S.H.I.E.L.D. - O Futuro: Jovens Vingadores escrita por Catwoman


Capítulo 25
Capítulo 25 - Matthew


Notas iniciais do capítulo

Eai gente!
Pois é, não demorei desta vez, é um milagre u_u
Acho que a Comic-Con (Sim, eu fui kkk) me deixou inspirada pra escrever!

Aproveitem o capitulo e nos vemos lá em baixo!



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Capítulo 25 — Matthew Strange

“Não sei porque você gosta de nos torturar desse jeito” — Wyatt reclama pela milésima vez em dez minutos.

— Fica quieto. — Resmungo, não muito alto, para não atrair a atenção de ninguém.

Wyatt parece atender ao meu pedido assim que saímos do metro e chegamos a superfície. Continuo andando pelas duas de Nova York, avançando por elas até que lentamente, o fluxo de pessoa vai diminuindo. Logo me vejo andando por uma área aonde poucas pessoas me acompanham.

Mais uma vez, passei o dia na casa de Val, o que na verdade e um milagre, já que detesto sair de casa. Mas, devo admitir que é bem legal ir até o edifício Baxter. Gosto de ficar com Val, e a família dela é muito acolhedora. Ben e Johnny são os melhores, e a mãe de Val é sempre muito gentil. Até mesmo Frank, de quem Wyatt não gosta (não me pergunte o porquê) já parece estar se acostumado a minha presença. O único que não encontro muito é com o pai de Val e Frank, pois ele está sempre muito ocupado com suas experiências.

Mas o único que ainda não se acostumou com essa “nova rotina”, é Wyatt, e por isso, fica reclamando o tempo todo.

Ainda bem que já tenho prática ao ignora-lo.

“Que tal andar mais rápido? Não queremos pegar chuva.”

Olho para o céu e vejo que ele está cada vez mais nublado. Wyatt está certo, se eu não me apressar um pouco mais, é provável que chegue em casa todo molhado.

Decido andar um pouco mais rápido, mas uma sensação estranha me faz diminuir o ritmo.

“Acho que estamos sendo seguidos.”

Wyatt me avisa assim que cruzamos uma rua pouco movimentada. Olho para trás com cautela e não vejo ninguém atrás de nós.

— Como você sabe?

“Apenas confie em mim

Decido confiar nele. Apesar de tudo, Wyatt nunca quer o meu mal, ele sempre tenta me ajudar.

Não deixo de pensar em como eu gostaria de ser como meu pai, Lorraine ou Billy, que podem simplesmente fazer algum feitiço, estalar os dedos e voltar para casa, em um piscar de olhos. Eu seria bem mais feliz com algum poder assim.

Coloco as mãos no bolso do casaco e continuo a andar, com a atenção redobrada, sempre olhando para trás e para os lados. A rua estava pouco movimentada e por mais que eu ou Wyatt tentássemos, não conseguíamos identificar quem, supostamente, estava nos seguindo.

Quando eu já estava imaginando que ninguém estava seguindo a mim, e que tudo não passava de nossa imaginação, algo acontece tão rápido que nem Wyatt tem tempo de me avisar ou reagir.

Passo próximo a um beco, quando sinto algo ou alguém me puxar com força para dentro do lugar. Quando percebo, já estou no chão frio e úmido do lugar, tentando entender o que aconteceu.

“Mas que merda foi essa?” — Wyatt parece tão confuso quanto eu, o que me deixa com um pouco de medo.

— Não faço ideia. — Sussurro, sem me importar em parecer um maluco falando sozinho.

Me levanto um pouco cambaleante, com o corpo doendo devido a queda. Olho para os lados, enquanto esfrego meu braço direito, que acabou amortecendo o peso do meu corpo. Minha respiração está acelerada, e sinto que começo a tremer um pouco.

“Deixa de ser medroso e sai daqui”

Após as palavras de Wyatt, forço a me acalmar e dou um passo para sair do beco.

— Eu não acredito que você possa ter sido considerado uma ameaça

A voz fria faz com que meu corpo congele na hora.

“Cuidado, ele está...”

Wyatt não tem tempo de terminar a frase, já que sou jogado violentamente contra a parede do lugar por um vulto, que me prende com um de seus braços em minha garganta.

