso carinhoso - Brigada Irene por me permitir ver o meu menino.

– Não foi nada, Dona Margot! - segurou o braço dela, acompanhando - a até a porta - Eu é que tenho muito a agradecer a senhora por ter cuidado tão bem do nosso Fabinho. A senhora é tão mãe dele quanto eu. - abraçou-a forte, sendo correspondida com a mesma intensidade. - Pode aparecer aqui sempre que quiser. - finalizou, abrindo a porta e dando passagem para que ela pudesse sair - Boa noite, Dona Margot!

Dona Margot sorriu, seus olhos marejados - Boa noite pra você também e muito obrigada! - acenou e foi embora.

Depois de fechar a porta, Irene voltou pra sala, onde Fabinho ainda estava, parado como uma estátua, suas mãos dentro dos bolsos.

– É uma boa mulher essa Dona Margot... - comentou ela, mas Fabinho fingiu que não escutou e rumou para o quarto. - Espera, Fabinho! Eu... Preparei uma surpresa pra você. Vem comigo!

Fabinho franziu a testa, mas mesmo sem entender, seguiu-a.
Eles pegaram o corredor, e pararam em frente ao quarto de hóspedes.

– Tá. O que significa isso?!

Irene sorriu com ternura - Eu sei que vai ser muito difícil recuperar todos esses anos que passei longe de você, mas eu quero tentar... Por isso... - abriu a porta do quarto - Esse quarto agora é seu. Todo seu. Eu fiz questão de escolher e arrumar cada detalhe.

Os olhos de Fabinho percorreram todo o quarto, desde a cama de mógno recoberta com uma colcha masculina até o sofá e laptop que ficava em cima da escrivaninha. Era um quarto verdadeiramente luxuoso, isso Fabinho não podia negar. Um sorrisinho quase saia dos seu lábios, mas não queria dar o braço a torcer.

– Você gostou? Espero que sim. Vou deixá-lo dormir agora. Deve estar cansado. - deu um beijo no rosto do filho, e olhou fixamente em seus olhos - Só quero que você saiba que eu te amo. Muito. E o seu pai também. Do jeito dele, claro.

Fabinho franziu a testa, indignado - Ama?! Se ele me amasse mesmo, teria cumprido a palavra de me dar minha minha herança!

– Filho, seu pai tem esse jeito turrão, mas pode ter certeza que ele nunca vai te desamparar.

Fabinho se enfureceu, e pegou jos braços dela, chacoalhando - a - QUE DESAMPARAR?! Eu num quero amparo! Eu quero dinheiro. Eu quero o dinheiro que é meu de direito. E eu vou ter, nem que tenha que esperar a morte desse babaca!

Irene arregalou os olhos. Nunca imaginou que seu filho pudesse nutrir tanta raiva pelo próprio pai - Filho, num fala assim! Ele é seu pai. Bem ou mal, vocês vão ter que aceitar isso e tentar se entender.

– Mãe, entende uma coisa: a gente nunca vai se entender. Eu não sou o filho que ele sonhou. Nem nunca vou ser. - falou sério.

Uma lágrima furtiva caiu do olho de Irene que tratou logo de enxugar, antes que seu filho pudesse ver.

– Eu fico muito triste com isso, mas eu tenho fé que um dia vocês possam ser pai e filho. De verdade. - disse, deu outro beijo no rosto do filho, e saiu do quarto, arrazada.

Fabinho sentiu um aperto no coração em ver sua mãe naquele estado. Contudo, foi sincero. Realmente não gostava de Plínio, e faria de tudo que estivesse ao seu alcance pra se ver livre dele... Claro que, com toda a sua herança em mãos.

Retirou a jaqueta, mas antes de jogá-la em cima da cama, seu olfato foi invadido por um cheiro inebriante que vinha da jaqueta... O cheiro inconfundível de Giane. Encostou a jaqueta no nariz e aspirou profundamente, então seus lábios se curvaram em um sorriso, e o beijo que ele havia dado nela lhe veio a mente.

Engoliu a seco e coçou a barba. Depois balançou a cabeça como que querendo espantar aqueles pensamentos.

Tirou a roupa e foi tomar banho... Um banho gelado, bem gelado.

***
Alguns minutinho depois, Giane ainda dormia quando o celular soou com uma mensagem. Gemeu. Quem seria àquela hora? Esticou o braço pra pegar o celular, sem levantar nem a cabeça. Piscou algumas vezes pra que suas pupilas se adaptassem à luz do celular, e logo que começou a ler, arregalou os olhos e se levantou de supetão.

A mensagem dizia:

– " E aê, maloqueira! Tá dormindo?!"

