Love Amid The Chaos escrita por Brenda


Capítulo 20
Love amid the chaos


Notas iniciais do capítulo

Recado nas Notas Finais



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– Eles não são tão espertos como pensamos. – Daryl concluiu depois de duas intermináveis horas observando o Terminus. De onde ele, Carol, Maddison, Tony e Dan estavam, tinham a visão completa do pátio do local, assim como de onde o vagão estava.

– Por isso eu consegui fugir sem tantas complicações. – Maddison informou. A garota estava entre Carol e Daryl. Tony e Dan estavam alguns metros para á direita.

– Eles parecem ter muitas armas e munições. – Carol observou. Ela via um pequeno grupo, talvez umas seis pessoas, andando armadas pelo pátio.

– Mas a maioria sequer sabe segurar uma arma. – Maddison disse a ela.

– Como você sabe disso? – Daryl questionou sem tirar os olhos do Terminus.

– Bem – Maddison suspirou. – Eu passei alguns dias com eles antes de ser jogada naquele vagão. – Ela tentou dar de ombros.

– Então você comeu... – Carol não terminou a frase, mas Maddison e Daryl entenderam o que ela quis dizer. O caipira fez uma careta.

– Eu não sabia. – Ela disse baixinho. Carol passou o braço pelos ombros da garota.

Tony e Dan vinham se aproximando do trio que continuava com os olhos fixos nos habitantes do Terminus. Eles se postaram ao lado de Daryl.

– Daryl? – Dan chamou. O caipira gesticulou para que ele prosseguisse sem desviar o olhar. – Eu e Tony estávamos pensando no seguinte: será que eles ainda estão vivos? – A pergunta foi feita rapidamente, as palavras quase não fazendo sentido para ninguém ali.

– Dan – Daryl disse entredentes, a voz tinha uma calma sombria. – Irei fingir que não ouvi nada, está bem? Isso não é algo no qual possamos pensar, eles estão vivos, fim.

Dan abriu a boca para se desculpar, mas as palavras ficaram presas em sua garganta quando uma leve brisa passou por eles, trazendo o barulho de algo. O barulho costumeiro deles.

Por alguns poucos instantes ninguém conseguiu se mexer, a percepção chegando rapidamente até seus cérebros. Eles estavam próximos. Era possível agora ouvir os sons guturais que eles emitiam; pelo que puderam constatar apenas com a audição, eram muitos.

– Merda! – Daryl exclamou olhando em direção aos trilhos de trem que davam acesso a entrada do Terminus, lá, uma grande horda de zumbis se aproximava do local. – Merda! – Ele exclamou novamente.

– Temos que avisar o resto do grupo. – Carol disse rapidamente, os olhos arregalados, o coração batendo forte do peito.

Ninguém disse mais nada antes de começarem a correr na direção que a outra parte do grupo se encontrava, mas depois de alguns metros, a adrenalina momentânea deixou de fazer efeito em Maddison por um segundo, fazendo-a pensar.

– Esperem! E o grupo no vagão? – A garota disse desesperada. – Os zumbis invadiram o Terminus, isso é obvio. Aquelas pessoas não vão conseguir pará-los! – Todos pararam, absorvendo as palavras de Maddison.

Daryl olhou em volta por um segundo, a mente trabalhando rapidamente e não muito racionalmente por conta de todas as sensações que se apossavam de seu corpo.

– Vamos ter que entrar lá agora. – Ele disse rispidamente. – Não podemos esperar.

Alguns suspiros exasperados puderam ser ouvidos quando eles se puseram a correr novamente. Agora com mais uma preocupação em mente.




– Você acha que estamos realmente prontos para esta noite? – Maggie perguntou ao marido, sem ter a mínima consciência do que acontecia a alguns quilômetros de onde estava. – Quero dizer, não parece impossível nem nada do tipo, mas será que todos vamos escapar ilesos?

– Eu não sei. – Glenn respondeu sinceramente. – Eles estão fortemente armados, mas não tem tantas pessoas como imaginávamos. É arriscado, mas tenho esperanças que vamos conseguir. – Ele sorriu para a morena ao seu lado, ela acompanhou-o no gesto.

– Ei, vamos logo. Temos que entrar lá! – Daryl gritou para eles enquanto corria na direção do grupo, sendo seguido pelos outros.

– O que? Por quê? – Rosita tomou a frente perguntando. Ela já sentia o corpo tenso, os músculos se retesando. – Digam!

