Só Tinha de Ser Com Você escrita por Lizzy Darcy


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpem a demora. Adorei os coments de todas! Fico feliz que estejam gostando! Loviú!



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STSV - Capítulo 4:

Já eram quase 16:00 quando Malu resolveu ir embora da Acácia. Ela e Bento tinham passado a tarde, entre flores e beijinhos. O namoro deles ia cada vez melhor, principalmente depois que a Amora resolveu dar uma trégua para os dois, viajando para o exterior por alguns dias.
Bento combinou de se encontrar com ela à noite, e já estava retirando o avental para fechar a loja, quando o telefone tocou. Voltou para atender. Era uma de suas melhores clientes, e claro, uma das mais insuportáveis, pois sempre ligava no final do expediente.
Pra desespero de Bento, ela pediu sete buquets de rosas vermelhas, com urgência, para aquela tarde mesmo. Bufou de raiva, mas prometeu que todos estariam preparados até o comecinho da noite. Isso, se, a sua sócia resolvesse aparecer, mas esse pequeno detalhe, ele não mencionou a ela.
Alguns minutinhos depois, Bento estava terminando de ajeitar o segundo Buquet, quando Giane entrou na loja, bufando de raiva.

– Ei, ow, o que foi, Giane?! - Bento quis saber - Parece que tá pronta pra matar o primeiro que vê pela frente...

– E tô mesmo. - respondeu ela, colocando o avental - Então, vê se não enche porque eu posso escolher você!

Quando ela disse isso, Bento foi até o balcão, e pegou a tesoura - Só pra prevenir... - falou em tom de brincadeira, arrancando uma risadinha tímida de sua sócia.

– Vai, me conta o que aconteceu. Talvez eu possa ajudar. - se ofereceu, Bento.

– Foi o Caio. - Bento mudou de expressão. - Eu disse pra ele me esperar na padaria, enquanto eu ia resolver uma... - coçou a nuca. Temeu dizer a verdade pra Bento. Ele nunca entenderia - Parada aí. Daí quando eu voltei encontrei o canto mais limpo. E você sabe que eu odeio ser feita de trouxa! Mas, deixa... Deixa ele começar com essas frescuras que rapidinho eu dou um pé na bunda dele!

Depois que ela disse isso, Bento se deu conta de que realmente não estava gostando de saber desse namoro "repentino" de Giane.

Chegou perto dela, e cruzou os braços - Giane, me diz uma coisa... Você tá mesmo namorando com esse cara?

Giane que estava com a cabeça baixa, amarrando um laço de um dos buquets que Bento havia preparado, deu um sorrisinho, sem que ele visse. Adorou o fato de ver Bento com ciúmes dela.

Virou de frente, encarando-o - Achei que tivesse óbvio. Além disso, o que você tem a ver com isso? Você é o meu pai por acaso?

– Não. Mas, eu sou seu irmão mais velho. E eu quero saber das intenções desse cara. Só isso.

Giane fez uma careta - Bento, você não é meu irmão. Você não é nada meu. - Saiu pra buscar mais flores, e ficando de costas pra ele, soltou uma frase, só pra ver sua reação: - Se você ficou invocado assim com o Caio, se prepara porque você não viu nada ainda!

Bento apertou os punhos. Não gostava de pensar nem na possibilidade de sua "irmãzinha" engatar algo "sério" com alguém.
Ele voltou para o balcão sem dizer mais nenhuma palavra. E pôs-se a continuar preparando os buquets, com cara de poucos amigos.

De repente a porta da Acácia se abriu. Bento levantou a cabeça para vê de quem se tratava.

Era Jonas.

– E aí, boy, beleza?! - cumprimentou Jonas, batendo na mão de Bento. - Mano, eu tô indo lá na casa de Rosimery pra ajudar ela numa reforma. Tem alguma encomenda pra aquelas bandas?

– Que nada. Aquela cliente chata ligou querendo sete buquets de rosas pra ontem. Tô super atarefado aqui. - Bento disse, e ficou aéreo.

– Entendo... Mas, que cara é essa, mano? Tá de ressaca?

– Não, cara, eu tô aqui lembrando que semana passada eu tive um sonho muito estranho... Uma mulher me beijava, depois desaparecia. - Giane olhou de lado, sorrindo, sem virar o rosto - Foi uma sensação tão real que eu até acordei.

– Nossa! Mas, qual das tuas minas? A Amora ou a Malu? - Jonas quis saber por curiosidade.

