S.H.I.E.L.D. - O Futuro: Jovens Vingadores escrita por Catwoman


Capítulo 11
Capítulo 11 - Matthew


Notas iniciais do capítulo

Genteee, e ai? Como vão? Já estão curtindo as férias??? Bom, eu ainda estou em aula -.- (Valeu cursinho!!), mas isso não vem ao caso agora.
O que acharam da nova capa? Cara, eu simplesmente amei ! Ficou linda! *0*
Um trabalho genial da Carol, do SMD kkk

Enfim, chega de enrolação! Trago mais um capitulo com mais um novo personagem! Espero que gostem dele !! *-*



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Capítulo 11 — Matthew Strange

— Wyatt, quer parar com isso? Mas que saco! — Tento não me aborrecer com o fato de ter que catar todas as folhas, jogos e outros objetos que Wyatt espalhou pelo quarto, pela terceira vez em dez minutos. — Não vou pedir outra vez.

Suspiro pesadamente com os olhos fechados e espero alguns segundos em silencio, até constatar que nada iria acontecer novamente. Finalmente ele deve ter entendido o recado.

Aliviado, deixo a tarefa de catar as coisas jogadas pra lá, e termino de vestir minha camiseta. Quando viro-me em direção a minha cama para pegar minha jaqueta, percebo que a mesma sumiu.

Bufo frustrado, passando os olhos pelo quarto.

“Que tal olhar para cima? ” — Sua voz soa em minha mente enquanto sigo sua orientação com os olhos, encontrando minha jaqueta favorita em cima do armário.

— Muito engraçado.

Posso sentir que ele está rindo agora.

— Você sabe que está perdendo tempo, Wyatt. Não vai me impedir de sair hoje.

É sempre assim.

Quando algo contraria as vontades de Wyatt, ele se torna um chato, fazendo o possível e o impossível para me irritar e atrapalhar qualquer que sejam meus planos. Se eu pudesse, já estaria socando ele agora. Infelizmente, sei que isso é impossível.

Mas afinal, quem é Wyatt?

Não sei se posso classifica-lo como “quem”, mas sim como “o quê”.

Consigo descrever Wyatt como sendo meu irmão gêmeo siamês. Porém, ao invés de corpos colados, temos almas amarradas. É isso mesmo, somos praticamente duas almas em um único corpo.

Calma, eu não sou louco (ainda). Posso tentar explicar minha situação, mesmo que nem eu consiga entender direito.

Inexplicavelmente, Wyatt nasceu comigo. Não me lembro de ter passado um dia em que ele não estivesse aqui. Ele foi meu único e melhor amigo, muitas vezes chegando a agir como um protetor para mim por quase toda minha vida.

Ele sempre afastou as pessoas de mim - ou talvez eu tenha feito isso, porque não vou mentir, eu não sou bom em me relacionar com as pessoas – e sempre quis me “proteger” de tudo e todos. Digo isso pois já tentei ser uma criança normal, frequentando escolas normais e tudo mais (contra minha vontade, deixando bem claro). Só que Wyatt tornou isso impossível desde muito cedo.

Quando eu era mais novo, sempre que eu me aproximava de novas pessoas ou que eu me sentia triste, com raiva, medo ou ameaçado, coisas estranhas aconteciam. Objetos se mexiam sem explicações e eu estava constantemente falando com o "vento". Isso porque Wyatt é praticamente um fantasma, e como o resto dos fantasmas ele é –obviamente – invisível aos olhos de todos.

Eu sou o único que pode “vê-lo”, e se comunicar com ele, graças ao meu dom (Ou maldição, fique a vontade para chamar como quiser).

Qual é meu dom?

Necromancia, ou seja, eu posso ver e falar com os mortos.

Eu sei. Meu poder é uma merda.

Não me considero um mutante pois mutantes tem poderes legais, ao contrário de mim. Se eu pudesse, pelo menos, virar um fantasma também, aposto que eu seria bem mais interessante.