– Tem dezenas de zumbis indo em direção ao Terminus, eles irão entrar, sem dúvidas. – Tony respondeu ofegante. – Precisamos entrar lá e pegar os outros do seu grupo.

– Agora! – Daryl completou. Ninguém esperou alguém dizer qualquer outra coisa, apenas pegaram os armamentos, que já haviam sido depositados descuidadamente no chão e correram; todos em direção as cercas mais frágeis do Terminus. – O show vai começar! – Daryl sussurrou para si mesmo enquanto sentia o medo e a adrenalina tomarem conta de si.




O pequeno grupo composto por nove pessoas se movia rapidamente por entre as árvores da floresta. Cada um preso em uma nuvem cheia de emoções paradoxais. O medo os atingia, sim! Mas a coragem continuava a impulsiona-los para mais perto do Terminus e da enorme horda de zumbis.

Quando chegaram á parte frágil da cerca que havia sido a passagem para a liberdade de Maddison, todos se puseram a entrar pelo buraco nas grades. Já dentro do pátio do Terminus, os tiros lá na frente começaram.

Os barulhos dos zumbis eram audíveis ali de onde eles estavam, tantos metros longe. O som das cercas caindo também era escutado pelo grupo de Daryl. Os zumbis estavam entrando no mesmo local que eles.

– Eles entraram. – Daryl disse alto em meio ao som dos tiros. Alguns gritos eram ouvidos espaçadamente, principalmente gritos de mulheres. Alguns pareciam ser ordens sendo dadas. – Ok, Maddison – Daryl se virou para a garota e segurou-a pelos ombros. – Sei que esse não é o plano inicial e que estamos sobre mais pressão! Mas preciso que você nos guie até o vagão, pode ser?

Os olhos de Maddison estavam fixos nos de Daryl, ela apenas assentiu antes do caipira soltá-la, deixando-a livre para guiar o grupo.

Maddison se pôs a frente de todos e começou a caminhar rápida, mas calmamente, sendo seguida por todos e não querendo chamar a atenção das pessoas que a poucos metros deles lutavam contra os zumbis.

Alguns corpos estavam sem vida no chão, tanto de habitantes do Terminus quanto de zumbis. Os mortos avançavam rapidamente pelo pátio, sem dar tempo suficiente para reações que salvariam vidas. Tudo estava acontecendo rápido demais.

Agora, no meio daquele caos, o grupo estava ainda a vários metros do vagão onde a família deles estava. Os pensamentos de todos ali se mesclavam aos gritos e tiros, deixando-os confusos.

Muitos zumbis haviam ultrapassado os humanos que tentavam em vão detê-los e se aproximavam rapidamente – mais do que era considerado normal para eles – de Daryl e os outros. Todos estavam armados, mas optaram por usar as facas e machadinhas que possuíam, a fim de deixar sua presença ali longe do alcance da percepção dos outros humanos.

Os zumbis continuavam a chegar cada vez mais perto deles e em maior número. Eles pararam. Maddison teve o vislumbre do metal vermelho do vagão antes que três zumbis altos se pusessem a sua frente, impedindo-a de continuar.

Eles estavam por todos os lados.

Maddison acertou a cabeça de um homem negro, alto, que vestia apenas uma calça rasgada. Rosita se encarregou dos outros dois, fazendo com que a faca que carregava afundasse nos crânios podres deles.

Os outros estavam ocupados também, os zumbis impediam que eles continuassem avançando para perto do vagão. Daryl tentou ver alguma coisa pela espessa parede de zumbis que impediam sua visão, mas não conseguiu. Ele voltou o foco para matar os zumbis que se aproximavam demais dele e de sua família.

Carol olhou assustada por um segundo a mulher zumbi que se aproximava dela; ela tinha a barriga aberta, deixando que seus órgãos pendessem para fora, fazendo com que tudo ficasse a mostra. Mas Carol logo voltou a si e matou-a. A mulher caiu no chão com um baque surdo enquanto mais zumbis se aproximavam.

Rosita e Tony estavam lado a lado, matando todos os zumbis que conseguiam. Eles tinham consciência de Eugene paralisado atrás deles, uma presa fácil. Grande erro o deles não contarem que Eugene não servia para nada quando o assunto era matar zumbis.

Glenn e Maggie, como sempre, não se separaram nem no momento de tentar escapar da horda de zumbis que se aproximava rapidamente. Eles matavam com fúria todos que chegavam querendo morde-los. Maggie mantinha a expressão psicótica no rosto. Ela havia passado por tanta coisa nas últimas semanas e não havia extravasado o que sentia, agora, ela estava fazendo isso.

