Capitulo 18 – Aiden Danvers

— Posso não gostar muito dela, mas a Alex sabe criar uma ótima confusão. — Luna termina seu relato sobre a briga de Alex Rasputin e Olivier Raven na mansão. — Só sei que ela vai limpar o X-Jato até as mãos dela caírem.

— Droga, queria ter visto isso! — Lamento, rindo com ela enquanto terminamos nosso café.

— Ninguém mandou ir em uma missão ao invés de ir até o Instituto. — Ela diz de brincadeira. — Mas falando sério, já conseguiram pegar Alex e Aaron?

— Não — Admito um pouco derrotado. — Garrett não aceitou a suposta ajuda de Chase, ou de Emma. Então, não conseguimos localizar os dois ainda.

— Com a gente é a mesma coisa. — Minha namorada e logo se corrige. — Quer dizer, com a GeneXt, sabe? A irmandade anda causando várias confusões. Mas eles são vilões, e logo eles vão chamar atenção de novo e aí, eles vão se ferrar.

— Sim, tenho certeza disso.

Fico em silencio por um momento, não querendo realmente falar sobre vilões. Só quero uma pequena folga disso tudo por um momento. E como sempre, Luna percebe o que se passa em minha mente e logo muda de assunto.

— Vamos indo? — Minha namorada se levanta.

— Vamos. — Nos encaminhamos para fora do café aonde estávamos. — Te levo até o Instituto.

— Na verdade, vou pra casa da minha tia. — Ela passa o braço em torno do meu enquanto me avisa. — Vou jantar lá hoje. E adivinha quem vai também.

Pela cara que Luna faz, já tenho uma pessoa em mente.

— Lorraine?

— Ela mesma. — Luna chuta uma pedrinha do caminho e bufa. — O Billy não cansa de andar com essa garota, e agora convida ela pra quase tudo. Eu não vou com a cara dela!

— Nem eu.

— É uma pena que ele não me ouve. — Minha namorada suspira pesadamente e então, muda de assunto. — E como está sua mãe?

— Ocupada. Bem ocupada, como sempre.

— E a Megan? Já superou o término?

— Não sei dizer. É a Megan, sabe?

Ambos rimos e continuamos andando e conversando. Nunca me canso de ouvir Luna falar sem parar, sobre qualquer assunto que seja.

Mas então, minha vida de super-herói adolescente chama.

Quando nos aproximávamos do banco central de Nova York, vimos uma movimentação fora do comum, e muitos barulhos. Vários carros de polícia passaram por nós e foram em direção ao banco e logo entendi o que tinha que fazer.

— Luna, eu...

Me viro para encarar seus olhos azuis e ela apenas sorri, entendendo a situação.

— Vai lá, Soldado Estelar. Salve o dia.

Lhe dou um rápido beijo logo corro para um beco distante. Agradeço mentalmente por estar com minha mochila da escola, onde guardo meu uniforme. (Sim, quando se é filho de um super herói, você acaba aderindo a essas esquisitices.)

— Soldado Estelar para base. — Digo ao meu comunicador. — Alguém na escuta? Tem alguma coisa acontecendo no Banco central. Acho que nada muito grave, tem alguém por perto?

Espero alguns segundos e logo obtenho uma resposta.

— Estou perto. — Logan é o primeiro a responder. — Te encontro lá.

— Também estou indo pra lá. — Agora ouço a voz de Mayday. — Henry está comigo. Chegamos aí em menos de cinco minutos.

Desligo meu comunicador, colocando minha máscara e logo estou voando pelos céus de Nova York, rumo ao local. Não demoro a ver que os policias já montaram um perímetro ao redor do banco, impedindo os civis de se aproximarem, e vejo que muitos policiais estão com armas em mãos, mas todos impotentes.

Me aproximo mais e percebo que não sou o primeiro a chegar ao banco.

O pai de Mayday, o Homem-Aranha, salta de uma de suas teias e aterrissa nas costas de um homem com uma armadura metálica em formato de rinoceronte.

— Você de novo, Rino? — Ouço-o dizer com a voz debochada, enquanto enfrenta o vilão.

Da última vez que vi Rino, ele estava preso.

Sinceramente, por que esses caras nunca continuam presos?

Bufo de raiva e me projeto para frente a fim de ir ajudar o Homem-Aranha, quando ouço a voz eletrônica de Logan pelo comunicador.

— Rino!? Deixa que eu cuido desse maluco junto com o Peter. Vê se tem mais alguém aí dentro do Banco.

Antes que eu possa responder, vejo a armadura preta e dourada de Logan passar por mim em um piscar de olhos e logo vejo-o se projetar para Rino, acertando sua armadura. Pude ouvir algumas pessoas na rua dizendo: “Olhem, é o Homem de Ferro!” E Logo vejo Peter e Logan se juntando para derrotar o vilão. Deixo os dois do lado de fora e sigo para dentro do prédio, que agora possui um buraco enorme pela lateral.

Quando me vejo no hall do banco, tento avaliar a situação.