Ela piscou várias vezes sem acreditar naquela mensagem. O que o Fraldinha queria com ela aquela hora da noite?
Hesitou um pouco antes de responder, mas sem negar para si mesma que ficou animadinha com aquela mensagem-surpresa, digitou: " Tava. Até um panaca ter a safadeza de me acordar com uma mensagem idiota."

Fabinho que estava com as costas encostada na cabeceira da cama, vestindo apenas uma cueca boxer, e com os cabelos molhados, quando recebeu a resposta, soltou uma risadinha divertida, e digitou: " Mentira. Você assim como eu não tá conseguindo dormir por causa do que aconteceu hoje."

Giane franziu a testa, rindo, sem graça. E digitou: - Do que você tá falando?! - ela sabia, mas nunca admitiria.

A resposta veio logo em seguida: "Cê sabe muito bem. Num se faz de desentendida. Giane, a gente se beijou. Você esqueceu?"

Giane arregalou os olhos, piscando sem acreditar no quanto ele foi direto. Pensou no que dizer. Em como sair daquela "saia justa". Então digitou, com as mãos trêmulas. Aquela conversa já estava ficando íntima demais.

"Ah, aquilo?! Aquilo foi só um beijo besta, banal, ridículo. Até já tinha esquecido. Foi um erro e... Não vai mais voltar a acontecer."

Ao receber aquela última mensagem, Fabinho ficou meio que decepcionado, mas não se deu por vencido e digitou: " É. Você tem razão. Foi só um beijo mesmo. E da minha parte não vai mais voltar a acontecer, a não ser que... Você me peça."

Giane arqueou as sobrancelhas. Ele tinha mesmo digitado isso? - se perguntou em pensamento. Então digitou: " Rá rá e quem disse a você que eu quero te beijar?! Vai ter que esperar sentado."

Ele riu, convencido de que aquelas palavras tinham sido ditas da boca pra fora. Então digitou: " Ah, é?! Então, por que cê num fugiu quando eu te beijei?! Eu não te segurei e nem obriguei a nada. E você correspondeu, Giane. Ô, se correspondeu... E, quer saber do que mais?! Agora a gente estaria em outro lugar, se aquela maldita pessoa não tivesse chegado naquela hora e nos interrompido. Vai negar?!"

O coração de Giane disparou, as borboletas sobrevoaram todo o seu estômago e sua boca ficou seca, imaginando que talvez Fabinho tivesse razão. Nunca ninguém havia tocado nela como ele o fez. E o que é pior... Com sua permissão.
Ficou sem resposta. Então digitou: " Ah, vai te catar, Fraldinha!"

O riso de Fabinho ecoou pelo quarto inteiro, com a resposta dela. Então ele digitou: "Eu vou é te catar... Boa noite, pivete, e vê se num sonha comigo!"

Giane franziu a testa. Mas, será possível que esse garoto tinha resposta pra tudo?
Tudo que fez foi mandar um emoticon mostrando a língua. E desligou o celular. Preferiu não imaginar o emoticon que ele mandaria de volta.
Colocou o celular em cima do criado-mudo. Ajeitou o travesseiro, e abraçando o lençol, fechou os olhos, tentando dormir.Mas como? Se cada palavra que ele escrevera, a perturbou intensamente. Maldita hora que resolveu responder àquelas mensagens.

Do mesmo jeito, Fabinho também apoiou sua cabeça no travesseiro. Mas, ao contrário de Giane, o sono chegou logo, o fazendo dormir profundamente a ponto de sonhar com uma bela garota de cabelos curtos e olhos amendoados, que o visitava em seu quarto, e o beijava apaixonadamente.

***
O dia amanheceu com um belo sol, e céu azul. Naquele dia, Giane acordou muito cedo, tomou um banho rápido e vestiu uma roupa que costumava usar no cotidiano: calça apertadinha, blusinha regata e tênis. Foi tomar café, contudo pra sua surpresa seu pai não estava em casa.
Observou todo o espaço da cozinha a procura do que comer, então seus olhos foram atraídos por um bilhete fixado na geladeira com um imã. Chegou mais perto e leu. O bilhete dizia: "Filha, saí mais cedo porque precisei visitar uma pessoa. Falei com Salma e ela disse que você podia tomar café lá na casa verde. Beijos! Silvério."

– Ah, que beleza! - resmungou Giane, mas sem outro "remédio", rumou direto pra casa de Salma.

Chegando lá, Giane recebeu os cumprimentos de todos que estavam á mesa ( Jonas, Salma, Gilson, Lucindo, Socorro e Érico).

– Vixi, mano! Chegou a demônia! - exclamou Lucindo.

Giane apertou os olhos furiosa, e chegando perto da cadeira de Lucindo, apertou-lhe o pescoço. - Quem é demônia? Quem? Tá a fim de morrer, cara?!