Dan se matinha junto a Maddison, tentando acabar de alguma maneira com o infinito fluxo de zumbis que chegavam cada vez mais perto deles. Por alguns poucos segundos, o grupo ficou livre de qualquer ameaça morta-viva, mas apenas tempo o suficiente para dar alguns poucos passos em direção ao vagão.

– Não vamos conseguir chegar lá! – Maddison choramingou enquanto ouvia o som molhado da cabeça de um zumbi se rachando.

– Droga! Nós vamos sim. – Daryl rebateu. Eles não iriam perder as esperanças. Nenhum deles podia fazer isso. O sangue negro e podre que jorrava dos zumbis ao serem acertados pela faca de Daryl lhe manchavam o rosto, grudavam em seu cabelo. Ele tentava não pensar muito no cheiro para conseguir continuar falando. – Comecem a andar! Matem e andem! Vamos!

Todos obedeceram. Enquanto ainda matavam os zumbis que não paravam um só segundo de chegar, eles voltaram a se por em movimento. Os passos eram constantemente interrompidos, mas eles conseguiram avançar mais alguns metros.

Maddison teve consciência do momento em que Gareth percebeu o grupo de estranhos ali, mas antes que ele pudesse fazer qualquer coisa, um zumbi o atacou. Ele morreu sentindo a mais pura e horrível dor. Maddison sentiu-se aliviada naquele momento, até conseguiu sorrir.

Mais um grito foi ouvido naquele pátio infestado de zumbis. Mas dessa vez, ele vinha do grupo de Daryl.

Um segundo de hesitação poderia significar uma morte, ou mais uma, ninguém sabia ao certo. Carol virou rapidamente a cabeça na direção do grito e percebeu horrorizada que Eugene havia sido pego. Ele estava fora do grupo, tinha saído da formação. E um zumbi acabará de lhe morder a carne macia do braço. E um segundo depois, sem que ninguém pudesse reagir, outro zumbi cravou os dentes enegrecidos no pescoço dele.

Não havia o que fazer. Haviam perdido Eugene.

Não tiveram tempo para uma lamentação, não ali, não naquele momento.

Com lágrimas nos olhos, Rosita continuou a avançar com o grupo, sentindo seu coração mais pesado no peito. Mas ela sabia que Eugene havia morrido em prol de algo maior. De uma vitória naquele território mortal.

O vagão ficava – mesmo que lentamente, muito lentamente – cada vez mais próximo deles. Maddison sentia que não aguentava mais, mas algo em seu coração a impedia de parar, de desistir. Seu corpo cansado matava, andava, se aproximava de seu destino quase que mecanicamente. Ela continuava por eles. Não só pelo grupo que estava ali, com ela. Mas também pelo seu grupo que estava naquele vagão escuro.

Carol gemeu, sentindo-se derrotada por dentro. Mas apenas uma olhada rápida para o lado fez com que ela se recompôs-se; Daryl Dixon era seu maior motivo ali. Sua razão para não deixar que sua vida acabasse naquele momento nas mãos de um zumbi nojento.

Tony respirou fundo quando seu machadinho entrou fundo no crânio de um zumbi. Ele observou rapidamente em como aquele monstro um dia fora bonito. Talvez tivesse uma família, um emprego, um cachorro. Quem sabe um gato. Tony ultimamente estava pensando demais nas questões da vida. No talvez da existência humana. Ainda mais depois que uma certa garota loura voltou ao grupo. Sim, Beth Greene.

Dan olhava assustado em volta. O terror já estava tomando conta do homem. Eram muitos zumbis. E ele estava esgotado. Seus músculos imploravam por uma pausa; mas se ele quisesse viver, não podia parar.

– Estamos chegando! – Maddison gritou para o seu grupo, repentinamente animada. O vagão estava agora a poucos metros deles, talvez a apenas trinta.

Pouquíssimos tiros ainda eram disparados por ali, mas ainda eram ouvidos espaçadamente. Daryl lembrou-se de algo que havia passado completamente despercebido por eles.

– Usem as armas! – Ele gritou.

Meio minuto depois os tiros haviam recomeçado, agora vindos das armas do grupo de Daryl. Mesmo que mais zumbis estivessem sendo atraídos pelos tiros, a chance deles conseguirem se livrar mais rápido dos mortos vivos e avançar pelo pátio em direção ao vagão era maior. E era isso que estava acontecendo.

