Só Tinha de Ser Com Você escrita por Lizzy Darcy


Capítulo 26
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

E aí, vamos acordar nosso casal?! Já dormiram demais! Kkkkk



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STSV - Capítulo 26:

– Aqui está o seu queijo quente, moça. - falou o atendente da lanchonete do Hospital para Giane.

– Valeu! - Giane agradeceu, segurando o sandwiche. - Me vê também um suco de... - sorriu ao se lembrar do suco que tomara na casa de Fabinho - Morango com laranja, por favor.

O atendente assentiu com a cabeça, anotou no caderninho e saiu para providenciar.

Naquele dia, Giane havia acordado cedo, com a barriga roncando. Viu que Fabinho ainda dormia profundamente, e resolveu sair pra se alimentar antes que ele acordasse. Estava imensamente feliz, pois, finalmente, tinha feito as pazes com Fabinho, e até foi pedida em casamento. Há alguns dias atrás, jamais imaginaria aceitar uma proposta como aquela, contudo, em sua vida, nunca teve tanta certeza de querer alguma coisa, ou alguém... Fabinho... Fabinho... Repetiu para si, e seu coração disparou.
A felicidade era tanta que chegou a pensar na possibilidade de "já ser amor antes de ser". Afinal, aquelas implicâncias do início, aquele ódio que sentia dele foram quebrados e amordaçados no primeiro beijo que deram naquela festa. O que ela sentia por ele, sabia, jamais sentiria por outra pessoa.

Com os olhos brilhando, e ainda perdida em seus pensamentos, mirou o anel que ostentava, tirou-o do dedo, e leu a frase: "Só tinha de ser com você"... Fabinho nunca fora tão feliz na escolha de uma frase, pois Giane concluiu que a vida deles poderia até ter tomado outro rumo, entretanto, eles teriam sim, se encontrado e se apaixonado do mesmo jeito, pois suas almas estavam predestinadas desde sempre e para sempre.

Seus pensamentos foram interrompidos ao ouvir o atendente anunciar que seu suco estava pronto. Pegou-o, colocou na bandeija, junto ao queijo quente, e rumou até uma mesa próxima.

Alguns minutinhos depois, já bem alimentada, voltou para o quarto de seu namorado. O dia tinha começado tão bem, que tinha certeza, nada, nem ninguém, poderia estragá-lo.

Engano seu.

– O que essa garota tá fazendo aqui? - perguntou Giane, nitidamente irritada, ao se deparar com camilinha no quarto de Fabinho.

Fabinho arregalou os olhos, imaginando que vinha chumbo grosso por aí.

– Calma, meu bem, eu só vim ver como o Fabinho está. Soube do acidente quase agora, e fiquei preocupada. Só isso. Pode baixar as armas. Eu vim em paz.

Giane apertou os olhos, sem acreditar nem um pouco na conversinha educada de sua rival.

– É, amor... Relaxa, a Camilinha só veio aqui saber como é que eu tô. Agora, vem cá e me dá um beijo de bom dia... - esticou o braço e puxou a mão de Giane, que apresentou um pouco de resistência, antes de sentar ao lado dele. Levou seus lábios em direção aos lábios dela, que virou o rosto, e o beijo acabou saindo na bochecha.

– Pronto. Já viu que ele tá bem. Tá satisfeita?! Agora já pode chispar daqui, né?!

Camilla deu um sorriso cínico - Nossa! A educação mandou lembranças!

– Ah, é?! Pois, fala pra ela nem me procurar, porque eu falo o que quero na hora que eu quero. Ainda mais pra uma patricinha metida a besta que acha que eu num tô sacando o olho grande no meu noivo.

Ouvindo a palavra noivo, Fabinho olhou pra ela, fascinado, e sorriu.

– Noivo?! Vocês estão noivos?! - perguntou Camilla, espantada.

– Noivos sim. Com muito orgulho. Por isso, vaza daqui, e esquece o Fabinho antes que eu resolva quebrar seus dentes!

Camila arregalou os olhos - Sinceramente, não sei o porquê de tanta violência, ou será que você não confia no seu taco?! - deu uma risada cínica.

Giane bufou de raiva, e já ia partir pra cima de Camilinha, se não fosse o fato de Fabinho tê-la segurado pela cintura. - Me larga, Fabinho! Porque eu vou partir essa modelete em duas!

– Fica calma, pivete! Não vale a pena! Num vê que ela só quer te provocar?! - virou em direção a Camilla, e fuzilou-a com o olhar - Já deu, né, Camila?! Agora, vaza daqui!

Camilla revirou os olhos, e pegou sua bolsa, ajeitando-a no ombro - É... Eu vou mesmo. Vendo agora. Vocês dois se merecem! - abriu a porta e fechou-a atrás de si.

Giane conseguiu se soltar, mas ao abrir a porta, viu que a rival já tinha mesmo ido embora. Não tinha mais como alcançá-la. Voltou para o quarto.