Lucindo arregalou os olhos e começou a se engasgar, quase não saindo sua fala. - Argh, para! Cof, cof, argh... Me solta, sua... Argh... Doida!

– Giane, minha filha, solta o Lucindinho! - pediu tia Salma, com os olhos arregalados, ao mesmo em que todos à mesa se levantaram em protesto - Ele só tava brincando, né, Lucindo?!

– Argh! É. Cof cof... Eu tava só... Argh... Brincando. - disse Lucindo, cada vez mais engasgado, segurando as mãos de Giane na tentativa de se soltar.

Giane trincou os dentes e aos poucos foi soltando - Acho bom, porque da próxima vez eu aperto outra coisa que pode te levar a nunca mais ter filho.

Lucindo arregalou os olhos e instintivamente colocou as mãos sobre os testículos.

Depois do episódio não muito agradável, principalmente para Lucindo, Giane foi sentar-se à mesa para tomar café com todos.
A mesa estava repleta de guloseimas. Giane não sabia nem o que escolher primeiro. Decidiu por uma tapioca com nata que tia Salma fazia como ninguém.
O clima na mesa ficou bem mais tranquilo, com todos conversando entre si. Conversas aleatórias até que...

– Nã adianta, mãe! Já está mais do que decidido, o Fabinho não trabalha na minha agência...

Quando Giane escutou o nome de Fabinho levantou a cabeça para melhor prestar atenção na conversa.

– ... Aquele garoto é um bandido, um ser humano da pior espécie. Pode esquecer que eu não vou dar chance nenhuma pra ele! Pronto. Acabou!

Giane franziu a testa, nitidamente preocupada com Fabinho. E já ia abrir a boca para defendê-lo, quando percebeu alguém se aproximar da mesa.

– Bom dia, bom dia! - cumprimentou Renata, já se sentando ao lado de Érico. Todos retribuiram ao cumprimento a seu modo. - Huuuuum! Que delícia! Não sei nem por onde começar...

– Que tal por um beijinho no seu namorado?! - sugeriu Érico, fazendo-a rir para em seguida lhe tascar um beijinho nos lábios.

– Renata, eu fiz aquela tapioca com nata que você adora. - passou a tigela pra ela que a pegou de imediato e se serviu.

– Ai meu Deus! Eu vou quicar qualquer dia desses com tanta comida deliciosa. - elogiou e Tia Salma ficou toda orgulhosa. Renata colocou uma garfada na boca, mas, de repente, pra surpresa de todos, começou a rir.

– Que foi, Rê?! - perguntou Érico, curioso.

Renata teve de ter alguns segundos para se recuperar das risadas - Ai, desculpa, mas é que... Eu acabei lembrando de uma coisa. - virou de lado - Érico, meu amor, você não tem noção do que eu presenciei ontem... - Érico fez cara de interrogação - Um casal se agarrando na frente da casa do Bento - Giane arregalou os olhos - Mas, num era um agarrado normal não. Era um... Ai meu Deus... Sabe quando a gente num sabe onde começa um e termina o outro de tão encaixados que eles estão?! Se é que vocês me entendem... - olhou de forma maliciosa pra todos.

– Mas, você viu quem era?! - perguntou Socorro.

Giane ficou com tanto medo de ser desmascarada que, foi sua vez de engasgar - Cof, cof, cof... Argh... Cof, cof, cof...

Todos se levantaram a fim de ajudar Giane, mas foi Lucindo quem primeiro chegou nela.

– Sai todo mundo! Deixa que eu cuido disso! - E como para descontar, Lucindo lhe aplicou tapas bem fortes em suas costas - Desengasga demônia!

Os outros tiveram que intervir, com medo de que Lucindo pudesse matar Giane. E foi aquela confusão... O que deu margem para que o assunto "casal se agarrando" se encerrasse, para alívio imediato de Giane.

***
O expediente na Crash Mídia começou cedo, apesar de que a maioria das pessoas ainda não havia chegado. Sílvia foi uma das primeiras a chegar, e foi direto para o escritório. Lá, ela começou a organizar alguns books. Tinha de escolher dentre todas aquelas modelos, aquela que fosse a cara da nova campanha.
Ouviu quando a porta foi aberta. Levantou o rosto, e abriu um sorriso quando viu de quem se tratava.

– Ei, Sílvia, tá de pé o convite?! - perguntou Giane, recebendo em troca um sorriso de orelha a orelha por parte de Sílvia.

– Naturalmente! - respondeu, animada.

– Tô dentro. Mas, olha só, eu tenho duas condições: A primeira é que eu quero que o Fabinho faça o slogan da campanha.

Sílvia arqueou as sobrancelhas - Mas, Giane, o Érico não...