As balas abriam grandes buracos nas testas dos zumbis antes de estourarem suas cabeças e eles caírem completamente no chão. O som era quase uma sinfonia para os ouvidos dos poucos sobreviventes daquele local.

– Isso aí. Estamos quase lá! – Dan gritou aliviado para o grupo, ao mesmo tempo em que acertava um tiro na testa de uma criança zumbi que tentava lhe morder a perna.

Mais alguns metros e vários zumbis mortos. Apenas isso os separava do vagão e de sua família. Os tiros eram disparados rapidamente, as armas recarregadas com experiência.

Maggie respirou fundo, tentando encontrar forças. Ela encontrou o que precisava rapidamente em seu coração. Hershel. Seu pai ficaria orgulhoso – mais do que já era – ao ver sua filha lutando com tanta garra pelas pessoas que eles amavam. Glenn sentia-se da mesma maneira lembrando-se repentinamente no sogro morto da maneira mais cruel possível. Morto pelo homem que havia causado toda aquela situação ali. O Governador despertou o ódio que movia-o para a frente.

O vagão estava extremamente perto. Maddison podia sentir os arrepios passando por seu corpo ao ver aquilo novamente. O ferro vermelho, o grande A marcado, aquilo a enojava.

Pelo grande esforço feito pelo grupo de Daryl, dezenas dos zumbis da horda estavam jogados no chão. Vários ainda se aproximavam deles, mas felizmente, em um número bem menor que antes.

Mais um passo e ela estava ao lado do vagão. Maddison foi a primeira a chegar ali, sendo rapidamente seguida pelos outros. Ela olhou rapidamente para trás, esperando alguma coisa que ela simplesmente não sabia o que era. Mas lá estava ele; Daryl assentiu rapidamente para a garota e ela entendeu o recado. Enquanto eles lhe davam cobertura e a protegiam dos zumbis, Maddison se esgueirava por entre os corpos dos zumbis e – estranhamente – de algumas pessoas que ela conhecia do Terminus.

Ela chegou á porta do vagão e sem hesitar, levou suas mãos até a grande porta de ferro e puxou-a, fazendo um barulho estridente. Mas que mal foi captado por alguém ali com tanta adrenalina passando em suas veias.

Maddison olhou para dentro do local escuro e o pequeno sorriso que mantinha nos lábios desde que conseguira chegar ao vagão desapareceu.

Estava vazio.

– Não. – Maddison sussurrou. Ela perdeu o foco por um minuto enquanto observava a escuridão daquele vagão vazio. – Não pode ser. – Eles haviam demorado demais. O grupo de Rick já havia sido morto pelos ex-moradores do Terminus. Agora, eles eram, assim como Rick e os outros, apenas comida.

– O que foi? – Daryl gritou na direção dela exasperado. O caipira ainda estava ocupado com os zumbis que ainda vagavam pelo pátio. Eles agora estavam mais longe do grupo, mas continuavam a se aproximar em pequenos grupos.

– Eles não estão aqui. – Maddison disse sentindo a garganta se fechar. Seus olhos arderam com as lágrimas que ali brotavam. – É tarde demais.

As palavras chegaram aos ouvidos de todos, mas ninguém quis acreditar. Eles esperavam que fosse apenas uma brincadeira de Maddison e que o restante do grupo sairia do vagão, ilesos e rindo, iriam em direção a eles, os ajudariam e depois, partiriam em busca de Carl, Judith, Beth e Tara.

Mas aquilo não aconteceu.

O corpo de Maddison voltou do estupor da adrenalina e ela não conseguiu se manter em pé, caiu de joelhos ali, diante do que outrora fora seu lugar. As lágrimas escorriam livremente por seu rosto. Sua pele alva era manchada com sujeira e sangue podre. Ela não se importava. A garota queria se levantar e ir ajudar os outros, mas não conseguia se mover.

Carol sentiu seu coração se despedaçar, e soube naquele momento que nada faria com que ela voltasse a se sentir completa. Nem Daryl. Ele era o homem de sua vida, claro. Mas havia um lugar que ele não podia ocupar no coração de Carol. O lugar que antes era ocupado por pessoas que agora estavam mortas.

Quando a percepção chegou todos, quando a certeza que não havia mais motivos para estarem ali atingiu o grupo, eles quiseram desistir. Quiseram deixar que os zumbis acabassem com eles. Mas não fizeram isso.

Maggie e Glenn deixaram – assim como Maddison – as lágrimas escorrerem. Eles não se importavam em chorar agora. Só queriam que a dor parasse.