Quando consigo focalizar meu agressor, vejo que ele não passa de um garoto, um ou no máximo dois anos mais velho do que eu, alto e esguio, tão magro que não aparenta ter essa força que tem. Seu cabelo é tão loiro que chega a parecer branco, mais ou menos como os de Tommy Maximoff, e seus olhos são um misto azul e verde, tão frios e inexpressivos que chegam a assustar.

“Tem alguma coisa muito errada com ele”

“Não me diga, gênio!” — Meu tom soa furioso com Wyatt, pena que só consigo fazer isso em minha mente, pois quando vou tentar reproduzir isso em voz alta, acabo perdendo a voz.

— Você não é nada ameaçador. Nem remotamente, parecido com uma ameaça, se quer saber. — O garoto debocha. — Podemos te esmagar como a uma formiga, não entendo por que você chamou tanto a atenção.

Reunindo toda a coragem e raiva que consigo, não somente minhas, mas de Wyatt também, consigo dizer:

— Ameaça? Do que você está falando?! Quem é você?!

O garoto abre um sorriso cínico.

— Qual a utilidade de saber quem sou, se daqui a alguns instantes você estará morto?

Enquanto as palavras desse garoto maníaco me assustam, só servem para enfurecer ainda mais Wyatt.

Entenda, eu nunca estive em uma situação como esta. Já disse que não saio muito de casa e não tenho muita experiência em lutas ou essas coisas. Sim, já tive alguma instrução e tudo mais, Wong me dava algumas aulas a pedido do meu pai, mas devo dizer eu nunca fui um aluno bom em lutas. Eu não chego nem perto de ter o talento para luta que os irmãos Cage tem, e também não tenho a sorte de ser um mago ou feiticeiro como Billy e Lorraine. Droga, não sou nem rápido como o Tommy!

Tudo o que eu tenho para me defender, é o Wyatt, uma alma irritante grudada em mim.

“Uma alma irritante que sempre salva sua pele, seu ingrato.”

Ao dizer isso, o garoto que me prendia na parede é bruscamente jogado para trás, batendo na outra extremidade do beco, enquanto eu caio no chão, com as mãos na garganta. Não demoro a perceber que foi Wyatt quem fez isso como o garoto.

“Você não precisa de outros poderes. — Ele resmunga irritado. — Você tem a mim.

Antes que eu pudesse sequer registar que porcaria estava acontecendo, o garoto que antes me atacava começou a engasgar com alguma coisa. Quando olho para ele, vejo-o segurando a própria garganta, como se estivesse sem ar, e não preciso me esforçar muito para saber que é Wyatt quem o está enforcando.

— Wyatt, pare! — Grito. — Assim você vai mata-lo!

“Esse é o plano, Matt”

— Não, não é! — Rebato, mas, infelizmente não posso fazer muita coisa. Não posso controlar Wyatt. Se ele quiser, ele vai matar o garoto. — Pare, não somos assassinos!

“Ele quer nos matar, Matt! Estou fazendo alguma coisa para nos salvar!”

— Mas não precisamos matar ele! Nós podemos...

A frase morre em minha garganta com o que acontece a seguir.

Distraído com minha discussão contra Wyatt, acabamos dando uma brecha para que o garoto conseguisse se levantar, sacando uma adaga, que seria lançada em minha direção. O objeto teria acertado em cheio em mim, se alguma coisa não tivesse me tirado do caminho quase no último instante.

Caio no chão, levando todo o impacto novamente e, quando abro os olhos, vejo uma garota com uma roupa bem parecida com a do Homem-Aranha em cima de mim.

A garota tosse enquanto se apoia no meu tórax para se levantar.

— Foi mal pela brutalidade, mas era o único jeito de e tirar do caminho, e você continuar inteiro, sabe? — A voz me é familiar e logo reconheço a pessoa atrás da máscara. May Parker. A amiga de Val. — Matt? É você?

— Se lembra de mim? — Eu Pergunto e May solta uma risada irônica

— Olha só, você sabe falar mais do que sim ou não. — Não posso ver sua expressão por baixo da máscara, mas posso deduzir que ela está rindo, quando me ajuda a ficar de pé. — Você destrói meu sensor aranha toda vez que chega perto de mim e não fala mais do que duas palavras. Claro que eu me lembro de você.

“Quem essa garota pensa que é pra falar assim com a gente?”

Ignoro Wyatt, me agitando de repente.

