Love Amid The Chaos escrita por Brenda


Capítulo 9
Our peace in your voice


Notas iniciais do capítulo

Três capítulos, um atrás do outro o.O Sério, me amem!



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Após terem convencido Tara a se juntar ao grupo, todos passaram a vasculhar o bloco E, em busca de roupas e suprimentos. Eles conseguiram encontrar várias roupas que seriam de muita utilidade e alguns enlatados que Tara ainda não havia comido.

O grupo pegou tudo o que conseguiram e rumaram para fora da prisão novamente.




Glenn suspirou, parando de andar em seguida.

O resto do grupo logo parou também, estranhando a atitude do rapaz.

– Não podemos dizer a Carl que Tara era do grupo do Governador! – Glenn exclamou, sua voz trazia certa urgência. – Ele não irá aceitar isso.

– Não gosto do fato de ter que mentir para ele - Maggie realmente não queria mentir para o garoto. Ela havia estabelecido uma forte conexão com Carl. Porém, ela sabia que era necessário – Mas podemos dizer que ela entrou na prisão á alguns dias, que pensou que havia alguém lá dentro e acabou ficando presa.

– E se ele a reconhecer? – Daryl olhou em volta, para todos ali, esperando uma resposta. Mas se isso acontecesse, ninguém sabia qual poderia ser a reação do jovem Grimes. Então, ele não obteve resposta alguma. – Bom, já que ninguém sabe, vamos esperar para ver o que acontece.

Carol saiu do lado de Tara e foi se postar na frente, junto a Daryl. Ela enroscou a mão do caipira na sua e sorriu para ele.

Daryl sabia que com aquele sorriso ela queria dizer que tudo ficaria bem.

E ele acreditava nela.




Carl fitou com curiosidade o grupo se aproximando. Ele podia ver uma quinta pessoa agora.

Ela estava parcialmente escondida atrás de Glenn e Maggie, mas Carl percebeu que era uma desconhecida.

Ela não era de seu antigo grupo. De sua família.

Carl embalou Judith nos braços por mais alguns segundos antes de entregá-la á Carol.

Ele observou com seus intensos olhos azuis a garota que agora estava totalmente em seu campo de visão. Ela o lembrava algo, alguém. Carl não sabia realmente.

– Eu sou Carl. – Ele estendeu uma das mãos para a garota e ela retribuiu cautelosamente. – E qual é o seu nome?

– Tara. – Carl sorriu para ela, recebendo um sorriso também.




Depois que as apresentações haviam ocorrido com sucesso e Carl não havia reconhecido Tara, e a decisão de seguir pela estrada, onde o ônibus havia passado semanas atrás estava tomada, todos partiram de volta pelo caminho que haviam feito antes, agora voltando em direção aos veículos.

Eles não voltariam mais para a casa que haviam ocupado na noite anterior, já haviam retirado de lá tudo o que poderia ser aproveitado.

Quando chegaram á estrada, Daryl e Carol tomaram seus lugares na moto, enquanto Glenn, Maggie, Carl, Judith e Tara ocupavam o carro.

Todos partiram rapidamente, querendo encontrar algo antes que o dia terminasse.




– Amanhã nós continuamos a procurar, Carl. – Maggie tranquilizou o garoto quando Glenn parou o carro na beira da estrada, assim como Daryl, que já estava em pé, ao lado da moto, com Carol ao seu lado.

Todos abandonaram seus lugares dentro do veículo, juntando-se ao casal logo á frente.

– Não encontramos nada hoje. – Daryl comentou, parecendo não dar muita importância para esse fato. – Amanhã vamos continuar procurando, vamos ter mais sorte.

– Precisamos de um lugar para dormir! – Maggie olhou para a floresta que se estendia ao seu lado. – A floresta parece ser nossa única opção hoje. – Ela completou.




Daryl terminou a armadilha que consistia em amarrar arames nas árvores, deixando espaço suficiente para todos no meio. Quando um zumbi se aproximasse demais, eles encostariam nos arames, fazendo com que as latas que estavam presas nos mesmos balançassem e fizessem barulho, chamando a atenção do grupo.

O caipira caminhou até Carol, sentando-se ao lado dela. Ele observou o fogo queimar por alguns instantes, aproveitando o silêncio da noite.

Todos estavam quietos, pensativos. Cada um com suas dúvidas e esperanças.

– Maggie? – Carl chamou a mulher que estava com Judith nos braços, brincando com a pequena.

– Sim? – Maggie olhou-o, ela observou um sorriso tímido nascer nos lábios do garoto.

– Eu gostaria de ouvir você cantar! – A voz dele era carregada de nostalgia.

– Ah querido, eu acho que não é uma boa hora. – Maggie tentou fazê-lo desistir, mas ele não mudou de ideia.

– Eu concordo. Vai ser bom para nós. – Maggie observou cautelosamente Daryl, não era do feitio dele dizer aquelas coisas.

– Bom, já que insistem – Maggie tomou folego, buscando no fundo de sua mente a letra de uma de suas canções preferidas.