Em todo caso, resumindo minha vida, eu e Wyatt não podemos nos separar. Somos unidos por um laço invisível, e quando tentamos nos distanciar, uma dor terrível me invade. Então eu tive que aprender a me acostumar com ele. Por longos dezesseis anos, nossa relação é baseada em “amor e ódio”.

Em diversas ocasiões eu desejei que ele nunca houvesse existido. Sim, ele nunca ter existido resolveria praticamente todos os meus problemas. Mas sempre que desejo isso, ele faz algo que me ajuda e me faz mudar de ideia. Como por exemplo, Wyatt sempre me protegeu quando sou atormentado por alguma alma, ou fantasma, (Sim, fantasmas existem, não acreditem no contrário. E alguns deles querem apenas te fazer mal.)

Agora você deve estar pensado: “Por que esse garoto claramente doente mental e maluco não está sendo vigiado vinte e quatro horas por dia pela SHIELD? Ou não está no Institutio Xavier? Ou quem sabe, internado em algum hospital psiquiátrico? ”

Sim, eu poderia estar vivendo em um cubículo cinza e claustrofóbico na SHIELD, sendo cobaia de estudos e experimentos a minha vida inteira por causa dos meus “dons”. E para qualquer um que não me conheça, eu sou sim digno de uma passagem só de ida para um hospício. Posso ser facilmente confundido com um esquizofrênico.

Mas apesar de tudo, eu sou um garoto de muita sorte.

Meu pai é o respeitado Stephen Strange, e graças a ele, não preciso desperdiçar minha vida nesses lugares. Infelizmente não tenho o mesmo dom dele para a magia, o que acabou deixando-o sem um herdeiro por muito tempo, até que Billy e Lorraine apareceram para preencher a vaga.

Um barulho seco de vidro se quebrando me tira de minhas divagações. Olho para meu notebook e percebo que a tela do mesmo já era.

Que maravilha.

— Boa tentativa. — Mantenho minha voz firme. — Mas já estamos atrasados.

Ignorando a provocação final de Wyatt, saio do quarto e desço as escadas correndo e logo estou na sala, onde encontro Wong, sentado em uma das poltronas com um livro em mãos.

— Meu pai está meditando? — Passo por ele para encará-lo melhor.

— Sim.

— Diga a ele que irie na casa da Val, ok? —Eu detestava atrapalhar meu pai quando ele estava meditando, ou fazendo qualquer outra coisa, então eu sempre avisava Wong. — Ele já sabe, só o avise novamente.

— Não se esqueça que os Cage virão aqui hoje. — Ele me lembra calmamente.

— Não se preocupe, logo estarei de volta.

Wong me olha por um momento e logo me dá as costas, indo em direção a biblioteca.

Antes de sair pela porta, respiro fundo e digo:

— Vê se se comporta, Wyatt. Tá bom? Isso é importante pra mim.

[x]

Eu odeio multidões.

Pode parecer o típico comentário anti-social clichê que todo recluso diz. Mas no meu caso, multidões são realmente um problema. Elas deixam Wyatt agitado e desconfortável. E quando ele fica assim, eu fico assim.

Também odeio que me encarem, como o porteiro da recepção prédio está fazendo neste exato momento.

Como é a primeira vez que venho ao edifício Baxter, tenho certeza de que ele acha que eu sou um fã maluco do quarteto fantástico, como os muitos que passam por aqui diariamente, e que só esperam a hora certa para invadir a residência dos Richards. Infelizmente, hoje e um desses dias. Uma excursão está passando por aqui, e por isso o saguão está movimentado.

“Péssimo dia para usar azul, gênio” — Wyatt zomba — Por que não usou sua jaqueta do quarteto fantástico também? E por que não trouxe seu boneco do Coisa?

Faço meu melhor para ignorar o sarcasmo dele, olhando para os lados.