– Agora minha conversa é com o senhor. - disse para Fabinho, que arregalou os olhos. - Qual é a tua, heim?! Eu vou tomar café e quando eu volto dou de cara com essazinha.

– Giane, ela foi entrando sem bater. Quando eu vi, ela já tava aqui dentro. Eu num suporto essa garota! Para com esse ciúme bobo! - Giane cruzou os braços e bufou - Vem cá, vem! - chamou, com o braço esticado - Cê ainda tá me devendo um beijo.

Giane o fuzilou com o olhar - Ah, é?! Então, trata de botar na minha conta! - esbravejou, abriu a porta e fechou com um baque, deixando Fabinho falando sozinho.

– Giane! Ow Giane, calma aí! Giane! - gritou Fabinho. Em vão. Giane não voltou e bufando de raiva, ele tetirou a agulha do braço, vestiu acamisa e saiu porta a fora, atrás dela - Giane!

Avistou-a ainda em um dos corredores do Hospital. Apertou o passo, a fim de alcançá-la. Segurou o braço dela, e puxou-a para si, em um solavanco. Imprensou-a na parede mais próxima.

– Será que dá pra me escutar?! - ele perguntou, encarando-a.

– Me larga, Fraldinha!

– Não! - quase gritou, Fabinho - Giane, eu te amo, droga! Cê acha que eu ia querer a Camilla?! Eu quero mais é que ela se exploda. E de preferência junto com o Zé Florzinha. Só assim pra gente ficar em paz!

– É. Você diz isso, mas quando você me viu com o Bento, ela foi a primeira pessoa que você pensou em procurar.

– Pra te fazer ciúmes, sua idiota! Pra que você sentisse na pele a dor que eu senti ao te ver com aquele jardineiro de fundo de quintal.

Giane abriu a boca para retrucar, mas no mesmo instante fechou. Não tinha mais argumentos. E sentiu-se péssima por ter iniciado aquela briga matinal.

– Desculpa. - pediu Giane - É que...

– É que você me ama, e tá aí cheia de medo de me perder. Pois, deixa eu te contar um segredo... - levou os lábios até o ouvido de Giane, e sussurrou - Você nunca vai me perder. Tô amarrado a você com um nó bem forte. Te amo, encrenqueira!

Voltou a encará-la, e percebeu um sorrisinho se formando em seu rosto - Encrenqueira?! Olha quem fala?! O encrenqueirinho... - segurou o colarinho dele, e o virou, de maneira que ele agora era o imprensado. Ele riu, mirando seus lábios, e olhos, com desejo - Que foi?! Tá pensando que é você quem manda nessa relação?!

– Tá aí uma coisa que eu nunca pensei... - deu uma risadinha gostosa.

Ela sorriu de maneira sensual, e segurando seu queixo, se apossou dos lábios dele, com voracidade. E o beijo foi de tirar o fôlego, só cessando quando um dos enfermeiros veio avisar que aquele não era o lugar apropriado para aquele tipo de demonstração de carinho. Eles riram, envergonhados, e completamente abraçados, saíram em direção à recepção.

***
– Filho, como é que você tá?! - Plínio perguntou, com uma expressão bastante preocupada.

Fabinho sorriu - Tô novinho em folha, pai! Pode ficar tranquilo. A maloqueira cuidou muito bem de mim. - disse e olhou pra ela, que segurava seu rosto com uma mão, enquanto o outro braço envolvia as costas dele. Deu um selinho nela. - E a Irene, cadê?!

– A gente preferiu não contar nada pra sua mãe por causa da gravidez de risco. A Malu tá lá em casa com ela, cuidando pra que ela não procure você.

– Fizeram bem. E o sogrão?!

– Seu Silvério foi pra casa porque ainda ia ter que se arrumar pra ir trabalhar. Disse que Giane ligasse pra ele, assim que tivesse um tempo.

Giane sorriu, e retirou o celular do bolso, discando o número de casa. Colocou o fone no ouvido, contudo ao olhar pra frente, sua expressão mudou. - Mas, o que esse canalha tá fazendo aqui?!

Fabinho seguiu o olhar da namorada, que se deparou com Bento.

Giane saiu em direção a ele. fabinho também saiu, mas foi impedido pelo seu pai - Não, Fabinho. Deixa ela ir. Acho que eles precisam ter essa conversa. - Fabinho olhou para o pai, e entendeu o recado. Então, mesmo se mordendo de ciúmes, permaneceu parado, só observando a namorada.

– Eu não acredito que você teve a cara de pau de vir até aqui!

– Giane, eu vim porque eu queria te dar uma explicação de tudo que eu fiz e...

Mas, Giane não estava disposta a escutá-lo, e desferiu um golpe certeiro em seu rosto - Isso é pelo Fabinho. E isso... - segurou os ombros dele, dando uma joelhada em seus testículos - É por mim.

Instintivamente, Bento se curvou segurando seus testículos, urrando de dor.

– Essa é a minha garota. - murmurou Fabinho, mirando a namorada com orgulho e amor.