Off all the Money that e’er I had, I spent it in good company

Maggie cantava baixo, mas todos ouviam perfeitamente.

And of all the harm that e’er I’ve done, alas it was to none but me

And al I’ve done for want of wit, to memory now I can’t recall

So fill to me the parting glass

Goodnight and joy be with you all

As lágrimas que segundos atrás apenas ameaçavam transbordar dos olhos de Maggie, agora rolavam livremente por sua face.

Of all the comrades that e’er

I had, they’re sorry for my going away

Judith olhava de um jeito engraçado para Maggie, ela parecia admirada. Suas pequenas mãos estavam espalmadas no rosto da mulher, molhando-se com as lágrimas salgadas.

And all the sweethearts that e’er I had

They would wish me one more day to stay

Glenn segurou a mão livre de Maggie, apertando-a na sua.

But since it falls unto my lot that

I should rise and you should not

Daryl passou o braço pelos ombros de Carol, puxando-a para mais perto de si enquanto o casal observava Maggie cantar.

I’ll gently rise and I’ll softly call

“Goodnight and joy be with you all!”

Maggie foi atingida por uma onda de saudade mais intensa que as que sempre sentia quando as lembranças dela e Beth cantando essa mesma música vieram-lhe a mente.

A man may drink and not be drunk

A man may fight and not be slain

A man may court a pretty girl

Tara observava encantada aquela cena. A voz de Maggie grudando em sua mente, trazendo-lhe lembranças de sua infância. De sua família.

And perhaps be welcomed back again

But since it has so ordered been

By a time to rise and a time to fall

Carl mantinha um grande sorriso nos lábios. Os olhos com algumas lágrimas brilhavam intensamente na escuridão.

Come fill to me the parting glass

Goodnight and joy be with you all

Goodnight and joy be with you all

Maggie olhou em volta, ainda sentindo as lágrimas correrem por seu rosto. Todos os olhos estavam voltados para ela, todos os olhares demonstravam algo tão profundo quanto as suas almas.

Cada um estava envolto em um manto de paz naquele momento.

Uma paz que eles pensavam não existir mais.




Daryl já havia acordado á alguns minutos, mas ainda não tinha aberto os olhos. Estava aproveitando a calma do momento, o calor que emanava do corpo de Carol para o seu.

Mas logo ele foi interrompido.

As latas chacoalhavam, fazendo um barulho irritante. Daryl levantou-se rapidamente, tomando cuidado para não acordar ninguém, principalmente Carol.

Ele caminhou até o zumbi que grunhia e esticava seus braços por entre os arames, tentando agarrá-lo.

Daryl mais do que rapidamente afundou a lamina da faca que tinha em mãos na cabeça do zumbi á sua frente.

O caipira virou-se no mesmo momento em que o corpo podre caiu no chão. Ele olhou em volta, imaginando se deveria ou não acordar a todos para continuarem sua jornada.

Olhou rapidamente para todos ali. Mas seu olhar deteve-se onde Carl deveria estar.

O caipira olhou em volta, procurando o garoto, mas ele não parecia estar por perto.

– Droga! – Daryl pegou sua crossbow e saiu por entre os arames.

Ele caminhou por alguns minutos, chamando por Carl o mais alto que podia sem chamar a atenção dos zumbis.

Mas o garoto não aparecia.

Ao longe, Daryl sentiu o cheiro de fumaça. Não era a da fogueira do seu acampamento, aquela já havia sido apagada a horas e essa nova fumaça vinha do lado oposto do grupo do caipira.

Por algum motivo, os instintos dele não o mandaram recuar. Eles o fizeram seguir o cheiro.




– Que porra está acontecendo aqui? – Daryl olhou atordoado para a cena á sua frente.

Um homem alto, forte, segurava Carl pelo braço, ele mantinha uma arma apontada para a cabeça do garoto.

Antes que Daryl pensasse em fazer isso, sua crossbow já estava apontada para a cabeça do homem.

Carl se debatia, tentando livrar-se do aperto, mas não tinha força suficiente.

O homem que segurava Carl virou-se e encarou o caipira. Os olhares se cruzaram por alguns instantes, o tempo pareceu parar.

– Quem é você? – Daryl mantinha um tom frio, tentando não demonstrar o que realmente estava sentindo.

– A pergunta que deve ser feita é: quem são vocês? – O homem falou com sua voz grave. – Você conhece esse pirralho?

– Eu não sou pirralho. – Carl falou entredentes.

A risada do homem ecoou como trovão pela floresta.

– É, tenho certeza que não. - O sarcasmo era evidente em sua voz.

– Solte o garoto! – Daryl mandou.

– Você ainda não me respondeu; você conhece esse pirralho?

– Sim. Agora solte-o.

– Ele merece uma lição. Eu o peguei bisbilhotando na minha barraca quando voltei da caçada.

– Ele é só uma criança, não fez por mal.

– Eu não sou criança. – Carl falou, dirigindo-se a Daryl, completamente irritado.