— Esperando para ver o Quarteto Fantástico, garoto? — Um senhor de idade, carteiro pelo que posso ver, para ao meu lado e pergunta com um sorriso no rosto.

— Não senhor. — Respondo o mais educado possível — Estou esperando uma amiga.

“Valeria Richards. Você tem amigos importantes, pode se gabar disso. ”

— Fica quieto, Wyatt.

— Disse alguma coisa, garoto? — O Senhor me encara, e logo desvio os olhos.

— Hã, não.

Me olhando como se eu fosse estranho, o senhor murmura um “tenha um bom dia” e se afasta.

“Foi mal”

“Eu te odeio. ” — Tomo cuidado para responder mentalmente desta vez

“Não odeia não”

Suspiro, cansado de tudo aquilo. Procuro um banco e me sento, observando o movimento enquanto espero por Val.

Valéria Richards é uma das únicas pessoas (viva/deste mundo) que posso chamar de melhor amiga.

Lembro-me quando nos conhecemos, há dois anos, quando Sue Storm foi até minha casa falar com meu pai, e trouxe Val com ela. Ela tinha apenas 11 anos e eu realmente não queria me aproximar dela. Já disse que sempre que eu me aproximo de pessoas novas, algo acontece.

E não deu outra, Wyatt começou com suas brincadeiras de mal gosto no momento em que meu pai e a mãe dela nos deixaram sozinhos, e eu tive a certeza de que Valeria nunca mais retornaria. Quem em sã consciência voltaria depois que os objetos começaram a se mexer sozinhos pela casa?

Mas não foi o que aconteceu.

Valéria não se assustou com Wyatt, nem quando disse a ela que eu era perigoso. Parece que isso só aumentou sua vontade de ser minha amiga. Depois disso, ela começou a ir mais em minha casa, até o dia em que eu lhe contei sobre minha maldição e sobre Wyatt.

Quando lhe perguntei se ela não tinha medo de mim e de Wyatt, ela me respondeu quase que imediatamente:

— Até meu irmão dá mais medo que você, Matt. Seu amigo imaginário não vai me impedir de ser sua amiga se eu quiser.

Pois é, Valéria Richars é uma pessoa única.

“Onde ela está? ” — Sinto que Wyatt fica mais agitado com o passar do tempo.

— Já deve estar chegando.

“Aposto que ela nem queria te chamar para vir aqui. ”

“Cala a boca, você também é amigo dela” —Retruco, fazendo a voz irritante se calar.

Depois de intermináveis dez minutos, vejo a garota loira com seus olhos tão azuis e vivos se aproximando de mim, com um sorriso caloroso e animado em seu rosto. Atrás dela com passos lentos, reconheço a figura alta e esguia de seu irmão mais velho, Franklin.

— Matt! — Ela se joga em um abraço apertado. Val sempre amou abraços. — Me desculpe pela demora, de verdade!

— Não se preocupe.

Uma mecha do cabelo de Val se mexe, e ela logo revira os olhos sem perder o sorriso.

— Oi pra você também, Wyatt. Fico contente que tenha deixado Matt vir hoje. — Ela ri de sua brincadeira e sinto que Ele, mesmo contrariado, relaxa. Ele podia fazer drama o tempo todo, mas sei que Val o encanta tanto quanto a mim.

Mas então, algo acontece.

Quando Frank finalmente se aproxima de nós, Wyatt simplesmente fica insuportável. Sinto minha cabeça doer como se fosse explodir, e sinto que ele está agitado e desconfiado de algo. A dor quase me faz arquear o corpo para frente, mas tudo que faço é fechar os olhos e massagear as têmporas. Às vezes, ele faz esse tipo de coisa.

— Bom, eu vou indo. — O irmão de val passa por mim rapidamente, fazendo Wyatt ficar ainda pior. — Mamãe e Tio Johnny devem chegar mais tarde. Não perturbe o papai, sabe como ele detesta quando isso acontece, e não deem trabalho ao Tio Bem.