– Fica longe de mim, e do Fabinho! - esbravejou Giane, com o dedo em riste - Fica longe da gente!

– Giane, ai, me deixa explicar, vai! Pela nossa amizade, pela nossa, ai, sociedade.

– Num tem mais amizade. E nossa sociedade acabou! Amanhã mesmo, eu levo os papéis pra que você assine. Agora... Cai fora daqui!

Bento, fazendo careta de dor, olhou para Fabinho, que arqueou as sobrancelhas, e sorriu de lado. Mirou outra vez sua ex amiga, que virou o rosto, e foi embora, sentindo dentro de si, uma vontade imensa de vingança.

Giane virou em direção ao namorado , que sorriu com ternura, e abriu os braços pra que ela se aconchegasse. Ela correu e se deixou envolver pelos braços dele. Chorou. Não arrependida pelo que fez, mas por ter perdido um amigo. Fabinho compreendeu, e permitiu que ela se consolasse em seu peito. E isso fez Giane amá-lo ainda mais.

***
Algumas horinhas, mais tarde...

– Quer dizer que essa estória de namoro fake, era tudo desculpinha pra tentar me conquistar?! - Perguntou Giane, desenhando qualquer coisa no tórax de Fabinho, com o dedo indicador.

Eles estavam deitados na cama de Fabinho, enrilados no lençol, pois tinham acabado de fazer amor.

– Pois é. Pra você ver, o que eu sou capaz de fazer só pra ficar do teu lado. - respondeu Fabinho.

Giane levantou a cabeça do peito dele, e seus olhares se encontraram - Cê sabe que... Eu só aceitei participar disso tudo porque... Eu também num tava mais aguentando ficar longe de você.

Fabinho franziu a testa - Ah, é?! Pois, você tem um jeito bastante esquisito de demonstrar isso.

– O que você queria, Fraldinha?! Que eu me atirasse nos seus braços, depois de você ter feito uma proposta cretina como aquela?! Cê tá é louco!

– E você... Que exigiu que a gente só se beijasse na frente dos outros!

Ela riu - Foi muito engraçada sua cara quando eu disse isso.

– Pior foi a sua, quando eu disse que ia obedecer.

Ambos riram, divertindo-se ao lembrar de cada episódio do namoro fake.

– A verdade é que nós dois somos dois idiotas que achavam que conseguiriam ficar longe um do outro. - disse Fabinho, acariciando o rosto da namorada com o polegar. - Impossível. A gente se ama demais.

– Sabe que nisso você tem razão. Por isso, eu aceitei me prender a você, mesmo achando esse negócio de casamento, coisa de mulherzinha.

Ele sorriu - Pode ir se acostumando com a idéia porque eu tô doido pra ter um bando de moleque correndo pela casa e me chamando de papai.

– Ih, vamo com calma! Eu nem bem aceitei casar e você já quer me deixar prenha.

– Imagina... Minha maloqueira com um barrigão daqueles de sair pela boca!

Giane franziu a testa - Bora mudar de assunto?! Porque isso já tá me deixando enjoada.

Fabinho riu, e apertou-a com força em seus braços - Enjoada é?! Será que vamos ter que inverter o rumo das coisas?!

Giane arregalou os olhos - Fala isso nem brincando!

Fabinho deu uma risada gostosa - Tá bom. Mas... Do jeito que as coisas vão, acho melhor eu ir aproveitando desse corpo magrinho antes de você se tornar uma gorducha, feia e rabujenta.

Giane apertou o olhar - Acho melhor é você calar essa sua boca porque senão, eu vou me fechar pra balanço. Aí eu quero só ver como é que você vai fazer pra ver moleque correndo pela casa!

Fabinho riu, e puxou-a para cima dele - Deixa de ser marrenta!

– Marrenta é a mãe!

Ele sorriu, e ela retribuiu o sorriso. Então os dois ao mesmo tepo, procuraram os lábios do outro, e encontrando, se beijaram com vontade, terminando outra vez debaixo dos lençois.

***
– Como você pode ser tão idiota ao ponto de ter contado pra Seu Silvério sobre o que você fez com a filha dele?! - perguntou, indignada, Camila para Bento, que aplicava uma bolsa de gelo no rosto.

– O tio Silvério sempre foi por mim. Nunca imaginei que ele fosse dar com a língua nos dentes e ficar do lado daquele marginal.

– Pois é, pra você entender o tamanho da sua idiotisse, mas tudo bem... O leite já foi derramado. Temos que pensar é em uma outra maneira de separar aqueles dois.

– E tem que ser um plano no mínimo, perfeito, pois os dois estão com a orelha em pé e num vão acreditar em qualquer coisinha não.

– Não se preocupe. Eu vou pensar em algo que num vai deixar pistas e vai separar esses dois de uma vez por todas. Pode escrever! Ou eu não me chamo Camilla Lancaster! - concluiu, e deu uma risada sarcástica.


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Notas finais do capítulo

O que será que a Camilla ainda vai aprontar heim?!