Rosita, Dan e Tony matavam os zumbis que tentavam chegar até Maddison – que agora tentava se levantar -.

Um zumbi, vindo de algum lugar desconhecido, vinha se esgueirando pelo outro lado do vagão. Os passos arrastados levando-o para mais perto de Maddison. Ninguém percebeu. A garota estava arfando, ela estava escorada no vagão, os pulmões implorando por ar enquanto os soluços irrompiam por sua garganta. Ele sentia-se fraca. Havia falhado.

O zumbi precisava apenas estender os braços podres na direção de Maddison para agarrá-la. E foi o que ele fez. Mas antes que os dedos podres entrassem em contato com a garota, um tiro fez com que o zumbi cambaleasse alguns passos e caísse no chão.

Maddison a principio imaginou que o tiro havia vindo de alguém do grupo que lutava – mesmo que exaustos – contra os poucos zumbis que ainda restavam.

Mas não. Alguém que não pertencia ao grupo havia salvado a vida de Maddison; a garota olhou em volta, lutando contra as lágrimas que a cegavam e percebeu a poucos metros cinco figuras.

Eram eles.

Rick, Michonne, Tyreese, Sasha e Bob.

Sim, eram eles.

A felicidade tomou conta de Maddison e a irracionalidade também. Ela correu em direção a eles, correu como se sua vida dependesse daquilo. A primeira coisa que ela encontrou foi o abraço protetor do xerife. Nenhum dos dois pode conter o suspiro de alivio.

– Eu pensei que havia te perdido. – Ela soluçou contra o peito dele.

– Pensei o mesmo. – Rick acariciou as costas dela, tentando acalmá-la.

Enquanto o reencontro deles estava acontecendo, os outros quatro já estavam ajudando a acabar com os zumbis que ainda se aproximavam. Agora, restavam muito poucos.

– Eu não acredito nisso! – Daryl exclamou perplexo ao ver Maddison e Rick juntando-se a eles. – Você não tem vergonha na cara, Grimes? – Ele parecia sério, mas Rick sabia que era apenas uma brincadeira. – Ela é só uma criança!

– Eu tenho 28 anos, não sou uma criança! – Maddison se impôs firmemente. Mas ao final da frase, mostrou a língua ao caipira, ele retribuiu o gesto.

– 28? Parece que tem 16. – E Daryl não estava mentindo. Maddison aparentava ser muito mais nova. Por um instante, todos desconfiaram que ela pudesse estar mentindo a idade; mas logo deixaram aquilo de lado, naquele mundo não havia um real motivo para fingir ser mais velha.

Rick olhou para os rostos conhecidos de sua família e os desconhecidos chamaram sua atenção, mas ele não queria saber a história agora. Ele só precisava de uma coisa.

Ele se aproximou de Daryl e o abraçou. O caipira resistiu no começo, mas a emoção tomou conta de seu ser, ele se deixou levar.

– Eu te amo, cara! – Rick exclamou ainda abraçado a Daryl. A voz embargada do xerife fez Daryl se sentir desconfortável. Mas ele sabia, também amava Rick Grimes. – Você é meu irmão, ouviu?

– Ouvi. – Daryl riu sem graça. – Você sabe como eu me sinto. – Ele disse quando Rick se afastou dele. O xerife assentiu. Daryl não precisava dizer nada. Rick realmente sabia como ele se sentia.

Aos poucos, todos ali estavam se abraçando, até Rosita, Dan e Tony entraram naquele momento tão bonito. Michonne, sempre tão reservada, não evitou os sorrisos ao rever sua família. Tyreese ficou extremamente feliz, assim como Sasha e Bob o reencontro deles.

Mas logo uma sensação horrível tomou conta de Rick. Ele finalmente se deu conta de algo.

– Eu preciso perguntar isso – Ele começou. – Algum de vocês viu Carl fugindo da prisão? – Não havia esperança real na voz dele. Ele apenas precisava saber.

– Ele está com nós. – Glenn sorriu para o xerife. – E Judith também! – Ele completou.

Rick sorriu. Mas foi aquele sorriso que nunca havia sido visto por ninguém desde que o apocalipse começara. Rick estava realmente feliz.

– Vamos encontra-los. – Carol chamou. Ao longe, alguns zumbis ainda se aproximavam, mas ninguém se deu ao trabalho de mata-los.

Rick abraçou Maddison ao mesmo tempo em que percebia Daryl fazer o mesmo com Carol enquanto se moviam na direção das cercas derrubadas.