Ainda há algumas pessoas dentro do banco, correndo desesperadas para a saída, enquanto o segundo vilão do dia, um cara com uma roupa amarela e vermelha, está concentrado em arrombar os cofres com suas luvas que lhe permitem causar ondas de choque.

— Garota Aranha, Vespa, onde vocês estão? — Pergunto pelo comunicador antes que o vilão me note.

— Já estou vendo meu pai e o Garoto de Ferro chutando a bunda do Rino. — Mayday responde. — Logo estamos aí do seu lado, Soldado.

Desligo o comunicador e então, começo a agir.

Sem esperar que ele se vire, solto uma rajada de energia pelas mãos, pegando-o desprevenido pelas costas. O vilão é arremessado para frente, e logo está no chão.

— Acabou, Shocker.

— Ora, ora, ora... — Ele quase cantarola cada palavra enquanto se levanta. — Gatuno disse que vocês eram inconvenientes. Mas espera...Todos vocês, heróis, são.

Gatuno?! Porque eu não estou surpreso ao saber que provavelmente Aaron e Alex estão junto do Sexteto Sinistro?

Mas posso me preocupar com isso depois, já que Shocker já está de pé, apontando seu punho em minha direção. Ele dispara contra mim, mas consigo desviar facilmente do golpe.

— Qual é, Shocker? Já vi você fazer melhor do que isso.

Minha provocação faz o vilão investir em minha direção novamente.

Desfiro alguns golpes no mesmo, que desvia da maioria e revida alguns. Quando erro um golpe, dou a chance que ele precisava para apontar os punhos para mim, disparando ondas de choque. Tento desviar como na primeira vez, mas a rajada dele me atinge, fazendo com que eu bata com as costas em um dos pilares do banco.

Quando ele vem me atacar novamente, algo o atinge por trás, fazendo-o parar.

— Há quanto tempo, Shocker. — Ouço a voz de Mayday e logo a vejo, se pendurando teia após teia, chamando a atenção do vilão. — Vem cá, o Homem-Aranha já não te colocou atrás das grades nesse mês?

Shocker se vira lentamente para a garota e a ataca com suas ondas de choque, mas Mayday é bem mais rápida e desvia com uma acrobacia perfeita, se grudando na parede enquanto solta fios de teia que prendem a mão do vilão, puxando-o para frente.

Mayday solta uma gargalhada.

— Deve ser meio humilhante ser derrotado pelo Homem-Aranha e pela Garota Aranha a cada vinte dias, não é mesmo? Você não se cansa disso não?

Shocker dispara mais uma vez contra minha amiga, que novamente desvia.

— E ai, irmão? — Henry aparece ao meu lado, em seu tamanho miniatura, após ter ajudado o ultimo civil a sair do local — Que confusão, hein?

— Nem me diga.

Nós dois voltamos nossa atenção para Mayday e Shocker e logo Henry começa a falar.

— Já sei como podemos acabar com ele, de forma rápida. — Henry diz mais para si mesmo do que para mim. — Garota-Aranha, tenho um plano!

Me coloco de pé e vou ao encontro de Mayday e Shocker, com Henry ao meu lado. Com seu tamanho, Pym voa mais rápido e logo está cercando Shocker, desferindo vários “ferrões” artificias no vilão, enquanto a ruiva continua atacando-o com teias.

Me preparo para ajuda-los, ataca-o mais uma vez, mas sou surpreendido por algo que me pega pelos ombros e me levanta do chão, me tirando de dentro do banco.

Sinto minha pele sendo perfurada pelas garras que me seguram e tento ignorar a dor. Reajo com um tiro de energia, e finalmente sou solto no ar, fazendo-me cair e rolar pelo terraço de um prédio próximo.

Abro os olhos e imediatamente vejo os grandes cortes em meus ombros, e logo depois dou de cara um homem, com uma roupa verde, com botas que imitam garras afiadas e com grandes asas eletrônicas sobrevoando o local aonde cai, exatamente como a ave que lhe deu o codinome.

Mais uma dor de cabeça para meu dia: Abutre.

— Vou adorar matar e dilacerar a cria da Miss Marvel. — Ele diz. — Sempre quis fazer isso com a pequena aranha, mas você dá pro gasto por hoje.

Cara, como eu detesto as ameaças dos vilões.

— Onde você está, Soldado? — A voz de Henry soa pelo comunicador. — Aquilo que te pegou foi o Abutre?

— Foi. — Digo com os dentes cerrados.

— O Sexteto Sinistro todo está aqui?

— Acho que não, só esses três palermas. — Respondo, tentando pensar. — Vespa, você e a Garota-Aranha dão conta do Shocker, certo?

— Positivo, chefe. — O garoto ri. — Vê se cuida direito do velhinho, ok?

A transmissão termina na mesma hora em que Abutre investe contra mim, mas sou mais rápido e desvio da investida, levantando voo. Miro em suas costas, e disparo uma rajada de energia contra ele, porém o vilão consegue se esquivar.

— Porque você não fica parado para terminarmos com essa palhaçada mais rápido, hein vovô?

Com um riso sinistro, o Abutre vem par cima de mim, e tenta me acertar com suas asas afiadas como navalhas. Desvio deste ataque e de outro, que ele desfere com suas garras nos pés.

