Inevitavel escrita por Fallen


Capítulo 2
Desejo 2: Desejos


Notas iniciais do capítulo

more one!!!



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Um trovão corta o céu e faz Sayaka dar um novo pulo, Watanuki apesar de não estar olhando para ela fala:

–-Vamos entrando... minha nova ajudante detesta trovoes!

O homem oferece o braço para ela que ajeitando as toalhas nos braços o aceita rapidamente. Dentro da grande e quente sala Sayaka começa a ajudar os visitantes a secar os cabelos enquanto as meninas corriam atrás de roupas secas e Watanuki preparava algo na cozinha.

–-Desde quando trabalha para o Kimihiro... hã...—o rapaz chamado Shaoran pergunta.

–-Me chamo Shimizu Sayaka... melhor só Sayaka, né? Comecei a trabalhar aqui hoje!—comenta a garota que secava os cabelos do espadachim emburrado.

Ele lança para ela o que deveria ser um olhar gélido e assustador, mas tudo o que tira dela é um sorriso confuso o que o faz dizer:

–-Não acha isso o que viu um absurdo? Não acha essa loja um absurdo?—ele pega os dois mokonas pelas orelhas e balançando na frente do rosto dela completa — Não acha duas marias –moles como essas serem algum tipo de ser vivo um absurdo?

A menina fica em silencio por um momento e sem se conseguir refrear fala:

–-Absurdo é seus pais darem emancipação para você aos 7 anos de idade porque você se tornou um incomodo e que já tinha idade pra se virar sozinha... isso é que é um absurdo senhor espadachim...

Há um momento de um silencio constrangedor, mas então Maru e Moru adentram a sala com as roupas novas e Sayaka vê isso como uma deixa para sair dali comentando qualquer coisa sobre preparar o banho e a cama para eles, mas no corredor perto da cozinha e longe das visitas é que ela se lembra... ela só estava ali para ajudar durante uma única noite e não tinha idéia de onde ficavam os cômodos daquela estranha loja. Então se deixa cair e ficar perdida no meio do corredor.

–-O que ouve Sayaka-chan?

Era a voz de Kimihiro que chegou ate ela como um tipo de bote salva vidas, ela olha para cima desamparada e numa voz fina pergunta:

–-O que eu faço? Nunca pensei em mais ninguém que não fosse eu mesma e agora...

–-Eu estou aqui para te dar uma mãozinha! Se tiver um desejo é só me contar, vou fazer com que ele se torne realidade!— a mesma frase que aquela mulher tinha dito para ele repetia agora para aquela garota que lhe despertou tanto interesse. —Mas por hoje já pode ir embora, já é tarde e amanhã você tem aula certo?

Ela se levanta rapidamente e diz meio enrubescida:

–-N... não! Gostaria de preparar o banho e a cama para eles... isso é... se estiver tudo bem... depois vou para casa. Prometo!

–-Não esta com fome?—Watanuki parecia preocupado.

–-Tudo numa boa... Kimihiro-San!—ela responde e recebe em troca um sorriso.

–-Os quartos de hospedes e o banho ficam próximos no fim do corredor não tem erro. —Watanuki.

E lá foi ela preparar o banho e as camas, com tudo pronto ela sentiu uma inexplicável vontade de se jogar em um dos futons e descansar por um minutos e então o sono a envolveu.

“Cada um daqueles que veio a loja dos desejos hoje não teve seu desejos mais íntimos alcançados, por isso estão aqui de novo! Principalmente por aquele que não pode ir a lugar algum, pois espera alguém retornar e por aquele que não pode ficar em um único lugar porque procura por alguém que nem tem idéia de que vai encontrar. Encontre um jeito de ajudar... meu coração dói por vê-los assim, o...”

A voz em uníssono cessa e ela da de cara com Maru e olhando para o outro com Moru, sem falar no peso que sentia no abdômen graças aos dois mokonas que dormiam em cima dela, olha pro relógio e levanta num salto, correndo pelo corredor atrás da pessoa certa.

–-Kimihiro - san! To super atrasada para a escola... SOCORRO!

–-To seu uniforme que lavei e passei e seu bentô!— O homem vinha correndo em direção a ela com seus pertences nas mãos e uma fatia de pão com geléia e manteiga de amendoim na outra.

Arruma-se e se troca rapidamente, faz um coque de qualquer jeito e sem notar da um beijo nele e fala:

–-Ate mais tarde Kimihiro-San!

Enfia a fatia na boca e corre porta afora com as garotinhas desejando um bom dia para ela e assim se vai. O homem se sentia estranho, era quase como se soubesse que num momento crucial algo ruim poderia acontecer com ele e, principalmente, para ela. Mas ele respira fundo, afasta esse pensamento e vai terminar de preparar o café da manhã dos outros.

“O bruxo não pode ir a lugar nenhum porque espera o retorno de alguém... O arqueólogo não pode fincar raízes porque procura a existência de pessoas para poder ser bom o suficiente para a pessoa que ama... o mago e o espadachim estão sem um rumo porque o bruxo e o arqueólogo trancam o caminho...”

O dia passa como num flash e esse frase final do sonho não saiu da cabeça Sayaka, isso a deixou tão pensativa que ela nem mesmo percebeu que o garoto com quem tinha furado o encontro a estava evitando. Preocupada, muito preocupada e... vidas perdidas? Talvez....

–-Hei Saya-Chan! Vem com a gente tomar um sorvete, daí você conta do...— uma das suas colegas convidava, mas já correndo para fora da escola ela corta.

–-Desculpa meninas, mas não vai dar! Tenho que ir pro trabalho! Ate amanhã!!!

As meninas se entreolham não muito surpresas, afinal, a amiga estava atrás de um emprego mesmo e o motivo da paixão platônica dela que ouviu comenta para si:

–-Emprego... né...