– Te vira! - exclamou Giane, interrompendo-a - Senão eu tô fora!

– Tá. Eu vou ver o que eu posso fazer. Mas, e a segunda condição?!

– Eu não quero que Fabinho saiba que fui eu quem pediu isso. Aquele ali já é metido sem motivo!

– Hum... Olha eu num sei se eu entendi, mas... Fica tranquila que vou fazer de tudo pra cumprir as duas condições. - pegou um dos books, folheando-o - Vem cá! Senta aqui que eu quero te mostrar umas fotos que...

– Agora eu não posso! - exclamou Giane, interrompendo-a pela segunda vez - Porque eu tenho que ir pra Acácia... Pra variar, o Bento me deixou sozinha com o Wesley. Mas, a gente se fala! - concluiu e acenou pra ela, indo embora.

– Ai meu Deus! E agora? Como é que eu vou fazer pra convencer o Érico que o Fabinho tem que ser contatado?! Sílvia, Sílvia, agora sim, você se enfiou numa sinuca de bico sem tamanho! - lamentou-se ela para si mesma, quando ouviu a porta bater.

***
Algumas horinha mais tarde, Giane trabalhava na Acácia, borrifando água em algumas rosas, enquanto Bento, que já havia chegado do compromisso, atendia alguns telefonemas com pedidos.

– Ei, Giane, temos uma encomenda: Um buquet de rosas para uma gestante que terá um bebê em 12 dias. Tatty GM, lembra dela?!

Giane abriu um sorriso - Claro que lembro. Gente boa ela! Pode deixar que eu mesma faço questão de preparar.

Bento sorriu, e já ia dizer alguma coisa, mas teve que fechar a boca com a entrada afobada de Wesley na Acácia.

– Quê isso, heim, Giane! Olha só o que deixaram pra você! - disse Wesley, entregando um buquet de flores pra Giane que o recebeu, entusiasmada, já tratando de pegar o cartão.

– Quem que te mandou isso, heim?! - quis saber Bento, com ciúmes.

– Ah, deve ter sido o Caio! - respondeu Giane, de forma natural, abrindo o cartão.

Mas, para sua surpresa, a única palavra que estava escrita era:
"Maloqueira"
Giane tomou um susto, seu coração disparou, e Bento percebeu.

– Que foi, Giane?! Não foi o Caio que te mandou, não?!

Giane coçou a cabeça, e sua voz saiu trêmula - Não. Quer dizer... Foi. Não. Na verdade, essas flores não são pra mim.

Bento franziu a testa - Não são?! Então, elas são de quem?!

– Num sei, Bento! Eu vou... - tirou o avental - atrás do Wesley pra que ele... Bom, ele entregue pra pessoa certa. Peraí que eu já volto! - e saiu correndo porta da Acácia afora.

Bento ficou sem entender, deu de ombros, e voltou a fazer o que estava fazendo.

Lá fora, Giane tentou encontrar o Fraldinha, olhando pra frente e para os lados da rua. Nada. Nem sinal. Decerto ele já tinha ido embora. Bufou. E pegando o celular no bolso de trás de sua claça, discou um número.

Quatro toques depois ele atendeu.

– "Quê que é, heim, fraldinha?! Tá querendo me zoar com essas flores?!" - perguntou Giane sem nem dizer alô.

– "Flores? Que flores? Pirou?!"

– "Não se faz de idiota! Sabe muito bem do que eu tô falando! As flores que você mandou o Wesley me entregar."

Fabinho teve que segurar um risinho - Eu heim?! Eu lá tenho cara de quem manda flores pra moleque de rua?!

Giane bufou - Moleque de rua é a senhora sua...

– Ei, ei, vê lá o que você vai falar!

– Seu Palhaço! - exclamou irritada.

Demorou alguns segundinhos para que a resposta viesse. Giane já se encontrava impaciente.

– Maloqueira - falou rouco e desligou.

Giane ficou indignada - Eu não tô acreditando que o safado desligou na minha cara! Ah, se eu pego ele, eu sou capaz de... Aaarrgghh!

Batendo com os pés no chão, Giane voltou pra Acácio, enquanto um certo alguém, escondido atrás de uma parede se acabava de rir da cara dela.

– Giane, que você nunca ouça, maaaaas, você fica ainda mais linda quando fica nervosinha. - continuou rindo, enquanto espiava ela descendo os cachorros em cima de Bento, descontando sua raiva.

Ou será que se tratava de outro sentimento???


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?! Gostaram?! Hihihi
Quero fazer um pedido pra vcs! Quem vcs gostaria que fosse o vilão ou vilã dessa estória?! Só não quero Amora, por favor! Beijooooooooooooooo! Aguardem o próximo, tem peladinha e sorvete! 😍