— Não somos bebês, Frank. — Tento me concentrar na conversa dos dois, mas a dor é forte demais.

— Te vejo mais tarde maninha. Até mais, Matt.

Forço um aceno e um sorriso, e vejo que ele dá um último aceno para a irmã antes de sair pela porta do prédio.

“Cara, tem alguma coisa muito errada com ele” — Wyatt rosna em minha mente. —Você percebeu? Talvez não, porque você não....

Tem alguma coisa errada com você! Grito mentalmente, tentando não parecer um otário. “Vê se me dá um tempo! ”

“Eu to falando sério! ”

“Eu também! ”

— Matt, você está legal? — Val se aproxima, e Wyatt finalmente resolve me deixar em paz. Eu não sei qual o problema dele com Frank, mas também não me importo com isso no momento. Ele só deve estar querendo acabar com meu dia.

Arrumo minha postura e respiro fundo.

— Eu...to bem. — Respondo me sentindo muito melhor. — Wyatt só está meio...

— ...Ciumento? — Ela completa minha frase.

— Sim.

Valéria me analisa por um segundo e então, volta a sorrir, sem tirar os olhos de mim.

— Vamos, é mais confortável lá em cima, longe de todas essas pessoas. — Sigo Val até o elevador, que por sorte, parte somente com nós dois. — Por que não respondeu minhas mensagens? — Ela desfere um soco de leve em meu ombro.

— Adivinha. Wyatt quebrou meu celular. E antes de sair de casa, meu computador.

— Imaginei. — Ela ri. — Eu só queria te avisar que uma amiga minha viria pra cá hoje também. Estou ajudando ela com um projeto da escola.

Quando Val disse aquilo, eu fiquei sem reação. A ideia de conhecer uma amiga da escola de Val não me agradou nem um pouco. E parece que ela leu meus pensamentos, pois logo acrescentou:

— Ela é legal, você vai gostar dela. Ela tem a sua idade, fez dezesseis no mês passado.

— E vocês duas estudam juntas?

— Não, ela está no primeiro ano. Mas estou ajudando ela mesmo assim.

— Qual o nome dela? — A pergunta soa meio rabugenta.

— May Parker.

“May Parker? ” — Wyatt repete, um pouco mais calmo e intrigado. — “Onde já ouvimos esse nome antes? ”

— Parker? Ela não é....

— Sim! — Val responde animada, tirando as palavras de minha boca. — Ela é filha da famosa atriz da Broadway. E pra nós que os conhecemos, filha do Homem – Aranha.

É então que me lembro.

Meu pai já havia comentado sobre ela – especificamente - em alguma ocasião. Eu nunca conheci nenhum dos filhos dos vingadores, mas já ouvi bastante sobre todos eles.

— Viu só? — Val continua. — Ela é como eu e você. E tenho certeza que vocês se darão bem.

— Duvido muito. — Respondo em sincronia com Wyatt assim que chegamos ao enorme apartamento de Valeria, me preparando para qualquer coisa que Wyatt pudesse tentar contra nossa nova “amiga”.


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Notas finais do capítulo

O que acharam do Matt??? Pra quem conhece/já jogou Beyond Two Souls, percebeu que a Jodie e o Aiden serviram de muita inspiração para a criação do Matt e o Wyatt Kkkkk (Simplesmente amo esse jogo!)

Espero que nada tenha ficado confuso, e não se esqueçam de comentar, favoritar, recomendar! É rapidinho e seus comentários me deixam extremamente feliz e inspirada! E além disso, eu amo trocar uma ideia com vocês, leitores! Leitores fantasmas, apareçam! E muito obrigada a todos que favoritaram!!!

Enquanto vocês leem, irei atualizar o Tumblr e continuar a escrever o próximo capitulo ;)

Por hoje é só! Nos vemos no próximo capitulo!