– Cale a boca, garoto! – Daryl ordenou. O caipira voltou a encarar o homem que ainda segurava Carl – Solte-o, não foi nada de mais.

– Para você pode não ter sido nada de mais, mas eu não gosto que mexam nas minhas coisas sem minha permissão.

– Isso não vai mais acontecer! Solte-o e nós vamos embora.

– Ele é seu filho? – O homem parecia divertir-se com a situação.

Daryl ponderou sobre a resposta por alguns segundos, não sabia se uma resposta positiva ou negativa mudaria algo. Resolveu arriscar.

– Sim, ele é meu filho! – Carl olhou para Daryl, confuso.

Novamente o homem soltou uma risada de trovão.

– Acho que sua mulher não te contou a verdade, meu amigo! Esse pirralho não é nada parecido com você.

– Solte-o! – Daryl insistiu novamente.

O homem olhou uma vez para Carl, depois para Daryl e voltou seu olhar para o garoto novamente.

Ele abaixou a arma que ainda mantinha apontada para a cabeça de Carl e depois soltou o braço do garoto. Esse cambaleou alguns passos até chegar ao lado de Daryl.

– Espero que isso não se repita! – O homem exclamou, ele parecia sombrio e cansado agora.

– Não vai. – Daryl falou enquanto abaixava sua crossbow.

O caipira virou-se começando a caminhar de volta para seu acampamento, sendo seguido por Carl. Eles não pararam nem quando o homem gritou para eles:

– A propósito, meu nome é Abraham.




Quando já estavam quase chegando ao acampamento, Daryl segurou Carl pelo ombro, fazendo-o parar de andar.

O garoto encarou-o confuso novamente.

– Porque você estava mexendo na barraca dele?

– Quando eu cheguei não havia ninguém lá, então decidi procurar alguma coisa que pudesse ser útil para nós. – Carl deu de ombros.

– Olha aqui – Daryl virou-o para ficarem de frente um para o outro, abaixando-se um pouco para ficarem cara a cara. – Em primeiro lugar, você não devia ter saído sozinho. Em segundo, nunca mais mexa nas coisas dos outros sem permissão.

O garoto assentiu, sustentando o olhar de Daryl no seu.

– Mais uma coisa, se você não quer ser chamado de criança, não haja como uma! – Daryl desviou o olhar para o acampamento e suspirou – Vamos deixar isso entre nós, está bem?

– Tudo bem. – Daryl pôs-se a andar novamente, mas Carl continuou parado. – Porque você disse para aquele homem que é meu pai?

Daryl parou, mas não virou-se para encarar o olhar curioso de Carl.

– Eu não sei. Acho que é porque eu sinto que sou seu pai ás vezes.

Carl riu.

– É, eu também sinto isso de vez em quando.

O garoto voltou a andar em direção ao seu grupo sendo seguido pelo caipira que mantinha um pequeno sorriso nos lábios.




Carol observou Carl e Daryl vindo em sua direção. A mulher havia acordado á alguns minutos e deu falta dos dois, mas acalmou-se quando os avistou.

– Onde vocês estavam? – O tom dela era autoritário.

Daryl e Carl trocaram um olhar significativo e o garoto deu de ombros, afastando-se do casal e indo retirar Judith dos braços de Glenn, que estava sentado, mas parecia ainda estar dormindo.

O caipira deu de ombros também, imitando o gesto de Carl.

– Nós fomos caçar. – Ele franziu o cenho – Mas não encontramos nada.

Carol fitou intensamente Daryl por alguns segundos, depois passou seus braços ao redor do pescoço do mesmo.

– Vocês me deixaram preocupada. – Ela suspirou contra a pele do pescoço do caipira, deixando-o arrepiado.

Daryl deixou a crossbow cair no chão e olhou rapidamente em volta, verificando se não havia nem um par de olhos sobre eles.

Os lábios foram colados um no outro com certa urgência, tirando o fôlego do casal rapidamente.

As mãos possessivas de Daryl apertavam a carne macia do traseiro de Carol.

Os dois já podiam sentir a familiar sensação do desejo crescendo dentro de si.

Depois de alguns minutos, os dois separaram-se relutantes.

– Vem, vamos achar algum lugar onde possamos ter privacidade. – Daryl podia ouvir o riso baixo e abafado de Carl. O caipira pegou a crossbow no chão e puxou Carol pela mão.

– Daryl, isso aqui é uma floresta. Não teremos privacidade! – Carol exclamou frustrada.

– Nós vamos dar um jeito! – Sorriu para a mulher e lançou uma piscadela para ela.


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Notas finais do capítulo

Agora, uma breve explicação do porque eu não ter demorado nem um dia para postar novamente :v Eu aproveitei que minha criatividade cooperou bastante esses dias para escrever os três últimos capítulos. E como não sei se minha criatividade vai colaborar daqui pra frente, decidi postar logo. Era isso, espero que tenham gostado. Comentem e digam o que acharam :3