– Finalmente Daryl Dixon se declarou? – Rick riu. Ele foi acompanhado por todos ali. Até por Daryl. Mas a risada deles era mais histérica do que alegre. Eles precisavam relaxar. Todos estavam sentindo-se acabados.

– Como vocês escaparam? – Maddison indagou.

– Eles estavam nos alimentando quando os zumbis invadiram. Em um segundo de distração daquele velho idiota, nós fizemos o que devia ser feito. – Michonne respondeu.

O silencio entre eles não era desagradável. Eles estavam apenas descansando de tudo naquele momento enquanto se preparavam para mais um reencontro. Talvez o melhor.




Carl avistou Rick antes que o xerife tivesse consciência do pequeno acampamento no meio da floresta.

– Pai! – Carl gritou já correndo em direção a Rick. – Pai!

Rick teve a sensação de reviver aquilo tudo. Ele já havia perdido Carl uma vez e Glenn o levou até o filho, ainda no acampamento de Atlanta. E agora, ali estavam eles, mais uma vez.

Os braços de Rick se fecharam em torno do filho, apertando-o contra si. Sentindo que estavam finalmente juntos, de verdade. Os dois Grimes não se incomodaram por chorar.

Depois de um longo abraço. Eles se separaram apenas para que Rick pudesse ver Judith, que agora ria alto nos braços de Sasha.

O xerife caminhou com Carl ainda ao seu lado até a filha mais nova e pegou-a do colo de Sasha. A menina olhou-o nos olhos. Não, Rick não sobreviveria sem aquele olhar. Judith sorriu para ele, deixando os dentes – que estavam começando a nascer – a mostra. O xerife a abraçou sentindo que seu mundo estava completo.





– É um milagre! – Bob exclamou. – Todos aqui reunidos, isso é um milagre.

– Concordo! – Carol disse, balançando a cabeça, concordando mais uma vez.

– Nós somos o milagre. – Daryl disse cético, como sempre.

Todos riram, mas sabiam que era verdade.

Maggie e Glenn estavam ao lado de Tara e Rosita – essas duas estavam tendo um flerte nada sutil -. Dan estava junto com Tyreese, conversando sobre assuntos que não eram tão comuns naquele novo mundo: esportes. Tony estava ao lado de Beth, um dos braços protetoramente passado pelos ombros dela. Maddison, Carl, Rick e Judith estavam juntos. Os quatro não se desgrudavam á horas. Sasha, Bob e Michonne estavam conversando sobre a sorte que tiveram no Terminus. E Carol e Daryl observavam calmamente sua família.

Eles não tinham certeza de nada naquele mundo; sequer sabiam se sobreviveriam até a manhã seguinte. A única coisa que eles sabiam era que se algum dia eles se separassem novamente, se encontrariam. Havia algo maior que os puxava para perto uns dos outros.

– Eu te amo. – Daryl sussurrou.

– Eu também te amo. – Carol sorriu. Ela não tirou os olhos da fogueira que queimava no centro do circulo que eles formavam.

Naquele momento tudo estava perfeito. E eles não precisavam de nada mais. Não precisavam nem da garantia de mais um minuto de vida.

O amor que cada um ali sentia pelo restante do grupo era tangível no ar. Era palpável. E era o mais puro amor. O mais forte, o mais guerreiro.

Era o amor em meio ao caos.


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Notas finais do capítulo

É isso, o fim! Confesso, estou arrasada por esse momento ter chegado. Quero agradecer por tantas coisas a todos vocês que comentaram, acompanharam, favoritaram e recomendaram; tudo isso, toda essa história, todo o meu esforço, é pra vocês! A Love Amid The Chaos foi um desafio para mim: Minha primeira fanfic que não é uma one-shot e agora, tomei gosto por fanfic mais longas, *u* A fanfic terminou, mas meu carinho por vocês, meus sinceros agradecimentos, minhas lágrimas derramadas aqui (Tipo agora. Sim, estou chorando, me julguem), isso não acabou, continuará sempre vivo aqui em mim. É maravilhoso quando alguém reconhece nosso trabalho e mais maravilhoso ainda quando essa pessoa se torna importante para você continuar a escrever. Posso dizer que minha maior recompensa é saber que consegui tocar vocês com essa fanfic; clichê? Sim, mas é a verdade! Agradeço a todas as pessoas que acompanharam essa fanfic desde o começo e as que começaram a ler depois. Como eu já disse, é por vocês. Não vou me demorar aqui, só quero dizer mais uma coisa: EU AMO VOCÊS!