— O cara...E-ele. — Tento formular minha frase, olhando para os lados, até constatar que ele havia sumido. — Pra onde ele foi?

May não parece se importar com o sumiço dele.

— Relaxa, minha amiga vai cuidar dele.

— Amiga?

— É, ela é mutante, sabe se virar. — May parece calma ao dar de ombros sobre o assunto. — Mas e você? Está bem?

Concordo com a cabeça, mas não deixo minha preocupação de lado.

— Aquele cara, ele é perigoso, ele...

— Eu sei quem ele é. — A garota me corta, retirando sua máscara, deixando seus cabelos ruivos caírem em seus ombros, e então me fita com seus olhos castanhos. — O nome dele é Aaron Hardy. O que ele queria com você, afinal?

Tento manter a calma, mas minha agitação é grande.

— E-eu não sei, ele ficou repetindo que eu era uma ameaça, e que ele iria me matar por causa disso.

May solta uma risada debochada.

— É, você é claramente uma ameaça. — Ela ironiza. — Meus bichinhos de pelúcia iriam chorar se te vissem, Matt.

" Por favor Matt, deixa eu mostrar uma coisa pra essa garota babaca"

— Cala a boca, Wyatt! — Cometo o erro de falar em voz alta, fazendo Mayday franzir o cenho, inclinando a cabeça para o lado.

— Quem é Wyatt?

Me xingo mentalmente, não sabendo ao certo o que dizer, então digo a coisa mais idiota possível.

— Ninguém.

May, é claro, não parece acreditar na minha resposta.

— Cara, você me chama de Wyatt e depois...

— Não temos que ajudar sua amiga? — Mudo de assunto, e vejo que a ruiva rola os olhos.

Nós não. — Ela cruza os braços. — Eu vou.

— Mas eu posso...

— Não, não pode. Você só vai me atrapalhar, com está fazendo agora.

— O que eu estou fazendo?

— Acabando com meu sensor aranha. — Ela me dá as costas. — Sério, não sei porque, mas sempre que você fica perto, isso acontece, e não e nada legal.

Penso em rebater, mas não sei o que dizer.

Talvez seja a presença de Wyatt que causa isso, e acho que eu realmente não seria de grande ajuda em nenhum confronto. Mas mesmo assim, quero ajudar.

— Como posso ajudar?

— Se afastando de mim. — May responde tão rápido, que até fico confuso, então ela continua. — Se afasta, droga! — Não consigo me concentrar com você perto, eu já disse que você está bagunçando meus sentidos!

— Eu não sei como parar

— Você perguntou como pode ajudar, e eu estou dizendo. Fica aqui, enquanto vou ajudar minha amiga.

Antes que eu possa me dar conta, May aponta a mão para mim e lança teias, prendendo meus dois braços contra a parede, me impedindo de me mover.

“Mas que garota maluca!”

Nesse ponto, acho que posso concordar com Wyatt.

— Ei, me solta!

— Foi mal, mas assim eu sei que você fica seguro

— Seus métodos de salvamento são horríveis! — Acabo verbalizando o pensamento de Wyatt. — E seu eu precisar sei lá, me defender ou fugir?

— Não vai precisar! — Ela quase grita. — Volto pra te tirar daí rapidinho. Eu só preso ir ajudar minha amiga antes que...

— Tarde demais, Mayday.

A voz nos chama a atenção, fazendo-nos olhada para o final do beco, onde um garoto alto, vestindo uma roupa estranha, parecendo uma armadura, se aproxima de nos, com uma garota morena desacordada em seus braços

— Normie! — Mayday esbraveja com o garoto, como se fossem velhos conhecidos. — Mas que merda você fez com a Zen?!

Assim que ele coloca a garota - que deve ser a amiga de Mayday - no chão, a ruiva desfere um soco no rosto do garoto, que recua um pouco.

— Você nunca muda, não é, Mayday?! — Ele responde, bem irritado com o ataque. — Não fui eu quem fez isso com ela! Foi o Aaron, eu só a tirei de lá quando o amigo dele apareceu!

— Quem?

— Nunca o vi antes. — O garoto Normie fala. — Mas era obviamente um aliado do Aaron. Alto, pálido, cabelo escuro, se me lembro bem. Mas isso não vem ao caso, ele acabou com sua amiga dos choques rapidinho, e eu a salvei.

— Não acredito nisso. — May rebate. — Ela teria...