– Não consegui vê o rosto, mas te digo que foi uma sensação muito boa. - Bento falou com um ar sonhador.

Giane sorriu, feliz com o comentário de Bento. Retirou o avental e se dirigiu até Bento.

– Ei, Bento, tá faltando rosa. Vou lá no canteiro da rua pra ver se encontro umas por lá.

– Tá. Mas, vê se num demora muito. Preciso de você pra gente terminar os buquets. - Giane assentiu com a cabeça e saiu, mas parou no meio do caminho quando ouviu Bento falar - E quando ao seu namorado... Abre o olho heim Giane!

– Ela girou os calcanhares, e ficando de frente pra ele, pôs as mãos na cintura - Abre o olho você, Bento, e vê se enxerga alguma coisa! - disse, e foi embora, rindo por dentro.

Bento ficou sem entender aquele comentário, mas mandou um recado - Depois a gente conversa sobre isso!

***
Giane estava arrancando algumas rosas, quando sentiu alguém se aproximar por trás.

– Oi Giane! - Era Sílvia que vinha descendo as escadas.

– Oi dona! - cumprimentou Giane sem nem olhar pra trás - Oh, se você quer falar com o Bento, ele tá lá na Acácia.

– Não, querida. Eu vim falar com você. Eu adorei o seu book, adorei! E eu acho que você é a cara da campanha que nós estamos fazendo.

Giane franziu a testa, e levantou limpando as mãos sujas de terra na calça - Olha só, é Sílvia, o seu nome, né? Aquele negócio de book foi só zoação. Eu num curto campanha, nem essas paradas aí, não. Isso não é pra mim.

– Ah, mas que pena... Porque você tem potencial. - suspirou decepcionada - Enfim, se você mudar de idéia é só me procurar na Crash Mídia.

– Pow, eu acho que isso num vai acontecer não, mas brigada aí.

– Ela sorriu - Só te digo uma coisa: Não perca essa oportunidade, não. Você é muito linda! - disse, acenando pra ela, e indo embora.

Giane sorriu, lisongeada com o elogio.

– Viu?! Não sou só eu que te acho linda. - falou uma voz vinda de trás dela.

Giane se virou - Caio?! - cruzou os braços, e fechou a cara - Tá ligado que eu nem devia mais querer olhar na tua cara, né?!

– Você?! Num seria eu que devia estar pirado com você, não?! Giane, você me deixou plantado naquela padaria pra ir atrás daquele cara!

– Caio, você num ouviu a Malu falando com a Irene no telefone, não?! Ela estava aflita com o sumiço do Fabinho. Com medo que ele fizesse alguma besteira.

– Sim. E precisava ser logo você a salvadora do "garoto perdido"?! - perguntou ele com ironia.

Giane franziu a testa, indignada - Olha só, Caio, eu aceitei namorar com você, mas se você começar a querer controlar a minha vida, nosso namoro acaba por aqui!

Caio arregalou os olhos. E com medo de perdê-la, resolveu esconder sua raiva - Tá. Desculpa! Eu só fiquei chateado. Só isso. Mas, agora eu entendi tudo. Você só quis ajudar. - sorriu, fraco. Giane continuou com a cara fechada. Então, Caio mostrou um pacote que estava escondendo nas costas. - Isso é pra você.

Giane pegou o pacote e o desembrulhou. Seus olhos brilharam com o conteúdo - Uma máquina fotógráfica?!

– É. Achei que ia gostar de aprender a fotografar. E você ainda ganha um professor particular. - apontou para si próprio, sorrindo com orgulho.

Ela o abraçou forte - Valeu, cara! Eu achei super maneiro!

– Que bom! Vem! Deixa eu te ensinar como funciona. - segurou sua mão, e levou-a até um banquinho, puxando-a para que ela se sentasse em seu colo. Mesmo sem graça, ela sentou, e ele começou a ensiná-la, botão por botão, com toda paciência.

***
– Então, Fabinho, você vai ou não vai dizer, o que você veio fazer aqui?! - perguntou Érico, impaciente com o silêncio dele.

Batendo nos joelhos, Fabinho se levantou - Bom, eu vim aqui pra te fazer uma proposta.

– Proposta?! Que tipo de proposta?

