Capitulo 29 — Logan Stark

— Inacreditável, esse lugar continua aqui! — Scarlett exclama assim que nos vemos em frente a um café perto do Time Square.

— Como assim?

— Ah cara, você não se lembra? — Ela me olha, inclinando a cabeça em descrença. — Viemos aqui quando eu tirei a gente da SHIELD no passado. — Então sua expressão muda. — Um pouco antes de sermos atacados pelo maníaco do Luthor.

— Você tem razão. — Olho ao redor, me lembrando daquele dia. — Pelo menos hoje, não temos um maniaco cercando o Time Square.

— O dia ainda não acabou. — Pelo seu tom, sei que Scarlly está brincando, mas não deixo de pensar que, dado a nossa vida, ela pode estar certa.

— Vamos. — Pego sua mão, puxando-a até o local. — Aposto que Aiden já deve estar aqui.

Entramos no lugar, e em poucos segundos avistamos Aiden, acompanhado de Luna, em uma das mesas mais ao fundo.

— Achei que só o Aiden viria. — Scarlett comenta assim que nos aproximamos do nosso casal de amigos. — Se eu soubesse que terminamos um encontro de casais, teria chamado o Sammy e a Megan para virem também.

— Megan e quem? — Luna franze o cenho, assim que nos sentamos. Eu e Scarlett de um lado, Aiden e Luna a nossa frente. — Como assim?

— O aparente novo interesse dela. Pode contra pro Jimmy, que a Megan já seguiu em frente. — Scarlett abre um sorriso maroto. — Ela está saindo com o Barnes agora. Eu mesma vi.

— Eu te contei sobre ele. — Aiden se vira para a namorada rapidamente e então olha para Scarlett. — A Megan já é grandinha, pode sair com quem quiser.

— Não estou dizendo que ela não pode sair com ele, só estou dizendo que não foi uma troca muito feliz, na minha opinião. — Scarlett opina.

— Para de implicar com o garoto. — Aiden repreende minha namorada com um sorriso brincalhão.

— Eu implico com quem eu quiser, Danvers.

Paro de prestar atenção por alguns segundos na discussão animada dos dois para pegar nossos pedidos, e quando volto, Scarlett e Luna estão conversando sobe alguma coisa ocorrida no Instituto.

— Achei que iria passar o dia com a sua mãe hoje. — Aiden olha para mim.— Ela não estava de folga ou algo assim?

— Você conhece minha mãe, a folga dela não dura muito. — Explico. — Ela foi chamada para mais uma reunião, e teve que pegar um avião para Washington há uma hora. Então...

— Mudança de planos. — Meu amigo completa, sem que eu precise justificar mais, afinal, Aiden sempre me entendia. — Pelo menos, seu pai estará em casa hoje, não é? Acho que eles já devem estar voltando.

— Creio que...

— Hã...garotos? — Scarlett me dá uma leve cotovelada, me fazendo olhar para ela. Seus olhos azuis estão vidrados na televisão. — Acho que vocês vão querer ver o que está passando logo ali.

Ela aponta e eu sigo sua indicação com o olhar, me virando um pouco para conseguir ver a televisão ligada em um canal de noticias, em uma parede próxima a nosso lugar.

As imagens que o noticiário mostram são um prédio de quatro andares, cercados com uma faixa amarela tipica da policia. A legenda diz: “Crime choca moradores do Brooklyn”.

Mas não é isso o que me deixa nervoso.

O que me deixa nervoso, é o fato de eu conhecer este lugar.

— O que está acontecendo? — Aiden pergunta, tão confuso quanto o resto de nós. — Não é aonde o Teddy mora?

— Sim, é lá mesmo. — Scarlly responde, sem tirar os olhos do noticiário. — E a Hazel deveria estar lá.

— Ah meu Deus. — Luna resmunga, totalmente chocada com a situação.

Me inclino, a fim de tentar ouvir melhor as palavras da jornalista.

— O Corpo de Carol foi encontrado no começo da noite de ontem, depois de denúncias anônimas sobre uma invasão em seu apartamento, que dividia com o filho, Theodore, de dezessete anos. Algumas testemunhas afirmam ter ouvido uma intensa discussão, seguida de algum tipo de luta.

Engulo em seco, tentando colocar meus pensamentos em ordem.

Agora, mais do que nunca, eu tinha a sensação de que algo muito ruim pode ter acontecido com Hazel, e se algo realmente aconteceu com ela, a culpa vai ser nossa, pois não estávamos ligando para seu aparente “desaparecimento” até agora.

Ainda nervoso e confuso, volto a prestar atenção na jornalista.

— Devido a relatos fornecidos pelos moradores do prédio, a polícia acredita que Theodore, que estava sendo considerado desaparecido, pode ter sido o autor do crime, ao lado da colega Hazel Simmons. As motivações ainda são desconhecidas, mas testemunhas afirmam ter visto os adolescentes...

— Isso não pode estar acontecendo. — Resmungo, sem conseguir terminar de ouvir a notícia, pois assim que a imagem de Hazel aparece na tela, meu corpo todo fica congelado e meus pensamentos disparam.

Que tipo de brincadeira de mal gosto estava acontecendo?

— I-isso não pode ser verdade, pode? — Luna gagueja, olhando para nós, mais pálida do que o normal.

— Claro que não! — Scarlett revida, incerta de suas palavras. — Estamos falando dos dois medrosos e molengas da turma! Teddy e Hazel nunca poderiam ter feito qualquer coisa pra machucar alguém!

Aiden se mexe desconfortavelmente em seu lugar.