Revido quase sempre e em um dado momento, ele começa a voar, e vou atrás dele. Consigo puxar sua asa direita, fazendo-o cair no terraço de um dos prédios logo a frente. Sem perder mais tempo, voo em sua direção e tento imobiliza-lo, mas ele logo revida, me dando uma rasteira com suas botas em formas de garras, que me faz cair no chão com força.

— Você é mais fortinho do que eu esperava. — Ele diz

— E você me irritou mais do que eu esperava, velhote.

Começamos a voar novamente, mas desta vez voo por cima dele e finalmente consigo “subir” em suas costas, visualizando a prótese que o permitia voar. Agora tudo ficou mais fácil. Com um rápido movimento, consigo danificar aquilo que cria o campo magnético que o permite voar, saltando para o lado enquanto o vilão começa a cair em queda livre.

— Viu? Essa é a diferença de voar naturalmente e não voar naturalmente. — Digo mais pra mim mesmo, já que o Vilão agora cai em queda livre.

Observo-o por alguns segundos, até que me impulsiono para frente e rapidamente, pego-o antes que ele vá de encontro ao chão, como deveria.

Apesar dos apesares, sou o herói por aqui. E tenho um código a seguir.

Voando o mais rápido que consigo, passo por entre o cerco policial e deixo o vilão cair aonde sei que eles o pegarão e o colocarão atrás das grades, por pelo menos um período de tempo.

Por hora, cumpri meu dever.

[x]

— Cara, você tinha que ver! A Mayday acabou com aquele idiota! — Henry contava animado sobre o fim de sua luta ao lado da ruiva contra Shocker.

Eu e meus amigos nos encontramos no terraço de um prédio, longe dos olhares curiosos dos Nova-iorquinos ainda assustados, esperando por Logan e Peter.

— Você tinha um ótimo plano, Júnior, eu só segui ele.

— Fico feliz que os dois tenham saído ilesos. — Digo, tentando manter o bom humor, enquanto analisava os cortes em meus ombros, que já não sangravam, mas latejavam horrivelmente.

— Isso ai parece estar doendo. — Mayday observa. — Quer usar teias como curativos?

— Não, valeu. — Rejeito a proposta com as mãos. — Vou sobreviver. Obrigado.

— Você que sabe.

Henry abre a boca para comentar alguma coisa, mas é impedido pela chegada de Logan e Peter.

— Vou ser sincero, por um momento achei que você fosse o Tony. — Peter vinha dizendo para o garoto na armadura. — Mas depois percebi que era você. E garoto, adorei os raios que colocou na armadura. Como fez?

— Tive uma ajuda do meu pai. — Logan responde, aterrissando próximo a nós. — Fico feliz mesmo é pelo Rino não ter danificado minha armadura.

— Foi quase. Se eu não estivesse lá, você estaria sendo reciclado. — O pai de Mayday brinca com Logan e logo se vira para nós. — Estamos todos inteiros? — Peter pergunta de forma sarcástica, retirando a máscara. — Vi o que fizeram com o Shocker, nem preciso dizer que estou orgulhoso de você, não é? — Peter puxa Mayday para um abraço de lado.

— Pai! — Mayday retruca, visivelmente constrangida. Peter por outro lado, apenas ri da filha. — Henry me ajudou muito. E você até que ainda dá pro gasto, pai.

Peter finge ficar bravo com a piada da filha e ambos começam a rir, como se aquilo fosse uma piada interna entre os dois.

— Mandou bem com aquele velho esquisito — Logan sorri confiante pra mim e então vê meu machucado. — Nossa cara, precisa de um curativo ai.

— Jura, Stark? Nem tinha percebido. — Vou para perto dele e ele me cumprimenta com sua mão robótica. — Onde está a Scarlett?

— Na escola ainda. Tinha treino de Lacrosse hoje, achei que não tinha necessidade de tira-la de lá só pra acabar com esses caras. Aliás, se eu sair agora, ainda consigo pega-la por lá.

Solto uma risada divertida.

— Sabe que ela vai ficar puta da vida quando souber que a deixamos de fora dessa brincadeira, não é?

— Eu não tenho dúvidas disso. — Logan suspira, se preparando para o drama que viria pela frente.

Começo a rir da expressão de meu amigo, me encostando na parede, quando meu comunicador apita novamente.

— Hazel. — Digo pelo comunicador, já prevendo mais problemas pela frente. — Espero que tenha boas notícias.

—Tem mais uma festa pra vocês comparecerem. Vou mandar a localização pro Logan. — Ela diz e logo meu amigo concordas com a cabeça, indicando já ter recebido as coordenadas. — Garrett está lá com uma equipe e eles precisam de reforços. O resto da equipe encontra com vocês no caminho. Divirtam-se

Assim que Hazel desliga, olho para meus amigos e para Peter, que é o primeiro a dizer alguma coisa.

— Parece que nosso dia ainda será cheio, crianças. — Peter joga a cabeça para trás. — Só espero que não nos atrasemos para o jantar de novo. — Então ele olha para a filha. — Sua mãe vai ficar uma fera se não aparecermos até lá.