Fabinho deu um suspiro profundo, antes de começar a falar - Eu quero comprar uma parte da Crash Mídia. Você conhece o meu trabalho, e modéstia a parte, eu sou muito bom no que eu faço. Além disso, como você já deve saber, eu agora sou um Campana. Tenho muito dinheiro pra investir na empresa. - mentiu. Nunca diria sobre a "mesada" que seu pai lhe daria - Então, se eu entrar de sócio, essa injeção de capital vai dar um bum na empresa... A gente pode crescer e se firmar no mercado.

– Fabinho, o que te faz acreditar que eu vou aceitar essa tua proposta?! Sim, porque, sinceramente, você com o seu histórico de bandidagem não é o sócio dos sonhos de ninguém! O Natan que o diga!

– Érico, o que aconteceu entre o Natan e eu, é uma estória completamente diferente. E só diz respeito a mim. Mas, eu posso te garantir que o que eu tô te propondo é algo bem promissor.

– Ah, claro, você afundou a empresa do Natan e agora quer afundar a minha. - Fabinho franziu a testa, indignado - Você acha que eu sou idiota? Que eu vou colocar dentro da minha agência uma cobra pra me picar?

– Olha só, Érico, eu vim aqui com a melhor das intenções, mas tô vendo que fiz mal. Você além de lelé da cuca, é um otário. Maldita hora que eu resolvi seguir o conselho daquele moleque de rua! - desabafou Fabinho, e bateu no peito de Érico - Pode ficar com sua empresinha de merda. Eu não preciso dela, afinal agora eu sou rico, milionário... Eu posso abrir minha própria empresa. E eu te garanto uma coisa, a minha empresa vai botar esse muquifo no chinelo em um estalar de dedos. - estalou os dedos bem na cara de Érico, provocando-o.

Érico ficou possesso - Fora daqui Fabinho! - Fabinho deu um sorriso sarcástico, e rumou em direção a porta de saída, sendo seguido de perto por Érico, que o expulsava, apontando para porta - Some da minha frente! Senão, eu acabo com você, heim, moleque!

Fabinho abriu a porta, mas antes virou pra ele - Tchau querido! Abraço, sucesso! - disse em tom irônico, e fechou a porta atrás de si, batendo-a com bastante força.

***
Fabinho desceu as escadas da Crash Mídia correndo. Não porque estava com medo de Érico. Mas, simplesmente porque queria se vê o mais longe possível desse lugar. E quanto mais rápido, melhor.
Quando ele atravessou o portão de saída, seus olhos foram atraídos por uma cena não muito agradável. Giane estava do outro lado da rua beijando um cara. De longe não conseguiu distinguir, mas tinha quase certeza de que se tratava do cara que ela levou à sua festa. Seu coração ficou apertado. Sentiu um ódio tão grande dela, como nunca havia sentido por ninguém. Ela havia dito pra ele que o cara não era seu namorado, e no entanto, estava ali, se agarrando com ele, beijando ele...

– Mentirosa, descarada! - pensou alto. E sem pensar nas consequências de seu ato, atravessou a rua na intenção de que ela o visse para sentir o gostinho da "vergonha alheia".

Giane deu um último selinho no namorado, quando, de repente, seus olhos a atrairam para um rapaz que passava na sua frente.

– Fabinho?! - disse ela, arregalando os olhos.

– Ah, não! Mas, será possível que esse cara vai ficar o tempo todo entre nós?! - resmungou Caio.

Mas, Giane não estava nem aí para o seu "mau-humor" - Cê viu a cara dele?! Parecia triste ou com raiva... Será que aconteceu alguma coisa?!

– Se aconteceu, você num acha que ele é grandinho o suficiente pra resolver seus próprios problemas, não?!

– Caio, é sério... O Fabinho num tá bem, e... - levantou do colo dele - Desculpa, mas eu vou atrás dele. E você, fica aí! Não sai! Eu volto logo. Eu juro.

E antes que Caio pudesse protestar, Giane já atravessava a rua correndo, ao mesmo tempo em que baixava sua saia que teimava em subir.
Giane só encontrou Fabinho alguns minutinhos depois.
Ele estava subindo umas escadas, quando ouviu Giane gritando seu nome. Parou em um degrau, e se virou pra ela, emburrado. Ela estava cinco degraus abaixo.

– Qual é a tua, heim, moleque?! Vaza daqui! Parece até que tá me perseguindo!

A feição de Fabinho estava mais pra decepção do que raiva, por isso, Giane resolveu ignorar sua grosseria, e subiu três degraus - Fabinho, o quê que houve, cara?b

– Vá embora, Giane!