— Então o que é isso?

— Se soubéssemos, não estaríamos.... — Não completo a minha frase, pois o celular de Aiden começa a tocar.

— Alo? — Ele atende rapidamente. — Mãe? Onde você está? Você viu noticiário?

— Logan, o que foi que acabamos de ver? — Scarlly sussurra ao meu lado, atraindo minha atenção.

— Eu não sei, mas vamos descobrir e vamos dar um jeito nisso.

— Ok, estamos indo. — Volto minha atenção para Aiden, que desliga o celular, com sua expressão ainda mais séria.

— O que foi? — Scarlett pergunta quando ele se levanta.

— Precisamos ir, os nossos pais voltaram, e nos querem na torre agora mesmo. Parece coisa séria

Scarlett solta uma risada debochada

— Parece coisa séria? Danvers, você viu o que acabamos de ver?

O garoto nem se dá ao trabalho de responder, apenas revira os olhos.

Sou o primeiro a levantar, deixando algumas notas em cima da mesa antes de sair apressado. Meus amigos me seguem para fora do estabelecimento, acompanhando meu ritimo.

— É oficial. — Scarlett quase grita assim que já estamos na rua. — Nunca mais volto nesse café! Sempre que a gente vem, alguma merda acontece.

— Concordo totalmente com você. — Pego meu celular, pronto para ativar meu mordomo digital. — JARVIS?

— Estou aqui, senhor Stark.

— Avise os outros para irem até a torre, imediatamente.

— Como quiser, senhor.

— Qual a probabilidade de Hazel ter uma irmã gêmea do Mal? — Luna inquire.

— Ela não tem uma gêmea do mal.

— Então, porque ela está sendo acusada de assassinato?

— Ela ainda não está sendo acusada disso. — Scarlett começa. — Se isso fosse verdade, ela seria cúmplice é diferente. Mas isso está errado, Teddy e Hazel não podem ter feito aquilo. Eles não conseguem matar uma mosca, quem diria uma pessoa!

— Você tem razão. — Aiden concorda. — Mas se não fizeram, estão com problemas.

Scarlett e Aiden começam uma discussão de quem pode estar por trás do crime, mas Luna chama nossa atenção antes que eles cheguem a qualquer conclusão sensata.

— O que é aquilo!?

A loura aponta para o céu. Paro bruscamente, assim como os outros e todos dirigimos nossos olhares para o céu, onde alguma coisa cai extremamente rápido, deixando um rastro dourado por onde passa.

— Era só o que faltava. — Aiden xinga baixo, ainda olhando para o céu.

— E eu achando que meu dia não podia ficar mais emocionante. — Scarlett debocha.

— Parece que vai bater. — Olho sua trajetória, tentando calcular o ponto de impacto. Ele está indo exatamente na direção do Empire State.

— Temos que fazer alguma coisa...— Aiden começa a dar a ordem. — Alguém avise para...

Não espero ele terminar e vou para um beco, onde em poucos segundos, faço minha armadura me cobrir por completo. Assim que estou com ela, começo a voar imediatamente.

— Eu vou na frente, ver se consigo impedir o impacto, ou pelo menos, ameniza-lo.

Não espero a reposta de meus amigos e namorada para sair em disparada para o local o objeto cai.

— JARVIS, consegue calcular o local exato da queda?

— Mandarei as coordenadas.

Em menos de segundos, vejo que minhas previsões estavam certas, e me dirijo para uma das ruas atrás do maior prédio de Nova York.

— Acha que ele vai bater?

Não preciso da resposta de JARVIS, já eu no momento em que o questiono, o objeto passa raspando pelo prédio, mas não o atinge.

Chego a uma rua (por muita sorte, pouco movimentada) no momento em que a coisa cai sobre alguns carros estacionados, amassando-os por completo, do mesmo modo que destrói a rua ao redor, deixando uma cicatriz no asfalto.

Mesmo com a poeira, me aproximo e quando chego ao centro da cratera, para meu espanto, vejo que não é um objeto, mas sim uma pessoa. Parece seu um rapaz, de no máximo vinte e dois anos. Não consigo analisar melhor pois ele usa um capacete azul marinho, com um detalhe em vermelho, que lhe cobre todo o rosto.

— JARVIS, precisamos de paramédicos e ajuda aqui, imediatamente!

— A ajuda já está a caminho, senhor.

Avanço na direção do rapaz, a fim de ver se há algo que eu possa fazer por ele.

Não vou mentir, no primeiro momento, achei que pudesse estar morto, mas assim que me aproximo, ele tosse, cuspindo sangue, e começa a respirar com dificuldade.

— Caramba...como você pode estar vivo depois dessa? — Falo comigo mesmo, vendo sua falta de condições para falar.

Porém, o rapaz me surpreende novamente, quando, depois de cuspira mais sangue, tenta resmungar alguma coisa.

— Eles...já...estão aqui...

— Como? — Inquiro, tentando entender o que ele balbuciava, mas para meu azar, o rapaz desmaia em meus braços.

— Consegue rastrear sua trajetória, Jarvis?

— Estou analisando o mais rápido que posso senhor, mas não consigo rastrear o ponto de inicio. Devido a sua velocidade, creio que ele tenha vindo de fora da terra, senhor.

A informação me faz arregalar os olhos, com minha mente trabalhando a mil por hora.

Olho novamente para o rapaz desmaiado, me perguntando de onde ele pode ter vindo.

Seria ele algum tipo de alienígena?

O que havia feito isso com ele?

Mas a pergunta mais importante aqui era: “Quem já estava aqui?”