Logo ela estava na estação de trem, já tinha tudo traçado em mente iria rapidamente para seu apartamento tomaria um banho, se trocaria e correria de volta no próximo trem para o “novo emprego”, sem perceber que estava se metendo num emaranhado de fios soltos. Chegando lá faz como o programado, mas sem prestar atenção no que fazia arruma uma grande mochila com trocas de roupas e outros pertences, pega a de escola e colocando ambas nas costas e trancando o apartamento cuidadosamente volta para Watanuki.

–-Oi Shimizu-Chan!

A garota que acabava de sair pelo portão do prédio que morava quase tem um ataque quando vê quem era: Shirou Kamui, seu colega e paixão platônica.

–-Shi... Shirou-Kun... co... o que faz aqui?— ela estava tão vermelha e se sentindo tão quente que achou que poderia fritar um ovo na testa e ainda queimá-lo.

Ele joga para ela um olhar desconfiado e frio:

–-Tava voltando da casa de um amigo... você ta... tipo... fugindo de casa?

–-Não... não... é só...— então se lembra que tinha que ir ao “trabalho”, vai ate ele da uma batidinha em seu ombro e já indo embora fala— Opa! Tenho que ir... thau Shirou-Kun ate amanhã!

Ela estava com tanta pressa que nem percebeu que o garoto queria intimidá-la para receber uma resposta ao fora do outro dia, não percebeu seu olhar ficar triste e furioso ao vê-la se afastar e nem quando ele decidiu continuar a seguindo.

Desejos... desejos... desejos... Sayaka também queria a capacidade de poder desejar, mas tudo em sua vida era uma meta vazia de terminar a escola, ir para a faculdade e ter um bom emprego, mas... E daí? O que ela queria? Que tipo de caminho queria seguir? O que seria quando terminasse a escola e fosse para a faculdade? Nunca tinha se feito essa pergunta antes em sua vida, a única que já fez foi quando se viu sozinha no apartamento aos 7 anos de idade e para as paredes perguntou:

–-O que eu faço agora?

Depois disso nunca mais se perguntou ou desejou qualquer coisa, ir sempre para escola e nunca faltar e sempre ter boas notas não era desejo, ela via como obrigação. Quando as amigas a convidavam para passar o natal ou ano novo ou seu aniversario ou qualquer outra data comemorativa com elas ela agradecia, mas não ia dizendo que ficaria bem sozinha, nunca desejando companhia. Ela tinha a tal paixão por Kamui, mas de fato nunca desejou que ele a correspondesse... como afinal se desejava algo? Sayaka não se lembrava mais como fazer isso e enquanto entrava na loja/casa de Watanuki, murmura:

–-Também quero poder desejar algo com que sonho... ou sonhar algo para desejar... quero poder desejar... como eles...

–-Desejar poder desejar também é um desejo, sabia?

Ela olha rápido para cima e quase se engasga, um homem alto, com um ar super serio no rosto e vestindo terno e gravata a olhava de cima, mas ele da um suave sorriso e fala:

–-Mas deseje coisas que consiga alcançar com certa rapidez... porque as vezes... o desejo ou sonho... pode te ferir ou magoar de alguma forma... a longo prazo... quantos anos tem Shimizu-Chan?

–-Huum... 12 anos... huuuuuuuuuuuum.........................— a cara da garota era um enorme ponto de interrogação.

O tal homem já calçava os sapatos e antes de sair diz:

–-Ultimo ano do primário... só uma coisa... não se envolva demais, esta bem? Ah e me chamo Doumeki Haruka! E cuide bem desse idiota...

–-Ate depois Doumeki-San!—Sayaka consegue dizer antes da porta da frente se fechar.

–-Sayaka-chan chegou!— Maru.

–- Sayaka-chan chegou!— Moru.

A garota se vira e sorri para elas, fala que iria se trocar e depois conversar com Kimihiro, pedindo para que elas que o avisassem que tinha chegado e com os risinhos das meninas vai guardar as coisas em um dos quartos vagos. Mas assim que a garota se vai pelo corredor a azulada e a rosada se viram para a porta e com aquele sorriso misterioso recebem o cliente que entrava por ela.

–-Seja bem vindo! Nosso mestre o esperava!— falam ambas.

O cliente as segue e é levado para um sala meio enevoada, a porta atrás de si é fechada e olhando para o homem semi deitado no divã fumando fala sem rodeios:

–-Manda a Sayaka embora! A despeça!

–-E por que eu faria isso?—a voz de Watanuki sai lenta e preguiçosa assim como seu olhar para o garoto— Quem é você afinal? O que acha que é dela?

–-Me chamo Shirou Kamui e sou colega de escola dela! E não acho nada porque ela me pertence!— o moreno olhava ferozmente para o homem.

–-Huum... você acha ou quer ser o dono dela... é isso?—Watanuki replica sem se mover um centímetro.

–-O que? Não!— Kamui parecia horrorizado com a idéia.

–-Mas foi o que você acabou de dizer... — Watanuki.

–-Me expressei mal... quero que o coração dela me pertença... quero... não, desejo que ela me ame tanto quanto eu a amo... é isso....— Kamui.

–-Bem com isso não posso ajudá-lo... amor não é algo que se ganha e sim que se conquista. E muito menos tenho a intenção de mandá-la embora se ela não desejar... é com isso que trabalho sabe... ajudo a realizar desejos. E o seu só vai acontecer por meio de conquista!— Watanuki havia se sentado e olhava diretamente para o outro.

A porta se abre e por ela entra Sayaka, com Maru e Moru na cola, que encarando o colega, enrubescida diz:

–-Shirou-Kun... o que faz aqui?

Fim do desejo 2

^ é essa a Sayaka que imaginei!!!


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