– Não. Me diz! O que aconteceu?

Fabinho olhou pro lado. Seus olhos marejados - Eu fui propor sociedade para o Érico, e ele me expulsou de lá. Também era muita loucura isso, né?! Sonhar que eu ia ter uma chance. Não adianta... As pessoas sempre vão lembrar do meu passado. Vai todo mundo sempre me julgar pelo que eu fiz.

Giane ficou bastante tocada com aquele desabafo, e subiu mais um degrau - Fabinho, eu sei que vai ser difícil no começo, mas... Você podia começar pedindo desculpas pras pessoa que você fez mal.

Fabinho fez uma careta - Pedir desculpas?! Eu quero mais é que esse povo todo de lasque! Tudo um bando de hipócrita! Se dizem bonzinhos, mas na primeira oportunidade de serem solidários... Porrada na cabeça!

Giane se entristeceu - Fabinho, você sente tanta raiva assim dessas pessoas?!

– O que você acha?!

– Fabinho, você pelo menos se arrepende, cara?! - Fabinho ficou calado - Responde!

Fabinho virou o rosto para o lado, impaciente - Num sei, num sei... O quê que cê quer saber? Se eu faria de novo? Não. Eu nao faria de novo. Você vai me dá sermão? Vai me dá sermão?

Giane franziu a testa - Fabinho baixa o tom! Você tem que aprender a pedir desculpas, cara! Fabinho pede desculpas! Anda! - mandou Giane.

Entretanto, Fabinho não estava nem aí pra ela, ainda mais porque a cena dela beijando o cara não saía de sua cabeça. Quem era ela pra lhe dar lição de moral?
Fuzilou-a com o olhar, e sem dizer uma só palavra, desceu as escadas, passando por ela.

Ela virou em direção a ele - Fabinho! Fabinho! - mas, ele continuou andando, sem nem olhar pra trás - Fabinho! Eu não vou te soltar! - gritou, e ele parou bruscamente, mas sem virar pra ela. Sabia que ela tinha dito a mesma frase que disse quando o salvou de cair do prédio. Entretanto, aquela frase assumia um significado muito especial. Era como se ela tivesse dizendo: "Eu não vou desistir de você"!
Seu coração disparou. Mas, seu orgulho falou mais alto, e sem pestanejar, ele continuou seu trajeto.
Giane ficou indignada - Saco! - foi só o que ela conseguiu dizer, entre dentes.

***
Já era quase meia noite quando Fabinho despertou. Ele tinha encontrado um banquinho de praça que ficava perto da casa verde e acabou pegando no sono. Acordou com o barulho de vozes de alguns adolescentes que voltavam de uma festa.
Sentado, bocejou e passou a mão no rosto, tentando espantar o sono que ainda o assolava. Levantou, e cambaleando, rumou em direção a um ponto de táxi mais próximo dali. Achou que já estava na hora de voltar pra casa.
Entretanto, parou, quando seus olhos foram atraídos por uma cena. Esfregou os olhos afim de que suas pupilas se adaptassem melhor à luz. Aproximou-se um pouco mais e mal pôde acreditar no que viu. Era Giane saindo de casa, vestida com um vestido preto e curto, maquiagem um pouco mais afetada do que o normal, e saltos.

Fabinho arregalou os olhos - Mais que maluca! O que será que ela vai fazer em uma hora dessas? - Ficou curioso ao ponto de começar a seguí-la, se escondendo atrás de cada muro e árvore todas as vezes que ela olhava pra trás - Aposto que vai se encontrar com aquele almofadinha! - resmungou. Mas, pra sua completa surpresa, ela acabou parando em frente à casa de Bento. Abriu o portão, e pulou a janela, com tanta facilidade que Fabinho era capaz de jurar que ela fazia aquilo toda noite.
Embasbacado, Fabinho se escondeu atrás de um muro para esperá-la. Não sairia dali até que tirasse aquela estória a limpo.

Meia hora depois, Fabinho escutou um barulho vindo da janela. Olhou por cima do muro. Era ela descendo a janela, com cara de travessura.
Quando ela passou pelo muro, Fabinho tapou a sua boca com uma mão e com a outra, puxou-a, até que suas costas se apoiassem no muro.

– Huuuuuuuuuuuummmmm - protestou ela, com os olhos arregalados, nitidamente assustada. Contudo, quando conseguiu ver o rosto de seu raptor, sua expressão mudou para raiva.