— Acredite no que quiser. — O garoto a corta, dando de ombros.

Mayday fica em silêncio por um instante, ponderando as palavras do garoto, enquanto eu, ainda preso, só observo.

— Onde está o Aaron agora?

— Chase e os outros vão pega-lo. — Ele afirma. — Somos mais eficientes do que vocês. Quando pegarmos ele, vamos cuidar dele e quem sabe, deixá-lo na porta da sua equipe para que vocês decidam o que fazer com ele.

— Porque resolveu ajudar? De que lado você está?

— Do mesmo que eu sempre estive.

— Ou seja, do seu lado.

O garoto ri de forma arrogante.

— Acredito que Chase já tenha falado com você não é? Estamos tão putos com o Aaron e o Alex quanto vocês, se quer saber. Além disso, decidi ajudar, porque sabia que você estaria aqui. E você sabe que eu ainda gosto de você, mesmo você tendo terminado comigo para ficar com aquele...— Então ele olha para mim, meio confuso. — Achei que tivesse terminado comigo pelo inseto, não por ele.

— Eu terminei com você por você ser um completo babaca. Não distorça as coisas.

Ele ri, como quem leva na brincadeira

— Você ainda vai voltar pra mim, sei que vai.

— Normie, cai fora antes que eu decida te nocautear e te mandar para prisão, que é seu lugar.

O garoto, Normie, solta uma gargalhada antes de murmurar um “nos vemos por aí” e então some de nossa vista, tão rápido quanto apareceu.

— E o Logan acha que o Dominic é um cara obcecado. — Mayday brinca quando se aproxima, mas não entendo direito a piada.

Ela solta minhas mãos da parede e logo se aproxima da amiga, com uma expressão preocupada no rosto.

— Quem era ele?

— Normie Osborn. — Ela apresenta, e quando ouve o sobrenome, Wyatt logo diz "Duende Verde" . — Ele era...meu ex.

— Cara bacana pra se namorar. — Comento o pensamento de Wyatt antes de pensar, mas May parece não se importar com isso.

Volto meu olhar para a garota desmaiada no chão.

Ela não parece muito mal, tem um corte no braço e deve ter batido a cabeça ao cair, mas não aparentava outros ferimentos.

"Ela vai ficar bem, mas seria melhor levá-la até Lorraine, não acha?"

Concordo silenciosamente com Wyatt e começo a me mexer, mesmo com todos os ossos do meu corpo doendo, para levá-la até um lugar seguro.

— Opa, pera ai. — May segura minha mão quando estou prestes a pegar sua amiga. — O que vai fazer?

— Temos que leva-la para um lugar seguro, não? — Digo, com Wyatt reclamando de Mayday em minha mente. — Estamos perto da casa de Danny e Lorraine, podemos leva-la para lá até que se recupere.

— Mas....

— Mayday, é mais perto do que sua base, ou o instituto. E sei que a Lorraine está lá, ela pode cuidar da sua amiga. Só me ajude com ela.

Depois de alguns segundos, May resolve me ajudar, e pelo canto do olho vejo que ela sorri levemente.

— Finalmente você parece estar ficando a vontade com minha presença. Já está até dando ordens.

Também abro um sorriso

— Vamos, só quero ajudar.

— Preciso dizer que, eu te achava bem esquisito. — Ela começa. — Mas agora, você até parece interessante. Podemos ser amigos.

Me sinto desconfortável com isso, e claramente Wyatt também.

— Você não me conhece, Mayday. — Advirto. — E se for inteligente, não vai querer ficar perto de mim. Então me ajude para que possamos seguir caminhos diferentes.

May solta uma risada.

— Você é engraçado. — Ela diz. — eu digo que quero ser sua amiga e você me empurra, como se tivesse uma doença contagiosa. Isso só aumenta a minha vontade de te conhecer melhor.

Olho para ela, que devolve o olhar.

Sinto que Wyatt não gosta nem um pouco da situação em que nos encontramos, e eu me sinto da mesma forma. Desconfortável.

Decido não dizer nada, mas, com certeza não estou a fim de envolver May Parker na minha história de eventos estranhos, como fiz com Valéria.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo!!
No próximo capítulo teremos altas revelações, então, nos encontramos lá ;)
Muito obrigada a todos que tem comentado/favoritado e recomendado, valeu mesmo gente!