– Eu vou te soltar, mas você vai prometer que não vai gritar, ok?! - ela assentiu com a cabeça, e ele aos poucos foi retirando a mão de sua boca. Porém, por precaução, apoiou suas mãos na parede, prendendo-a entre os braços. Sem emcostar nela. Apesar de que, a proximidade era tanta que ela até podia sentir sua respiração em seu rosto.

– Cê tá louco! O que pensa que tá fazendo? - reclamou ela, com os olhos faiscando de raiva.

– Peraí, maloqueiro, aqui quem faz as perguntas sou eu! - retrucou, ríspido - Eu posso saber o que você tava fazendo na casa do Bento?

Giane apertou os olhos - Não é da sua conta!

– Pulando a janela do cara, Giane! Que coisa feia! E com essa roupa?! - olhou pra ela de cima a baixo, seus olhos com faíscas. Giane corou - Me responde uma coisa, ele sabe que você faz isso? Sabe, né?! Deve até te esperar toda noite.

– Eu já disse que não é da sua conta! Agora me solta, senão eu juro que eu grito!

– Grita! Pra todo mundo, eu sou bandido mesmo. - deu de ombros - Não vai fazer diferença nenhuma pra mim. Agora... - chegou mais perto, falando quase tocando seus lábios nos dela. Giane ficou em brazas - Pra você, pode ser ruim sim. Imagina o que seu pai diria se soubesse que sua filhinha linda e inocente, sai de casa toda noite pra... Como eu posso dizer sem parecer grosseiro... "desaflorar" com o Bento. Gostou da palavra? Até que combina com o Zé-Florzinha, né?! - deu uma risada maliciosa.

Giane bufou de ódio, e sem pensar duas vezes, desferiu um tapa bem seguro no rosto de Fabinho, que virou de lado - Imbecil! Babaca! Eu odeio você!

Fabinho segurou o rosto machucado, mas em vez, de resmungar qualquer coisa, ele imprensou Giane na parede com seu próprio corpo. De maneira que Giane não conseguia sair, mesmo fazendo força, mesmo empurrando-o, com fúria. Seu coração disparou, sua respiração ficou entrecortada, e suas pernas ficaram bambas.

– Que foi, maloqueiro?! Tá com medo de quê?!

Ela não o encarava, olhando para os lados. - Me solta, Fabinho!

– Não. Antes eu quero te mostrar uma coisa.

Giane arregalou os olhos.

– Quero te mostrar que posso ser muito melhor do que aquele teu sócio fofolete!

Seus olhares se encontraram. Ambos olhando para os lábios, um do outro. E essa foi a deixa para que Fabinho encostasse seus lábios delicadamente sob os dela, em um beijo torturante.
Giane entreabriu seus lábios, em um convite silencioso, pra que ele fosse mais além.
Então, de repente, sem mais aguentar, Fabinho adentrou sua língua dentro de sua boca, e o beijo se tornou exigente, sôfrego... O ar faltando para os dois, as línguas se entrelaçando e Fabinho a pressionando ainda mais contra a parede. Giane se entregou aquele beijo sem reservas, e colocando os braços ao redor do pescoço dele, puxou o cabelo de sua nuca, num frenesi inconsequente.
Não satisfeito em só beijá-la, Fabinho, desceu sua mão, até encontrar a coxa da garota, e segurou-a com firmeza, com vontade. Subindo sua saia, sem pudor, procurando um caminho para suas nádegas.
Aquilo era loucura. Giane sabia. fabinho sabia. Mas, quem disse que conseguiam parar.

– Tem alguém aí?! Oi?! - gritou uma voz que se aproximava do muro.

Temendo ser flagrada por quem quer que fosse, Giane empurrou Fabinho com violência, que se descolou dela. Seu tórax arfando.

– Nunca mais faça isso! - gritou Giane - E nunca mais olha na minha cara!

Então, ela saiu correndo, tão rápido que, quando Fabinho se deu contado do que tinha acontecido, ela já tinha virado a esquina.

Ele sorriu de lado, olhando em direção à esquina onde ela desaparecera - Nunca mais é muito tempo... Giane.

***


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Gostaram? Querem mais? Hihihi Muitas emoções ainda estão por vir. Quero opinião, sugestões... Me ajudem a ficar cada vez melhor! Até o próx. Capítulo! Bj:***